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Conheça os principais desafios para consumir de forma consciente e veja como pequenas mudanças podem gerar um grande impacto
A Black Friday, uma das datas comerciais que mais geram expectativa do ano, acaba movimentando bilhões na economia global. Segundo um levantamento da Neotrust e ClearSale, o faturamento da Black Friday 2023 no e-commerce ficou em R$ 5,23 bilhões. O período atrai consumidores em busca de promoções, mas também destaca um dilema que anualmente vem à tona: como equilibrar o consumo com práticas conscientes, evitando desperdícios e impactos negativos no meio ambiente e na sociedade.
A origem da Black Friday aconteceu nos Estados Unidos, ocorrendo tradicionalmente na sexta-feira após o Dia de Ação de Graças, sempre na última sexta-feira de novembro. Porém, o apelo ao consumo desmedido e as compras por impulso geram consequências preocupantes, como o aumento do endividamento e a acumulação de bens desnecessários. Em um momento de superofertas, muitos não conseguem resistir à tentação de comprar mais do que o necessário. Esse comportamento está frequentemente ligado a fatores psicológicos como o efeito manada, onde a pressão social e a ação de outros consumidores geram a sensação de urgência, levando à compra impulsiva, muitas vezes sem necessidade real.
Além disso, a sensação de escassez e a perda de oportunidades são amplificadas pelas ofertas limitadas e os descontos agressivos, fazendo com que os consumidores sintam que precisam agir rapidamente para não "perder a chance" de adquirir algo vantajoso. A sensação de pertencimento também desempenha um papel importante, pois ao aproveitar essas ofertas, os consumidores sentem que estão participando de um evento coletivo, integrado ao comportamento da maioria.
O consumo consciente surge como uma resposta a esses desafios. Entretanto, colocar isso em prática durante a Black Friday pode ser complexo. “O excesso de estímulos, como anúncios, notificações e descontos aparentemente imperdíveis, pode ofuscar decisões bem pensadas”, destaca Marley Marques, psicóloga e psicopedagoga no Centro Universitário Newton Paiva Wyden. Esses estímulos, associados ao desejo de se encaixar nas normas sociais e o medo de perder boas oportunidades, são fatores que tornam ainda mais difícil resistir ao impulso de comprar mais do que o necessário. Confira dicas da especialista para um consumo consciente na Black Friday:
• Planeje
suas compras com antecedência: Antes da Black
Friday, liste os itens realmente necessários. Defina um orçamento e pesquise preços
com antecedência para evitar falsas promoções, em que o valor do produto é
inflacionado antes da data.
• Priorize
qualidade, não quantidade: Produtos mais
baratos nem sempre são os mais sustentáveis ou duradouros. Invista em itens de qualidade
que tenham maior vida útil, evitando descartes frequentes e desnecessários.
• Questione
suas necessidades: “Antes de finalizar uma
compra, pergunte-se: Eu realmente preciso disso?” ou “isso se encaixa no meu
orçamento e nos meus valores?". Reflexões rápidas podem evitar compras
impulsivas”, afirma Marley.
• Prefira
marcas comprometidas com a sustentabilidade: Verifique se as empresas que você apoia têm práticas responsáveis,
como o uso de materiais recicláveis, redução de emissões de carbono ou apoio a
comunidades locais.
• Aproveite
oportunidades de reciclagem e troca: Algumas
marcas oferecem programas de troca ou reciclagem durante a Black Friday. Ao
comprar um item novo, busque descartar o antigo de forma responsável.
• Evite dívidas e parcelas excessivas: Promoções tentadoras podem levar a gastos além do planejado. Se optar por parcelar, assegure-se de que as parcelas caibam no seu orçamento mensal sem comprometer outras prioridades financeiras.
A Black Friday não
precisa ser sinônimo de excesso e desperdício. “Com planejamento e consciência,
é possível transformar a data em uma oportunidade para consumir de forma mais
responsável e significativa”, finaliza Marley. Mais do que aproveitar
descontos, o consumidor consciente valoriza o impacto positivo de suas
decisões, priorizando qualidade de vida, sustentabilidade e equilíbrio
financeiro. Dessa forma, cada compra deixa de ser apenas um ato econômico e se
torna um gesto de responsabilidade social.
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