Luciana Mela
Umeda, endocrinologista e professora do curso de Medicina da UNICID, explica
como as condições afetam a juventude atualmente
Bulimia nervosa ou anorexia nervosa são problemas
sérios da modernidade: atualmente, no mundo, estima-se que mais de 70 milhões
de pessoas vivam com algum transtorno alimentar, incluindo a compulsão alimentar,
entre outros. E uma das razões para isso é a imposição social de padrões de
beleza mais valorizados e almejados, como a extrema magreza.
Segundo uma pesquisa brasileira publicada na
revista Environmental Research and Public Health, a anorexia nervosa
é mais prevalente em mulheres, atinge 1% da população, e a bulimia, também com
maior incidência nesse público, atinge 2,5%. Dados de um estudo global
publicado na revista Jama Pediatrics, um em cada cinco jovens com idade
entre 6 e 18 anos têm transtornos alimentares.
Luciana Mela Umeda, endocrinologista e professora
do curso de Medicina
da Universidade Cidade de S. Paulo – UNICID, lembra que os transtornos
alimentares decorrem de atitudes perturbadoras em relação ao peso, à forma
corporal e quanto a alimentação. Entre os mais perigosos estão a anorexia e a
bulimia.
Nas últimas cinco décadas, diz Luciana, foi
possível notar um aumento progressivo de casos que afetam a saúde física e
perturbam o funcionamento psicossocial das pessoas.
“Os prejuízos alimentares são uma doença
psiquiátrica. Geralmente se iniciam na tenra idade, entre infância e
adolescência, sendo mais prevalente no sexo feminino. Além disso, sabemos que
aspectos psicológicos, familiares, genéticos e socioculturais também são
importantes nessas patologias”, explica Umeda.
Anorexia
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar mais
grave, caracterizada por um medo intenso de ganhar peso e provocada por uma
distorção da imagem corporal. Geralmente, pacientes com esse distúrbio se
enxergam gordos, mesmo estando extremamente magros, o que motiva a restrição
alimentar severa e comportamentos purgativos para perda de peso, por exemplo:
atividade física excessiva, uso de diuréticos, remédios para emagrecer e jejuns
prolongados.
“Quando não tratada a anorexia pode causar
problemas na esfera cardíaca, gastrointestinal, ausência de ciclos menstruais,
infertilidade, desnutrição e hipotermia, muitas vezes podendo levar a morte.”
Bulimia
A bulimia nervosa é caracterizada por episódios
recorrentes de compulsão alimentar, ou seja, comer grandes quantidades de
comida em um intervalo pequeno de tempo, com a sensação de perda de controle,
acompanhados de comportamentos compensatórios para prevenir o ganho de peso.
O comportamento compensatório mais comum é o vômito
autoinduzido. Contudo, também são tomados medicamentos, feitos jejuns ou
exercícios extremos. Esses comportamentos são motivados por uma autoavaliação
negativa relacionada ao peso, formato corporal ou aparência física. Na bulimia,
o peso corporal pode estar normal ou elevado.
“Quem tem a doença pode apresentar alterações do
humor, desidratação e alterações gastrointestinais pelo vômito excessivo,
inflamação crônica na garganta, refluxo gastroesofágico, cárie e sensibilidade
nos dentes. Os episódios de compulsão alimentar podem ser desencadeados por
problemas pessoais, sentimentos relacionados com o peso, falta de controle,
sentimento de culpa e humor depressivo”, comenta a professora.
Segundo a endocrinologista, o tratamento para ambos os distúrbios é com psicoterapia, a partir da terapia cognitivo comportamental, aliado a terapia nutricional de suporte. Além disso, é possível haver uma prescrição medicamentosa feita por psiquiatra para melhora das patologias.
Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
www.unicid.edu.br
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