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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Outubro Rosa: a nutrição tem um papel fundamental para contribuir no combate ao câncer de mama

 

Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama e a prevenção sempre é uma das melhores formas de reduzir os riscos dessa doença. Porém, além dos exames de rotina, como a mamografia, exercícios, evitar uma vida sedentária incluindo uma alimentação equilibrada pode ser uma grande aliada para tentar combater. 

De acordo com a nutricionista, Thainara Gottardi, uma dieta rica em nutrientes adequados não só fortalece o sistema imunológico, como também pode contribuir para a diminuição da inflamação e o controle do peso — fatores diretamente ligados à redução dos riscos de desenvolvimento do câncer. A especialista ressalta que, ao incorporar alimentos específicos na rotina, é possível atuar na prevenção e melhorar a qualidade de vida durante o tratamento. 

“Estudos indicam que alguns grupos alimentares possuem compostos bioativos que auxiliam na proteção do organismo contra o câncer. Entre eles estão as frutas vermelhas, ricas em antioxidantes, e os vegetais crucíferos, como brócolis, couve e repolho, que possuem compostos como o sulforafano, que ajudam a eliminar substâncias tóxicas do corpo”, explica Thainara. 

A especialista ainda recomenda a ingestão de gorduras saudáveis. “Quem puder incorporar na sua rotina alguns alimentos ricos em ômega-3, que está presente em peixes como o salmão, é uma ótima opção. Além disso, o consumo de oleaginosas, como nozes e castanhas, também são indicados porque essas gorduras auxiliam na modulação da inflamação no corpo, contribuindo para um ambiente menos propício ao desenvolvimento de tumores”, comenta. 

Outro ponto a ser destacado é o equilíbrio da alimentação. “É essencial focar em uma dieta variada e rica em alimentos naturais, evitando o consumo de ultraprocessados e açúcares refinados, que podem favorecer o ambiente inflamatório no corpo. Alimentos como grãos integrais, frutas, vegetais e fontes de proteína magra devem ser a base de uma dieta preventiva e, inclusive, durante o tratamento”, afirma Thainara Gottardi.
 

Apoio nutricional durante o tratamento 

Durante o tratamento do câncer de mama, a alimentação pode ser adaptada para amenizar os efeitos colaterais das terapias, como quimioterapia e radioterapia. A nutricionista Thainara Gottardi explica que o suporte nutricional é fundamental nessa fase, pois uma dieta balanceada pode ajudar na recuperação mais rápida, na manutenção da massa muscular e no fortalecimento do sistema imunológico, que pode ficar comprometido durante o tratamento. 

Outro ponto crucial é a hidratação. O consumo adequado de água ajuda o organismo a eliminar toxinas, melhora a digestão e pode até aliviar alguns sintomas relacionados ao tratamento do câncer, como a constipação. 

Neste sentido, a nutrição desempenha um papel vital na saúde de forma geral, e no contexto do câncer de mama, ela ganha ainda mais relevância. “Alimentos adequados, aliados a um estilo de vida saudável, podem atuar na prevenção e no suporte ao tratamento, trazendo mais qualidade de vida para quem enfrenta a doença”, finaliza Thainara Gottardi. 

Por fim, a especialista também recomenda sempre consultar um nutricionista para que a dieta seja personalizada e atenda às necessidades individuais de cada paciente, pois, com ações informadas e bem orientadas, a nutrição se torna uma ferramenta poderosa na luta contra o câncer de mama.

O que são doenças de veiculação hídrica?

Essas doenças provocam o afastamento do trabalho e o faltas na escola, gerando consequências no presente e no futuro

 

As doenças de veiculação hídrica são enfermidades que afetam a população que vive em condições precárias de saneamento básico. Entre alguns exemplos estão a dengue, cólera e diarreia, todas causadas por água parada e/ou contaminada. A exposição ambiental ao esgoto e a falta de água tratada aumentam a incidência dessas enfermidades, que abalam a saúde de crianças, jovens, adultos e idosos. 

Quadro 1 – Doenças de veiculação hídrica, conforme a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10)

Fonte: CID-10/Ex Ante Consultoria

O acesso à água potável e aos serviços de esgotamento sanitário estão diretamente ligados à saúde pública. Moradias sem esses serviços básicos aumentam o risco de seus moradores contraírem doenças de veiculação hídrica, ou ainda, de terem infecções que causam diarreias e vômitos ou de contraírem vírus, bactérias etc. transmitidos por insetos ou animais. Além disso, a ausência de banheiros é outro fator que eleva esse risco. 

Ou seja, pessoas que vivem em áreas degradadas pela falta da infraestrutura básica, como ruas em que o esgoto corre a céu aberto ou moradias situadas próximas a córregos, lagos e rios poluídos, estão propícias a contrair essas enfermidades. Ademais, a falta do saneamento contamina os reservatórios de água e nos mananciais, deteriorando sua qualidade e tornando-a imprópria para consumo. 

As consequências dessa realidade para o dia a dia da população são severas, afetando os pilares fundamentais para o desenvolvimento educacional, social e econômico dos cidadãos. Doenças de veiculação hídrica provocam o absenteísmo na escola, já que estudantes faltam por estarem doentes, além de afastarem os trabalhadores de sua atuação profissional. Isso resulta em impactos negativos para o presente e o futuro do país. 

Por isso, quanto maior o acesso ao abastecimento de água tratada e de coleta de esgoto, menores serão os riscos de contrair doenças de veiculação hídrica. Uma população mais saudável resulta em menos internações e despesas hospitalares, mais jovens aptos para frequentar a escola e maior produtividade no trabalho, criando condições favoráveis para o desenvolvimento humano e o bem-estar dos cidadãos.

E como estão os indicadores de saneamento e saúde na sua cidade? Você pode acessar essas informações pelo Painel Saneamento Brasil, disponível tanto no site quanto para aplicativo no celular!


17 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Dor

Sintoma de diversas doenças reumáticas como a fibromialgia, doença que afeta mais mulheres, a data foi criada para conscientizar a sociedade e mobilizar esforços para combater os impactos da dor crônica

 

Neste 17 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Dor. O mês já é bastante conhecido como de conscientização sobre osteoporose e artrite reumatoide, mas também traz essa importante data criada para conscientizar a sociedade e mobilizar esforços para combater os impactos da dor crônica, um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 42% da população do planeta sofre com algum tipo de dor e até 92% vai ter o problema ao menos uma vez na vida. A dor pode impactar significativamente a qualidade de vida das pessoas, causando dificuldade de vários tipos, desde um simples desconforto, até dificuldades para dormir, trabalhar, estudar e socializar, podendo chegar à depressão, ansiedade e isolamento social.  O reumatologista José Eduardo Martinez, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), alerta que a dor crônica é um dos principais desafios enfrentados por pacientes reumáticos. "Nossa missão é promover o diagnóstico precoce e oferecer o acesso ao tratamento adequado, pois a dor não tratada pode comprometer seriamente a qualidade de vida das pessoas", afirma ele.

A dor pode ser classificada como aguda ou crônica. Sendo a aguda caracterizada por curta duração, geralmente causada por uma doença ou lesão, sem continuidade ou regularidade. Já a dor crônica é aquela que pode durar por mais de três meses, causando alterações na função e estrutura do sistema nervoso central, o que deixa o indivíduo mais sensível a estímulos dolorosos.

Entre as doenças reumáticas que causam dor, a fibromialgia talvez seja a mais emblemática. Síndrome que se caracteriza por dores generalizadas, principalmente na musculatura, apresenta vários sintomas como fadiga, distúrbios no sono, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. “A fibromialgia resulta de uma alteração do sistema nervos que faz com que ele passe a ter uma percepção de dor amplificada. Associa-se também a estresse crônico”, explica Martinez.

A doença é bastante comum e está presente em pelo menos 5% dos pacientes que procuram assistência médica e entre 10 e 15% dos pacientes que vão ao consultório de um reumatologista.  Afeta mais as mulheres, entre 30 e 60 anos, porém existem casos em pessoas mais velhas e até em crianças e adolescentes.

As doenças reumáticas em geral provocam muitas dores e são uma das maiores causas de afastamento do trabalho e de aposentadorias por invalidez e afetam mais de 15 milhões de brasileiros. Entre as principais doenças reumáticas estão Artrite Reumatoide, Osteoartrite/Artrose, Espondiloartrites, Lombalgia, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), Fibromialgia, Osteoporose, Gota, Febre Reumática, Vasculites, Doença de Sjögren, Doença de Behçet e Esclerose Sistêmica (ES). “Conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre essa realidade é essencial para que possamos avançar na oferta de cuidado integral aos pacientes”, completa o especialista. 

 

Sociedade Brasileira de Reumatologia - SBR

 

Com aumento de conscientização sobre o autismo, número de crianças diagnosticadas com o transtorno avança no Brasil

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Censo Escolar contabilizou um aumento de 48% no número de estudantes com TEA matriculados em escolas públicas e particulares entre 2022 e 2023


De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, houve aumento na prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA). No ano de 2004, a prevalência era de 1 em cada 166 crianças. Já em 2020, saltou de 1 em cada 36. Aqui no Brasil, que possui 2 milhões de autistas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Censo Escolar contabilizou um aumento de 48% no número de estudantes com TEA matriculados em escolas públicas e particulares entre 2022 e 2023. No ano passado, foram 636 mil, e no ano retrasado, 429 mil.

Em um primeiro momento, esses números podem ser interpretados como dados que comprovam que o número de casos de autismo cresceu no Brasil e em outros países, porém, é necessário analisar com cautela esse cenário. “Acontece que hoje em dia as pessoas estão mais informadas sobre o assunto e os profissionais de saúde estão mais qualificados, então não é que aumentou o número de casos, e sim que a população está mais consciente do que é o autismo e como tratá-lo”, explica Priscila Parede, psicóloga do Centro de Reabilitação Religare.

Alguns sinais do autismo podem ser identificados ainda nos doze primeiros meses de vida do bebê, porém, após ele completar um ano, os sinais acabam sendo mais perceptíveis, já que é quando a linguagem e a socialização do bebê se iniciam de fato. Entre os primeiros sinais de autismo durante essa fase estão a dificuldade de manter contato visual, não mandar beijo ou dar tchau, não responder quando alguém chama pelo nome e dar mais atenção para objetos ao invés de interagir com outras pessoas.

Sendo assim, é muito importante o diagnóstico precoce e é crucial identificar esses sinais logo no começo. Quanto mais cedo uma criança receber o diagnóstico, maiores serão as chances de intervenção e suporte adequados, o que pode melhorar significativamente a qualidade de vida e o desenvolvimento dela.

“Essa regra vale não só para aqueles pais que estão na dúvida se o filho tem autismo, e sim para qualquer outro caso: quanto antes o diagnóstico, melhor. Então quanto mais os pais postergarem a ida até o médico, pior para a criança, já que ela deixa de ter intervenções que podem melhorar significativamente a qualidade de vida e o seu desenvolvimento”, pontua Priscila.

Preconceito, medo do desconhecido ou do diagnóstico são alguns fatores que fazem com que os pais evitem levar os filhos até um profissional especializado. Sendo assim, é importante buscar conhecimento e um grupo acolhedor capaz de dar assistência e esclarecer todas as dúvidas relacionadas ao assunto para garantir que a criança diagnosticada com TEA tenha qualidade de vida e apoio durante o seu crescimento.

“Já os sinais de autismo em crianças entre três e quatro anos podem ser atraso na fala, não gostar de alimentos com texturas diferenciadas, gostar de objetos que giram, desconforto quando é necessário mudar um objeto da casa ou trajetos e sensibilidade a alguns tipos de sons”, ressalta Priscila.

Atualmente existem diferentes tipos de terapias muito eficientes e capazes de proporcionar qualidade de vida para crianças diagnosticadas com autismo, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que após vários testes, cria intervenções personalizadas alinhadas com a necessidade do paciente. Terapias que envolvem pets, blocos de montar, culinária e até mesmo videogame estão entre as opções que podem contribuir para o desenvolvimento e bem-estar da criança.

“É importante pontuar que cada criança possui necessidades e cuidados específicos, ou seja, cada tratamento deve ser elaborado para atender às necessidades individuais de cada um, então é necessário sempre consultar profissionais capacitados e que podem indicar qual é a terapia mais adequada para o paciente em questão”, finaliza Priscila.


Alergia à cannabis: Um desafio emergente no uso medicinal

Asma e anafilaxia estão entre as reações alérgicas relatadas  

#congressoalergia2024 

 

Nos últimos anos, a cannabis tem sido cada vez mais indicada para o controle de diversas condições de saúde, incluindo autismo, câncer, Alzheimer e Parkinson. No entanto, enquanto os benefícios terapêuticos são amplamente discutidos, as reações alérgicas à cannabis estão se tornando um tópico cada vez mais relevante.   

A Dra. Adriana Rodrigues, especialista em Alergia e Imunologia e palestrante do 51º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, evento que será realizado em Salvador de 14 a 17 de novembro, conta que as reações alérgicas à cannabis foram descritas pela primeira vez há cerca de 50 anos e, embora a cannabis seja usada há milênios, os primeiros casos documentados de alergia são relativamente recentes, refletindo o aumento do uso medicinal e recreativo da planta.  

Os sintomas relatados por quem apresentou reação alérgica à cannabis são rinite, conjuntivite, asma, reações cutâneas devido ao contato industrial e anafilaxia à semente de cânhamo, que contêm níveis elevados de proteínas e quantidades consideráveis ​​de fibras, vitaminas, ômega-3 e minerais. “Essas reações podem ocorrer devido à ingestão, inalação ou contato com a pele. Além disso, a cannabis pode provocar alergias ocupacionais em ambientes de trabalho onde a planta é manuseada”, alerta Dra. Adriana 

A especialista explica que as proteínas da cannabis são identificadas como alérgenos de alto peso molecular, contribuindo para reações alérgicas do tipo I. “Também foram relatados casos de dermatite de contato por reações do tipo IV. Alérgenos específicos da cannabis foram sequenciados, sendo quatro deles reconhecidos pelo Subcomitê de Nomenclatura de Alérgenos da OMS/IUIS: Can s 2, Can s 3, Can s 4 e Can s 5”, detalha a palestrante do 51º Congresso.  

Impacto no Tratamento de Doenças Crônicas: A presença de alergia à cannabis pode complicar o tratamento de doenças crônicas que dependem desse medicamento. O diagnóstico de alergia é limitado por questões metodológicas, e uma vez que os sintomas são associados ao contato com a cannabis, é recomendado que o paciente evite a exposição.  

“É possível que pacientes que utilizam cannabis medicinal desenvolvam alergia ao longo do tempo, mesmo após uso prolongado sem problemas prévios. A sensibilização pode ocorrer devido à exposição cruzada com outras substâncias, como pólens de outros vegetais e componentes como porfilinas e LTPs homólogas”, explica Dra. Adriana Rodrigues.  

Além da aula da Dra. Adriana, simpósios e conferências também estão na programação do 51º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, como:   

·         Novas Vacinas e as Doenças Imunoalérgicas 

·         Novas Ferramentas Diagnósticas 

·         Expossoma e Doenças Alérgicas 

·         O Uso da Inteligência Artificial em Alergia 

·         Hipersensibilidade à Progesterona 

·         Triagem Neonatal para Erros Inatos da Imunidade Alterada 

·         Os Desafios da Dermatite Atópica 

·         “Fórum SUS”, que discutirá a adrenalina autoinjetável no Brasil e as perspectivas para alergia e imunologia na atenção primária. 

 

51º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 

Data: 14 a 17 de novembro de 2024 

Local: Centro de Convenções Salvador (Bahia) 

Inscrições: https://www.congressoalergiaasbai.com.br/site/alergia2024/inscricoes 

Credenciamento de Jornalistas: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br 

 

Sobre o Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia: Realizado há 51 anos, o evento anual reúne especialistas de todo o mundo para discutir os avanços na pesquisa e prática clínica em Alergia e Imunologia. Com uma programação abrangente e inovadora, o congresso é uma plataforma essencial para a troca de conhecimento e experiências entre especialistas de diversas áreas que fazem interseção com a Alergia e Imunologia, tais como anestesiologia, dermatologia, gastroenterologia, geriatria, oftalmologia, otorrinolaringologia, pediatria e pneumologia.  

 


ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Site: www.asbai.org.br
Spotify: https://bit.ly/ASBAI_Podcast
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Reconstrução mamária devolve a identidade sexual e materna da mulher

Nos últimos 10 anos, 110 mil brasileiras se submeteram à mastectomia. Destas, 25 mil fizeram a reconstrução mamária

 

A campanha Outubro Rosa, lançada no início da década de 1990, em Nova York, Estados Unidos, é celebrada no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, a fim de contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente nas mulheres (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Estudos da Associação Americana de Câncer mostram que, se descoberto no início, o câncer de mama tem chances de cura de até 95%. Esse índice cai para até 50% se a neoplasia estiver em um estágio mais avançado. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a mastectomia (retirada parcial ou total da mama) é indicada em 70% dos casos de câncer de mama diagnosticados no país. Nos últimos 10 anos, 110 mil brasileiras passaram pela cirurgia. Destas, 25 mil fizeram a reconstrução mamária. 

O cirurgião plástico Luís Maatz, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês; explica que a reconstrução mamária é uma cirurgia plástica reparadora para mulheres que se submeteram à mastectomia. 

“O objetivo desse procedimento é reconstruir a mama retirada, buscando um resultado que leve em consideração o volume, a forma, a simetria e a aparência das mamas, ajudando na recuperação da autoestima, confiança e qualidade de vida da paciente”. 

Maatz lembra que foi sancionada a Lei 14.538, que garante à mulher o direito de troca do implante mamário devido ao tratamento de câncer, se houver complicações. A norma altera a Lei 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, e a Lei 9.797/1999, que prevê a obrigatoriedade da reconstrução mamária pelo SUS nos casos de mutilação decorrentes do tratamento de câncer.

 

Por que fazer a reconstrução mamária?

De acordo com Claudia Petry, pedagoga com especialização em Sexualidade Feminina pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana); os seios são um símbolo de feminilidade, da identidade sexual e materna da mulher. 

“Qualquer intervenção nessa área afeta a autoestima das mulheres, em um momento já intrinsecamente desafiador. Se não bastasse, a maioria precisa ainda lidar com as disfunções sexuais, de origem psicológica ou fisiológica, associadas à doença ou aos tratamentos”, diz a especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC). 

Segundo ela, as disfunções mais relatadas são a queda da libido e o ressecamento vaginal, que geram muita dor durante a penetração e, consequentemente, a dificuldade em atingir o orgasmo. “Enquanto o sexo com penetração gerar desconforto, apostem em outros estímulos, explorem outras áreas potencialmente excitantes. Esse é um momento de incentivar novas formas de intimidade que promovam a redescoberta do corpo e do prazer”. 

Um estudo realizado na Unidade de Oncologia do Santa Maria Goretti Hospital, na Itália, avaliou pacientes internadas com câncer de mama, abordando 3 aspectos: autoimagem, atividade sexual e satisfação sexual, antes e depois do diagnóstico e do tratamento. Quase metade (aproximadamente 49%) afirmou ter sentido algum efeito negativo na autopercepção e na vida sexual, enquanto pouco mais de 7% das entrevistadas mencionaram um impacto significativo nesses aspectos após o diagnóstico e durante o tratamento. 

Quem realiza a mastectomia enfrenta um desafio ainda maior. “Não à toa, a reconstrução mamária é tida como aliada na recuperação da autoestima sexual da mulher. Até porque todas que passam por cirurgia de câncer de mama são candidatas para reconstrução mamária, uma vez que o tratamento leva a algum grau de mutilação, causando prejuízos psicossociais”, ressalta Claudia Petry. 

Conforme a terapeuta, a satisfação de ter a mama reconstruída supera alguns inconvenientes, como a perda total ou parcial da sensibilidade na região (ao menos, nos primeiros anos). “Olhar no espelho e se ver novamente com seios traz de volta a segurança, a confiança em si e a autoafirmação como mulher. Aliás, muitas que superaram a doença acabaram se reinventando e melhorando o sexo com a parceria”.

 

Quais as principais técnicas realizadas

Segundo Luís Maatz, há vários tipos de reconstrução mamária, que vão utilizar diferentes técnicas. As principais são: 


Reconstrução com prótese de silicone: Indicado principalmente para mamas pequenas e médias. “A vantagem deste método é que a recuperação é mais rápida. O tempo de internação hospitalar médio é 24 a 48 horas após a cirurgia, e o retorno às atividades ocorre em até 4 semanas”. 


Expansor de mama: Normalmente, é realizada como uma etapa intermediária em cirurgias onde houve retirada de pele durante a mastectomia. De acordo com Luís Maatz, o expansor funciona como uma prótese vazia, ou parcialmente cheia, que é progressivamente preenchida com solução salina pelo cirurgião. 

“Após atingir o volume desejado, o expansor é substituído por uma prótese de silicone. Por isso, essa é uma opção vantajosa para mulheres que querem aumentar as mamas”. Na cirurgia inicial, o tempo médio de internação é de 24 a 48 horas, e o retorno às atividades acontece em até 4 semanas. 


Retalho do músculo grande dorsal: O médico utiliza esse músculo das costas com uma porção de pele. Na maioria dos casos, é necessário associar uma prótese de silicone para dar volume à mama. Porém, pacientes com excesso de tecido nas costas podem não precisar da prótese. “Já a cicatriz é estrategicamente planejada para ficar nas costas, escondida pelo sutiã, top ou biquíni”. 


Retalho do músculo reto abdominal (TRAM): Luís Maatz revela que essa é a técnica mais sofisticada, já que resulta em uma mama com aspecto mais natural e com maior consistência ao toque. “Ocorre ainda a ressecção do tecido abdominal excedente, principalmente após uma gestação, melhorando o contorno da barriga. Além disso, a cicatriz fica discretamente na região inferior do abdome”.

 

Enxerto de gordura: Um dos métodos mais populares, ele permite a reconstrução total de mamas pequenas, a melhora do aspecto da pele danificada pela radioterapia, a correção de defeitos após outros tipos de reconstrução, entre outras vantagens. 

“Por estas e outras razões, o enxerto de gordura é comumente indicado em alguma etapa da reconstrução mamária, além de resultar em cicatrizes mínimas e no retorno rápido à vida normal”, explica Maatz. 

“Vale lembrar que a mulher pode passar por um período de ajuste emocional após a cirurgia. Assim como é preciso se adaptar à perda de uma mama, também é necessário tempo para se acostumar com os seios reconstruídos. Em muitos casos, a terapia sexual ajuda a normalizar este novo cenário”, diz Claudia Petry, que alerta ainda sobre a importância de a paciente alinhar suas expectativas com a equipe médica para garantir que a reconstrução mamária atenda aos seus anseios. 

“É fundamental também constatar a experiência e a qualificação dos profissionais em suas regiões, verificando suas credenciais nos sites do Conselho Regional de Medicina do seu Estado, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)”, finaliza o cirurgião Luís Maatz.



Dia Mundial da Menopausa: a importância da informação e do cuidado emocional

Neste 18 de outubro, a psicanalista Fabiana Guntovitch comenta a necessidade de conscientização

 

Em 18 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Menopausa. Psicanalista e especialista em Comportamento, Fabiana Guntovitch destaca a urgência de conscientizar e informar as mulheres sobre essa fase inevitável da vida. Segundo ela, apenas no Brasil, mais de 29 milhões de mulheres estão na menopausa, com outros milhões no período que a antecede, chamado de perimenopausa. “Se pensarmos que todas as mulheres que não estão nessa fase, se não morrerem antes dos 40, passarão por isso, a conscientização se torna urgente, imprescindível e essencial”, afirma. 

Por muitas décadas, a menopausa foi cercada por preconceitos e tabus, muitas vezes associados à perda de função reprodutiva em uma sociedade patriarcal. No entanto, como Fabiana aponta, essa visão está mudando. “Hoje, a mulher madura vem ocupando espaços e reconhecendo suas forças e potencialidades após os 40 anos”, ressalta a especialista, que enxerga o diálogo sobre o tema como algo vital. “Abordar esta fase da vida da mulher é atender necessidades importantes que abrangem não apenas a saúde física, mas também a mental, os relacionamentos e a qualidade de vida feminina”, aponta ela. 

A menopausa pode causar grandes impactos no bem-estar emocional e psicológico das mulheres. Com base em estudos apresentados pela ginecologista e especialista em menopausa norte-americana Dra. Mary Claire Haver, e pela neurocientista ítalo-americana Dra. Lisa Mosconi, Fabiana explica que as flutuações hormonais podem desencadear sintomas como ansiedade, depressão, insônia, cansaço e falta de libido, afetando a percepção de si mesma e o prazer de viver. “É importante abordar essas questões com um olhar voltado não apenas para o físico, mas também para o aspecto psicoterapêutico, ajudando as mulheres a lidarem com essas mudanças”, observa. 

Entre os principais desafios dessa fase estão as mudanças físicas, como ondas de calor, ganho de peso e alterações no sono. Além disso, o medo de envelhecer e a pressão social pela juventude podem abalar a autoestima. Fabiana destaca que é essencial ter acesso a informações que ajudem as mulheres a enfrentarem essa fase de maneira mais tranquila. “Se por um lado aceitar que envelhecer é inevitável, por outro, ter informações e acesso à ferramentas que nos permitam lidar melhor com esta fase, sem tanto impacto, sem normalizar os sintomas e nos abandonar no processo, é importantíssimo”, afirma a especialista, que reconhece a psicanálise como uma das ferramentas poderosas para ajudar as mulheres a lidarem com as mudanças emocionais e físicas da menopausa. “O processo terapêutico permite às mulheres explorarem como percebem o envelhecimento e as mudanças no corpo, ajudando a ressignificar esses desafios”, sinaliza. 

Contar com uma rede de apoio emocional é fundamental durante a menopausa. Compartilhar experiências com amigos e familiares pode criar um espaço de empatia e validação. “Muitas vezes, os sintomas da menopausa são incompreendidos, e ter uma rede de apoio ajuda a mulher a se sentir acolhida”, afirma Fabiana. 

Além de terapia, para cuidar da saúde mental, Fabiana sugere práticas como meditação, além de exercícios físicos regulares, como musculação, dança e caminhadas. Ela também ressalta a importância de uma alimentação equilibrada, rica em antioxidantes e alimentos anti-inflamatórios naturais, que pode impactar positivamente tanto a saúde física quanto a mental. “A Dra. Lisa Mosconi defende o poder da alimentação no cuidado mental”, aponta ela, baseada em estudos frequentes. 

A menopausa ainda pode abalar a autoestima devido às mudanças físicas visíveis, como o envelhecimento da pele e o ganho de peso. Fabiana sugere que o autoconhecimento e a autocompaixão são essenciais para resgatar a autoestima. “Aceitar o corpo como ele é e celebrar sua força é uma maneira de reforçar o amor-próprio”, aconselha a psicanalista, que reforça que a conscientização sobre a menopausa é essencial para que as mulheres enfrentem essa fase com mais equilíbrio e menos sofrimento. Informar-se, adotar práticas de autocuidado e buscar apoio emocional são passos importantes para manter a saúde física e mental em dia. “Informação e acolhimento são o caminho para o empoderamento das mulheres maduras”, conclui Fabiana.


‘Novidade’, terapia combinada traz ainda mais esperança a pacientes com câncer de mama

Segundo especialista do Vera Cruz Oncologia, em Campinas (SP), tratamento individualizado aumenta chances de cura, controle da doença e qualidade de vida

 

Dra. Vivian Antunes
 Crédito Matheus Campos
Outubro é o mês dedicado à conscientização e prevenção do câncer de mama, por isso, diversas campanhas ganham destaque em todo o país: “Outubro Rosa”. No entanto, a atenção e o cuidado devem prevalecer o ano todo. Um dos temas que vêm ganhando força nos tratamentos oncológicos é a combinação de terapias, que tem deixado a classe médica bastante otimista. No mês passado, o tema foi amplamente discutido e diversos estudos positivos foram apresentados durante o Congresso Anual da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica (ESMO) 2024, realizado em Barcelona, reunindo especialistas de todo o mundo. 

Dentre os avanços na área, a oncologista Vivian Antunes, do Vera Cruz Oncologia, em Campinas (SP), destaca os estudos apresentados que comprovam a eficácia de tratamentos combinados entre quimioterapia e imunoterapia, que consiste em uma terapia alvo-molecular para ajudar o sistema imune do próprio paciente a criar defesas contra o câncer. “A combinação foi usada em um subtipo de câncer bastante agressivo, chamado de câncer de mama triplo negativo, em estágio avançado. Essa nova estratégia resultou no aumento da chance de cura e também na redução de recorrência da doença. Nas pacientes em que a combinação não atingiu a resposta completa, reduziu em 24% as chances de evoluir a óbito em decorrência do câncer de mama”, afirma. 

“Existem famílias muito diferentes de doenças dentro desse grande grupo que abrange o câncer de mama. E entender que os tratamentos devem ser individualizados pra cada subtipo é o que tem trazido, na última década, um avanço muito importante nos resultados de eficácia. Considero as terapias combinadas e a individualização do tratamento avanços muito importantes”, adiciona a oncologista. 

Com os avanços, a tendência é que novas combinações surjam ao longo dos anos, moldando o futuro do tratamento e combate ao câncer e, principalmente, levando esperança e tranquilidade para pessoas com casos que antes eram considerados sem solução.

 

Vem mais aí!

De acordo com Vivian, muitos avanços ainda estão por vir. Inclusive, espera-se, em breve, que a Inteligência Artificial (IA) possa contribuir cada vez mais com o tratamento. “No futuro, a IA será capaz de nos auxiliar na identificação mais precisa dos subtipos tumorais, contribuindo cada vez mais para um cuidado personalizado e mais eficaz”, conclui.

 

Vera Cruz Oncologia


Grupo SOnHe
www.sonhe.med.br e nas redes sociais.


Vera Cruz Hospital

Exercícios Físicos podem reduzir o risco e ajudar no tratamento do Câncer de Mama

Além de proporcionar maior bem-estar durante o tratamento,
 atividades físicas regulares diminuem a probabilidade
 de recidiva da doença. 
 
Banco de Imagem Canva

Campanha "Prevenção, União e Saúde" da Oncologia 360, Centro Médico Sugisawa, Hospital Sugisawa e Urologia Curitiba alerta para Saúde Física e Mental

 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2024, o câncer de mama continua sendo a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. Até 2025, o país deve registrar cerca de 73.610 novos casos anuais, com uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. As regiões Sul e Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência e mortalidade.  

A prática regular de atividade física e a adoção de hábitos saudáveis são considerados fatores de proteção na prevenção do câncer de mama, além de contribuírem para melhores respostas ao tratamento da doença.  

A consultora de beleza Tathiane Vieira Dutra, de 46 anos, conta que sempre gostou de se cuidar, mas passou a levar uma vida mais regrada e saudável após descobrir nódulos nas mamas e na axila durante um autoexame no banho. "Você percebe de forma clara que, se você não estiver bem e não for sua prioridade, não adianta cuidar dos filhos ou do trabalho. A primeira máscara de oxigênio precisa ser colocada em você mesma", reflete Tathiane.  

O educador físico e gerente de Musculação da Unidade Curitiba da Cia Athletica, Luiz Otavio Almeida, afirma que o exercício físico é um verdadeiro remédio. Ele destaca que a prática regular de exercícios é uma forma de prevenção para diversas Doenças Crônicas Degenerativas (DCD), e o câncer é uma delas. O hábito de se manter ativo reduz significativamente as chances de crescimento tumoral.  

Além disso, Almeida ressalta que pessoas com câncer de mama que se mantêm fisicamente ativas costumam ter melhores resultados no tratamento. "A prática de exercícios durante o tratamento ajuda a evitar a perda de massa muscular e mantém as capacidades físicas do paciente, o que melhora muito a qualidade de vida", enfatiza.  

A oncologista Marina Guimarães, da equipe Oncologia 360, reforça que, além de proporcionar maior bem-estar durante o tratamento, atividades físicas regulares diminuem a probabilidade de recidiva da doença.  

Por isso, a campanha Prevenção, União e Saúde — uma iniciativa da Oncologia 360, com o apoio do Centro Médico Sugisawa, do Hospital Sugisawa e da Urologia Curitiba — foi criada com o objetivo de promover cuidados integrados para a saúde física e emocional.  

 

Quer iniciar uma mudança e não sabe por onde começar?


Confira as dicas do especialista para dar o primeiro passo rumo a uma vida saudável: 

- Considere sua individualidade: Ao iniciar a prática de exercícios, observe os sinais do corpo, como respiração ofegante, dor ou desconforto, e o nível de concentração necessário para a atividade;

- Respeite seus limites: Tanto pessoas saudáveis quanto em tratamento de câncer devem ajustar o volume de exercício à sua capacidade, aumentando gradativamente a intensidade e a duração;

- Siga a recomendação da OMS: Pratique pelo menos 150 minutos de exercícios moderados a vigorosos por semana. Isso pode ser dividido em 3 sessões de 50 minutos ou 5 sessões de 30 minutos, conforme sua rotina;

- Ajuste a intensidade: Em atividades aeróbicas, uma respiração ofegante controlada, mas ainda possível com a boca fechada, indica uma intensidade moderada. Já em exercícios de força, sinais como tremor muscular ou desconforto localizado sugerem que a carga está gerando dificuldades. É essencial prestar atenção a esses sinais, que são subjetivos e variam conforme a condição física e o nível de preparo de cada pessoa;

- Escolha uma atividade prazerosa: Opte por uma prática que você goste, em um local acessível e em um ambiente agradável. Atividades em grupo aumentam em 50% a chance de adesão. 

As atividades da programação da campanha "Prevenção, União e Saúde" são abertas aos pacientes, colaboradores e à comunidade nos meses de outubro, novembro e dezembro e a programação pode ser acessada no instagram @oncologia360curitiba.

 

Alimentação na oncologia: uma aliada essencial no tratamento do câncer de mama

Nutricionista do Sírio-Libanês alerta sobre dietas milagrosas e explica como uma alimentação personalizada pode ser uma aliada nos desafios do tratamento oncológico
 

O cuidado com a alimentação durante o tratamento do câncer de mama é fundamental em todas as etapas, promovendo melhor qualidade de vida e bem-estar para o paciente. Uma dieta equilibrada auxilia na minimização dos efeitos colaterais, fortalece o sistema imunológico e contribui para a recuperação. É o que afirma a nutricionista do Sírio-Libanês, Janilene Medeiros, que destaca a importância do acompanhamento especializado e alerta sobre os riscos das chamadas ‘dietas milagrosas’, que podem prejudicar o processo terapêutico e a recuperação. “O equilíbrio é a chave, e nenhum alimento isolado resolverá todos os problemas", afirma a especialista.

Segundo Janilene, eliminar grupos inteiros de alimentos, como carboidratos, por exemplo, pode comprometer a capacidade do organismo de produzir energia suficiente para sustentar o corpo durante o tratamento. “Frequentemente, os pacientes ficam confusos, e há uma tendência de exagerar e acreditar em mensagens alarmantes sobre o que se deve ou não comer, o que pode levar a escolhas alimentares prejudiciais à saúde. Não existe uma abordagem única; a dieta precisa ser personalizada e adaptada a cada fase do tratamento", completa a nutricionista.

O tratamento oncológico, como a quimioterapia, pode causar efeitos adversos que afetam a relação do paciente com a alimentação, como alterações no paladar e desconforto oral. Esses efeitos contribuem para a falta de apetite, diminuem a ingestão de alimentos e afetam a qualidade de vida, podendo levar à desnutrição. Para apoiar os pacientes durante o tratamento, o Hospital Sírio-Libanês desenvolveu um Guia de Receitas especialmente voltado para pacientes oncológicos. As duas edições desse livro de receitas, disponíveis gratuitamente no site do hospital, oferecem pratos simples e nutritivos que ajudam a amenizar os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer de mama.



Cinco desafios nutricionais durante o tratamento e dicas de como contorná-los:

  • Náusea e vômitos: A quimioterapia pode causar enjoos e vômitos, dificultando a ingestão de alimentos. A recomendação é optar por refeições leves e geladas, como frutas, picolés e vitaminas, que trazem sensação de frescor. Gengibre e hortelã também são aliados para amenizar os sintomas.
  • Alterações no paladar: Alguns pacientes relatam que os alimentos apresentam sabor metálico ou amargo. "Nesses casos, sugerimos o uso de temperos e especiarias suaves para tornar as refeições mais agradáveis", explica Janilene.
  • Perda de apetite: A falta de apetite é comum durante o tratamento. Recomenda-se consumir refeições menores e mais calóricas, como vitaminas e sucos com frutas e vegetais. Pratos únicos, como risotos, escondidinho de carne ou omelete com legumes, são boas opções.
  • Fadiga e falta de energia: A exaustão causada pelo tratamento pode comprometer a disposição para se alimentar adequadamente. É essencial garantir a ingestão adequada de proteínas, tanto de origem animal (carne, frango, ovos e peixe) quanto vegetal (feijão, lentilha, ervilha e grão-de-bico). Também é recomendável incluir carboidratos de boa qualidade, preferindo opções integrais e evitando o excesso de açúcares simples.
  • Constipação: A constipação é um efeito colateral comum da quimioterapia, geralmente causado pela baixa ingestão de água e fibras. Além de aumentar a ingestão de líquidos, é importante consumir alimentos ricos em fibras, como aveia, frutas e vegetais, que ajudam a regular o intestino. 

Além desses pontos, é importante entender que os desafios podem variar conforme a fase do tratamento. "Em cada etapa do processo, o corpo reage de uma forma diferente, e é por isso que a alimentação deve ser ajustada conforme essas necessidades", reforça Janilene.


O Guia de Receitas para o Paciente Oncológico está disponível gratuitamente no site do Hospital Sírio-Libanês. Acesse: Link





Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês
pós-graduação lato sensu
Ensino a Distância (EAD)
unidades em São Paulo e Brasília
Saiba mais em nosso site.



Hora da escovação! Saiba como transformar o momento em algo divertido para as criança

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Especialista da GUM explica como a criatividade e bons exemplos dos pais podem melhorar a saúde bucal infantil  

 

Criar uma rotina de higiene bucal é essencial na infância, pois é exatamente o período de desenvolvimento da capacidade motora e da criação de novos hábitos que serão herdados na vida adulta, mas, para muitas crianças, escovar os dentes pode parecer uma tarefa entediante e desconfortável. Entretanto, com um pouco de criatividade, os pais podem transformar esse importante momento em uma experiência divertida e educativa, ajudando a criar uma rotina saudável para toda a vida. 

De acordo com Dra. Brunna Bastos da GUM, mestre e cirurgiã-dentista pela Faculdade de Odontologia da USP, “um dos principais desafios é manter o interesse da criança no ato de escovar os dentes. No entanto, há estratégias simples que podem ajudar a tornar o momento da escovação mais agradável. Como as escovas de dentes infantis, com personagens do universo infantil, que ajudam a transformar a escovação em uma atividade mais atrativa para as crianças,” afirma. 

Brunna explica que as crianças tendem a se inspirar também no comportamento dos adultos, e essa característica pode ser uma grande aliada na criação de bons hábitos de higiene bucal. “Ao verem os pais ou responsáveis escovando os dentes, elas não apenas aprendem o que devem fazer, mas também percebem que a escovação é uma parte importante da rotina e deve ser incentivada desde a infância. Para tornar esse momento ainda mais fácil, os adultos podem participar ativamente, escovando os dentes junto com seus filhos. Essa prática não só fortalece os laços familiares, mas também transforma uma tarefa rotineira em um momento de diversão com os pais.” 

Essa rotina deve ser criada desde o surgimento dos primeiros dentes de leite, importantes no auxílio da fala, alimentação e autoestima da criança, mas também para manter o espaço apropriado e guiar o nascimento dos dentes permanentes, cada fase do desenvolvimento bucal infantil com os seus respectivos cuidados específicos. Por isso, é essencial escolher produtos que ofereçam a proteção necessária em cada etapa. Assim, asseguramos uma higiene bucal efetiva desde a infância. 

Para incentivar as crianças a escovarem os dentes no tempo correto, as escovas que piscam por 1 minuto são uma excelente opção. Elas ajudam a garantir que cada arcada dentária receba a atenção necessária, com 1 minuto dedicado à superior e outro à inferior. Além disso, é importante lembrar que a quantidade ideal de pasta de dente para as crianças é do tamanho de um grão de arroz. Essa quantidade é suficiente para garantir uma escovação eficaz, ao mesmo tempo que evita o excesso de flúor, promove uma limpeza segura e eficiente para os pequenos. 

Por fim, a especialista enfatiza que as escovas de dentes infantis possuem cerdas macias e cabeças pequenas, desenvolvidas justamente para melhor se ajustar à boca das crianças. “Essas características ajudam a alcançar as áreas de difícil acesso da boquinha da criança de forma confortável e eficiente no momento da escovação. Além disso, muitas escovas vêm com designs lúdicos, incorporando personagens de desenhos animados ou cores vibrantes, tornando o momento da escovação mais atrativo,” conclui.


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