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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Corrida envelhece o rosto? Médico dermatologista traz mitos e verdades sobre a ‘runner’s face’

 

De acordo com o Dr. Octávio Guarçoni, corredores que mantêm uma rotina de proteção solar, hidratação adequada e acompanhamento dermatológico dificilmente terão danos específicos relacionados à atividade.

 

No Instagram e no X (ex-Twitter), os feeds estão cheios de fotos das chamadas ‘street races’. Com a popularização das corridas de rua no Brasil e no mundo, um fenômeno tem chamado a atenção dos dermatologistas: a chamada ‘runner's face’, ou “face de corredor”; caracterizada por marcas de exposição aos raios solares e o envelhecimento precoce da pele. 

A questão que surge é simples, mas polêmica: seria a ‘runner face’ um mito ou uma consequência real da prática intensa? A dúvida acompanha o crescimento da modalidade, que vai muito além do esporte competitivo. Kits personalizados, chips de monitoramento e uma experiência completa de lifestyle têm atraído pessoas de diferentes idades para percorrerem circuitos de corrida à céu aberto.  

De acordo com o “12º Relatório Anual de Tendências Esportivas, do app Stravaa ‘corrida’ segue como o esporte mais popular entre usuários da plataforma global, com o número de competições em ascensão. No Brasil, estima-se que o mercado já movimente em torno de R$ 1 bi, somando mais de 14 milhões de ‘runners’, segundo dados da Ticket Sports 

No entanto, as preocupações acerca da ‘runner’s face’ levantou questionamentos entre a comunidade, sobre os possíveis efeitos da prática intensa. De acordo com o Dr. Octávio Guarçoni, médico especializado em Dermatologia e referência em saúde metabólica no Brasil, os alertas emitidos que o movimento da corrida mexe com os tecidos face são fictícios; e que pequenas rotinas como o uso do protetor solar, hidratação e acompanhamento dermatológico são o suficiente para evitar o ressecamento da pele no sol. 

Para Guarçoni, a prática regular de corrida traz benefícios que vão muito além do condicionamento físico, como o auxílio à circulação, fortalecimento dos músculos e articulaçõesregulação do sono e redução dos níveis de estresse. “O corpo se adapta ao esforço gradualmente, e os efeitos positivos na saúde são nítidos. As corridas, por si só, não têm o potencial de degradar as fibras colágenas, mas o afinamento do rosto é natural diante da perda do tecido celular”, explica. 

Com a chegada do verão no próximo dia 21 de dezembro, o dermatologista reforça a importância de cuidados específicos. “O calor e a radiação solar aumentam o risco de danos à pele durante os treinos ao ar livre. É essencial usar protetor solar de amplo espectro, reaplicando a cada duas horas, além de optar por roupas leves e chapéus; ou bonés que ofereçam proteção adicional. Beber água antes, durante e depois da corrida ajuda a manter o corpo funcionando bem e a pele saudável”, complementa.

Para o Doutor, os sulcos, olheiras e marcas de expressão que deixam o rosto visualmente mais cansado são consequências naturais do envelhecimento, mas que são incorretamente atribuídas às corridas. Especialista em saúde metabólica, o Dr. Octávio Guarçoni também é um dos entusiastas da running, inclusive promovendo um dos maiores circuitos wellness de alto padrão em Feira de Santana: a Guarçoni Race Experience

“O que muitos chamam de ‘runner face’, na verdade, não passa de um mito popular. Tecnicamente, o envelhecimento da pele é resultado de fatores como exposição cumulativa aos raios UV, poluição, tabagismo e genética, e não da prática da corrida em si. Corredores que mantêm uma rotina de proteção solar, hidratação adequada e acompanhamento dermatológico dificilmente terão danos específicos relacionados à atividade. Portanto, a corrida deve ser vista como aliada da saúde, e não como vilã da estética facial”, conclui.


Saiba como prevenir acidentes e lidar com emergências de saúde no fim de ano

Docente do Senac dá dicas para lidar com os acidentes mais comuns; acione ajuda profissional sempre que necessário

 

Entre brindes e viagens, um descuido pode transformar as festas de fim de ano em emergência. Para garantir que a celebração seja segura, Rafael Pimentel, docente de Saúde do Senac em Minas, que faz parte do Sistema Fecomércio MG, alerta: “O primeiro passo é manter a calma, afastar riscos e prestar os primeiros socorros básicos. Em casos graves, acione imediatamente o SAMU pelo 192”. 

Crianças, idosos, gestantes, pessoas com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, asma e problemas cardíacos, bem como quem faz uso contínuo de medicamentos estão entre os grupos mais vulneráveis. “Esses públicos precisam de monitoramento constante, hidratação adequada e atenção aos sinais de alerta”, reforça Pimentel.
 

Acidentes mais comuns 

Segundo o especialista, os problemas mais frequentes nessa época são quedas em locais molhados, cortes na cozinha, queimaduras causadas por churrasqueira ou fogos de artifício, intoxicações alimentares, desidratação, insolação, acidentes de trânsito, afogamentos e crises relacionadas à pressão alta, glicemia ou coração. 

“Essas situações exigem atenção rápida e, muitas vezes, a decisão de chamar ajuda profissional pode salvar vidas”, explica.
 

Quedas, cortes e queimaduras 

Piscinas, praias e pisos molhados são cenários típicos para quedas. A orientação é avaliar a consciência da vítima, imobilizar a região dolorida e aplicar gelo envolto em pano por 20 minutos. “Nunca tente colocar o membro no lugar”, alerta Pimentel. Procure ajuda imediata se houver suspeita de fratura, batida na cabeça com sonolência ou vômitos, ou dores intensas que não melhoram. 

Em cortes, lave apenas com água corrente, comprima com gaze limpa por 10 minutos e cubra com curativo. “Jamais use pó de café, pasta de dente ou álcool no ferimento”, orienta. 

Já para queimaduras, resfrie com água corrente por 20 minutos, retire acessórios e cubra com pano limpo. Nunca aplique manteiga, óleo ou creme dental. Procure ajuda se a queimadura for profunda, muito dolorosa ou maior que a palma da mão.
 

Intoxicação alimentar e insolação 

Hidratação é a palavra-chave. Em casos de intoxicação, ofereça água, soro ou água de coco e mantenha alimentação leve. “Não tome remédios sem orientação médica”, alerta Pimentel. Febre alta, diarreia com sangue ou vômitos persistentes são sinais para buscar atendimento. 

Para insolação, leve a pessoa para um local fresco, resfrie o corpo e hidrate. Se houver desmaio ou confusão mental, acione socorro imediatamente.
 

Afogamentos e acidentes de trânsito 

Casos assim são situações críticas que requerem obrigatoriamente assistência profissional. Em afogamentos, só tente resgatar se for seguro. Se a vítima não respirar, inicie RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar, um conjunto de manobras de emergência composto de compressões torácicas e respiração boca a boca); se respirar, coloque em posição lateral de segurança. “Sempre chame socorro, mesmo que ela pareça bem”, reforça. 

Nos acidentes de trânsito, garanta sua segurança, não mova a vítima e nunca retire o capacete de motociclistas. Controle sangramentos com compressão direta e acione ajuda imediatamente.
 

Crises de saúde: pressão, glicemia e coração 

Hipoglicemia pode causar suor frio, tremores e confusão. A orientação é oferecer carboidrato rápido, como suco ou açúcar. Já na pressão alta ou dor no peito, mantenha a pessoa calma, sentada e afrouxe roupas. “Dor irradiando para braço ou mandíbula, falta de ar e sudorese fria são sinais de alerta para chamar socorro”, explica. 

Por fim, o especialista elenca itens básicos de primeiros socorros para ter à disposição, como luvas descartáveis, gaze, antisséptico, curativos, termômetro, analgésicos, remédios de uso contínuo, protetor solar e repelente. 

“Para prevenir problemas, hidrate-se bem, evite excesso de álcool e comidas pesadas, respeite os limites do corpo e nunca dirija após beber. As crianças devem estar sempre sob supervisão, especialmente perto de piscinas e estradas”, conclui Pimentel. 

Ele reforça para os números de emergência: 192 - SAMU; 193 - Bombeiros; 190 - Polícia Militar.
 

Fecomércio MG e o Senac em Minas


Verão e saúde ginecológica: cuidados clínicos para prevenção de infecções


As altas temperaturas características do verão, associadas ao aumento da sudorese, da umidade local e da exposição prolongada a ambientes como praias e piscinas, contribuem para maior incidência de doenças ginecológicas. Dados observacionais da prática clínica indicam aumento significativo de quadros de candidíase vulvovaginal, vaginose bacteriana e infecções do trato urinário inferior durante esse período.

 

O calor e a umidade favorecem a proliferação de microrganismos patogênicos e podem alterar o equilíbrio da microbiota vaginal, essencial para a proteção contra infecções.


Permanecer por longos períodos com roupas íntimas úmidas ou tecidos sintéticos reduz a ventilação local, criando condições ideais para o crescimento fúngico e bacteriano.

 

Do ponto de vista da higiene íntima, ginecologistas reforçam que a limpeza deve ser restrita à vulva, utilizando água corrente e, quando indicado, sabonetes com pH fisiológico. Duchas vaginais e o uso frequente de produtos antissépticos ou perfumados são desaconselhados, pois podem provocar disbiose vaginal e aumentar a suscetibilidade a infecções.

 

A escolha do vestuário é considerada um fator preventivo relevante. O uso de roupas leves, não compressivas e de tecidos naturais, como o algodão, favorece a ventilação e reduz a retenção de umidade. A recomendação de evitar o uso contínuo de absorventes diários também se baseia no risco de aumento da umidade local e irritações vulvares.

 

Em ambientes aquáticos, como praias e piscinas, a orientação médica inclui evitar o contato direto da região genital com superfícies potencialmente contaminadas e substituir o biquíni molhado logo após o banho. Piscinas com tratamento inadequado representam um risco adicional de infecções vulvovaginais e dermatológicas.

 

A ingestão hídrica adequada desempenha papel fundamental na prevenção de infecções urinárias, frequentes no verão. A manutenção do fluxo urinário regular auxilia na eliminação de bactérias do trato urinário. Urinar após a relação sexual é uma medida simples, porém eficaz, amplamente recomendada na prática clínica.

 

No contexto da saúde sexual, o uso consistente de preservativos continua sendo a principal estratégia de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. O aumento da mobilidade social e de novas parcerias durante o verão reforça a necessidade de medidas preventivas contínuas.

 

Especialistas alertam ainda para os riscos da automedicação. Sintomas como corrimento vaginal anormal, prurido, ardor, disúria ou alterações de odor devem ser avaliados por profissional habilitado, uma vez que o tratamento inadequado pode mascarar quadros clínicos e favorecer recorrências. A realização periódica de exames ginecológicos permanece como pilar essencial da prevenção e do cuidado integral à saúde da mulher.



Cuidados pós operatórios em viagens de fim de ano: o que considerar antes de viajar?

O fim de ano é uma época aguardada por muitos para relaxar, celebrar e explorar novos destinos.

 

No entanto, quem passou por um procedimento estético ou cirúrgico recentemente deve priorizar a recuperação e tomar decisões cuidadosas antes de viajar. 

Viagens podem ser uma experiência agradável, mas sem o devido planejamento, o período de descanso pode trazer complicações para a saúde e para o resultado do procedimento. 

 

Tempo entre o procedimento e a viagem 

O primeiro aspecto que deve ser considerado é o intervalo de tempo entre o procedimento e a viagem. Dependendo do tipo de cirurgia, pode ser necessário esperar dias ou até semanas para garantir que o corpo esteja em condições de enfrentar os desafios de uma viagem. 

Procedimentos invasivos, como lipoaspiração ou abdominoplastia, demandam um período de recuperação maior, não apenas para evitar complicações, mas também para assegurar o sucesso dos resultados. 

O médico responsável deve ser consultado para determinar se o tempo é suficiente para que seu organismo esteja apto a lidar com mudanças de pressão, longas horas sentado e eventuais impactos climáticos do destino.

 

Escolha do destino 

Escolher o local da viagem também é um passo essencial para quem está em recuperação. Destinos muito quentes, por exemplo, podem intensificar o inchaço e tornar o uso de malhas compressivas desconfortáveis, enquanto climas extremamente frios podem dificultar o cuidado com cicatrizes. 

Além disso, é importante evitar exposição prolongada ao sol, que pode prejudicar o processo de cicatrização, causando manchas na pele ou até mesmo complicações mais graves. 

 

Cuidados durante o trajeto 

Durante o trajeto, seja ele de carro, ônibus ou avião, cuidados simples podem fazer a diferença na recuperação. 

Garantir boa circulação sanguínea é essencial, especialmente em viagens de longa duração. Levantar-se para movimentar as pernas sempre que possível e manter-se hidratado são atitudes que ajudam a evitar complicações como a trombose venosa profunda. 

Também é importante evitar carregar peso excessivo, como malas grandes, já que isso pode causar esforço indevido e prejudicar os resultados do procedimento. 

 

Organização dos itens essenciais 

Além do planejamento do deslocamento, a organização de itens essenciais para o cuidado pós-operatório não pode ser negligenciada. Certifique-se de levar os medicamentos prescritos, o protetor solar, roupas adequadas e, se necessário, materiais para curativos. 

Lembre-se de que a rotina de cuidados indicada pelo médico deve ser seguida à risca, mesmo durante as férias. 

 

Planejamento e acompanhamento médico 

Planejar viagens no período pós-operatório requer equilíbrio entre o desejo de aproveitar as festas e a responsabilidade com sua saúde e recuperação.

Consultar seu médico antes de qualquer decisão é indispensável, pois cada corpo reage de maneira diferente, e o tempo de recuperação varia de acordo com o procedimento realizado. 

Por fim, férias e celebrações de fim de ano podem ser desfrutadas sem comprometer sua saúde ou os resultados de um procedimento estético. Com um planejamento cuidadoso e o acompanhamento de um profissional, é possível viajar com segurança e tranquilidade, garantindo um começo de ano renovado e em plena recuperação.

 

Fonte: Dr. Alexandre Kataoka, Cirurgião Plástico. Perito concursado da Secretaria da Justiça de São Paulo – Instituto de Medicina Social e Criminologia do Estado de São Paulo. Membro Efetivo da Câmara Técnica em cirurgia plástica – CFM. Conselheiro Responsável da Câmara Técnica do Cremesp. Coordenador da Comunicação do Cremesp.


Joanete afeta dois em cada três brasileiros, aponta levantamento nacional sobre patologias dos pés de 2025

Estudo analisou mais de 720 mil avaliações e mostra que alterações estruturais e dores nos pés impactam diretamente a mobilidade e a qualidade de vida da população 

 

Um levantamento nacional realizado pela Pés Sem Dor, empresa especializada em palmilhas sob medida, analisou 722.462 avaliações biomecânicas feitas em todo o Brasil, em 2025, e revelou um cenário preocupante sobre a saúde dos pés dos brasileiros. De acordo com os dados, o joanete é a patologia mais prevalente, afetando 66,8% das pessoas avaliadas, o equivalente a dois em cada três brasileiros.

Além do joanete, outras alterações estruturais do pé aparecem com alta frequência. 37% da população apresenta pé chato, condição em que o arco plantar é reduzido, enquanto 17,7% têm pé cavo, quando o arco é excessivamente elevado. Essas deformidades alteram a distribuição do peso corporal e estão diretamente associadas a dores e sobrecarga nas articulações.

As dores nos pés também são recorrentes: 31,4% dos avaliados relatam dor no calcanhar, uma das principais queixas clínicas, e 13,4% sentem dor no arco plantar. Já as dores nos dedos, incluindo dedão e demais dedos, atingem 2,7% da base, geralmente associadas a deformidades estruturais e uso prolongado de calçados inadequados.

Outro dado relevante é a incidência de artrite e artrose, identificada em 20,1% dos brasileiros avaliados. Essas condições articulares tendem a ser agravadas por impacto repetitivo e desalinhamentos da pisada, o que reforça a importância de intervenções preventivas e corretivas desde os pés.

O levantamento também chama atenção para grupos que exigem cuidado especial. Quase 10% dos avaliados (9,7%) são pessoas com diabetes, público que apresenta maior risco de complicações nos pés, como feridas, perda de sensibilidade e dificuldade de cicatrização. Já os casos de diferença de comprimento entre as pernas, que impactam diretamente a postura, aparecem em 1,2% da base.

A análise dos dados mostra ainda que o perfil das patologias é influenciado pelo predomínio feminino nas avaliações, já que 65,8% das pessoas analisadas são mulheres. Alterações como joanete e pé chato são mais comuns nesse público, em parte devido a fatores biomecânicos, hormonais e ao histórico de uso de calçados estreitos ou com salto.

Segundo o time técnico da Pés Sem Dor, o estudo revela que as deformidades estruturais dos pés são a base de grande parte das dores relatadas, funcionando como um efeito cascata que pode atingir tornozelos, joelhos, quadril e coluna. “Quando a pisada não está bem distribuída, o impacto se propaga pelo corpo. Muitas dores que parecem isoladas começam, na verdade, nos pés”, explica a equipe.

Os dados reforçam a importância da avaliação biomecânica preventiva, que permite identificar alterações antes que elas evoluam para quadros de dor crônica ou limitação de movimento, além de orientar o uso de soluções personalizadas, como palmilhas sob medida, para correção da pisada e melhora da qualidade de vida.


Pés Sem Dor


Câncer de pele representa 30% dos tumores malignos no Brasil

Com a chegada do verão, cuidados com a pele precisam ser intensificados para prevenir complicações; saiba como identificar lesões

 

Com a proximidade do verão e das férias escolares, os cuidados com a pele precisam ser redobrados. De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pele representa 30% dos tumores malignos registrados no país. A taxa de cura é superior a 90%, se identificado precocemente. O tipo mais comum é o não melanoma, que é também o menos agressivo. 

Para identificar lesões que possam ser cancerígenas, a regra ABCDE é a mais eficaz, como explica a dermatologista da Hapvida e associada da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Livia Ferreira Martins. “Assimetria, bordas irregulares, se tem mais de uma cor na mancha, se o diâmetro é maior que 0,7 centímetro e se houve evolução como aumento da ferida, formação de casquinha e sangramento, todos são sinais de alerta para que o paciente busque ajuda médica”, afirma. 

A exposição solar crônica é o principal fator de risco, mas não só: também as câmaras de bronzeamento, o envelhecimento e a genética familiar.
 

Tipos de câncer de pele

O câncer de pele é dividido em duas categorias: melanoma e não melanoma. O mais agressivo e raro é o melanoma. O não melanoma pode ser do tipo carcinoma basocelular (comum em idosos e pessoas de pele e olhos claros que se expuseram ao sol ao longo da vida), e o espinocelular, que tem mais chance de ser invasivo internamente e até levar o paciente à óbito. 

“Os melanomas aparecem como se fossem pintas, enegrecidas, mas que crescem mais do que deveria, principalmente na fase adulta. Já os não melanomas se apresentam como machucados ou feridas que sangram e não cicatrizam”, detalha a médica. 

Apesar da apresentação clínica diferenciada, o tratamento do câncer de pele consiste na retirada da lesão inteira, que é encaminhada para biópsia. O patologista vai analisar o material e classificar o tipo e o grau de invasão. Dependendo do parecer, o dermatologista vai determinar se já houve a cura ou se é preciso dar continuidade ao processo.
 

Prevenção é a chave

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 704 mil novos casos de câncer até 2025. Apesar de o sol ser importante para a saúde, os raios ultravioletas (UV) são nocivos. Mesmo em dias nublados ou em horários alternativos, é imprescindível usar protetor solar. Ele é o grande aliado da pele e deve ser reaplicado ao longo do dia. Ao ir à praia ou fazer atividade física ao ar livre, é recomendado ainda usar boné ou chapéu, óculos de sol e camisas com proteção UV. 

O Dezembro Laranja surgiu para conscientizar a população sobre a importância de analisar a pele. Segundo Livia Martins, conhecer o corpo é essencial para o diagnóstico precoce. “O próprio paciente deve se observar todos os dias, no banho ou no espelho, e notar se tem alguma lesão nova, uma pinta fora do comum. A maioria das lesões cancerígenas não causam dor, ardência ou incomodam e passam despercebidas. Quando há demora para identificar, o tratamento pode ser mais complicado”, afirma. 

A recomendação é ir ao dermatologista pelo menos uma vez ao ano para quem não tem histórico de câncer de pele e nem casos na família. Em caso positivo, o acompanhamento médico tem de ser mais frequente.

 

Hapvida 

 

ANS abre Consulta Pública para avaliar inclusão de tratamento para Câncer de Próstata

Iniciativa busca ampliar o acesso a opções de tratamento para um dos tipos de câncer mais incidentes no país. Sociedade pode contribuir com a discussão até 30/12 

 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulamentação do sistema privado de saúde, abriu uma Consulta Pública (CP) nº 166  para avaliar a possível incorporação de uma nova alternativa terapêutica no Rol de cobertura dos planos de saúde para o tratamento do câncer de próstata em fase inicial, após esgotar as opções curativas (cirurgia e radioterapia), que permite atrasar a progressão da doença para o cenário metastático e consequentemente suas complicações.  

Quando administrado precocemente, o tratamento em avaliação demonstrou um avanço significativo para homens com câncer de próstata hormônio-sensível não metastático com recorrência bioquímica de alto risco1. Um estudo recente revelou que a terapia de remédios combinados reduziu o risco de morte em 40,3% em comparação com o uso do tratamento padrão (monoterapia), até então1. Além disso, a taxa de sobrevida foi notavelmente maior no grupo da terapia combinada, com 78,9% dos pacientes vivos após 5 anos de acompanhamento, em contraste com 69,5% daqueles tratados apenas com a monoterapia1.  

Esses resultados indicam que o início precoce do tratamento pode aumentar em mais de 40% a sobrevida desses pacientes, que anteriormente não tinham um consenso de tratamento e corriam o risco de 90% de progressão para doença metastática, ou seja, quando o câncer se espalha para outros órgãos1. Portanto, a adição desse tratamento em cenário precoce do câncer, possibilita uma sobrevida maior com qualidade de vida.  

A CP nº 166 vai receber contribuições do dia 11/12 até o dia 30/12, por meio do site da ANS e qualquer pessoa pode participar. A contribuição oferecerá aos cidadãos a oportunidade de participarem do processo de avaliação da inclusão do medicamento nos planos de saúde, compartilhando suas opiniões e fazendo recomendações. 

 

Câncer de Próstata 

O câncer de próstata é uma doença que se desenvolve na glândula prostática, um órgão do sistema reprodutor masculino localizado abaixo da bexiga. É o tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma2. Estima-se que 71.730 homens serão diagnosticados com câncer de próstata no Brasil entre 2023 e 2025, o que equivale a um risco de 67,86 novos casos a cada 100 mil homens3.   

Embora muitos casos de câncer de próstata sejam de crescimento lento e não representem risco imediato à vida, algumas formas podem ser agressivas e se espalhar para outras partes do corpo. O diagnóstico precoce, frequentemente realizado por meio do exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), do toque retal e biópsia, é fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar a progressão da doença4.  

Ainda que o tratamento inicial seja bem-sucedido, alguns pacientes podem enfrentar a recorrência bioquímica da doença, que é o aumento dos níveis de PSA após o tratamento, mesmo sem evidência de metástases visíveis. Para pacientes com câncer de próstata hormônio-sensível, as células cancerígenas dependem de hormônios masculinos, como a testosterona, para crescer. Nesses casos, terapias que bloqueiam a produção ou a ação desses hormônios são eficazes. A gestão da recorrência bioquímica de alto risco é uma etapa crítica, pois a progressão para a doença metastática pode levar a um prognóstico menos favorável e comprometer significativamente a qualidade de vida do paciente4.  

O câncer de próstata sensível à castração não metastático com recidiva bioquímica de alto risco é uma fase que surge após o tratamento da doença localizada (cirurgia e/ou radioterapia). Nesse estágio, há um novo aumento dos níveis de antígeno prostático específico (PSA) no sangue, sugerindo possíveis sinais de retorno da doença5. 

 

A Importância da Consulta Pública 

Consultas Públicas são discussões de temas relevantes que contam com a participação da sociedade, onde o poder público, neste caso, a ANS, busca auxílios consultivos para o processo de tomada de decisão de forma transparente e democrática6. A Consulta Pública conta com a participação de cidadãos, de setores especializados da sociedade, como médicos e outros profissionais da saúde, sociedades científicas, entidades profissionais, universidades, institutos de pesquisa e representações do setor regulado6. 

 

Como participar da Consulta Pública? 

Participar é simples e pode fazer a diferença. Saiba como contribuir:  

1. Acesse o site: https://componentes-portal.ans.gov.br/link/ConsultaPublica/166 

2. Leia o relatório e os documentos de apoio para entender as avaliações, os critérios e as evidências científicas do tratamento.    

3. Na seção "Consultas Públicas Vigentes", escolha o número 166 e clique em “Participar” 

3. Envie sua opinião: Clique em "Consulta pública nº 166 - Contribua agora", insira seus dados e tipo de contribuinte e selecione a UAT 182. 

4. Selecione a opção de preferência no campo "Opinião", inclua sua opinião e justificativa.  

5. Selecione a caixa com o texto “Concordo com o envio das contribuições e estou ciente de que os dados informados nos campos texto não possuem dados pessoais e de contato devido a sua possível publicação através do relatório de contribuições”. 

6. Em seguida, clique em "Incluir contribuição" e, por fim, em "Enviar contribuições". 

 

Astellas
www.astellas.com


Bursite: ortopedista do Hospital HSANP fala sobre sintomas e formas de tratamento

freepik
Com sintomas similares aos de uma tendinite, a inflamação afeta parte do corpo que é responsável pelo bom funcionamento das articulações

 

Movimentos repetitivos do dia a dia, como digitar, levantar pesos ou até leves pancadas e uma má postura podem desencadear diversos problemas. Um deles é a bursite, inflamação de uma bolsa chamada bursa, que contém o fluído responsável por lubrificar e amortecer as articulações, e localizada entre o osso e outras estruturas, como músculos, pele e tendões.  

Os sintomas incluem dor, inchaço, vermelhidão e rigidez na região afetada. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, os locais mais acometidos são ombro, cotovelo, quadril, joelho, proximidades do tendão de Aquiles e o pé, áreas que concentram maior amplitude de movimento. 

De acordo com Ulisses dos Santos, ortopedista e diretor geral do Hospital HSANP, existem diversas causas além de esforço repetitivo ou lesões. “Os motivos comuns são amplamente conhecidos, mas também há outras condições que podem favorecer a inflamação das bursas, como questões reumáticas, metabólicas e até infecciosas”, diz o ortopedista. 

O médico ressalta que o diagnóstico costuma ser simples, com uma avaliação que inclui o histórico clínico e o exame físico, mas que em alguns casos, o líquido da bursa precisa ser drenado para testes. Exames de imagem e, em algumas situações, exames de sangue ajudam a confirmar a causa. 

“O tratamento se assemelha ao de uma tendinite; é necessário o máximo de repouso possível da região afetada, o uso de compressas de gelo, fisioterapia para fortalecimento e reabilitação e caso seja orientado pelo médico, o uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Dificilmente será necessária uma intervenção cirúrgica”, finaliza Ulisses dos Santos.

 

Hospital HSANP
 


Calor de dezembro expõe avanço silencioso da insuficiência venosa no Brasil

Altas temperaturas agravam sintomas circulatórios e levam pacientes a buscar diagnóstico e tratamento antes do verão avançar 

 

O aumento das temperaturas no fim do ano tem efeito direto sobre a circulação sanguínea e ajuda a antecipar a busca por atendimento médico em dezembro. O calor favorece a dilatação dos vasos, compromete o retorno venoso e intensifica sintomas como inchaço, dor e sensação de peso nas pernas, frequentemente associados à insuficiência venosa crônica.

Estudo epidemiológico brasileiro amplamente utilizado como referência pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) indica que 47,6% da população adulta apresenta algum grau da doença. Em muitos casos, o quadro evolui de forma silenciosa ao longo do ano e só se torna perceptível nos meses mais quentes, quando o sistema venoso entra em sobrecarga.

A cirurgiã vascular Camila Kill, mestre em cirurgia pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, afirma que o calor funciona como um fator de descompensação clínica. “O calor do fim de ano acelera o refluxo venoso e agrava sintomas que antes eram discretos. É quando o paciente percebe que não se trata apenas de uma questão estética, mas de um problema circulatório”, diz.

A insuficiência venosa ocorre quando as válvulas das veias perdem eficiência e permitem o acúmulo de sangue nos membros inferiores. Segundo diretrizes da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, a ausência de acompanhamento pode levar à progressão do quadro, com risco de complicações como flebites, trombose venosa profunda e úlceras venosas de difícil cicatrização.

Camila explica que fatores comportamentais típicos do período agravam o problema. Menor ingestão de água, aumento do consumo de álcool, viagens prolongadas e longos períodos sentado reduzem a eficiência da circulação. “Dezembro concentra uma série de fatores de risco ao mesmo tempo. Calor, desidratação e imobilidade prolongada criam um cenário desfavorável para quem já tem predisposição”, afirma.

A médica acrescenta que a prevenção passa por medidas simples, como manter hidratação adequada, evitar longos períodos na mesma posição e manter uma rotina mínima de atividade física. A recomendação é procurar avaliação médica diante de sintomas persistentes, mesmo na ausência de veias aparentes. “O diagnóstico precoce permite intervenções mais simples, reduz riscos futuros e evita que o problema evolua de forma silenciosa”, conclui.

 



Dra. Camila Kill - médica cirurgiã vascular que, desde o início da carreira, dedica-se exclusivamente ao cuidado de pacientes com varizes. É mestre em cirurgia pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. É CEO e fundadora da Lumivie Clinique, clínica especializada em cirurgia plástica e estética localizada em Pelotas (RS), e também da franquia Vascularte, voltada para tratamentos de varizes 100% ambulatoriais e sem cirurgia, com três unidades em funcionamento no Brasil e expansão prevista para 2025. Além disso, é mentora da LMV Club, mentoria voltada para médicos empresários que desejam potencializar suas unidades por meio do desenvolvimento da liderança, gestão e vendas.Cinco cuidados com as pernas no inverno para prevenir sintomas de varizes
Para mais informações, visite o Instagram.


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Quando o cansaço permanente revela a depressão escondida na rotina

Profissionais de saúde mental destacam a importância de identificar sintomas ocultos e procurar ajuda qualificada 

 

A depressão segue entre os transtornos mentais mais prevalentes no mundo. Estimativas da Organização Pan-Americana da Saúde apontam que mais de 300 milhões de pessoas convivem com algum grau da doença, e o Brasil permanece entre os países com maiores índices na América Latina. Apesar da relevância dos dados, especialistas chamam atenção para uma forma silenciosa e ainda pouco reconhecida do problema: a depressão funcional, quadro em que a pessoa mantém a rotina, o trabalho e as relações sociais, mas internamente apresenta profundo esgotamento emocional.

Segundo Jair Soares, psicólogo, pesquisador e fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT), instituição que forma profissionais em saúde emocional e estuda abordagens focadas no reprocessamento de traumas, esse padrão atinge especialmente homens. “O perfil masculino tende a não verbalizar sofrimento. Muitos continuam trabalhando, cumprindo responsabilidades e performando bem. Porém, emocionalmente, já estão distantes de si mesmos”, afirma o especialista. Ele explica que, nesses casos, a doença se disfarça em atitudes cotidianas como irritabilidade, retraimento emocional, queda gradual de prazer, isolamento silencioso e cansaço permanente.


Quando a depressão passa despercebida

A chamada depressão funcional não aparece, em geral, como tristeza evidente. Ela se manifesta em sinais sutis, acordar exausto mesmo após dormir, perda de interesse por vínculos afetivos, dificuldade de concentração e hiperprodutividade como forma de evitar o contato com emoções profundas. Soares reforça que muitos pacientes relatam sensação de “desligamento interno”, mesmo quando aparentemente seguem produtivos.

Pesquisas recentes da Fundação Oswaldo Cruz indicam que quadros depressivos têm crescido entre adultos que trabalham sob alta demanda emocional e pouco espaço para expressão afetiva. Esse contexto se intensifica no caso dos homens, que culturalmente enfrentam maior resistência em falar sobre fragilidades. “Existe ainda o estigma de que pedir ajuda é sinal de fraqueza. Por isso, a depressão masculina costuma se tornar um adoecimento silencioso”, explica o psicólogo.


A TRG como alternativa para quem evita exposição emocional

Entre os métodos terapêuticos utilizados no IBFT, a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG) tem se mostrado eficaz justamente para perfis que evitam verbalização constante. Soares, criador da metodologia e doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO), explica que o processo trabalha diretamente na causa emocional, sem exigir que o paciente narre seus traumas.

“A TRG parte do princípio de que a depressão funcional é sustentada por registros emocionais não processados. Muitos homens não se sentem confortáveis em expor essas histórias. O método permite acessar essas memórias de forma segura, mesmo com pouca fala. O corpo conduz o processo, e isso aumenta muito a adesão masculina ao tratamento”, afirma.

Segundo o especialista, essa abordagem é especialmente indicada em casos em que a pessoa mantém a rotina, mas sente perda de vitalidade, desmotivação crescente, desconexão emocional ou irritabilidade persistente.


Quando o tratamento silencioso funciona mais do que a fala constante

Há quadros em que a dificuldade de nomear emoções é tão intensa que a terapia tradicional baseada em diálogo pode gerar resistência ou abandono precoce. “Algumas pessoas não conseguem falar porque nunca aprenderam a reconhecer seus sentimentos. Outras têm medo do julgamento ou do próprio conteúdo emocional. Nesses contextos, a TRG oferece uma alternativa acessível e menos invasiva”, explica Soares.

O método é aplicado em protocolos estruturados que permitem identificar e reprocessar eventos marcantes desde a infância até a vida adulta. “A lembrança permanece, mas a dor deixa de estar ativa. Quando a raiz emocional perde força, a depressão deixa de se repetir”, destaca o psicólogo.


Como reconhecer a depressão disfarçada

Entre os sinais mais comuns observados nos consultórios, especialistas citam:

  • irritabilidade frequente ou impaciência sem motivo aparente
    • afastamento emocional mesmo mantendo convivência habitual
    • sensação de viver “no automático”
    • queda de energia, mas com manutenção das entregas profissionais
    • dependência de rotinas de produtividade para evitar pausas
    • ausência de prazer em atividades antes valorizadas

Soares reforça que identificar esses indícios é essencial para evitar agravamento do quadro. “A depressão funcional não começa grande. Ela começa pequena, silenciosa e lógica aos olhos de quem sofre. Só mais tarde a pessoa percebe que perdeu a própria energia.”

  



Jair Soares dos Santos - psicólogo, terapeuta, hipnólogo, pesquisador e professor, além de ser o fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT). Criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), sua trajetória é marcada por desafios pessoais que o motivaram a buscar soluções eficazes para o sofrimento emocional. Após enfrentar episódios de depressão e insatisfação com abordagens terapêuticas tradicionais, Jair dedicou-se ao desenvolvimento de uma metodologia que pudesse proporcionar alívio real e duradouro aos pacientes. Sua formação inclui graduação em Psicologia pela Faculdade Integrada do Recife e especializações em áreas como hipnoterapia e análise comportamental. Atualmente é doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO) na Argentina, onde desenvolve uma pesquisa com a TRG em pessoas com depressão e ansiedade, alcançando resultados promissores com a remissão dos sintomas nestes participantes. Há mais dois doutorados com a TRG a serem desenvolvidos neste momento.
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Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas - IBFT
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Saiba como conseguir uma vaga na universidade por meio de medalhas em olimpíadas do conhecimento

Processo seletivo alternativo, que valoriza o desempenho acadêmico em competições científicas e é comum em universidades norte-americanas, começa a ganhar espaço no Brasil
 

Nem todo estudante que sonha com uma vaga na universidade precisa passar pelo tradicional vestibular. Uma forma ainda pouco praticada e conhecida no Brasil é o ingresso por meio das olimpíadas do conhecimento, competições acadêmicas, em nível nacional ou internacional, que premiam alunos com alto desempenho em áreas como matemática, física, química, biologia, informática, geografia, entre outras. 

Segundo a diretora do colégio Progresso Bilíngue, de Itu (SP), Elisete Prado, as medalhas são um indicativo de excelência acadêmica, e uma forma de valorizar o esforço e o talento dos estudantes de alta performance. “Esses alunos demonstram não apenas domínio do conteúdo, mas também curiosidade científica, raciocínio lógico e persistência, qualidades essenciais para o sucesso na vida universitária. Esse tipo de processo seletivo é uma ponte entre a escola e a pesquisa, e traz benefícios tanto para o aluno quanto para a instituição”, afirma. 

Nos Estados Unidos, esse tipo de ingresso à universidade é bastante comum. Diversas instituições de ensino prestigiadas, como Harvard, MIT, Yale e Columbia, incluem e aceitam as medalhas em seus processos seletivos. Por aqui, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi a primeira a oferecer vagas na graduação por meio de medalhas olímpicas, em 2019. Depois dela, outras instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual paulista (Unesp) também aderiram ao modelo. Hoje, a lista de faculdades que aceitam as medalhas inclui também a UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), a UFABC (Universidade Federal do ABC) e a Unifei (Universidade Federal de Itajubá).
 

Como funciona o processo seletivo? 

Cada universidade define seus próprios critérios para a pontuação e o peso das medalhas. A depender da medalha, se de ouro, prata ou bronze, são atribuídas notas ou bonificações diferenciadas, que podem substituir ou complementar o desempenho no Enem e no vestibular. Há instituições que oferecem vagas exclusivas para medalhistas, enquanto outras oferecem bônus na nota final. A USP, por exemplo, oferece 234 vagas para o primeiro semestre de 2026, em cursos de diversas áreas, de Administração a Medicina. As inscrições acontecem de 05 a 16 de janeiro.
 

Quais medalhas são aceitas pelas universidades? 

A aceitação das medalhas varia conforme a universidade e o curso escolhido, seguindo regras divulgadas nos editais dos processos seletivos. Uma medalha de competição internacional pode ter um peso maior do que uma medalha nacional. Da mesma forma, uma medalha de uma olimpíada de Matemática pode ter mais peso para uma vaga em curso da área de exatas. 

Para 2026, por exemplo, a USP aceitará no processo seletivo as medalhas abaixo:
 

Nacionais

  • OBB (Olimpíada Brasileira de Biologia)
  • OBF (Olimpíada Brasileira de Física)
  • OBFEP (Olimpíada Brasileira de Física de Escola Pública)
  • OBG (Olimpíada Brasileira de Geografia)
  • OBI (Olimpíada Brasileira de Informática)
  • OBL (Olimpíada Brasileira de Linguística)
  • OBM (Olimpíada Brasileira de Matemática)
  • OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas + Escolas Privadas)
  • OBN (Olimpíada Brasileira de Neurociências)
  • OBQ (Olimpíada Brasileira de Química)
  • OBR (Olimpíada Brasileira de Robótica - Teórica)
  • ONC (Olimpíada Nacional de Ciências)
  • ONHB (Olimpíada Nacional em História do Brasil)


Internacionais

  • IBB (International Brain Bee)
  • IBO (International Biology Olympiad)
  • IChO (International Chemistry Olympiad)
  • IGeo (International Geography Olympiad)
  • IOL (International Linguistics Olympiad)
  • IMO (International Mathmatical Olympiad)
  • IOI (International Olympiad in Informatics)
  • IPhO (International Physics Olympiad)
  • OIAB (Olimpíada Ibero-americana de Biologia)
  • OIBF (Olimpíada Ibero-americana de Física)
  • OII (Olimpíada Ibero-Americana de Informática
  • OIM (Olimpíada Ibero-americana de Matemática)
  • OIAQ (Olimpíada Ibero-americana de Química)

As vagas para essa modalidade têm crescido a cada ano, e a tendência é que cada vez mais instituições sigam a tendência, reconhecendo o papel das olimpíadas científicas como ferramenta de inclusão e estímulo ao pensamento crítico. 

“Quando uma universidade reconhece o mérito olímpico, ela atrai jovens talentos e estimula a cultura da pesquisa e da inovação desde cedo. É um caminho que aproxima o ensino médio da universidade e prepara os estudantes para desafios globais”, complementa Elisete. 

Com o avanço da modalidade, escolas e famílias brasileiras começam a enxergar as olimpíadas não apenas como competições, mas como portas de entrada para uma trajetória acadêmica de excelência dentro e fora do país. 

O colégio Progresso Bilíngue de Itu é um exemplo de como o incentivo às olimpíadas pode transformar o caminho acadêmico dos jovens. No último ano, 40% dos alunos formandos do Ensino Médio que seguiram para o ensino superior conquistaram vaga em universidades a partir de medalhas olímpicas, em áreas como Matemática, História, Física, Química e Educação Financeira. A escola mantém um programa interno de preparação para essas olimpíadas, com acompanhamento individual e plantões para leitura e entendimento dos editais de ingresso por medalha. 

Segundo a diretora da instituição, o resultado é reflexo de um projeto pedagógico que une excelência acadêmica e estímulo à autonomia. “As olimpíadas fazem parte da nossa rotina desde o ensino fundamental. Elas desenvolvem curiosidade, raciocínio lógico e senso de propósito — competências que preparam o aluno para a vida e o colocam em vantagem no acesso à universidade. Quando eles percebem que o esforço pode render uma vaga conquistada pelo mérito, isso muda completamente a forma como encaram o estudo”, finaliza a educadora.
 

A especialista: Elisete Prado é pedagoga com ampla experiência em Educação, atuando dentro e fora da sala de aula. Com mais de 25 anos ocupando diferentes posições em gestão escolar, acredita na parceria família escola para a formação integral dos estudantes, unindo o trabalho acadêmico ao socioemocional para estarem preparados para os desafios do futuro.



ISP – International Schools Partnership
Para mais informações, acesse o site.

 

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