Quadro ocorre normalmente no terceiro trimestre de gravidez e pode levar à prematuridade
O Brasil está
entre os dez países com o maior número de nascimentos prematuros no mundo e,
entre as causas, está a pré-eclâmpsia, um distúrbio que afeta cerca de 5% das
mulheres grávidas. O diagnóstico é feito no pré-natal, quando há a
identificação de hipertensão (aumento de pressão arterial) e proteinúria
(presença de proteína na urina) após vinte semanas de gravidez.
Em algumas
gestações, o sistema imunológico pode liberar proteínas na circulação
sanguínea, que provoca uma resposta imunológica que agride as paredes dos vasos
sanguíneos, causando vasoconstrição e aumento da pressão arterial. O aumento de
pressão específico da gravidez é chamado pré-eclâmpsia e pode evoluir para a eclâmpsia,
uma forma grave do problema, que põe em risco a vida da mãe e do feto.
Segundo dados do
Ministério da Saúde, em 2023, foram registrados 7.846 casos de pré-eclâmpsia,
entre moderada, grave e não especificada.
Algumas
condições podem aumentar o risco de desenvolver o quadro, como doenças
autoimunes, diabetes, obesidade, doença renal crônica, fertilização in vitro,
história familiar em parentes de primeiro grau (mãe ou irmã), ter mais de 40
anos ou engravidar na adolescência. Apesar de existirem fatores de risco já
comprovados, a pré-eclâmpsia pode ser assintomática e acontecer com qualquer
mulher, independente de comorbidades.
A ONG
Prematuridade.com é uma entidade que batalha para que haja
informação sobre tudo que possa levar a um parto prematuro, como a
pré-eclâmpsia. Para evitá-la, a ONG reforça a necessidade de realizar os
pré-natais com frequência e manter todos os exames em dia. De acordo com Dr.
Edson Borges, médico obstetra e consultor técnico da ONG
Prematuridade.com, em caso de inchaço nas mãos ou pés, ganho de
peso, hipertensão ou proteinúria, é preciso procurar um médico de imediato.
Além de se atentar aos sintomas com cautela, as mães também podem seguir uma
alimentação balanceada, beber muita água e solicitar ao seu pré-natalista a
prescrição de AAS ou cálcio, que diminuem os riscos de pré-eclâmpsia.
A empresária
Amanda Flinco é um dos exemplos de mães que foram afetadas pela pré-eclâmpsia.
“Fui para o pronto-socorro com a pressão 21/11, já com problemas nos rins e no
fígado, fui diagnosticada com a síndrome de Hellp [hemólise,
enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas], tudo
aconteceu muito rápido, nem consegui processar’’, relatou Amanda, que teve seu
bebê prematuro com 30 semanas, 35 centímetros e apenas 1,8kg.
A ONG
Prematuridade.com é ativa na luta para formar políticas públicas para que as
mães se sintam amparadas e protegidas, bem como seus bebês. ‘’A maneira mais eficaz
de combater quadros que levam à prematuridade é a informação. Quanto mais as
mães souberem ao que estão propensas e quais são seus direitos, menos medo
terão de procurar ajuda’’, ressalta a diretora executiva da ONG, Denise
Suguitani.
ONG Prematuridade.com
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