Ministério da Saúde orienta que solicitação de exames deve estar associada a fatores de risco de cada paciente
A realização dos exames de rastreio e combate ao câncer de
próstata sem fatores de risco específicos não reduz a mortalidade da doença,
alerta o Ministério da Saúde. Ao contrário, de acordo com a nota técnica Nº
9/2023, há evidências científicas consistentes de que submeter pacientes a
exames e tratamentos não bem indicados pode impactar diretamente a qualidade de
vida do paciente devido a possíveis disfunções sexuais e incontinência
urinária.
A orientação ministerial destaca que o rastreamento do câncer de
próstata por meio do teste Antígeno Específico da Próstata (PSA, na sigla em
inglês) não deve ser praticado de forma padronizada em toda população, mas
somente após análise e indicação adequada a cada paciente. A recomendação é
direcionada principalmente aos homens assintomáticos e sem histórico familiar
da doença.
Por isso, neste Novembro Azul, além da conscientização sobre as
condutas corretas para prevenção e diagnóstico precoce da patologia, diversas
campanhas têm buscado reforçar o compromisso dos homens com a própria saúde,
mesmo que sem sintomas evidentes. “Hoje, é também papel do médico atuar como
educador, ajudando o paciente a compreender as informações de forma correta e a
se apropriar do processo de decisão sobre o seu bem-estar”, explica Tin Ho,
diretor médico da rede de saúde dr.consulta. “Esse cenário se destaca ainda
mais nesta época do ano, em que vemos a importância de um diálogo esclarecedor
para vencer a resistência de muitos homens em realizar exames preventivos
contra o câncer de próstata”, acrescenta.
O especialista destaca que a diretriz do Ministério da Saúde e a
Sociedade Brasileira de Urologia recomendam a discussão individualizada entre
médico e paciente sobre os prós e contras do rastreamento universal do câncer
de próstata. Essa análise deve considerar tanto os potenciais efeitos adversos
de procedimentos invasivos. “A decisão de realizar o exame deve ser informada e
esclarecida, especialmente para homens a partir dos 50 anos sem sintomas ou
histórico familiar. Já para aqueles com fatores de risco, como afrodescendência
e histórico de câncer de próstata na família, o acompanhamento deve começar aos
45 anos”, orienta o executivo.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que
cerca de 71.730 novos casos de câncer de próstata surgirão anualmente no Brasil
entre 2023 e 2025. A doença é também a segunda maior causa de óbitos por câncer
entre os homens, o que reforça a importância de um diagnóstico precoce. Os
estudos do Instituto demonstraram também que quando detectado em estágios
iniciais, as chances de cura do câncer de próstata chegam a até 95%.
Além do cuidado individualizado, o Ministério da Saúde reforça a
importância da disseminação de informações de qualidade para a população e para
os profissionais de saúde, capacitando-os para um atendimento mais qualificado.
Isso inclui a valorização de hábitos saudáveis, como o controle do tabagismo, a
prática de exercícios físicos e a prevenção da obesidade, fatores que podem
contribuir para a redução de riscos de diversos tipos de câncer.
dr.consulta
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