Imagine encontrar um interesse romântico pelas redes sociais e depois descobrir com o tempo que nada mais se tratava do que um golpe amoroso. Pois isso é cada vez mais comum nas redes sociais, com criminosos criando um falso relacionamento com as vítimas e depois se utilizando disso para extorquir dinheiro.
“São muitas as
formar que os golpistas se utilizam para enganar internautas desavisados,
podendo ir desde a criação de um vínculo para depois pedir ajuda financeira,
até mesmo solicitações de envio de fotos íntimas (os famosos nudes), para
depois chantagear as vítimas”, explica Afonso Morais, CEO da Morais Advogados e
especialista em golpes financeiros.
Ele conta que os
criminosos se aproveitam do anonimato das redes sociais para se passarem por
outras pessoas e, em trocas de mensagens, criar um falso laço sentimental, para
posteriormente se aproveitar.
“São ações de
grande crueldade, pois, além do crime financeiro, a vítima também sofre com o
sentimento de traição, de ter sido enganada. Muitas vezes essas são até
criticadas por parcela da sociedade, que não entendem o fato de que foram
vítimas de um golpe elaborado”, explica Afonso Morais.
Um exemplo foi o
caso de Maria* (*nome fictício), que mora em uma cidade da Grande São Paulo e
que teve contato via redes sociais com um homem, que falou que já a conhecia.
Mostrando as fotos para os vizinhos esses confirmaram que era uma pessoa
conhecida, o que aumento a confiança.
Como desenvolver
do relacionamento, o homem afirmou que teria que viajar para Dubai, até estão
tudo estava normal. Mas, depois ele informou que tinha que enviar um material
para o Brasil e se ela poderia receber. Ao aceitar, depois de um tempo, ela foi
informada, que teria que pagar um valor para liberar o material. O que ela fez.
Posteriormente
afirmaram que o que ela recebeu poderia ser considerado lavagem de dinheiro,
solicitando mais dois depósitos para que não houvesse complicações. Na terceira
solicitação ela procurou a polícia de sua cidade, que informou que não existiam
esses procedimentos.
Maria agora está
em busca de recuperar os valores extorquidos, que foram maiores de que R$20 mil. Por isso procurou ajuda jurídica, mas, o
processo é bastante complicado.
Outros golpes
O caso de Maria*,
é chamado de 'Golpe do amor', que geralmente atinge mulheres entre 40 e 70
anos. Nele os golpistas pedem dinheiro para que possam ter acesso a bens e
quantias em espécie supostamente retidos em aeroportos. Mas, existem outros
golpes a se atentar, como:
- Encontro
falso – nesse a pessoa (geralmente homens) agenda um encontro com alguém
por meio do app de paqueras e no local a pessoa pode ter seus pertences
roubados ou até ser sequestrada por uma quadrilha para saques ou
transferências de valores. Existem os casos que as pessoas também são drogadas
no que se costuma chamar de “Boa Noite Cinderela”.
- Sextorsão
– a pessoa começa a trocar mensagens e fotos (nudes) com um ‘parceiro’ e
depois vira vítima de extorsão para não esses dados divulgados. Nesse caso
também as vítimas pode ser vítimas de hackers.
- Catfishing
– são perfis fakes que as pessoas utilizam para obter vantagens,
principalmente financeiras. Geralmente a pessoa utiliza fotos de modelos e
tem um bom papo, em um caso que é muito difícil recuperar os valores.
“Como pode ver, os
golpistas inventam histórias elaboradas e envolvem muito bem as vítimas. Todo
cuidado é pouco em relacionamentos, principalmente quando esses têm início
pelas redes sociais”, avalia Afonso Morais.
Ele conta que é
preciso analisar muito bem com quem está falando, suspeitar de quem não conhece
e, por mais que tenha criado um vínculo, suspeitar sempre de solicitações de
ajudas financeiras. “É complicado quando se envolve sentimentos, mas é preciso
um certo grau de frieza no mundo online”, argumento Afonso Morais.
Ele conta que,
nunca se deve fazer depósitos nesses casos e sempre que ocorrem histórias que
precisam de dinheiro é interessante buscar órgãos oficiais para saber se elas
condizem com a verdade ou não. Ao sofrer esse tipo de golpe, o caminho é entrar
em contato com a instituição financeira e tentar sustar o pagamento.
“Também é preciso
fazer um boletim de ocorrência e buscar ajuda especializada. Mas, um ponto
importante, é não se deixar abater psicologicamente, pois isso faz com que as
pessoas sintam vergonha de buscar por seus direitos. É importante ter em mente
que os criminosos são cruéis e aproveitam da boa-fé das pessoas”, finaliza
Afonso Morais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário