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terça-feira, 14 de maio de 2024

Os perigos dos transtornos alimentares na vida de jovens

Luciana Mela Umeda, endocrinologista e professora do curso de Medicina da UNICID, explica como as condições afetam a juventude atualmente

 

Bulimia nervosa ou anorexia nervosa são problemas sérios da modernidade: atualmente, no mundo, estima-se que mais de 70 milhões de pessoas vivam com algum transtorno alimentar, incluindo a compulsão alimentar, entre outros. E uma das razões para isso é a imposição social de padrões de beleza mais valorizados e almejados, como a extrema magreza. 

Segundo uma pesquisa brasileira publicada na revista Environmental Research and Public Health, a anorexia nervosa é mais prevalente em mulheres, atinge 1% da população, e a bulimia, também com maior incidência nesse público, atinge 2,5%. Dados de um estudo global publicado na revista Jama Pediatrics, um em cada cinco jovens com idade entre 6 e 18 anos têm transtornos alimentares. 

Luciana Mela Umeda, endocrinologista e professora do curso de Medicina da Universidade Cidade de S. Paulo – UNICID, lembra que os transtornos alimentares decorrem de atitudes perturbadoras em relação ao peso, à forma corporal e quanto a alimentação. Entre os mais perigosos estão a anorexia e a bulimia. 

Nas últimas cinco décadas, diz Luciana, foi possível notar um aumento progressivo de casos que afetam a saúde física e perturbam o funcionamento psicossocial das pessoas. 

“Os prejuízos alimentares são uma doença psiquiátrica. Geralmente se iniciam na tenra idade, entre infância e adolescência, sendo mais prevalente no sexo feminino. Além disso, sabemos que aspectos psicológicos, familiares, genéticos e socioculturais também são importantes nessas patologias”, explica Umeda. 


Anorexia 

A anorexia nervosa é um transtorno alimentar mais grave, caracterizada por um medo intenso de ganhar peso e provocada por uma distorção da imagem corporal. Geralmente, pacientes com esse distúrbio se enxergam gordos, mesmo estando extremamente magros, o que motiva a restrição alimentar severa e comportamentos purgativos para perda de peso, por exemplo: atividade física excessiva, uso de diuréticos, remédios para emagrecer e jejuns prolongados. 

“Quando não tratada a anorexia pode causar problemas na esfera cardíaca, gastrointestinal, ausência de ciclos menstruais, infertilidade, desnutrição e hipotermia, muitas vezes podendo levar a morte.” 


Bulimia 

A bulimia nervosa é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar, ou seja, comer grandes quantidades de comida em um intervalo pequeno de tempo, com a sensação de perda de controle, acompanhados de comportamentos compensatórios para prevenir o ganho de peso. 

O comportamento compensatório mais comum é o vômito autoinduzido. Contudo, também são tomados medicamentos, feitos jejuns ou exercícios extremos. Esses comportamentos são motivados por uma autoavaliação negativa relacionada ao peso, formato corporal ou aparência física. Na bulimia, o peso corporal pode estar normal ou elevado. 

“Quem tem a doença pode apresentar alterações do humor, desidratação e alterações gastrointestinais pelo vômito excessivo, inflamação crônica na garganta, refluxo gastroesofágico, cárie e sensibilidade nos dentes. Os episódios de compulsão alimentar podem ser desencadeados por problemas pessoais, sentimentos relacionados com o peso, falta de controle, sentimento de culpa e humor depressivo”, comenta a professora. 

Segundo a endocrinologista, o tratamento para ambos os distúrbios é com psicoterapia, a partir da terapia cognitivo comportamental, aliado a terapia nutricional de suporte. Além disso, é possível haver uma prescrição medicamentosa feita por psiquiatra para melhora das patologias.  



Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
www.unicid.edu.br


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