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quarta-feira, 19 de junho de 2024

O que é o estágio avançado do Glaucoma, diagnosticado no cantor Marrone, e quais as limitações que pode causar ao paciente?

 Médico oftalmologista explica o caso que levou o sertanejo a passar por cirurgia de urgência  

 

O cantor Marrone, da dupla sertaneja Bruno e Marrone passou por cirurgia de urgência, no início dessa semana, por conta do diagnóstico de glaucoma em estágio avançado. 

Dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) apontam que, somente no Brasil, somam mais de 2,5 milhões de cidadãos acometidos pelo glaucoma. Até 2040, serão mais de 111,8 milhões de pessoas em todo o mundo. Pesquisas indicam que entre 1 e 2% da população mundial convive com a doença que é a maior causa de cegueira irreversível mundialmente falando. 

Apesar da gravidade do quadro, quatro em cada dez pessoas não sabem o que é, de acordo com levantamento realizado pelo Ibope Inteligência. Conforme destaca o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, em 80% dos casos o paciente não apresenta sintomas logo que se instala a doença.  

Segundo o médico oftalmologista e professor de Medicina da Unime, Roberto Lauande, o glaucoma é uma enfermidade que provoca a atrofia do nervo óptico, responsável por conectar o olho ao cérebro, interrompendo, assim, a transmissão dos sinais entre esses dois órgãos e levando à cegueira. No geral, a doença ocorre devido ao aumento da pressão intraocular. “Trata-se de um processo lento, que pode progredir durante anos, até o aparecimento dos primeiros sintomas que não surgem de forma aparente na fase inicial, na maioria dos pacientes. Quando há algum sinal, a doença já está causando a perda gradativa da visão em grande parte dos casos. A cegueira causada pelo glaucoma pode ser evitada seguindo as orientações médicas”, alerta o especialista.  

O oftalmologista esclarece quais os sinais e de que forma o estágio avançado da doença, como foi o diagnóstico do cantor sertanejo. “Glaucoma avançado se caracteriza por uma escavação total do nervo óptico e um campo visual restrito à parte central, ou seja, o paciente perde a capacidade de ver o campo visual periférico e fica com uma ilha central de visão. Dessa forma, ele não por exemplo dirigir, pois não consegue ter lateralidade e ver objetos que estão vindo dos lados. Mesmo tendo uma visão frontal bastante boa, o paciente não tem a visão periférica, o que ocasiona em uma série de restrições”, completa o Dr. Lauande. 

Para evitar complicações e um diagnóstico tardio, o aconselhável é consultar um oftalmologista uma vez por ano. Entretanto, para quem já realiza tratamentos, principalmente em casos de enfermidades progressivas, o correto é ir às consultas em períodos mais curtos, orienta o profissional.

 

Sintomas

A maioria das pessoas não apresentam sintomas, mas com o passar dos anos e se não tratado devidamente, o paciente com glaucoma tende a ter a visão periférica prejudicada.

No glaucoma crônico os principais sintomas são:

-Perda do campo visual periférico

-Visão turva

 

Nos casos de glaucoma agudo:

-Dor intensa e súbita

-Olhos vermelhos

-Baixa de visão


Câncer colorretal: doença registra aumento significativo na população com menos de 50 anos; entenda como preveni-la!

Especialista explica os fatores de risco e ensina como criar hábitos de vida mais saudáveis

 

O número de pacientes com menos de 55 anos com câncer colorretal dobrou nas últimas três décadas, de acordo com relatório da Sociedade Americana de Câncer. Tradicionalmente, esse tipo de câncer era mais comum em indivíduos com idade mais avançada, mas mudanças no estilo de vida, alimentação e outros fatores ligados às gerações mais jovens podem estar contribuindo para essa tendência preocupante.

O câncer colorretal é um tipo de câncer que começa no cólon ou no reto, partes do intestino grosso. Geralmente, esse câncer se desenvolve a partir de pólipos, pequenas massas de células que podem crescer na parede interna do cólon e do reto, transformando-se em tumores com o decorrer do tempo.

A razão por trás do aumento significativo dos casos de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos envolve diversos fatores, conforme cita o médico da área de Gastroenterologia da rede AmorSaúde, Marcus Barreto. “Uma das principais causas é o aumento da obesidade infantil, decorrente de hábitos de vida ruins e alimentação inadequada, rica em condimento, fast food e alimentos industrializados. Já no caso dos adultos, um agravante é o consumo excessivo de álcool, além do estilo de vida sedentário com alimentação irregular, obesidade e estresse”, cita o profissional da maior rede de clínicas médico-odontológicas do Brasil.

 

Principais sintomas 

Os sintomas do câncer colorretal podem variar, conforme explica o médico, mas alguns sinais comuns incluem:

·         Mudanças nos hábitos intestinais (diarreia ou constipação);

·         Sangue nas fezes;

·         Dor abdominal persistente;

·         Perda de peso inexplicada;

·         Anemia obscura, ou seja, sem causa definida.

 

A importância do diagnóstico precoce

 

O diagnóstico precoce é a chave para o tratamento, aumentando as chances e a taxa de cura, enfatiza o médico. “Um câncer que tem um bom prognóstico, ou seja, quando o diagnóstico é precoce, tem uma taxa de sucesso grande. Justamente por isso, cada vez mais temos preconizado a colonoscopia a partir de 45 anos”, indica o Dr. Marcus, do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS.

 

No caso de pacientes mais jovens com risco genético, os exames podem ser efetuados até mesmo antes dos 45 anos. “Em pacientes que têm histórico de câncer colorretal de 1º grau, iniciamos o rastreio 10 anos antes da idade em que o ente de 1º grau teve diagnóstico ou, então, aos 40 anos; o que for antes”, pontua.

 

Tratamento do câncer colorretal

 

O tratamento depende do estágio da doença, da localização do tumor e das condições gerais de saúde do paciente.

 

“A abordagem do tratamento do câncer colorretal será de acordo com o tipo histológico. A maior parte deles são adenocarcinoma, ou seja, são um tipo histológico que é possível ser evitado através do screening, fazendo a colonoscopia, identificando lesões pré-cancerígenas, que seriam os pólipos, de forma precoce, sendo feita a polipectomia, evitando, assim, a chance de diagnóstico de câncer colorretal”, explica o Dr. Marcus.

 

Caso o câncer colorretal já tenha sido diagnosticado, a abordagem terapêutica, conforme explica o médico, vai definir se ele está localizado àquela região específica do intestino, ou se ele já está em algum outro local, se é invasivo ou não invasivo. “Em alguns casos, será realizada apenas a cirurgia; em outros casos, é necessário combinar também o processo de quimioterapia e radioterapia. Porém não é possível generalizar, porque o tratamento é individualizado a depender do caso”, afirma o profissional.

 

Prevenção: estilo de vida saudável e consultas regulares

 

A prevenção do câncer colorretal envolve mudanças no estilo de vida e vigilância médica. “É preciso estar atento aos sinais de alarme que citamos antes, entre eles a presença de sangue nas fezes. Como o sangramento nas fezes pode ser causa de doenças anorretais que tendem a ser tidas pela população como doenças comuns, a exemplo de hemorroida, isso acaba postergando o diagnóstico, fato que diminui a chance de cura”, alerta o médico.

 

Por isso, procure um médico caso tenha algum dos sintomas mencionados e faça exames de rastreamento regulares, como colonoscopia, especialmente se houver histórico familiar de câncer colorretal. A recomendação é que o rastreamento tenha início aos 45 anos, ou mais cedo para aqueles com maior risco.

 

Investir em um estilo de vida saudável faz bem para a saúde integral do indivíduo, contribuindo para a prevenção do câncer colorretal. “Adote hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividade física regular e a alimentação rica em fibras, de modo que o intestino funcione de forma regular, de preferência, todos os dias. Evite o uso excessivo de bebida alcoólica e controle o peso, evitando a obesidade”, indica o Dr. Marcus.

 

Para uma alimentação saudável, o indicado é uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, fibras e fontes de proteínas saudáveis, evitando o consumo de alimentos ultraprocessados.

 


Janssen marca a primeira aprovação mundial de RYBREVANT® (amivantamabe) em combinação com quimioterapia para participantes da pesquisa com câncer de pulmão de células não pequenas com mutações EGFR tratados anteriormente

 

Com base nos dados do estudo de Fase 3 MARIPOSA-2, RYBREVANT® mais quimioterapia demonstrou melhora significativa no desfecho primário de sobrevida livre de progressão (PFS) em comparação com quimioterapia isolada e reduziu o risco de progressão da doença ou óbito em 52%

 

A Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson anunciou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou RYBREVANT® (amivantamabe) em combinação com quimioterapia (carboplatina mais pemetrexede) para o tratamento de participantes da pesquisa com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) localmente avançado ou metastático com mutações de substituição do L858R ou deleção no éxon 19 do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) após progressão da doença durante ou após tratamento com um inibidor da tirosina quinase do EGFR de terceira geração. 

“Uma alta necessidade não atendida continua existindo em participantes da pesquisa com NSCLC com mutação no EGFR, que possuem opções limitadas de tratamento após tratamento com TKIs do EGFR de terceira geração. Rybrevant, quando usado com quimioterapia, tem como alvo as diversas e variadas resistências que podem ocorrer neste contexto de tratamento”, disse Deise Almeida, Diretora Médica em Oncologia na Johnson & Johnson Innovative Medicine Brasil. “Esta aprovação é um passo significativo à frente para tornar este tratamento direcionado disponível para mais pacientes que precisam.” 

A aprovação da Anvisa é corroborada pelos dados do estudo de Fase 3 MARIPOSA-2 (NCT04988295), apresentado como um simpósio presidencial na conferência da Sociedade Europeia de Oncologia (European Society for Medical Oncology), em 2023, com uma publicação simultânea no Annals of Oncology, que avaliou a eficácia e a segurança de RYBREVANT® mais quimioterapia em participantes da pesquisa com NSCLC localmente avançado ou metastático com mutações de substituição do L858R ou deleção no éxon 19 no gene EGFR, os dois tipos mais comuns de mutação neste gene, que apresentaram progressão da doença após tratamento com um TKI do EGFR de terceira geração.

O MARIPOSA-2, que incluiu 657 participantes da pesquisa, é um estudo aberto, randomizado, de Fase 3 que avalia a eficácia e a segurança de dois regimes de combinação de RYBREVANT® (com e sem lazertinibe) e quimioterapia. Participantes da pesquisa com NSCLC localmente avançado ou metastático com substituição do L858R ou ex19del no EGFR com progressão da doença durante ou após tratamento com osimertinibe foram randomizados para tratamento com RYBREVANT® mais quimioterapia, RYBREVANT e lazertinibe mais quimioterapia ou quimioterapia isolada. O resultado duplo primário foi usado para comparar a PFS, avaliada por revisão central independente cega para cada braço experimental com quimioterapia isolada. 

Todos os participantes do estudo foram submetidos a exames de imagem do cérebro em série para permitir a avaliação robusta dos resultados intracranianos e avaliar a atividade do sistema nervoso central (CNS) de RYBREVANT® mais quimioterapia. Visto que metástases cerebrais podem levar a sobrecarga significativa e resultados piores para os pacientes, este aspecto do desenho do estudo fornece informações para a avaliação da progressão. Amivantamabe-quimioterapia reduziu o risco de progressão intracraniana ou óbito em 45%.

 

Sobre RYBREVANT® 

RYBREVANT é um anticorpo biespecífico contra EGFR-MET totalmente humano que age se direcionando a tumores com mutações do EGFR e mutações e amplificações de MET ativadoras e de resistência, e mobilizando o sistema imunológico. Esta etapa marca a primeira aprovação regulatória baseada no MARIPOSA-2, e submissões globais para esta indicação estão em andamento em outros mercados, incluindo os Estados Unidos e a Europa. RYBREVANT está aprovado no Brasil, Estados Unidos, Europa e outros mercados no mundo como monoterapia para o tratamento de pacientes adultos com câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado ou metastático com mutações de inserção no éxon 20 no EGFR, cuja doença progrediu durante ou após terapia à base de platina.

Também está aprovado no Brasil e nos Estados Unidos em combinação com quimioterapia para o tratamento de primeira linha de pacientes adultos com NSCLC localmente avançado ou metastático com mutações de inserção no éxon 20 no EGFR.

 

Sobre a doença

O câncer de pulmão é a maior causa de óbitos por câncer no mundo, representando aproximadamente 19% de todos os óbitos2. No Brasil, dados de 2023 indicam que é a terceira causa mais comum de câncer em homens e a quarta em mulheres3.

O câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) representa aproximadamente 85% de todas as causas de câncer de pulmão2,4 e os principais subtipos do NSCLC são adenocarcinoma, carcinoma espinocelular e carcinoma de células grandes5. Entre as mutações driver mais comuns no NSCLC estão alterações no EGFR, que é um receptor que induz a diferenciação e proliferação de células.

 

Sobre a Janssen Pharmaceutical Companies da Johnson & Johnson

Na Janssen, estamos criando um futuro em que doença é coisa do passado. Somos a empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, trabalhando incansavelmente para tornar esse futuro uma realidade para os pacientes em todo o mundo, lutando contra a doença com ciência, melhorando o acesso com criatividade e curando o desespero com o coração. Focamos em áreas da medicina onde podemos fazer a maior diferença: Oncologia, Imunologia, Neurociência, Cardiovascular, Hipertensão Pulmonar e Retina. Para saber mais, visite www.janssen.com/brasil. Siga a Janssen Brasil no Instagram, Facebook e LinkedIn, e a página da J&J Brasil Careers page no Instagram, Facebook e LinkedIn.

A Janssen, a empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, agora é Johnson & Johnson. Os nomes de nossos produtos sob prescrição não mudarão, e atualizaremos as embalagens, bulas e registros em etapas. Você começará a ver nosso novo nome e logotipo em alguns de nossos meios de comunicação. Essa mudança levará um tempo para ser totalmente implementada em todos os materiais.

 

Precauções Referentes a Declarações Prospectivas

Este comunicado à imprensa contém “declarações prospectivas”, conforme definido na Lei de Reforma de Litígios de Títulos Privados de 1995 em relação ao desenvolvimento de produtos e os potenciais benefícios e o impacto do tratamento de RYBREVANT® (amivantamabe-vmjw) e lazertinibe. O leitor é aconselhado a não confiar nessas declarações prospectivas. Essas declarações são baseadas nas expectativas atuais de eventos futuros. Se pressupostos subjacentes se provarem imprecisos ou se riscos conhecidos ou desconhecidos ou incertezas se materializarem, os resultados reais poderão variar materialmente das expectativas e projeções da Johnson & Johnson. Os riscos e incertezas incluem, entre outros: desafios e incertezas inerentes à pesquisa e desenvolvimento do produto, incluindo a incerteza do sucesso clínico e da obtenção de aprovações regulatórias; incerteza de sucesso comercial; competição, incluindo avanços tecnológicos, novos produtos e patentes adquiridas por concorrentes; desafios quanto a patentes; alterações nos padrões de comportamento e gastos de compradores de produtos e serviços de saúde; alterações às leis e regulamentações aplicáveis, incluindo reformas de saúde global; e tendências para a contenção de custos de saúde. Uma lista detalhada e descrições destes riscos, incertezas e outros fatores podem ser encontrada no Relatório Anual da Johnson & Johnson no Formulário 10-K do ano fiscal com término em 31 de dezembro de 2023, incluindo as seções intituladas “Precauções Referentes a Declarações Prospectivas” e o “Item 1A. Fatores de risco”, e nos Relatórios Trimestrais subsequentes da Johnson & Johnson no Formulário 10-Q e em outros registros com a Comissão de Valores Mobiliários. Cópias desses registros estão disponíveis online em www.sec.gov, www.jnj.com ou mediante solicitação da Johnson & Johnson. Ninguém da Johnson & Johnson se compromete a atualizar qualquer declaração prospectiva como resultado de novas informações ou eventos ou desenvolvimentos futuros.



SAÚDE NA MENTE & SEXUALIDADE

Explorando, com dados e análises, a conexão entre saúde da mente e sexualidade

A saúde integral e o bem-estar físico e sexual não podem estar desassociados do corpo e da mente; é preciso que ambos estejam em boas condições para que o indivíduo se sinta realmente saudável. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Bem do Estar em parceria com a NOZ Inteligência revela que 84%, dos mais de 1.280 respondentes, acreditam que a saúde sexual impacta na saúde mental; em contrapartida, 8% nunca pensaram sobre o tema ou discordam dessa afirmativa. Por Camila Kneip


No contexto contemporâneo, a interseção entre saúde da mente e sexualidade emerge como uma questão de profunda relevância e inegável importância. À medida que o Brasil, e muitos outros países, embarca em uma transformação na forma como percebe e aborda questões relacionadas à sexualidade, a discussão aberta e em constante evolução destaca uma conexão intrínseca entre a expressão sexual e o bem-estar emocional das pessoas. Esta análise profunda da relação entre sexualidade e saúde mental não apenas desafia crenças arraigadas, mas também sublinha a importância crucial de abordar questões de identidade, orientação sexual e práticas sexuais de maneira informada e inclusiva, na busca por uma sociedade em que todos possam desfrutar de uma saúde mental plena, respeitosa e diversificada.

De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de utilizar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse cotidiano, ser produtivo e contribuir com sua comunidade. Isso vai além da ausência de doenças mentais, incorporando a capacidade de equilibrar emoções e enfrentar os desafios da vida de forma eficaz. A saúde da mente abrange uma vasta gama de conhecimentos refletindo a complexidade e a diversidade da experiência humana.

A sexualidade abarca aspectos que moldam a identidade e a experiência humana, incluindo orientação sexual, identidade de gênero, atração emocional, relações interpessoais e expressão individual. No cerne da sexualidade está a capacidade do ser humano de explorar, expressar e compreender sua própria identidade e a conexão com os outros, de maneira livre e autêntica.

Uma pesquisa realizada em 2023 pelo Instituto Bem do Estar em parceria com a NOZ Inteligência revela que 84%, dos mais de 1.280 respondentes acreditam que a saúde sexual impacta a saúde mental, ao passo que 8% nunca pensaram sobre isso ou discordam dessa afirmativa.

Diariamente, somos confrontados com uma infinidade de emoções e desafios que afetam diretamente a nossa saúde mental. Como lidamos com essas emoções influencia significativamente nosso bem-estar emocional. A expressão sexual e a identidade são componentes essenciais da experiência humana e, portanto, têm um impacto profundo na saúde da mente. A negação ou repressão da sexualidade pode levar a conflitos internos, baixa autoestima, ansiedade e depressão. Por outro lado, uma sexualidade vivida de maneira autêntica e saudável pode promover uma sensação de bem-estar, autoaceitação e conexão emocional.

O estigma e o preconceito em relação à sexualidade podem criar barreiras significativas para o acesso aos cuidados. O medo de ser julgado ou estigmatizado pode impedir as pessoas de buscar ajuda quando necessário, exacerbando problemas emocionais. Portanto, é crucial promover uma cultura de aceitação, respeito e compreensão em relação à diversidade sexual, criando espaços seguros onde todos possam buscar apoio e orientação sem medo de discriminação.

A interligação entre saúde da mente e sexualidade é inegável e complexa. Promover uma abordagem inclusiva e informada não apenas fortalece o bem-estar emocional das pessoas, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais saudável e compassiva. Reconhecer e respeitar a diversidade sexual é essencial para garantir que todos tenham acesso aos recursos e apoio necessários para alcançar uma saúde mental plena e satisfatória. Não há saúde sem saúde mental, e uma compreensão holística da sexualidade é fundamental para promover o bem-estar integral de todos os indivíduos.

O Instituto Bem do Estar em parceria com a NOZ Inteligência lançou o livro Sexualidade e Saúde da Mente - Um estudo de seus impactos no indivíduo e na sociedade, que está disponível gratuitamente para download em https://www.nozinteligencia.com.br/sexualidadeesaudedamente. Um dos principais objetivos do estudo é contribuir com informações públicas qualificadas além de informações de como, quando e onde buscar orientações sobre sexualidade e saúde da mente. 



Camila Kneip - Pós-graduada em Gestão Pública, com mais de 15 anos de experiência em ações socioeducacionais e advocacy no setor de Impacto Social. Com formação em Psicologia Positiva e técnicas tântricas neoreichianas, a profissional é gerente de Projetos e Parcerias do Instituto Bem do Estar.

Instituto Bem do Estar
www.bemdoestar.org

NOZ Inteligência


Bebidas alcoólicas podem prejudicar o tratamento e o bem-estar do paciente renal

 

Nefrologista explica como o álcool pode sobrecarregar os rins e trazer riscos à saúde

 

Se engana quem pensa que apenas o fígado é prejudicado com o consumo excessivo de bebidas alcóolicas. Os rins também podem ser afetados com essa substância, aumentando o risco de desenvolver a doença renal crônica (DRC). 

O álcool faz com que os rins se tornem menos funcionais, ou seja, torna esses órgãos incapazes de filtrar o sangue adequadamente. A princípio pode levar a uma desidratação, uma vez que o álcool inibe o hormônio antidiurético (ADH), que regula a quantidade de água eliminada pelo organismo. 

No paciente renal, esse consumo é ainda mais preocupante. “Pessoas com diagnóstico de DRC já possuem dificuldade de realizar as duas principais funções renais: filtragem do sangue e controle do equilíbrio hídrico. O consumo de álcool pode agravar ainda mais essa situação”, explica Bruno Zawadzki, diretor médico da DaVita Tratamento Renal. 

O nefrologista também alerta sobre o tratamento renal que normalmente adota uma dieta mais restritiva, que controla a ingestão de líquidos, um mecanismo para não sobrecarregar os rins. 

A quantidade de álcool que compõe as bebidas alcoólicas varia de acordo com o processo de fermentação ou destilação, ou seja, há bebidas piores do que outras. “A cerveja é uma das mais prejudiciais, pois tem um efeito diurético potente”, destaca Zawadzki. 

Então a cerveja ou o vinho sem álcool seriam opções seguras? Não necessariamente. “Essas bebidas possuem outros ingredientes que podem afetar negativamente o tratamento dialítico, como sódio, açúcar e potássio”, afirma o diretor médico. 

Por isso, mesmo que não contenham álcool, é preciso analisar junto ao nefrologista a ingestão dessas bebidas e como elas podem interferir diretamente no peso interdialítico, caracterizado como o peso que o paciente adquire entre uma sessão de diálise e outra. Esse líquido que não foi eliminado pode trazer diversas consequências graves como inchaço de membros superiores e inferiores e dificuldades respiratórias.




DaVita Tratamento Renal


Raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X: é preciso ampliar o conhecimento para entender os sinais

 23 de junho marca, mundialmente, o Dia de Conscientização do Raquitismo Hipofosfatêmico ligado ao ligado ao cromossomo X, uma condição que afeta crianças e adultos

 

“O raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X (XLH) é uma doença rara, crônica, hereditária e progressiva. Hoje em dia é mais conhecida como hipofosfatemia ligada ao X, pois engloba raquitismo e osteomalácia. Disseminar informação sobre esta doença é de fundamental importância para ajudar a identificar sinais e, com isso, realizar o diagnóstico precoce e determinar o melhor tratamento”, conta Dr. Sergio Setsuo Maeda, endocrinologista presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

 

Durante o mês de junho, a ABRASSO e a Ultragenyx, biofarmacêutica focada em tratamentos de doenças raras e ultrarraras, se unem para elevar a conscientização a respeito do raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X por meio da campanha XLH Day, promovida por associações de pacientes de todo o Brasil. “Campanhas como essa, de conscientização, são de extrema relevância para alertar sobre os sinais e sintomas da doença, chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce, bem como para a necessidade do cuidado adequado, que permite mais qualidade de vida” explica Marcia Moscatelli, vice-presidente e gerente geral da Ultragenyx no Brasil.

 

De origem genética, o XLH pode causar perda excessiva de fósforo pela urina, um mineral essencial para a formação e manutenção de ossos e dentes, para a composição do DNA e a produção de energia no organismo. Com baixos níveis de fósforo no sangue, há comprometimento da mineralização óssea. Os primeiros sintomas normalmente se manifestam na infância, porém podem permanecer por toda a vida.

 

Os principais sinais e sintomas em crianças são: atraso para começar a andar, baixa estatura, dores ósseas e articulares, dificuldade na marcha (andar), dor muscular e fraqueza, formato irregular da cabeça, raquitismo, pernas arqueadas e fadiga. Nos adultos, somam-se: osteoartrite, endurecimento de ligamentos ou tendões, estreitamento de espaços na coluna vertebral, fraturas e pseudofraturas, e perda de audição.

 

Raquitismo e osteomalácia são condições que levam a uma deficiência da mineralização óssea, mas em diferentes partes do osso. O raquitismo ocorre na cartilagem das placas de crescimento, enquanto a osteomalácia ocorre no osso já formado. As crianças desenvolvem o raquitismo e a osteomalácia, o que impacta o desenvolvimento dos ossos, levando a deformidades e crescimento comprometido, enquanto os adultos, apresentam apenas a osteomalácia por terem terminado seu crescimento, causando ossos moles e aumentando o risco de fraturas. Ambas as condições requerem cuidado adequado, que pode melhorar a saúde óssea.

 

Assim como em toda doença rara, fechar o diagnóstico para raquitismo não é uma tarefa fácil. Muitas vezes, o paciente passa por uma longa jornada até saber o que realmente tem - mesmo quando há antecedentes familiares. O médico precisa considerar alguns fatores para o diagnóstico conclusivo: histórico familiar, sinais e sintomas, exames bioquímicos (como exames de sangue e urina que medem a quantidade de fósforo) e exames genéticos – que podem ser utilizados como prova de apoio. Além do tratamento farmacológico, o XLH é uma doença que exige uma abordagem multidisciplinar de cuidados com médicos especializados - endocrinologistas, ortopedistas, nefrologistas e geneticistas -, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e dentistas, o que ajuda a melhorar a saúde e a qualidade de vida.


Atualmente, existe um medicamento específico capaz de tratar o XLH e evitar a sua progressão. A terapia já é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS). 




ABRASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo,
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Avanços na ciência do comportamento auxiliam autistas a superar desafios do espectro

 Com 70 milhões de autistas no mundo, análise do comportamento é vista como caminho para alterar trajetória de desenvolvimento e aprimorar qualidade de vida


Desde cedo, a família de Thales observava que ele era diferente das outras crianças. Na primeira infância, ele não conseguia fixar o olhar nas pessoas e, quando chegou a hora de começar a falar as primeiras palavras, veio a ausência de linguagem. Sua diversão era colecionar objetos diversos, como DVDs, shampoos e lápis de escrever. No meio disso, a mãe buscava respostas que explicassem alguns comportamentos e o atraso em seu desenvolvimento. Mas foi apenas aos 6 anos que chegou o diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para a mãe, Neusa Stahlschmidt, isso significou alívio e a possibilidade de encontrar o tratamento correto. "Hoje meu filho é um adulto de 25 anos com uma vida regrada e organizada. Mas para chegar aqui foram muitos os desafios, entre eles o de encontrar os profissionais certos para acompanhar essa jornada", detalha.

Cada vez mais comum, o Transtorno do Espectro Autista afeta uma em cada 36 crianças, como mostra a análise do Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos. As mais de 70 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo ao redor do globo, segundo dados da Organização das Nações Unidades (ONU), enfrentam desafios cognitivos, de comunicação e de interação social, exibindo padrões repetitivos e resistência a mudanças na rotina. No entanto, esse é apenas o panorama geral. Como cada uma das nuances do espectro tem suas particularidades, identificar precocemente a condição neurológica é fundamental para lidar com as repercussões mais frequentes e entender os diferentes níveis de suporte necessários.

O diagnóstico do autismo costuma chegar entre um ano e meio e três anos de idade, mas muitas mães percebem os primeiros sinais da condição no início da vida dos bebês. Natalie Brito Araripe faz parte desse grupo. Ela ficou em alerta ao notar que sua filha manifestava uma leve desregulação emocional e algumas dificuldades sociais quando ainda tinha poucos meses. Como psicóloga que já trabalhava no acompanhamento de pessoas com TEA, ao receber a confirmação do diagnóstico de sua filha, Natalie decidiu aprofundar seus conhecimentos em áreas que pudessem ser aplicadas tanto dentro como fora de casa. "Desde cedo, tenho buscado estimular minha filha com a combinação dos meus esforços e de outros profissionais especializados. Como resultado, hoje ela tem poucas dificuldades nos diversos contextos em que está inserida. Mas sabemos que a realidade de muitos é diferente, pois o diagnóstico e a rede de apoio ainda são desafios consideráveis", avalia.


Ciência no espectro

Os filhos de Neusa e Natalie compartilham de um ponto em comum: ambos têm crescido sendo acompanhados por uma ciência voltada a compreender e melhorar o comportamento humano. Mais conhecida como ABA, a Análise do Comportamento Aplicada tem ganhado espaço como o único tratamento que possui evidência científica suficiente para ser considerado eficaz, segundo a Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos Estados Unidos. Ao focar no impacto da condição autista em situações reais, essa abordagem amplia comportamentos desejáveis e úteis, enquanto reduz aqueles prejudiciais ao processo de aprendizagem. "Desde intervenções precoces até o acompanhamento ao longo da vida, a terapia ajuda autistas a se conectarem com o mundo ao seu redor, enquanto descobrem sua própria voz e identidade", explica Natalie Brito Araripe, que também é diretora e analista do comportamento na Luna ABA, em Curitiba (PR).

A ABA é uma intervenção abrangente e considera as pessoas como um todo. "Ensinamos habilidades necessárias para que os indivíduos com autismo se tornem independentes e tenham a melhor qualidade de vida possível", esclarece Natalie. Segundo a psicóloga, consiste em um plano terapêutico personalizado, com base em marcos globais do desenvolvimento, com a preocupação de se adaptar às necessidades específicas de cada indivíduo com autismo. "Estamos diante de vidas reais, de sonhos que anseiam por serem realizados e da busca incessante por um futuro mais inclusivo. Mas nada disso se tornará realidade sem um bom analista do comportamento aplicado, que saiba combinar expertise teórica e experiência prática com um genuíno compromisso com o bem-estar", complementa. 


Jornada pela inclusão

É possível mudar a rota de desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida de pessoas com TEA? De acordo com a analista do comportamento, a resposta para essa pergunta é sim. "Cada indivíduo é único e responde de maneira diferente às intervenções. Mas quando se entende as causas dos comportamentos e se desenvolvem intervenções personalizadas, os resultados são certeiros", pontua a diretora da Luna ABA. Para autistas como Thales, os treinos estruturados especialmente para suas necessidades fazem toda a diferença e dão a oportunidade de se tornarem mais autônomos ao aprenderem a cozinhar, lavar roupa e até mesmo caminhar na rua. "Ele iniciou esse acompanhamento quando a ciência do comportamento estava começando no Brasil e, hoje, vejo como valeu a pena cada dia", enfatiza Neusa.

No quebra-cabeça do Transtorno do Espectro Autista, a jornada pela inclusão ganha cores vibrantes e histórias com finais felizes. São crianças que aprendem a se comunicar, adolescentes que conquistam novas habilidades sociais e adultos que encontram seu lugar no mundo. É o que reforça Natalie Brito Araripe, que vê a análise do comportamento aplicada como um curso para a vida, em que cada dificuldade é uma oportunidade de crescimento. "Precisamos acolher as diferenças e acreditar que com elas virão novas formas de pensar e novas possibilidades de ser", finaliza.


Mortalidade por câncer de mama no Brasil é três vezes maior em mulheres negras do que em brancas, aponta estudo

Artigo científico que conta com a autoria de associados da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) demonstrou diagnóstico tardio nas mulheres negras e outros problemas socioeconômicos causadores dessa diferença
 

Com o nome em inglês “Ethnic disparities in breast cancer patterns in Brazil: examining findings from population-based registries”, um recente artigo científico, publicado em abril na prestigiada revista internacional Breast Cancer Research and Treatment, investigou as taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama entre diferentes grupos raciais no país. Os resultados evidenciam que, embora a taxa mediana de incidência da doença seja maior entre mulheres brancas, as mulheres negras recebem o diagnóstico em estágio mais avançado (60,1% em relação a 50,6%) e têm uma taxa de mortalidade 3,83 vezes maior. 

Foram analisados dados, de 2010 a 2015, dos Registros Brasileiros de Câncer de Base Populacional, dados clínicos e sociodemográficos de 2000 a 2019, dos Registros Hospitalares de Câncer, e dados de mortalidade de 2000 a 2020, do Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade. 

Primeiro autor do artigo, o médico oncologista clínico e membro do Comitê de Diversidade da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Jessé Lopes da Silva, explica que, de 2010 a 2015, foram notificados 70.896 casos de câncer de mama no Brasil, sendo a taxa mediana de incidência entre brancas de 101,3 por 100 mil mulheres e entre negras de 59,7 por 100 mil. No entanto, as mulheres negras tinham maior probabilidade de viver em áreas subdesenvolvidas, ter níveis de escolaridade mais baixos, viver sem parceiro e ter maior consumo de álcool em comparação com as mulheres brancas. 

“Esses aspectos socioeconômicos impactam diretamente, por exemplo, no acesso à informação e, consequentemente, fazem com que as mulheres negras tenham um diagnóstico mais tardio e que a taxa de mortalidade seja maior nesta população que entre mulheres brancas”, explica. 

Também membro do Comitê de Diversidade da SBOC, a médica oncologista Dra. Abna Vieira comenta que, além das desigualdades socioeconômicas, as disparidades nos desfechos em câncer de mama podem ser influenciadas por vieses implícitos entre profissionais de saúde e pacientes: “No Brasil, a insatisfação com a assistência à saúde e hospitalização foram observados em 12,2% dos pacientes brancos e 17,4% de pacientes pretos e pardos”, analisa ela, que pertence ainda ao Grupo de Pesquisa em Saúde da População Negra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

 

Projeção - Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que, para o triênio 2023 a 2025, são estimados 73.610 novos casos de câncer de mama anualmente no Brasil, o que estabelece esse tipo de câncer como a doença maligna mais comum entre mulheres. Além disso, somente em 2022, ocorreram 19.363 mortes por câncer de mama entre as brasileiras, respondendo por 1,3% do total de mortalidade na população em geral. 

“Considerando essa projeção e os dados analisados, o estudo demonstra a real necessidade de implementação de políticas de saúde pública e de destinação adequada de recursos públicos para o rastreamento, a prevenção e o tratamento do câncer de mama com foco na redução das disparidades raciais e na melhoria dos desfechos de saúde para todas as pacientes afetadas pela doença”, conclui Dr. Jessé Lopes da Silva. 

Os outros autores do artigo são a Dra. Andreia Cristina de Melo, Dr. Lucas Zanetti de Albuquerque, Dra. Mariana Espírito Santo Rodrigues e Dr. Luiz Claudio Santos Thuler.
 



Referência:

da Silva, J.L., de Albuquerque, L.Z., Rodrigues, M.E.S. et al. Ethnic disparities in breast cancer patterns in Brazil: examining findings from population-based registries. Breast Cancer Res Treat (2024). Link. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10549-024-07314-w.

SBOC representa médicos oncologistas clínicos em todo o território nacional, com associados distribuídos pelos 26 estados e o Distrito Federal. A Sociedade atua em diversas frentes como o incentivo à formação e à pesquisa, educação continuada, políticas de saúde, defesa profissional e relações nacionais e internacionais, visando contribuir para o fortalecimento da Oncologia no Brasil e no mundo.

 


Dia Mundial da Doença Falciforme: conheça a patologia hereditária monogenética mais frequente no mundo

 

O dia 19 de junho marca a data mundial de conscientização sobre a Doença Falciforme (DF), patologia hereditária monogenética (que afeta um único gene) mais frequente no mundo. A doença acomete aproximadamente 30 milhões de pessoas[i], com a estimativa de que nasçam 300 mil crianças vivas anualmente[ii]. Só no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 3,5 mil crianças nasçam por ano com a enfermidade[iii]. 

A condição compreende um grupo de anemias hemolíticas hereditárias que afeta os glóbulos vermelhos do sangue, levando a hemácia a adquirir formato de foice, causando anemia crônica de intensidade variável. Calcula-se que aproximadamente 7% da população mundial seja acometida pelos transtornos das hemoglobinas, representados, na sua maioria, pelas talassemias e pela doença falciforme[iv]. O quadro clínico pode variar de leve a grave e o reconhecimento tardio pode levar à morte nos primeiros anos de vida. 

A DF não tem cura e pode provocar o comprometimento das principais funções do organismo, caso o paciente não receba a assistência adequada. Entre as principais alterações provocadas pela doença podemos citar: anemia crônica, crises dolorosas, retardo do crescimento, infecções e infartos pulmonares, acidente vascular cerebral, priapismo e úlceras de membros inferiores. 

No Brasil, a expectativa de vida das pessoas com doença falciforme é bem menor quando comparada com a população geral. Um estudo sobre a mortalidade no país identificou que dos 6.553.132 óbitos registrados entre 2015 e 2019, 3.320 foram em indivíduos com DF. A mediana da idade no momento do óbito foi de 32 anos para pessoas com a DF, enquanto na população geral a mediana foi de 69 anos[v]. 

Para o tratamento adequado da DF, o diagnóstico precoce é essencial. A doença pode ser diagnosticada nos primeiros dias de vida através da triagem neonatal - teste do pezinho - onde há identificação e confirmação dos casos, seguidos de um encaminhamento assertivo para os centros de referência. Nesses centros, o paciente passa por acompanhamento regular, realiza exames laboratoriais e de imagem de rotina e recebe atenção multidisciplinar. 

Apesar de não ter cura, o tratamento adequado pode amenizar os impactos causados pela doença, possibilitando melhora na qualidade de vida e aumentando a sobrevida dos pacientes. Os tratamentos vão desde o uso de antibioticoterapia profilática, vacinas especiais e autocuidado, até o uso de medicamentos específicos, terapia transfusional e quelantes de ferro. Em alguns casos específicos, está indicado o transplante de medula óssea. 

O Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme é uma oportunidade para sensibilizar a sociedade sobre os desafios enfrentados pelas pessoas que vivem com a doença, e para reforçar a importância da pesquisa científica, da educação e da mobilização social a fim de assistir integralmente pacientes, familiares e cuidadores.

 



Dra. Patrícia Moura - hematologista pediátrica no Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro


Referências Bibliográficas

[i] Cançado R. Sickle cell disease: looking back but towards the future. Rev Bras Hematol Hemoter 2012; 34(3):175-177.
[ii] Dormandy E, et al. Effectiveness of earlier antenatal screening for sickle cell disease and thalassaemia in primary care: cluster randomised trial. BMJ 2010; 341:c5132.
[iii] Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde [homepage na internet]. Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes [acesso em mai/14/2024]. Disponível em: Link.
[iv] Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde [homepage na internet]. Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes [acesso em mai/14/2024]. Disponível em: Link.
[v]Cançado RD, et al. Estimated mortality rates of individuals with sickle ce
ll disease in Brazil: real-world evidence. Blood Adv. 2023 Aug 8;7(15):3783-3792.

 


Bebida x Direção: levantamento da Zapay mostra que multas por condução sob efeito de álcool aumentaram 35%

pixabay
No aniversário de 16 anos da Lei Seca, altos índices mostram que ações de conscientização seguem necessárias para alertar os motoristas brasileiros sobre os riscos de combinar bebidas alcoólicas e direção 


A Zapay, fintech especializada em facilitar a vida dos proprietários de veículos e que recentemente passou a fazer parte do Sem Parar, ecossistema de mobilidade do grupo norte-americano Corpay, fez um levantamento interno para avaliar o volume de multas por dirigir embriagado junto a sua base de usuários. Ao consultar seu banco de dados entre os meses de janeiro e maio deste ano, a fintech constatou que o recebimento de multas por condução sob efeito de álcool aumentou 35,29%, quando comparado ao mesmo período do ano passado. 

A Lei Seca que hoje, 19 de junho, completa 16 anos no Brasil, estabelece que motoristas flagrados dirigindo nessas condições podem receber multas que ultrapassam os R$ 19 mil. Considerada uma das infrações mais graves do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), além da multa, o condutor pode ser suspenso de dirigir, ter seu veículo retido e até mesmo ser preso. 

Em vigência desde 2008, a lei 11.705 zerou a tolerância que, até aquele momento, não previa punição para quem dirigisse após o consumo de pequenas quantidades de álcool. A mudança reforçou a fiscalização e também ajudou a reduzir o número de acidentes provocados por condutores embriagados, no entanto, este ainda segue sendo um grande desafio, visto que a mortalidade no trânsito brasileiro vem crescendo constantemente nos últimos cinco anos, de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), mantido pelo Ministério da Saúde. 

Em junho de 2023, por exemplo, um dossiê do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) já chamava atenção para os altos índices de acidentes fatais causados por embriaguez no trânsito, bem como o aumento no número de hospitalizações causadas por álcool e direção, que apontaram à época um crescimento de 34% no Brasil. A Polícia Rodoviária Federal também divulgou indicadores preocupantes, dando conta de que a ingestão de álcool pelo condutor foi a causa principal de 3.911 sinistros ocorridos em rodovias federais, resultando em 206 óbitos e 846 vítimas com ferimentos graves no ano passado. 

Tais indicadores mostram que ações e campanhas seguem necessárias para alertar os condutores brasileiros sobre os perigos da bebida alcoólica, especialmente quando combinada com o ato de dirigir. O mês de junho, por exemplo, é marcado pela campanha da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), que busca justamente promover conscientização entre motoristas e reduzir os índices de acidentes fatais e também de feridos em acidentes causados pela ingestão de álcool.
  

A importância da segurança no setor de CX na era da Inteligência Artificial


Clientes satisfeitos não são apenas uma métrica de sucesso para uma empresa, são a base para o crescimento sustentável e a lucratividade a longo prazo. A pesquisa da Shep Hyken revelou que, em 2023, 47% das pessoas pagariam mais se soubessem que receberiam um excelente atendimento ao cliente. Essa estatística por si só evidencia a importância crítica de se concentrar na experiência do cliente como um diferencial competitivo.

A fidelidade do cliente não é apenas uma questão de conveniência; ela tem implicações financeiras significativas. Clientes leais estão mais inclinados a expandir seu relacionamento com uma empresa, adquirindo produtos adicionais ou optando por serviços premium. Uma experiência positiva não só incentiva compras repetidas, mas também pode estimular compras por impulso, aumentando, assim, o valor médio da compra.

Mas não basta apenas proporcionar uma experiência excepcional, é necessário garantir segurança em todas as interações. A confiabilidade das informações fornecidas é indispensável, especialmente no Customer Experience (CX). Um erro na informação pode resultar não apenas em uma transação perdida, mas também em danos à reputação da empresa. O Gartner destaca que 81% das pessoas que mudaram de opção na hora de consumir algum produto ou serviço de uma empresa específica o fizeram pelo mau atendimento.

Aqui é onde a Inteligência Artificial (IA) desempenha um papel de extrema importância. Modelos de IA podem ser treinados e ajustados para atender às necessidades específicas de uma empresa, focando não apenas na eficiência operacional, mas também na qualidade da experiência do cliente. No entanto, é fundamental ressaltar que a segurança não deve ser comprometida em prol da personalização e eficiência.

Embora a IA traga inúmeros benefícios para a experiência do cliente, é importante entender que ela não deve ser vista como um mecanismo de segurança. É essencial estabelecer guard rails robustos para garantir que todas as interações e processos relacionados à CX sejam seguros, eficientes e estáveis. Tecnologias como biometria de voz podem adicionar uma camada adicional de segurança, protegendo tanto a empresa quanto os dados sensíveis dos clientes.

Os guard rails são mecanismos de segurança que servem como barreiras de proteção para garantir que os processos sigam o caminho correto, evitando desvios que possam comprometer a segurança e a qualidade da experiência do cliente. Eles são essenciais para garantir que todas as interações e processos relacionados à CX sejam seguros, eficientes e consistentes. A IA tem um foco maior na melhoria da experiência do cliente, otimizando interações e personalizando serviços. Por exemplo, chatbots alimentados por IA podem oferecer suporte ao cliente 24 horas por dia, enquanto sistemas de recomendação personalizados melhoram a jornada do cliente, sugerindo produtos ou serviços que melhor atendam às suas necessidades.

A satisfação do cliente e a segurança devem andar de mãos dadas na era da Inteligência Artificial. Empresas que priorizam ambos os aspectos estão bem-posicionadas não apenas para estabelecer relacionamentos duradouros com os clientes, mas também para proteger sua reputação e garantir o sucesso a longo prazo.

 

André Fernandes - Diretor de Pré-Vendas da NICE.



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