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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Combate ao câncer de próstata: decisão de realizar ou não exame de PSA deve ser individualizada, alerta especialista

Ministério da Saúde orienta que solicitação de exames deve estar associada a fatores de risco de cada paciente

 

A realização dos exames de rastreio e combate ao câncer de próstata sem fatores de risco específicos não reduz a mortalidade da doença, alerta o Ministério da Saúde. Ao contrário, de acordo com a nota técnica Nº 9/2023, há evidências científicas consistentes de que submeter pacientes a exames e tratamentos não bem indicados pode impactar diretamente a qualidade de vida do paciente devido a possíveis disfunções sexuais e incontinência urinária. 

A orientação ministerial destaca que o rastreamento do câncer de próstata por meio do teste Antígeno Específico da Próstata (PSA, na sigla em inglês) não deve ser praticado de forma padronizada em toda população, mas somente após análise e indicação adequada a cada paciente. A recomendação é direcionada principalmente aos homens assintomáticos e sem histórico familiar da doença. 

Por isso, neste Novembro Azul, além da conscientização sobre as condutas corretas para prevenção e diagnóstico precoce da patologia, diversas campanhas têm buscado reforçar o compromisso dos homens com a própria saúde, mesmo que sem sintomas evidentes. “Hoje, é também papel do médico atuar como educador, ajudando o paciente a compreender as informações de forma correta e a se apropriar do processo de decisão sobre o seu bem-estar”, explica Tin Ho, diretor médico da rede de saúde dr.consulta. “Esse cenário se destaca ainda mais nesta época do ano, em que vemos a importância de um diálogo esclarecedor para vencer a resistência de muitos homens em realizar exames preventivos contra o câncer de próstata”, acrescenta. 

O especialista destaca que a diretriz do Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Urologia recomendam a discussão individualizada entre médico e paciente sobre os prós e contras do rastreamento universal do câncer de próstata. Essa análise deve considerar tanto os potenciais efeitos adversos de procedimentos invasivos. “A decisão de realizar o exame deve ser informada e esclarecida, especialmente para homens a partir dos 50 anos sem sintomas ou histórico familiar. Já para aqueles com fatores de risco, como afrodescendência e histórico de câncer de próstata na família, o acompanhamento deve começar aos 45 anos”, orienta o executivo. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que cerca de 71.730 novos casos de câncer de próstata surgirão anualmente no Brasil entre 2023 e 2025. A doença é também a segunda maior causa de óbitos por câncer entre os homens, o que reforça a importância de um diagnóstico precoce. Os estudos do Instituto demonstraram também que quando detectado em estágios iniciais, as chances de cura do câncer de próstata chegam a até 95%. 

Além do cuidado individualizado, o Ministério da Saúde reforça a importância da disseminação de informações de qualidade para a população e para os profissionais de saúde, capacitando-os para um atendimento mais qualificado. Isso inclui a valorização de hábitos saudáveis, como o controle do tabagismo, a prática de exercícios físicos e a prevenção da obesidade, fatores que podem contribuir para a redução de riscos de diversos tipos de câncer.
 



dr.consulta

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