Especialista reforça a importância do
pré-natal para monitorar a saúde da gestante e do feto, podendo detectar riscos
precocemente
O
mês das mães é uma oportunidade para celebrar a maternidade e reconhecer o
compromisso das mães em cuidar e proteger seus filhos, começando pela saúde
durante a gravidez. O principal gesto de amor e dedicação por parte das
gestantes desde os primeiros momentos da vida é a dedicação ao pré-natal.
Durante esse período são realizadas uma série de consultas médicas regulares
para avaliar o desenvolvimento do bebê, acompanhar o crescimento da barriga e
verificar seu estado geral de saúde.
Assim que a mulher descobre que está grávida, é altamente recomendado que ela
inicie o acompanhamento o mais cedo possível. Segundo a Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), são preconizadas, no
mínimo, seis consultas pré-natais ao longo da gravidez. Já o Ministério da
Saúde recomenda, conforme a Caderneta da Gestante, consultas médicas mensais até
a 28ª semana, quinzenais da 28ª até 36ª semana e semanais da 36ª a 41ª semana
de gestação.
Além das consultas, são solicitados exames periódicos para avaliação e
monitoramento da saúde da mãe e do bebê. De acordo com a obstetra Aline de
Souza Marques, do Sabin Diagnóstico e Saúde, não há uma listagem pré-fixada de
exames. A solicitação e a frequência podem variar, a depender do critério
médico e do histórico clínico e familiar da gestante, sendo um processo
individualizado. Alguns dos exames que podem ser indicados durante a gestação
são:
ULTRASSONOGRAFIA
O ultrassom é um exame de imagem fundamental para acompanhar o desenvolvimento
do feto. A Febrasgo indica o mínimo de dois exames de ultrassom, um no primeiro
trimestre e o outro entre a 20ª e 24ª semana, caso não haja intercorrências.
Entretanto, pode-se indicar um primeiro ultrassom via transvaginal já a partir
da 7ª semana de gestação, com a finalidade de confirmar a viabilidade,
quantidade de fetos e a idade gestacional.
O segundo ultrassom é realizado ainda no primeiro trimestre da gestação e visa
avaliar a idade gestacional, a quantidade de fetos e a translucência nucal,
principal marcador cromossômico para trissomias, como a trissomia do cromossomo
21 (ou síndrome de Down). É realizado por via abdominal entre 11 e 13 semanas.
Já o ultrassom morfológico busca avaliar a morfologia e o crescimento fetal,
assim como a placenta e o líquido amniótico. É realizado no segundo trimestre
da gestação, entre 20 e 24 semanas. Existe a possibilidade de realizar um
último ultrassom, por volta da 32ª semana de gestação, para avaliar o
crescimento fetal, maturidade da placenta e líquido amniótico.
EXAMES DE SANGUE
O Ministério da Saúde e a Febrasgo indicam a realização dos seguintes exames de sangue no pré-natal: tipagem sanguínea e fator Rh, hemograma completo e exames de glicemia. A tipagem sanguínea e o fator Rh devem ser realizados junto com os primeiros exames. Quanto ao hemograma completo, recomenda-se realizar nos três trimestres, pois pode detectar precocemente a anemia. Já a glicemia detecta o diabetes gestacional, sendo a curva glicêmica o principal exame para diagnóstico, realizado entre 24 e 28 semanas.
EXAMES PARA DETECÇÃO DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
Por meio de exames sanguíneos, é possível também detectar doenças como sífilis, toxoplasmose, hepatites B e C, rubéola e HIV, que podem representar riscos para o bebê. São altamente recomendados no pré-natal para possíveis tratamentos e para evitar muitos problemas congênitos, que podem afetar o bebê de forma irreversível.
ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA
A eletroforese de hemoglobina é outro exame indicado pelo Ministério da Saúde para identificar a doença falciforme, talassemia e outras hemoglobinopatias hereditárias que requerem cuidados especiais na gravidez. Outras avaliações também podem ser solicitadas, como exames de fezes e urina e preventivo para o câncer de colo de útero.
TESTE PRÉ-NATAL NÃO INVASIVO
O teste pré-natal não invasivo (NIPT) é uma excelente opção para a detecção precoce de problemas de saúde no bebê. O exame avalia o código genético (DNA) do feto presente no sangue materno. Anteriormente, a detecção precoce de doenças e síndromes decorrentes de alterações no código genético do feto era feita por meio de técnicas invasivas, como a biópsia, as quais ofereciam riscos de saúde para a mãe e para o bebê.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias moleculares, é possível realizar esse tipo de análise utilizando apenas amostras de sangue materno. Durante a gestação, uma parte das células do feto acaba passando pela placenta para a corrente sanguínea da mãe. Dessa forma, é possível detectar e analisar o DNA dessas células fetais diretamente no sangue materno, em busca de possíveis alterações cromossômicas que poderiam afetar a saúde do bebê. Entre essas alterações, estão as síndromes de Down, de Edward, de Patau e de Turner. O NIPT também possibilita a identificação do sexo do feto com grande exatidão.
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