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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Receita Federal esclarece prazo para compra de novo carro com isenção de IPI por PcDs

A Receita Federal tem uma nova orientação para pessoas com deficiência ou transtorno do espectro autista que usufruem da isenção do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) em veículos novos. De acordo com o órgão, quem fez a aquisição do bem antes de julho de 2021 precisa esperar o prazo de três anos para adquirir um novo veículo com o mesmo benefício. Já quem fez a compra depois de julho de 2021 tem dois anos para ter direito a um novo auto com a isenção do imposto. A manifestação da Receita neste sentido foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (16/10), numa reposta à dúvida de um contribuinte sobre o assunto (Solução de Consulta Cosit nº 186, de 28 de agosto de 2023).

A espera de três anos para manter a isenção de IPI na compra de um carro novo por PcDs existia desde 2005. A regra foi alterada em julho de 2021, quando uma nova lei (Lei 14.183/2021) reduzindo o prazo para dois anos entrou em vigor. Desde então, os donos de veículos isentos têm tido dúvidas sobre a partir de quando podem fazer a troca mantendo o benefício, o que gerou a manifestação da Receita Federal.

O advogado Felipe Peralta, tributarista do Chamon, Serrano e Amorim Advogados (CSA Advogados), explica que a orientação da Receita segue um princípio tributário importante para dar segurança jurídica para os contribuintes. “Novas leis tributárias não podem retroagir, segundo o artigo 150 da Constituição Federal. Por isso, a Receita entende que deve ser aplicada a norma vigente à época ato concessivo da isenção. Na prática isso significa que seus efeitos não podem refletir fatos geradores ocorridos antes de sua entrada em vigor, é por isso que os proprietários dos veículos precisam esperar para fazerem a nova compra”, comenta.


Especialista dá dicas aos estudantes que estão se preparando para o vestibular rumo a faculdade em 2024

Prática acadêmica e formação socioemocional se complementam para dar autonomia intelectual e emocional ao aluno

 

Mais do que a aplicação de simulados, a preparação do aluno para o vestibular é feita de forma individualizada. “A orientação personalizada de estudos que oferecemos durante todo o ano aos nossos alunos é ainda mais importante neste período, pois precisamos equilibrar essa prática com as expectativas das avaliações competitivas”, observa Diego Monsalvo, professor de Filosofia e coordenador pedagógico do Ensino Médio do Colégio Progresso Bilíngue em Santos (SP). Para o vestibular deste ano, ele ressalta que o Colégio terá o maior número de treineiros em sua unidade participando do ENEM e dos vestibulares do Brasil.

O coordenador reforça que os alunos em fase pré-vestibular recebem, junto à orientação psicológica, uma investigação vocacional completa, conversas com as famílias e orientações do começo ao fim sobre as provas dos mais concorridos vestibulares e o próprio ENEM.

Tudo isso faz parte do foco em excelência acadêmica, por meio de iniciação à pesquisa científica, e formação de valores humanos, o que inclui acompanhamento pedagógico e psicológico e atividades artísticas extracurriculares (teatro e literatura). Esses são os pilares do Colégio que se complementam para dar autonomia intelectual e emocional aos alunos, explica Monsalvo.


Saber científico e premiações

O Colégio destaca que o saber científico é aplicado de forma natural como parte do conteúdo escolar, em trabalhos individuais e em grupo. No trabalho de pesquisa individual (TPI), os professores assumem o papel de orientadores na produção de artigos de pesquisa científica, que seguem os mesmos critérios acadêmicos, como a entrega no formato ABNT e apresentação do resultado para a banca e seus pares. “O movimento para produção rigorosa de ciência e saber é circular, fugindo das opiniões mal embasadas, como as fake news, e nos aproximando na prática daquilo que é propriamente o conhecimento científico”, observa Monsalvo.

Trabalhos em grupo (TPG) também fazem parte da formação. “Entendemos que a pesquisa séria e rigorosa também é produzida em grupo. A sociedade é um coletivo e trabalhar as diferenças em torno da responsabilidade e das metas a serem atingidas é um fator determinante na formação dos alunos, que não podem ver na escola uma ilha apartada do mundo, mas completamente integrada a ele”, argumenta.

Como incentivo à produção criativa, Monsalvo disse que os alunos precisam responder e criar soluções em quatro situações-problema, sendo uma delas na forma de curta-metragem, que pode ser um filme de ficção, documentário ou peça publicitária. “Já temos, por exemplo, uma premiação de melhor ator em um festival de cinema nacional a partir da produção de um curta-metragem.”

Isso cria um contexto cada vez maior de estímulo a participações em eventos competitivos e científicos externos. “Neste ano, por exemplo, tivemos o maior número de inscritos e batemos o recorde de passagens de fase nas Olimpíadas das quais participamos, como a de Biologia, o Canguru de Matemática e História do Brasil”, exemplifica.


Descobrindo vocações

Na opinião dos alunos de Ensino Médio do Progresso, a iniciação científica ajuda a formar conhecimento técnico e vocações pessoais. É o que diz, por exemplo, a aluna Laura Almeida Silva Castro (1ª Série).

Ela contou sobre a oportunidade que teve de desenvolver um trabalho no laboratório da Universidade Estadual Paulista (UNESP). “Fiz o primeiro contato com a minha aptidão pela área das Ciências Biológicas e dei início à iniciação científica júnior. Foi possível levar os conteúdos adquiridos em sala de aula, aprofundando e expandindo o meu conhecimento dentro do tema.”

Vallenttina Figueiredo Cardoso (2ª Série), comentou sobre a união de conhecimentos. “Meu TPI deste ano está bastante interessante, pois misturou duas áreas que gosto muito, a Geografia e o Cinema. Foi possível compreender o mundo cinematográfico a partir do mundo real e vice-versa."

Para Rayssa Cajaíba França (2ª Série), a pesquisa “instiga a busca pela verdade e o aprofundamento nas mais diversas áreas do saber". Além disso, a pesquisa “ajuda também a explorarmos nossos interesses e descobrir fatores que se relacionam à vida cotidiana".

O conhecimento prático também foi abordado por Júlia Yukie (1ª Série). "Podemos aprender outras maneiras de como pesquisar e enxergar a realidade, bem como escrever de uma maneira mais formal e objetiva. Como tive experiência sobre a maneira de fazer pesquisas, farei trabalhos mais objetivos e competentes."

 

Colégio Progresso Bilíngue


Consumidores optam mais pela alimentação sustentável e começam a moldar o mercad

Istock

Além dos impactos positivos na saúde, a escolha ajuda diretamente no incentivo ao cuidado com o meio ambiente


 

 

O mundo moderno tem se caracterizado por algumas transformações que aconteceram em vários países. Houve uma globalização digital que tem influenciado cada vez mais na vida das pessoas. Além disso, cada vez mais há uma preocupação maior para manter uma alimentação sustentável. E isso tem mudado o mercado.


Isso inclui uma via de mão dupla: uma tendência em minimizar os impactos do meio ambiente e também contribuir para a longevidade, diminuindo riscos de desenvolver doenças ao longo do tempo. Essas informações são apontadas em uma pesquisa produzida por médicos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

 

Influência na saúde


Para se ter uma ideia sobre os impactos, os pesquisadores descobriram que as pessoas que mantiveram uma dieta mais responsável (de forma ambiental) geraram 25% menos probabilidade de morrer ao longo dos 30 anos enquanto os dados eram coletados.


Manter essa alimentação mais equilibrada, ecologicamente falando, foi associada a um risco 15% menor de morte por câncer ou doenças cardiovasculares e 20% menor de óbitos por doenças neurodegenerativas.

 

Quais são os produtos mais sustentáveis?


Os alimentos eram classificados no Índice de Dieta de Saúde Planetária (PHDI, em inglês). A pontuação variava de 0 a 150, de acordo com os impactos que cada um desses produtos tem na natureza.


Grãos integrais, frutas da estação, vegetais que não contêm amido, nozes, amendoins e óleos que são fabricados a partir de plantas apresentaram os melhores resultados na lista. Ovos, carnes vermelhas e produtos ultraprocessados estão nas últimas posições, sendo o pior tipo para o meio ambiente.

 

Além desses dados, existem outros diferentes estudos que apontam que, nesse modelo em que muitos ainda se alimentam, em 2050 pode não ter mais recursos naturais suficientes para alimentar as pessoas. Por isso, muito se tem discutido sobre quais ações os governos e as empresas privadas precisam tomar para mudar esse curso.

 

Mas as pessoas também podem mudar as atitudes e contribuir para um futuro melhor. O primeiro passo é reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e carnes vermelhas. Peixes, frutos-do-mar, frutas, verduras e legumes podem fazer essa substituição. Açúcar, sal, óleos e gorduras precisam ser cortados ou minimizados ao extremo.


É garantido que ao fazer esses preparos em um fogão 5 bocas, trocando os produtos nocivos por alimentos mais sustentáveis, a saúde com certeza irá melhorar. E, de quebra, ainda há a participação para que a natureza não seja impactada de forma negativa.


Qualidade versus quantidade: o dilema dos novos médicos no Brasil

Em agosto, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista e suspendeu o julgamento que discute critérios para abertura de novos cursos privados de medicina. Um dos temas controversos no universo da saúde brasileira: de um lado alega-se que existe a necessidade da formação de médicos que atuem em cidades mais distantes das capitais. De outro, estão os conselhos médicos que são contrários a novos cursos, em razão da necessidade de controlar a qualidade na formação de novos profissionais. Não é demais lembrar que há muitos interesses econômicos envolvendo a abertura de novos cursos particulares. Enfim, mais um dilema brasileiro que foi parar nas Cortes Superiores do Judiciário. 

A discussão no Supremo é sobre um dispositivo da lei do Programa Mais Médicos que condiciona a criação de novas graduações a um chamamento público que direciona os cursos a determinados municípios, com base em critérios dos ministérios da Saúde e da Educação.  Esse dispositivo é questionado pela Associação Nacional das Universidades Particulares que discute se é constitucional a previsão de requisitos para a abertura de novos cursos na área.   

O relator, Gilmar Mendes, discordou do argumento e votou para validar a regra do Mais Médicos. Na visão do ministro, a sistemática do chamamento público é adequada para a estruturação de políticas públicas. O ministro também determinou que devem ser suspensos os processos administrativos para criação de novos cursos que ainda não passaram da primeira etapa de análise dos documentos.  No caso daqueles que já superaram essa fase, Gilmar apontou que a análise técnica deverá observar se os municípios que receberão a oferta de vagas cumprem as exigências do programa. Os cursos de medicina já instalados deverão ser mantidos, de acordo com o ministro. 

O ministro Edson Fachin divergiu em seu voto e ponderou que a manutenção dos processos administrativos em curso sem chamamento público esvaziará o interesse de instituições a se submeter aos requisitos do Mais Médicos, cujo objetivo é reduzir desigualdades na área de saúde. Os dois ministros só discordaram em um ponto: a continuidade dos processos pendentes que pedem autorização para abertura de novo curso de medicina. Para Gilmar, essas ações devem continuar tramitando. Fachin entende que todos os processos devem ser suspensos. Enfim, por enquanto, sem definição. 

Apontam os números divulgados pelo CFM que existem 389 escolas médicas em atividade no Brasil, distribuídas em quase 250 municípios, as quais, juntas, oferecem cerca de 40 mil vagas por ano. Desse total de cursos, 42,9% (167) foram criados nos últimos dez anos, sendo que 53,4% (208) estão no Sul e no Sudeste e 81,1% (315) em capitais e municípios de grande porte. 

Levantamento do CFM aponta que mais de 90% dessas instituições de ensino estão em municípios com déficit em parâmetros considerados essenciais para o funcionamento dos cursos. Ou seja, são localidades que não contam com número suficiente de leitos de internação, de equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) ou hospitais de ensino, entre outros itens. 

Vale contextualizar que o Brasil teve um salto, nos últimos anos, no número de médicos e hoje cerca de 545,4 mil profissionais estão em atividade no país. Ou seja, são 2,56 profissionais para cada mil habitantes. Um bom número que aproxima o Brasil de índices de outros países, como os Estados Unidos. 

O aumento no número de médicos acompanhou o crescimento de escolas médicas e de vagas na última década. Em 2010, a proporção de médicos por mil habitantes era de 1,76 e havia 343,7 mil registros de médicos no país - em 2022, os registros subiram para quase 600 mil (há médico que faz mais de um registro para atuar em estados diferentes). De acordo com o CFM, como os médicos têm uma vida profissional longa (cerca de 43 anos), alguns estudos já estimam que o Brasil deve alcançar quase 837 mil médicos em cinco anos. 

Entretanto, o mesmo estudo confirma a desigualdade na distribuição e na fixação de médicos pelo Brasil: mais de 290 mil médicos estão concentrados nas capitais, atendendo a 24% da população brasileira. Entre as regiões, o Norte é a mais deficitária. 

Segundo o levantamento, 62% dos médicos do país atuam nas 49 cidades que possuem mais de 500 mil habitantes. Juntas, elas concentram 32% da população brasileira. Já cerca de 205,5 mil médicos atendem nos outros 5.521 municípios do país ou 68% da população brasileira. Nos 4.890 municípios com até 50 mil habitantes, estão pouco mais de 8% dos profissionais (cerca de 42 mil médicos). Nesses locais, moram 65,8 milhões de pessoas. Em 1.250 municípios menores (de até 5 mil habitantes), há 0,45 médicos para cada mil habitantes. 

No recorte do estudo, um número revelador: as 27 capitais brasileiras reúnem 54% dos médicos - uma média de 6,21 médicos por mil habitantes. Já no interior estão 46% dos médicos - 1,72 profissional para cada mil habitantes. 

Entre as regiões, de acordo com o CFM, o Sudeste, concentra 58% dos médicos - 3,22 para cada mil habitantes. No Sul, estão 15,7% dos médicos - 2,82/mil habitantes. No Nordeste, estão 18,5% dos médicos - 1,75/mil habitantes. No Centro-Oeste, estão 8,4% dos médicos - 2,74/mil habitantes. E no Norte, estão 4,6% dos médicos - 1,34/mil habitantes. 

São diversas as questões que são responsáveis por essa desigualdade na distribuição de profissionais pelo país. A principal é a falta de uma política pública de incentivo à saúde e aos médicos atuarem no interior e em pequenas cidades. Falta infraestrutura, leitos, equipamentos, medicamentos, acesso a exames, entre outros problemas. 

A retomada do Mais Médicos nesse Governo Federal pode até ser um caminho para reduzir as carências e diferenças regionais, mas seria importante que médicos fossem avaliados por um exame semelhante à prova de Exame de Ordem dos Advogados, antes de atuarem em campo. 

Atualmente, há o Revalida, Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira. O seu objetivo é avaliar habilidades, competências e conhecimentos necessários para o exercício profissional adequado aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Médicos brasileiros formados em Venezuela, Bolívia, Cuba e Paraguai têm o maior percentual de reprovação na primeira fase do Revalida, prova que reconhece a formação estrangeira para atuação de médicos no Brasil. O levantamento foi feito pela Faculdade de Medicina da USP e pela Associação Médica Brasileira, em complemento ao estudo Demografia Médica no Brasil, do CFM. 

A média geral de reprovação foi de 87,3% e mostra um cenário curioso: 84% dos brasileiros que tentaram a primeira etapa do Revalida em 2023 se formaram na Bolívia (44,8% do total) e no Paraguai (39,1%), países que não fazem vestibular para acesso e cobram mensalidades mais baixas. No Brasil cursar Medicina pode custar mais de R$ 10 mil por mês, faculdades na Bolívia, por exemplo, cobram a partir de R$ 700 de um brasileiro. Outro dado relevante é que dos 6.917 brasileiros que fizeram a primeira etapa do Revalida, 6.052 foram eliminados (87,5%). Já entre os estrangeiros, foram 2.265 candidatos, com 1.961 reprovados (86,6%). 

Há Projetos de Lei, ainda em análise pelos congressistas, com a proposta de que, para exercer a profissão no Brasil, os médicos terão de ser aprovados em um exame nacional de suficiência em medicina, com provas teórica e prática. Mas, ainda não foi aprovado o texto. 

Em 2018, o próprio CREMESP divulgou dados no sentido de que 7 entre cada 10 médicos não sabe identificar um infarto e não apenas esses dados chamaram atenção. Também é necessário verificar o aumento crescente da Judicialização da Medicina, com processos por má prática médica, não apenas em face de médicos recém-formados, evidente, mas, se não houver critérios mínimos para novas faculdades serem abertas, o futuro não será promissor para os novos profissionais tampouco para os pacientes. 

A discussão em torno dessas questões é complexa e envolve não envolve apenas aspectos legais, mas também políticas de saúde pública e educação médica. A busca por equilibrar o acesso à saúde em todo o país e a qualidade da formação médica é um desafio constante, com implicações significativas para a população brasileira. A reflexão que fica é: precisamos mesmo de mais escolas médicas?

 

Sandra Franco - consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, doutoranda em Saúde Pública, MBA-FGV em Gestão de Serviços em Saúde, diretora jurídica da Abcis, consultora jurídica da ABORLCCF, especialista em Telemedicina e Proteção de Dados, fundadora e ex-presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São José dos Campos (SP) entre 2013 e 2018

 

Viver em comunidades brasileiras nos EUA proporciona conforto mas limita a adaptação

De acordo com Daniel Toledo, advogado e especialista em Direito Internacional, esse é um problema que pode atrapalhar diretamente a vida acadêmica de jovens imigrantes brasileiros

 

A decisão de mudar-se para um país estrangeiro é uma jornada emocionante e desafiadora para qualquer família. Quando se trata de famílias brasileiras se estabelecendo nos Estados Unidos, uma escolha crucial deve ser feita: integrar-se completamente na sociedade local ou optar por viver em uma comunidade com um grande número de pessoas do Brasil, como no estado da Flórida. 

Escolher por uma comunidade brasileira nos EUA, apesar de proporcionar familiaridade, pode criar obstáculos significativos para o processo de adaptação, especialmente para as crianças. Afinal, a família continuará mantendo os mesmos costumes do Brasil, compartilhando momentos com vizinhos da mesma nacionalidade e, consequentemente, criando uma barreira entre eles e a verdadeira realidade americana.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, ao optar por viver dentro de uma comunidade brasileira, a família está construindo uma bolha em volta de si. “Dentro dessa bolha, as tradições, a língua e a cultura são preservadas. Esse isolamento será prejudicial para as crianças em idade escolar, resultando em dificuldades para compreender as matérias e absorver as informações passadas pelos professores”, revela.

Na escola, as crianças são expostas não apenas ao conteúdo acadêmico, mas também a um ambiente social diversificado. “A interação com colegas de diferentes origens enriquece o aprendizado e promove a compreensão global. Por outro lado, crianças que crescem dentro de uma comunidade brasileira irão sentir dificuldade em se integrar completamente nesse ambiente escolar diversificado, o que pode afetar negativamente seu desempenho acadêmico e desenvolvimento social”, alerta.

Quando esses jovens imigrantes chegam à faculdade, as dificuldades podem ser ainda mais evidentes. Afinal, o ambiente acadêmico é desafiador, exigindo compreensão e habilidade para se comunicar em inglês de forma coerente. “Professores universitários, muitas vezes, apresentam ensinamentos complexos e utilizam diálogos que podem ser desconhecidos para quem cresceu em meio a uma comunidade brasileira, mesmo dentro dos Estados Unidos. Isso pode criar uma lacuna no entendimento, prejudicando o desempenho na universidade”, relata Toledo.

Viver em uma comunidade brasileira nos Estados Unidos pode parecer uma escolha inicialmente reconfortante, mas pode resultar em sérias limitações para o desenvolvimento educacional, social e cultural das crianças. “A imersão na verdadeira realidade americana desde cedo proporciona não apenas uma compreensão mais profunda da cultura do ambiente, mas também prepara as crianças para se integrarem na sociedade local. É importante considerar esses aspectos ao tomar a difícil decisão de se mudar para um novo país, garantindo o melhor futuro possível para essa jovem geração”, finaliza. 



Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse o site. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 193 mil seguidores com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos


Toledo e Advogados Associados
https://toledoeassociados.com.br/


Caso Daniel Alves e a multa por "atenuante de reparação de dano causado"

Em agosto de 2023, Daniel Alves foi acusado formalmente pela justiça espanhola da prática de agressão sexual contra uma jovem em uma boate na cidade de Barcelona O crime previsto e punido no Código Penal espanhol é equiparado ao crime de estupro, previsto no Código Penal brasileiro. 

Um fato novo surgiu recentemente. A defesa de Daniel Alves utilizou uma ferramenta jurídica prevista na legislação penal espanhola para tentar reduzir a pena do jogador. Ele poderá ter a pena máxima reduzida caso seja condenado pelo crime de agressão sexual. Isso porque pagou 150 mil euros (R$ 800 mil) à Justiça da Espanha como indenização por "atenuante de reparação de dano causado". 

Importante ressaltar que, até a presente data, o jogador de futebol continua preso preventivamente, em virtude do alto risco de fuga pelo brasileiro. Isso porque, caso viaje ao Brasil, sua pátria não o extraditará para a Espanha para cumprir eventual condenação penal ou até mesmo responder aos atos da instrução processual penal ainda em trâmite, em virtude do Brasilpaís não extraditar seus cidadãos. 

Essa estratégia defensiva visa que o jogador de futebol brasileiro tenha de forma subsidiária, em caso de eventual  condenação, a moldura penal aplicada no caso em concreto reduzida até pela metade da pena a ser fixada em sentença judicial. 

Neste caso, a justiça espanhola não prevê a possibilidade de a acusação, ou até mesmo o assistente de acusação, advogado nomeado pela vítima para atuar em paralelo com o Ministério Público com o objetivo de êxito na condenação de Daniel Alves, negar essa transação de reparação do dano causado, que está previsto expressamente no Artigo 21 do Código Penal espanhol. 

O Código Penal espanhol prevê expressamente no Artigo 66 que: quando houver apenas uma circunstância atenuante, a pena aplicada será a metade inferior da que define a lei para o delito. 

A pena máxima para um caso de agressão sexual na Espanha pode chegar em até 12 anos de prisão, no regime fechado, e em caso de ser reconhecido a atenuante de reparação, com o esse pagamento feito pelo jogador de futebol, a pena pode ser diminuída pela metade. Por exemplo, se Daniel fosse condenado na pena máxima de 12 anos, com a incidência da atenuante da pena, essa pena pode ser fixada em sentença judicial em 6 anos de prisão. 

Importante deixar claro que o pagamento dos 150 mil euros não veta a Justiça espanhola de aplicar uma pena superior aos seis anos, caso julgue que há outros agravantes no caso do jogador Daniel Alves. 

Neste caso, mesmo que a mulher que acusa Daniel Alves se negue a receber a quantia, a Justiça deve dar ao acusado a chance de pagar a indenização, não sendo uma escolha das partes envolvidas no caso. E se o jogador de futebol for absolvido, o valor da indenização, que fica como se fosse uma espécie de caução - ou seja, vinculado ao processo mas depositado em uma conta em juízo sem a possibilidade da vítima levantar a quantia até o trânsito em julgado - , deve ser devolvido ao jogador brasileiro.

 

Eduardo Maurício é advogado no Brasil, em Portugal e na Hungria. Doutorando em Direito - Estado de Derecho y Governanza Global (Justiça, sistema pena y criminologia), pela Universidad D Salamanca - Espanha. Mestre em direito – ciências jurídico criminais, pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela Católica – Faculdade de Direito – Escola de Lisboa em Ciências Jurídicas. Pós-graduado em Direito penal econômico europeu, em Direito das Contraordenações e em Direito Penal e Compliance pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela PUC-RS em Direito Penal e Criminologia. Pós-graduando pela EBRADI em Direito Penal e Processo Penal. Pós-graduado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Academy Brasil –em formação para intermediários de futebol. Mentor em Habeas Corpus. Presidente da Comissão Estadual de Direito Penal Internacional da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim). Membro da Association Internationale de Droit Pénal (AIDP) – International Association Penal Law. Membro da Associação Internacional de Direito Penal de Portugal (AIDP – PT) – International Association Penal Law – PT. Intermediário oficial da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

 

Imigração para Inglaterra: Advogada brasileira esclarece 5 dúvidas sobre intercâmbio voluntário no Reino Unido

O sonho de imigrar e morar na Inglaterra é realidade para muitos brasileiros. Uma opção interessante é o intercâmbio voluntário, pois permite viver no Reino Unido por até 12 meses com possibilidade de renovação.  

A Dra. Livia Suassuna, advogada brasileira especializada em direito imigratório em Londres, esclarece as principais dúvidas sobre esse tipo de intercâmbio.  

"Considero uma grande porta de entrada para o Reino Unido, mesmo para quem não fala inglês fluentemente. É possível trabalhar não só na Inglaterra, mas também na Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales", destaca a advogada de imigração.

 

1- O que é o intercâmbio voluntário? 

Também conhecido como Charity Worker, o intercâmbio voluntário é uma oportunidade de obter um visto de até 12 meses para trabalhar em instituições cadastradas pelo governo britânico. São mais de 900 opções e o visto pode ser estendido ou convertido em outra categoria, como visto de trabalho.

 

2- Quais são os principais custos? 

Passagem aérea, taxa do visto Charity Worker (cerca de £244), seguro saúde NHS (opcional, £624 por mais de 6 meses de estadia) e seguro-viagem. Porém, a alimentação e moradia são cobertos pela instituição, o que ajuda a compensar os custos, segundo a advogada de imigração.

 

3- Que tipo de trabalho é oferecido? 

Geralmente são trabalhos não qualificados, como em hotel fazenda, cuidar de animais, trabalhar em plantações, cozinhas, limpeza, cuidar de idosos e crianças especiais, instituições religiosas etc. Não é preciso comprovar nível de inglês ou qualificação e você vai aprender inglês no dia a dia, podendo também frequentar escolas gratuitas do governo. 

 

4- Onde encontrar as instituições? 

A lista está no site gov.uk. É preciso se candidatar a uma vaga e passar por uma entrevista, geralmente por Skype. Se aprovado, a instituição emite uma carta para solicitar o visto.

 

5- Como brasileiros podem buscar o intercâmbio voluntário? 

“O Intercâmbio Voluntário é uma ótima opção para brasileiros que sonham em morar no Reino Unido, mas têm orçamento limitado. É uma oportunidade de conseguir viver por até um ano legalmente no Reino Unido, de ter novas experiências profissionais e pessoais tendo um tempo de aprendizado e podendo conhecer outros países da Europa. Um sonho que pode ser acordado, não é mesmo?”, questiona e incentiva a advogada Dra. Livia Suassuna.

 

As lições de Maquiavel que o Brasil não aprendeu

Nicolau Maquiavel, filósofo italiano considerado o pai da ciência política moderna, viveu apenas 58 anos. Quando ele morreu, em 1527, o Brasil era uma terra recém-descoberta pelos portugueses, que mal haviam iniciado o processo de colonização.

Quase cinco séculos depois, a obra de Maquiavel continua a ser estudada e muitos de seus pensamentos seguem reverberando, dado seu caráter profético em relação a regimes políticos, ditaduras de todos os gêneros e desmando de políticos.

Boa parte do que escreveu parece ter sido pensado como um alerta ao Brasil do século XXI e, portanto, merece reflexão.

“Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos não merece a liberdade. Merece a escravidão”, escreveu o filósofo renascentista. No mesmo sentido, disse ainda: “Um país cujas leis são lenientes e beneficiam bandidos não tem vocação para liberdade. Seu povo é escravo por natureza”.

É um recado duro e direto, lamentavelmente ainda não assimilado apesar de tanto tempo decorrido. O povo brasileiro parece, de fato, escravizado pela imoralidade pública alimentada pela crise ética nacional e pela leniência com a qual é tratada a questão.

Ao longo da história, os escândalos se sucedem e, muito recentemente, o desfecho da Lava-Jato, a maior operação já realizada contra a corrupção, com a anulação de provas contundentes (Suprema Corte, em cumprimento ao quanto disposto em lei, agiu de forma correta, porém, a meu ver, extemporânea) e de condenações confirmadas por colegiados em segunda instância, pintou um retrato bem realista de como o país enfrenta um de seus mais graves problemas nacionais. Por estas razões é indispensável que se torne imprescritível todos os crimes contra administração pública, aliada a completa revisão da lei da ficha limpa.

A leniência se escancara com a alteração da Lei de Improbidade Administrativa, obrigando a demonstração do dolo do agente público para a punição dos malfeitos e, agora, com a movimentação do Congresso Nacional para anistiar os partidos políticos das multas aplicadas por irregularidades no processo eleitoral, flexibilizando a lei aprovada pelos próprios parlamentares.

Sabiamente, Maquiavel ainda alertava: “Um povo cujas instituições públicas e privadas estão em boa parte comprometidas não tem futuro. Só passado”. O comprometimento a que se refere o autor de “O Príncipe”, obviamente não é com o zelo na utilização dos recursos públicos, com a ética, com a moralidade, com a transparência, com o desenvolvimento e com o bem-estar da população, mas apenas com interesses pessoais ou corporativos.

Esse pensamento se complementa com outra afirmação: “Uma nação onde a suposta sociedade civil organizada não mexe uma palha se não houver lucros (vantagens pessoais), não é capaz de legar nada a seus filhos, a não ser dias sombrios”. Nada mais verdadeiro.

“Uma pátria onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal não é uma pátria, pois neste lugar não há patriotismo, apenas interesses e aparências”, ensinou ainda o pensador italiano. Mais uma reflexão necessária.

A questão é que a sensação de impunidade vai se sedimentando na sociedade brasileira, transparecendo falsamente que o crime compensa. A multiplicação dos malfeitos em todas as esferas sem a correspondente punição apenas serve de estímulo à prática delituosa e ao afrouxamento moral da população. Banaliza o errado e cria complacência coletiva em relação ao comportamento reprovável.

E, nesse aspecto, cabe outra lição de Maquiavel: “Um país onde os poucos que se esforçam para fazer prevalecer os valores morais como honestidade, ética e honra são sufocados e massacrados, já caiu no abismo há muito tempo”.

Os mais otimistas dirão que ainda não caímos no abismo. Se isso é verdade, estamos bem próximos disso. Permeia a inversão de valores, trazendo à nossa realidade o vaticínio de Rui Barbosa, segundo o qual chegaria o momento em que o homem desanimaria “da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

“Uma sociedade onde muitos homens e mulheres estão satisfeitos com as sórdidas distrações, em transe profunda, não merece subsistir”, escreveu também Nicolau Maquiavel em seu pensamento crítico do Estado e da sociedade, como se estivesse olhando para um Brasil que ainda nem existia como nação.

“Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão”, avisava o pensador florentino. E complementava: “Só tenho compaixão daqueles bravos que se revoltam com esse estado de coisas”.

Os brasileiros precisam resgatar a ética e a moralidade e estancar a contaminação provocada pela impunidade para que o país reencontre o rumo de uma nação mais justa, com direitos e deveres verdadeiramente iguais para todos os cidadãos, sem privilégios de qualquer espécie – nem foro privilegiado nem aposentadorias precoces e milionárias, por exemplo -com efetivo combate à corrupção, oportunidades para todas as classes, e redução das desigualdades regionais e sociais. Para evitar o abismo e se libertar da escravidão que o acorrenta ao erro e, assim, transformar-se numa pátria de verdade, com dignidade e orgulho.

O caminho da redenção nacional já foi apontado por Maquiavel há quase 500 anos.

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br

 

O que a inteligência artificial já trouxe de novo ao setor financeiro?

Especialista em finanças pessoais explica quais mudanças foram trazidas pela IA

 

Atualmente, a inteligência artificial (IA) tem ganhado cada vez mais destaque na sociedade, independentemente da área em que esteja sendo implementada. E quando se trata do setor financeiro, a IA tem desempenhado um papel bastante significativo e sua aplicação vem evoluindo ao longo dos anos. 

João Victorino, especialista em finanças pessoais, afirma que a IA já atua em diversas tarefas do setor financeiro, como análise de dados, que incluem as transações e histórico de clientes. Além disso, a IA utiliza algoritmos de aprendizado de máquina (machine learning - um subcampo da ciência da computação que evoluiu do estudo de reconhecimento de padrões) para identificar parâmetros dos dados. Esses algoritmos (conjunto de instruções e regras que um programa de computador possui para executar suas funções) podem prever tendências de mercado, riscos de crédito, fraudes e até otimizar estratégias de investimento.

Outro ponto de destaque é a introdução do Processamento de Linguagem Natural (PLN - uma subárea da ciência da computação, inteligência artificial e da linguística, que estuda os problemas da geração e compreensão automática de línguas humanas naturais). “Para interações com clientes e análise de notícias financeiras, a IA usa técnicas de PLN para compreender e gerar texto. Isso é útil para chatbots, análise de sentimentos e tradução de documentos financeiros.”, explica João.

Pode parecer que isso tudo é novidade, mas não é. A Inteligência Artificial já é largamente utilizada em ferramentas de prevenção a fraudes e de análise de transações arriscadas nas empresas de meios de pagamento (cartões de crédito) e também em bancos com operações de crédito ao varejo. A novidade é que essas soluções vão agora estar à disposição das pessoas comuns como eu e você. Mas não se engane, as grandes corporações estão sempre à frente, dada a capacidade de investimento em tecnologias de ponta.

Segundo o especialista, com a chegada desses grandes avanços tecnológicos, a tendência é que as pessoas fiquem mais empolgadas em se planejar financeiramente com a IA. Isso acontece porque fica mais claro enxergar o panorama geral de suas finanças pessoais e verificar as suas projeções de gastos, recebimentos e atingimento de objetivos de acordo com cada situação particular.

No entanto, João alerta sobre a importância de monitorar os riscos da introdução desta ferramenta, sabendo dosar os prós e os contras. “A inteligência artificial enfrenta desafios no setor financeiro, como questões de segurança e ética, especialmente quando se trata de tomar decisões críticas em nome dos clientes. A regulamentação desempenha papel importante na governança dessas tecnologias para garantir responsabilidade e transparência”, ressalta.

Para finalizar, João Victorino destaca as 5 mudanças mais significativas que a inteligência artificial trouxe para o setor financeiro:

  • Análise de dados mais precisa: a IA permite a análise de grandes volumes de dados financeiros em tempo real, identificando padrões e tendências que seriam difíceis de detectar manualmente. Isso ajuda na tomada de decisões.
  • Automatização de tarefas repetitivas: a IA pode automatizar tarefas rotineiras, como processamento de documentos, verificação de conformidade e conciliação de transações, economizando tempo e reduzindo erros.
  • Melhoria na detecção de fraudes: os algoritmos de IA são eficazes na detecção de atividades fraudulentas, analisando padrões de transações e comportamentos suspeitos em tempo real, protegendo as instituições financeiras e os consumidores.
  • Gestão de risco aprimorada: a IA é usada para avaliar e gerenciar riscos financeiros, calculando modelos de risco de crédito e identificando potenciais ameaças aos investimentos.
  • Aprimoramento do atendimento ao cliente: chatbots e assistentes virtuais alimentados por IA estão sendo usados para fornecer suporte ao cliente 24 horas por dia, respondendo a perguntas e auxiliando em transações financeiras.

 

João Victorino - administrador de empresas e especialista em finanças pessoais, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro. Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.


5 perguntas que não devem ser feitas às mulheres durante um processo seletivo

 Questionamentos sobre família e maternidade podem ficar de fora, explica especialista


Conciliar a maternidade com a vida profissional historicamente sempre foi um grande desafio para as mulheres. Enquanto a presença feminina em cargos de alta liderança vem aumentando a cada ano - segundo dados da consultoria Grant Thornton, esse montante ultrapassa os 30% - por outro lado, o volume de mulheres entre 31 e 40 anos são as que mais possuem dificuldade em se recolocar no mercado de trabalho, conforme amostragem de uma pesquisa feita pela Condurú Consultoria. 

Por conta dessa disparidade, o olhar do mercado tem se voltado aos desafios que essas mulheres, muitas vezes mães, enfrentam no ambiente de trabalho e inclusive nos processos seletivos, sendo sabatinadas com perguntas inadequadas em relação à sua vida pessoal - o que inclui perguntas sobre maternidade. 

De acordo com Camila Marion, sócia da EXEC, consultoria especializada em Executive Search, muitas mulheres, ao tentarem retornar ao mercado de trabalho ou buscarem uma melhor colocação, ainda se deparam com entrevistadores fazendo perguntas e tecendo comentários inadequados. Segundo a recrutadora, falta empatia por parte das pessoas para se colocarem no lugar da entrevistada. “Eles não conseguem entender o quanto estão sendo invasivos ao proferirem algumas perguntas que podem afetar a privacidade da mulher que, além da vida profissional, tem um papel pessoal como mãe, esposa, filha, entre outros”. 

No entanto, a especialista afirma que muitos desses questionamentos podem ser feitos de forma diferente. “O recrutador precisa se questionar se a pergunta mais delicada que ele vai fazer à candidata vai influenciar na avaliação dela sobre a empresa”, complementa.
 

5 perguntas que devem ser evitadas em uma entrevista de emprego
 

Camila elencou 5 perguntas que não devem ser feitas a uma mulher durante uma entrevista de emprego.



1. Qual é a sua idade?

Para Camila, a idade hoje é um aspecto protocolar e não mais um elemento de eliminação. “A candidata talvez se sinta intimidada achando que sua idade fará diferença na contratação e fica receosa durante a conversa, o que pode prejudicar o seu desempenho no processo. O correto é perguntar sobre idade somente na fase final das etapas de seleção. Com a evolução do mercado, a idade deixou de ser um aspecto de peso na hora de escolher uma candidata”.

 

2. Você tem filhos?

No caso das posições de alta liderança, grande parte das candidatas já têm uma vida pessoal estabelecida e com filhos, ressalta Camila. De acordo com a pesquisa da Condurú, mais de 70% das mulheres na faixa etária entre 31 e 40 anos têm filhos.

“Essa pergunta não se faz necessária em grande parte das situações, especialmente quando falamos em posições de alta liderança, já que a maioria das candidatas têm filhos”, ressalta Camila. As poucas situações em que essa pergunta pode ser relevante para ambos os lados é quando a posição em questão demanda mudança de estado ou cidade.

 

3. Você pretende engravidar? Quando?

Na atual conjuntura do mercado, ter ou não filhos não é um fator eliminatório - por consequência, essa pergunta se torna defasada, além de invasiva e inapropriada. “Por mais que o seu cliente ou empresa não tenha isso como critério eliminatório, há um histórico longo de exclusão do mercado de trabalho de mulheres que pretendem ter filhos. Por conta disso, há um gatilho na mente da maioria das mulheres”, aponta Camila.

 

4. Se você tiver filhos, pretende não voltar da licença-maternidade para cuidar deles? Ou pretende colocá-los na creche?

Esse tipo de pergunta possui um cunho pessoal muito grande e busca eximir a empresa desde o início da responsabilidade de criar um ambiente inclusivo. Camila aponta que ainda há uma preocupação sobre como as mulheres vão conduzir a maternidade. “As empresas querem saber se vão poder contar com essas profissionais quando o período da licença terminar”.

No entanto, a cada ano que se passa, especialmente após a pandemia, ficou claro que mulheres que trabalham em empresas genuinamente inclusivas conseguem balancear maternidade e vida profissional e por vezes serem ainda mais engajadas.

 

5.Se seu filho precisa ir ao médico é você quem o leva ou outra pessoa?

Essa é outra pergunta inapropriada e invasiva que está relacionada ao item 4, sobre a disponibilidade que a mulher terá para se dedicar ao trabalho e não deve ser realizada. “Esse tipo de pergunta é de cunho pessoal significativo e busca eximir a empresa de criar um ambiente inclusivo desde o início da conversa com a candidata”.

A especialista afirma que as perguntas inadequadas ainda acontecem por falta de conexão com a pessoa que está sendo entrevistada. “É importante entender o que está acontecendo do outro lado. De repente, a profissional que está sendo sabatinada é mais fechada, pode se sentir invadida dependendo da pergunta que será feita. Se ela for mais aberta, o entrevistador pode inserir mais naturalidade aos questionamentos”.

 

Papel das empresas
 

As empresas desempenham um papel fundamental para tornar esse ambiente de recrutamento mais adequado para as mulheres que vão ocupar cargos de liderança. Camila afirma que um dos pontos mais importantes nesse sentido é que as companhias falem abertamente sobre o assunto e assumem responsabilidade sobre isso. “Elas podem criar uma dinâmica própria para lidar com o assunto, promovendo rodas de conversa, bate-papos, treinamentos, além de oferecer benefícios como auxílio creche, flexibilidade de jornada tanto para colaboradoras mães, quanto para colaboradores pais, contribuindo assim para uma mudança de mindset ao entender que a responsabilidade por um filho não é só da mulher. 

Dar voz às mulheres para que elas falem sobre como se sentem ao passarem por experiências desafiadoras durante os processos de seleção ajuda a promover o acolhimento. “Fica mais fácil para quem entrevista entender porque não é legal fazer uma determinada pergunta ou por que não é bacana fazer um determinado comentário no ambiente de trabalho”, enfatiza Camila. 

A sócia da EXEC reforça ainda a importância de falar sobre os vieses inconscientes. “Temos muitos deles que nos acompanham ao longo de toda a nossa carreira em virtude da cultura e do lugar onde vivemos. Tomando consciência disso, a seleção pode ser conduzida de forma diferente”. 

As empresas estão cada vez mais investindo em políticas internas para dar espaço às mulheres, na visão de Camila. “Já conduzi processos de recrutamento de executivos que, ao apresentar uma mulher como possível candidata ao cargo - entre uma maioria masculina devido ao segmento em questão - a empresa gostou tanto de seu perfil que criou políticas internas para poder dar espaço para ela, oferecendo trabalho híbrido, flexibilidade, ainda mais porque envolve mudança de cidade”.
 

Mudanças
 

Maternidade, filhos, idade, planos pessoais para o futuro. Esses são apenas alguns dos assuntos que devem ser questionados com cuidado às mulheres durante um processo seletivo. No entanto, em algumas situações as perguntas são justificadas. "Atualmente as empresas querem saber o que o marido ou esposa da candidata ou candidato fazem, por exemplo, não para eliminá-los do processo de seleção, mas porque pode haver uma mudança considerável em sua vida - geográfica ou de rotina - e é preciso entender como será possível acomodar sua estrutura familiar. Ou seja, as empresas querem se certificar de que o que elas têm a oferecer se encaixa à realidade das candidatas ou candidatos", ressalta Camila. 

A sócia da EXEC adota como estratégia fazer perguntas mais abertas para abordar a vida pessoal das mulheres em cargos de liderança. “Por exemplo, posso citar questões como ‘o que você pode me contar sobre sua estrutura familiar?’, entre outras. 

Além disso, ainda há uma tendência, de acordo com Camila, de avaliar as profissionais mais pelo tempo em que elas ficam no escritório do que por sua produtividade, principalmente em empresas familiares. “É preciso quebrar esse paradigma. A profissional estará muito mais feliz, produtiva e comprometida se ela tiver tempo para levar o filho à escola, ao médico e depois voltar e trabalhar em outro horário”.

 

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Massas e pães estão entre os 10 alimentos mais consumidos pelo brasileiro

● Pesquisa revela que pão industrializado é o 2o item mais consumido no café da manhã

● Massa tradicional é o 5o alimento mais escolhido para o almoço aos finais de semana

 

Itens da cesta básica do brasileiro, os queridinhos pão e macarrão têm suas datas estabelecidas no calendário: 16 e 25 de outubro, respectivamente. Uma pesquisa exclusiva encomendada pela Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados) a Kantar Usage mostra que esses alimentos estão entre os 10 mais consumidos no país. Itens versáteis, estão à disposição nos pontos de venda com os mais diferentes tipos e preços, acessíveis para diferentes gostos e bolsos.

 

Massas Alimentícias

No levantamento, observa-se que quase metade dos brasileiros consome massas semanalmente: cerca de 44,5% das pessoas. “A frequência de uso do macarrão pelo brasileiro em casa é algo impressionante. O alimento está em basicamente 100% dos lares (98,8%*) no país, o que endossa seu papel fundamental na dieta da maioria das pessoas e o quanto faz parte da cultura alimentar no Brasil”, explica Claudio Zanão, presidente executivo da Abimapi. 

Para escolher o tipo de macarrão, temos uma vasta lista. E os formatos de massa mais consumidos pelo brasileiro são spaghetti (39,8%), parafuso/ fusilli (23,1%), agnolini/ capeleti/ tortelin (5,7%), lasanha (5,5%) e argola (4,7%). Ao sugo, bolonhesa e macarrão de panela estão nos três primeiros lugares,
respectivamente, da lista de 23 pratos com massa presentes na rotina da população. “A indústria de alimentos desempenha um papel fundamental na inovação de produtos, incluindo o famoso macarrão. E a inovação é importante por várias razões, entre elas a diversificação de produtos, a possibilidade de melhora nutricional, a atenção com a sustentabilidade e, claro, sabor e textura”, aponta Zanão.
 

A região destaque deste ano é, na verdade, uma cidade. O Rio de Janeiro teve um aumento considerável em relação ao consumo de massas. O total passou de 22% para 26%. Se olharmos o recorte regional do consumo de massas no Brasil como um todo, vemos um equilíbrio em todas as regiões, puxado pela região metropolitana de São Paulo.

 

Pães Industrializados

A pesquisa também trouxe diversas informações sobre o comportamento do consumidor em relação aos pães industrializados, que tem penetração de 94,7% dos lares no Brasil. O alimento é consumido quatro vezes por semana no país por mais de 31% da população. O café da manhã segue sendo o momento preferido de consumo do item - comprado, em média, 17 vezes por ano pelo consumidor. 

Os formatos queridinhos são pão de forma (73,2%) e bisnaguinha (13,2%) - itens que tiveram um aumento no consumo de 2022 para 2023 de 5%. Entre os tipos de preparo, os versáteis, gostosos e nutritivos sanduíches caseiros compõem 99% das ocasiões de uso de pães industrializados. As receitas mais consumidas pelo brasileiro em casa são sanduíche caseiro, cachorro-quente, bauru de forno e torrada. A principal ocasião de consumo é o café da manhã, com 80,2% da preferência. 

Em relação às regiões que mais consomem pão no Brasil, a região metropolitana de São Paulo é a que aumentou o consumo de 2022 para 2023. Passou de 47,3% para 54,8%. Um aumento bastante considerável. Podemos dizer que esse crescimento (e o que a categoria representa como um todo) deve-se muito às diversas possibilidades de consumo que o pão industrializado entrega - seja como um snack ou um lanche na parte da tarde, por exemplo. Ocasião de consumo que vem ganhando expressividade na categoria, por ser um alimento versátil, que facilmente pode ser inserido em qualquer refeição. 

“Assim como as massas alimentícias, os pães industrializados também fazem parte da cultura alimentar do brasileiro. E são diversas as caraterísticas que tornam esse alimento tão presente nas nossas vidas. Conveniência, variedade, duração, informação nutricional, além do fácil acesso são fatores que o consumidor sempre leva em conta na hora de decidir sua compra - e tudo isso encontramos no pão”, afirma Zanão.

 

abimapi


Fonte: Kantar Usage 2023

 

No Dia Mundial do Pão, aprenda a receita de rosca de queijo para compartilhar com a família

 ROSCA DE QUEIJO

Divulgação/Divino Fogão


Ingredientes Massa:


30 gramas de fermento biológico
20 gramas de açúcar
1 grama de sal
250 ml de leite morno
20 gramas de óleo de soja
3 ovos inteiros
700 gramas de farinha de trigo
50 gramas de queijo ralado


Ingredientes recheio:


150 gramas de margarina
100 gramas de creme de leite lata
200 gramas de queijo parmesão ralado grosso


Modo de Preparo:


Em uma tigela, misture o fermento com o açúcar e o sal. Em seguida, junte o leite, o queijo, os ovos, o óleo e a farinha. Sove bem a massa e coloque para crescer até dobrar de tamanho. Misture o creme de leite, manteiga e queijo parmesão até formar um recheio homogêneo.  Depois de 1 hora de descanso da massa, abra com um rolo, espalhe o recheio e enrole como rocambole. Divida o rocambole em 10 partes iguais e coloque em uma forma de pudim, untada, acomodando as fatias em pé. Deixe crescer novamente e leve ao forno pré-aquecido a 180º C por cerca 30 minutos ou mais se necessário.


Rendimento: 1 unidade.

Fonte: Divino Fogão.


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