As hepatites virais representam um desafio
significativo para a saúde pública brasileira. Apesar da disponibilidade de
imunização através do Programa Nacional de Imunização (PNI), é essencial
destacar a importância da atenção ao saneamento básico e à higiene individual
O dia 19 de
maio é conhecido por ser o Dia Mundial de Combate à Hepatite, um grave problema
de saúde pública no Brasil e no mundo. A infecção por hepatite pode ser
desencadeada por uma variedade de fatores socioambientais, incluindo a ingestão
de água ou alimentos contaminados devido à falta de saneamento básico, contato
sexual desprotegido e outras formas de exposição a sangue ou fluidos corporais
infectados. No Brasil, as hepatites mais comuns são dos tipos A, B e C, com o
vírus da hepatite D sendo mais prevalente na região Norte e o da hepatite E
sendo menos comum.
Dados do
Ministério da Saúde revelam que, entre 2000 e 2021, foram diagnosticados mais
de 700 mil casos de hepatites no Brasil, resultando em mais de 62 mil óbitos
atribuídos à hepatite C durante esse período. Além disso, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) emitiu um alerta preocupante, indicando um aumento significativo
nas mortes relacionadas às hepatites, atingindo a alarmante marca de 3,5 mil
óbitos por dia em escala global.
De acordo com João Renato Rebello Pinho, médico Patologista Clínico e membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica /Medicina Laboratorial (SBPC/ML), uma detecção precoce da infecção pelo vírus da hepatite C é fundamental para um tratamento eficaz.
"O
desafio da infecção é a ausência de sintomas e sinais precoces da doença, o que
dificulta o diagnóstico. É crucial que a comunidade médica solicite sorologias
e exames de rotina e discuta a imunização para prevenção das hepatites A e
B", ressaltou o especialista, acrescentando que a vacinação contra
hepatite A, administrada em dose única aos 15 meses, e hepatite B, administrada
ao nascer e completada na adolescência e fase adulta, conforme o esquema
vacinal, são fundamentais para prevenir essas infecções.
Para uma
abordagem eficaz no tratamento, uma análise laboratorial detalhada é essencial,
especialmente em casos com sintomas claros como icterícia ou em casos
assintomáticos. Rebello explica que, além disso, "é importante considerar
que as hepatites podem ser causadas por outros vírus, bactérias, uso excessivo
de medicamentos ou ingestão de álcool".
Para o diagnóstico
das hepatites B e C, uma variedade de testes laboratoriais estão disponíveis.
No caso da hepatite B, os testes incluem HBsAg, HBeAg, Anti-HBc IgM, Anti-HBc
IgG, Anti-HBe e Anti-HBs. "Esses testes, combinados, podem confirmar ou
descartar a infecção aguda ou crônica, bem como infecções ou vacinações
prévias. Já para hepatite C, o teste sorológico principal é o anti-HCV. Se o
resultado for reativo, indica a presença da infecção, e a realização da carga
viral é essencial para um diagnóstico definitivo", enfatizou o patologista
clínico da SBPC/ML.
A prevenção e o diagnóstico precoce das hepatites virais exigem uma abordagem abrangente que inclua medidas de imunização, atenção ao saneamento básico, conscientização sobre práticas de higiene individual e acesso a testes laboratoriais eficazes. “Somente através de uma combinação dessas estratégias podemos esperar reduzir significativamente o ônus das hepatites virais no Brasil e proteger a saúde de nossa população”, reforçou Rebello.
SBPC/ML - A
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial
Nenhum comentário:
Postar um comentário