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quarta-feira, 18 de maio de 2016

19/5_Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade_Desafio de todos os países é atender demanda global de pacientes



SBMFC alerta a necessidade de mais médicos da especialidade para que a saúde da população mundial seja garantida de forma efetiva para integração de ações para promoção, prevenção e recuperação da saúde

No Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade, datado em 19 de maio, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), especialidade que atua na integração de ações para promoção, prevenção e recuperação da saúde, alerta sobre a necessidade de mais profissionais especialistas na área para atender de forma integral a população, em âmbito global.

No Brasil, há em torno de 4 mil médicos de família e comunidade, segundo a Demografia Médica no Brasil 2015, publicada pelo Conselho Federal de Medicina. Desse número, mais de três mil estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, o que proporciona um grande desequilíbrio de atendimento, principalmente de acordo com a demanda populacional. “As regiões Nordeste e Norte ficam defasadas na oferta de Médicos de Família, visto que as principais vagas de residência são localizadas em outras regiões, porém os pacientes de todo o país têm necessidades de atendimento da medicina de família, e isto precisa ser melhor dimensionado”, explica Thiago Trindade, presidente da SBMFC.

O número de MFC (médico de família e comunidade) por 100 mil habitantes é 2, porém para um atendimento efetivo o número ideal seria 50. “Assim observa-se uma enorme lacuna deste especialista para a cobertura universal em atenção primária. Considerando que no Brasil há em torno de 4 mil MFCs, existe um déficit histórico enorme pensando na necessidade atual só para compor as atuais 40.000 equipes da Estratégia Saúde da Família, que hoje são ocupadas por médicos com formações variadas, além do fato que 40% dos médicos destas equipes são profissionais de programas de provimento, os quais ficarão no máximo três anos, o que não é desejável para estruturação de um serviço de atenção primária onde se espera a permanências destes profissionais junto as comunidades no longo prazo”, reforça Trindade.  

Se a cobertura universal futura for considerada seria necessário mais de  100.000 MFC para o Brasil, na proporção desejável de 1 MFC para 2.000 pessoas. “Isto é o que se espera de um sistema de saúde eficiente, uma atenção primária forte para todos como o MFC na linha de frente do cuidado integral, resolvendo 90% das demandas trazidas pelas pessoas, evitando encaminhamentos e internações desnecessárias", finaliza o médico de família e comunidade.

Em âmbito mundial, a World Organization of National Colleges, Academies and Academic Associations of General Practitioners/Family Physicians (WONCA), têm atualmente 500 mil médicos de família associados que auxiliam na saúde de 90% da população global.

Características da especialidade
Ainda segundo a Demografia do CFM, o médico de família é a mais jovem de todas as especialidades atuantes no país, com idade média de 41 anos e a 8ª com predominância feminina com 56,5% de mulheres. Além disso, está entre as seis especialidades consideradas básicas ou gerais como: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina de Família e Comunidade e Medicina Preventiva e Social que concentram 40,3% do total de especialistas.

A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias. 

É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.

Relatório da Organização Mundial da Saúde sobre diabetes apresenta um perigoso cenário mundial





Caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue doença pode causar complicações como perda da visão, insuficiência renal, problemas cardiovasculares e neurológicos e até mesmo levar à morte

O mais recente relatório mundial sobre diabetes divulgado em abril deste ano pela OMS – Organização Mundial da Saúde, com números de 2014, revela um crescimento alarmante da doença em todo o mundo. São 422 milhões de adultos convivendo com o diabetes. O número em 1980 era de 108 milhões de pessoas. Comparando os dois períodos, a incidência na população adulta quase duplicou, passando de 4,7% para 8,5%. No Brasil, passou de 5% para 8,1% no mesmo período. No documento a OMS estima que em 2030 o diabete seja a sétima causa de óbitos no mundo.

Caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue essa doença metabólica silenciosa, que se não for diagnosticada no início pode causar complicações como perda da visão, insuficiência renal, problemas cardiovasculares e neurológicos e ate mesmo levar o paciente à morte, tem diversos fatores de risco. Entre os mais comuns vale destacar o histórico familiar, idade, pressão descompensada e obesidade. Esta última, dependendo do grau, pode também aumentar a probabilidade do surgimento de diversas doenças.

            Para se ter uma ideia do tamanho do problema, uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB) em 2013, mostrou que o sistema público de saúde brasileiro (SUS) gastou meio bilhão de reais no tratamento de doenças associadas à obesidade, sendo que 25% desse valor foram destinados às doenças decorrentes da obesidade severa.

            “O tratamento do diabetes começa pela adoção de novos hábitos de vida, como reeducação alimentar e pratica de atividade física combinada com medicamentos. Além da terapia clínica convencional, os diabéticos também contam com um aliado na luta contra a doença, que é a cirurgia bariátrica e metabólica”, comenta o Dr. Josemberg Campos, presidente da SBCBM.

Eficácia comprovada
Diversos estudos e pesquisas científicas nacionais e internacionais revelam que a intervenção cirúrgica é uma opção real e efetiva para controlar o diabetes. Além da já conhecida cirurgia bariátrica, a cirurgia metabólica é uma das formas de controle desta doença crônica e progressiva. Tecnicamente são similares, porém a segunda tem o objetivo principal de tratar e controlar os componentes da Síndrome Metabólica, que têm como dentre suas características a hiperglicemia e resistência insulínica.

Um dos estudos, realizado pelo National Institute for Health Research, do Reino Unido, e publicado na revista Lancet Diabetes & Endocrinology, avaliou o efeito da cirurgia bariátrica no desenvolvimento de diabetes tipo 2 em indivíduos operados e numa população de indivíduos obesos. O resultado apontou que a cirurgia bariátrica reduz em 80% o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 nos operados.

Outro levantamento publicado pela Lancet e conduzido pelo King’s College London e Università Cattolica de Roma, comparou os resultados em longo prazo do tratamento clínico e do cirúrgico do diabetes. Em cinco anos não houve mortalidade nem complicações, sendo que 50% do grupo cirúrgico tiveram e mantiveram a remissão da diabetes, contra nenhum dos pacientes submetidos ao tratamento convencional. 

Mais um estudo de destaque é o STAMPEDE - Surgical Therapy and Medications Potentially Eradicate Diabetes Efficiently, primeiro randomizado feito para analisar a efetividade de tratamentos cirúrgicos e clínicos para o diabetes tipo 2, conduzido pela Cleveland Clinic. Os resultados mostram que os grupos cirúrgicos obtiveram controle glicêmico, perda de peso consistente e redução de medicamentos para diabetes tipo 2, assim como diminuição do risco cardiovascular. Após cinco anos, os efeitos metabólicos do tratamento cirúrgico se mantêm e são efetivos no tratamento da doença tanto em obesos moderados ou severos.

Aprovação do CFM
Atualmente aguardando aprovação do Conselho Federal de Medicina a cirurgia bariátrica poderá promover uma mudança de paradigmas no combate à diabetes. “Na prática significa ampliar o acesso aos pacientes diabéticos, mas não necessariamente obesos (IMC entre 30 kg/m² e 35 kg/m²). Desta forma, entre 5% e 15% dos 13,5 milhões de diabéticos no Brasil poderão ter mais uma alternativa para controlar a doença e suas comorbidades”, explica o Dr. Ricardo Cohen, ex-presidente da SBCBM e um dos principais pesquisadores da cirurgia metabólica no mundo.



Sobre a SBCBM
A SBCBM - Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica foi fundada em 1996. Inicialmente batizada como SBCB - Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, em 2006 a entidade inseriu a palavra “Metabólica” em seu nome, devido à crescente importância da cirurgia metabólica na comunidade médica.
Possui atualmente mais de 1,7 mil sócios entre cirurgiões e especialidades associadas (endocrinologista, cardiologista, educadores físicos, cirurgiões plásticos, fisioterapia, enfermagem, odontologia, fonoaudiologia, nutricionista e nutrólogo e psiquiatra e psicólogo) com representantes no país por meio de capítulos e delegacias.

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