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sábado, 23 de setembro de 2023

Pais precisam estar atentos a importância da classificação indicativa de filmes para crianças e adolescentes

Alerta é da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul


Muita gente ignora ou dá pouca importância para o assunto, mas a classificação indicativa é um guia valioso que fornece orientações sobre o conteúdo e a faixa etária adequada para cada produção audiovisual. Ao seguir essas recomendações, os pais podem garantir que seus filhos sejam expostos a conteúdos apropriados para sua idade, levando em consideração aspectos como violência, linguagem, sexualidade e temas sensíveis.

“Fazer este tipo de classificação tem por objetivo proteger e respeitar as limitações que uma criança tem, frente a fatos da realidade que ela não tem maturidade para entender e processar adequadamente àquelas informações que estão chegando até ela naquele momento. Isto nos remete a não aceitar pela correlação com a “censura”, mas difere em muito do simples ato de censurar por motivos morais, políticos ou religiosos para adultos e maduros que a maioria o são. Uma criança é um ser em desenvolvimento e em cada idade ela apresenta condições e limitações de entender adequadamente o que está acontecendo ao seu redor. O que não quer dizer que devemos mentir para eles ou criá-los numa ilha de fantasia”, explica o médico pediatra da SPRS, Renato Santos Coelho

Com o avanço tecnológico e a fácil acessibilidade aos diversos tipos de mídia, a supervisão adequada torna-se ainda mais essencial. O pediatra ressalta a importância de compreender como a classificação indicativa de filmes pode influenciar a saúde física, mental e emocional das crianças.

“Expor uma criança a programas de TV ou a filmes ou desenhos que a coloque de frente com fatos e imagens que não condizem com a realidade, com ficções ou imaginações, poderá causar medos e ansiedades e traumas que dificilmente se conseguirá corrigir, ou pelo menos com muita intervenção terapêutica. Quando permitimos que eles possam assistir TV, canais de Youtube, streaming ou TV por assinatura, devemos estabelecer regras prévias com eles, exercer o papel de pais : educar e proteger e fiscalizar. Fazer cumprir o filtro nestes canais, com a limitação da classificação indicativa de idade e estar ao lado deles, quando ainda muito pequenos, e estão assistindo a filmes que inadvertidamente acabaram frente a eles, como na casa de parentes com outras crianças de mais idade. Para impedir e/ou protegê-los estando ao lado deles”, acrescenta.


A Vida é Bela

O médico pediatra, cita o exemplo do filme A Vida É Bela. O longa-metragem retrata a saga de um pai tentando filtrar a realidade cruel de um campo de concentração, durante a segunda guerra mundial, porque ele sabia que seu filho não tinha maturidade para processar aquilo tudo. Por esta razão, os pais devem estar presentes, e ao lado de seus filhos, quando eles estão assistindo filmes, desenhos e a programas de TV para traduzir e fazer o contraponto do que eles estão assistindo.


Como funciona no Brasil

A classificação indicativa dos filmes no Brasil é definida por um órgão vinculado ao Ministério da Justiça. A atribuição da classificação é baseada em critérios e padrões estabelecidos por essa instituição, levando em consideração aspectos como violência, linguagem, sexo, drogas e temas sensíveis. Uma equipe de especialistas em diversas áreas analisa o conteúdo dos filmes e decide qual classificação indicativa é adequada para cada faixa etária: livre (L), 10 anos (10), 12 anos (12), 14 anos (14), 16 anos (16) e 18 anos (18). Essa classificação tem como objetivo orientar os pais e responsáveis na escolha de filmes adequados para seus filhos, levando em conta os conteúdos que podem ser mais adequados ou inadequados para cada faixa etária.

 

Marcelo Matusiak


No caos, a arte da reorganização na adolescência

Reprodução
Neuropsicopedagoga explica como superar desafios, moldando a jornada nessa fase da vida em direção a um futuro adulto autônomo e consciente de si


A adolescência, muitas vezes descrita como uma fase de transição tumultuada e complexa, é um período repleto de desafios, descobertas e oportunidades de crescimento. É nessa jornada de autoconhecimento e mudança que os jovens enfrentam uma série de desafios que podem moldar profundamente seu futuro. Desde as transformações físicas e hormonais até as complexidades da tomada de decisões e da busca de identidade, a adolescência é um território desconhecido que exige coragem, orientação e compreensão.

Nesse sentido, pensando nos desafios característicos dessa fase da vida e as estratégias para enfrentá-los com resiliência e positividade, a renomada bióloga e neuropsicopedagoga Viviana Palou lança uma visão esclarecedora sobre a organização interna e externa na vida dos adolescentes em seu capítulo “Organização” no livro "Soft Skills Teens" (Literare Books International). A especialista explora a interligação entre caos e organização, revelando como esses elementos inseparáveis podem dar forma à essência de um indivíduo, moldando a jornada da adolescência em direção a um futuro adulto autônomo e consciente de si.

De acordo com Viviana, a adolescência é frequentemente percebida como um período caótico, repleto de incalculáveis oportunidades e desafios. “No entanto, se essas experiências forem bem direcionadas e gerenciadas, elas têm o potencial de lapidar jovens em adultos resilientes e preparados para a vida”, afirma.

Viviana mergulha em uma série de tópicos essenciais relacionados à organização interna e externa dos adolescentes, oferecendo insights valiosos sobre como navegar pelas complexidades dessa fase da vida. Alguns dos temas abordados no capítulo sobre organização incluem: Mudança de Foco: a importância de direcionar a atenção para objetivos e prioridades, ajudando os adolescentes a concentrar seus esforços de maneira eficaz; Transformação do Corpo: explora as mudanças físicas que os adolescentes enfrentam e fornece orientações sobre como lidar com essas transformações de forma saudável e equilibrada; Fatores hormonais, genéticos e hábitos alimentares: como a compreensão desses elementos pode ajudar os adolescentes a organizar sua saúde e bem-estar; Cérebro em transformação: como os adolescentes podem organizar seus pensamentos e desenvolver habilidades cognitivas importantes durante essa fase crucial de desenvolvimento; Organizando critérios de escolha para a tomada de decisão: orientações práticas sobre como os adolescentes podem tomar decisões informadas e alinhar suas escolhas com seus objetivos pessoais; O quarto do adolescente: a organização do espaço pessoal também é discutida, mostrando como um ambiente bem organizado pode afetar positivamente a mente e as emoções dos adolescentes.

"Aceite os desafios e transforme-se em cada um deles sempre", assegura a neuropsicopedagoga. Ela ainda destaca a importância da flexibilidade diante das mudanças que a vida oferece como uma habilidade fundamental para a organização bem-sucedida da vida de um adolescente.

Enfrentar os desafios da adolescência pode ser uma jornada complexa e às vezes tumultuada, mas é importante lembrar que também é uma fase de crescimento, aprendizado e oportunidades únicas. À medida que os adolescentes buscam sua identidade e encontram maneiras de lidar com os desafios que a vida lhes apresenta, eles estão desenvolvendo habilidades valiosas que os prepararão para um futuro mais maduro e consciente.

“A adolescência, com todos os seus altos e baixos, é uma parte vital da jornada da vida, moldando indivíduos resilientes e capazes de enfrentar o mundo com confiança. Ao oferecer apoio, orientação e compreensão durante essa fase crítica, podemos ajudar os adolescentes a crescer e prosperar, transformando os desafios em oportunidades de autodescoberta e crescimento pessoal”, conclui Viviana Palou.


A importância dos diálogos familiares para fortalecer conexões e manter a saúde mental

No Setembro Amarelo, psicóloga alerta sobre a importância da comunicação dentro de casa para que questões emocionais tenham espaço para serem resolvidas


O diálogo tem um papel importante quando se trata de estabelecer relacionamentos saudáveis e espaços de acolhimento dentro do ambiente familiar. Neste mês em que se fala muito sobre a importância da saúde mental, é importante entender que o investimento em diálogos abertos e acolhedores pode fazer grande diferença, especialmente em momentos de estresse, dificuldades ou ansiedade por parte de membros da família. 

De acordo com Virginia Suassuna, psicóloga e pós-doutoranda na área de casais e família, que trabalha há 45 anos como terapeuta e professora universitária, o diálogo entre cônjuges é algo que deveria ser mais estimulado. “O adoecimento existencial tem afetado a qualidade da vida familiar e faz-se necessário ampliar as possibilidades de se viver com perspectivas futuras, sem as quais a vida perde o sentido!”, afirma.

A Dra. Suassuna enfatiza que, muitas vezes, problemas não resolvidos de saúde mental podem afetar a comunicação, a empatia e a conexão emocional entre parceiros. "É fundamental criar um ambiente onde ambos os parceiros se sintam à vontade para expressar seus sentimentos e buscar ajuda quando necessário", orienta.

Segundo a especialista, manter a porta da comunicação aberta em casa é ainda mais primordial quando há crianças e adolescentes. “Contar com um espaço de diálogo sem julgamentos e com empatia pode ajudar muito na manutenção da saúde mental”, avalia. 

Confira como investir em diálogos familiares pode ajudar:

  • Possibilidade dos membros da família expressarem seus pensamentos e sentimentos e buscarem apoio quando necessário;
  • É uma alternativa para resolver conflitos de forma mais construtiva, ampliando a possibilidade de se encontrar soluções;
  • A família pode fortalecer laços, ao mesmo tempo em que todos tendem a conhecer melhor os dilemas e questões da cada membro;
  • O diálogo aberto ajuda a fortalecer a empatia;
  • Especialmente quando há crianças e adolescentes, o diálogo em casa ajuda a desenvolver a habilidade de comunicar sentimentos.

 




Virgínia Suassuna - Psicóloga e pós-doutoranda na área de casais e família, ela trabalha há 45 anos como terapeuta e professora universitária.
instagram: @virginiasuassuna



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Ansiedade nos encontros: Como se relacionar na era dos aplicativos?

Pexels: Liza Summer
Especialistas apresentam exercícios para diminuir a ansiedade antes e na hora do encontro

 

Mesmo com um match promissor no Bumble, sair em um encontro envolve muitos fatores estressantes: A conversa fluirá sem problemas, ou haverá silêncios constrangedores? Você conseguirá se manter calmo e tranquilo, ou derramará sua bebida? Podemos encerrar a noite com um abraço, ou as expectativas do outro serão diferentes?

Para algumas pessoas, o medo do desconhecido pode contribuir significativamente com a ansiedade pré-encontro, segundo o psicólogo Nazanin Moali.

Se você já tem ansiedade, fazer essas novas conexões pode ser difícil. Não há certeza alguma em se preparar para as infinitas possibilidades que podem surgir nos encontros, mas tem algumas técnicas que você pode incluir para aumentar a sensação de previsibilidade e controle. 

Aqui estão algumas dicas de especialistas para aproveitar os encontros com menos ansiedade. 


Tenha um processo de verificação

Procure “gastar” um pouco do seu tempo para conhecer melhor a pessoa que está interessada. Por exemplo, faça uma videochamada, assim você pode observar como é o comportamento da sua conexão e a fluidez da conversa. Isso pode aliviar um pouco da incerteza do primeiro encontro e,  talvez, você até sinta que aquela pessoa não é mais uma estranha.

Falar sobre o seu nervosismo antes do encontro também pode ser interessante. Em diversos casos é possível que a pessoa do outro lado esteja com os mesmos receios. A partir dessa conversa, há o potencial de criar um espaço seguro e confortável para os dois. 

O Dr. Moali compartilha que "as pessoas são atraídas por indivíduos que se sentem à vontade para falar sobre suas vulnerabilidades, e [compartilhar] também ajuda você a não se concentrar em escondê-las." Se você optar por discutir sua ansiedade e a resposta deles for qualquer coisa que não seja gentileza e compaixão, é provável que vocês não sejam compatíveis e pode ser que queira reconsiderar o encontro pessoalmente.


Escolha um ambiente confortável para o encontro 

A ansiedade antes do encontro pode se manifestar em diferentes formas. A partir dos seus receios, considere em qual ambiente você ficaria mais relaxado. O coach de relacionamentos Eddie Hernández recomenda que, caso escolha um espaço com muito barulho, preste atenção se ele não é pequeno ou lotado. 

O encontro talvez se estenda por algumas horas e isso pode ser uma preocupação, então se proponha a encontrar um café uma hora antes do estabelecimento fechar. 

Se o receio é com o término da conversa ou o nervosismo do primeiro encontro, tente um local para atividades práticas, como uma aula de cerâmica. Você sempre pode trazer a conversa de volta para a atividade, se o assunto acabar. 

Outra ideia é decidir por um encontro sem comprometimento com o horário para iniciar, e sim com flexibilidade para se estender ao longo do dia. Não se preocupe se a ideia que sugeriu é de curta duração, como passear por um parque ou uma feirinha, seguido de ir tomar um suco naquele lugar que você curte. 

“As ideias de encontros mais legais podem estar entre 30 e 45 minutos”, ressalta Hernandez. Ter o cronograma pode te ajudar a se sentir mais confiante, assim, caso seja péssimo, não precisará ficar com a pessoa por muito tempo. 


Prepare algumas técnicas de alívio para a ansiedade 

Esse sentimento pode ser, às vezes, mais generalizado. Mesmo quando tudo está fluindo, a ansiedade pode aparecer novamente. Quando isso ocorrer, pode ser útil ter uma carta na manga, alguns exercícios para aliviar. 

Uma técnica interessante é a de ajustar a sua linguagem corporal. Segundo o terapeuta Stephani Brandford, quando você exala confiança (e sorri!), até mesmo quando não está se sentindo seguro de si, isso ajuda a internalizar o sentimento. 

A outra dica é fazer um exercício rápido de respiração no banheiro, caso precise de um momento para se estabilizar. Uma técnica compartilhada por Brandford é a de “enquanto inspirar, imagine-se inalando autoconfiança. Enquanto expira, libere a autodúvida”. Continue o exercício até se sentir calmo e mais controlado. 


Abrace possíveis experiências negativas 

Para os ansiosos, focar nos resultados negativos é comum. Quando conectamos esse comportamento com relacionamentos amorosos, esse jeito de encarar o mundo pode ser positivo, até certo ponto. 

Isso porque, antes de conhecer alguém, mesmo que o encontro não corra de acordo com as suas expectativas, você conseguirá lidar facilmente com a situação, pois já considerou todas as alternativas. 

É preciso lembrar que você está comprometendo uma parte do seu tempo com alguém que nunca conheceu, então mesmo se você arrota alto, diz a coisa errada, passa muito tempo no banheiro ou o silêncio é desconfortável, você consegue lidar com esse cenário. E também está tudo certo caso seja ruim, acontece o tempo todo! 

“Quando as coisas não vão bem, pense que estão se mostrando péssimos candidatos”, disse Brandford. “Você não quer que tudo vá bem com a pessoa errada para descobrir que são incompatíveis seis meses depois”, acrescenta.

Além disso, não importa como o encontro aconteça, encare como prática. Isso te ajudará a se sentir mais preparado e menos ansioso quando conhecer a pessoa certa. 

Ir em encontros sendo uma pessoa ansiosa pode ser difícil, mas ao escolher utilizar essas técnicas, a experiência pode ser mais prazerosa e você pode se sentir mais bem preparado para viver um romance. Em vez de focar nos pontos negativos, tente considerar todos os outros pontos positivos. Talvez a sua conexão seja mais fofo ou fofa que as fotos, a conversa irá fluir sem problemas ou pode ser o começo de algo extraordinário. 


“O barato sai caro”, “quem tem boca vai a Roma”: Brasileiros revelam os ditados populares mais falados em todo o país

No novo estudo da Preply, residentes de todos os estados elegeram os provérbios favoritos em suas regiões e admitiram: falam muitos deles da forma errada

 



Eles são simples, diversos e reúnem em expressões curtas grandes conselhos e ensinamentos. Repassados de geração a geração, talvez sejam mais comuns na boca dos pais e avós, o que não quer dizer que não sejam usados pelos mais jovens. Aliás, se você acredita que os ditados populares são coisa do passado, não poderia estar mais enganado: na pesquisa mais recente da Preply, brasileiros de todas as idades não apenas confirmaram que os usam frequentemente, como elegeram os ditados favoritos em cada um dos 27 estados.



De Norte a Sul, são dois os queridinhos nacionais: “o barato sai caro” e “a mentira tem perna curta”, presentes no dia a dia de 6 em cada 10 entrevistados.

Isso porque, para compreender quais ditados são os mais utilizados no Brasil, durante o último mês, mil respondentes foram indicados a avaliar dezenas de expressões típicas do nosso senso comum, identificando os provérbios populares que escutam e dizem com frequência nas regiões onde vivem. Os entrevistados ainda tiveram a oportunidade de apontar de quem costumam ouvir tais frases, bem como admitir que ditados sempre falaram errado a vida inteira — sem fazer ideia de que estavam repetindo, na verdade, a forma equivocada das máximas em questão.


Os ditados queridinhos dos brasileiros

· “O barato sai caro” (65,4%) é o ditado popular mais falado no país;

· Top 3 frases mais usadas ainda conta com “a mentira tem perna curta” (64,3%) e “a esperança é a última que morre” (61%);

· Pais e mães (67%) são as pessoas que mais reproduzem ditados populares no Brasil;

· E quem não tem cão, caça como gato? 6 em cada 10 brasileiros dizem “quem não tem cão, caça com gato”;



“O barato sai caro” — e outros ditados que unem os brasileiros




Esteja no Acre ou no Rio Grande do Sul, brasileiro que é brasileiro certamente concordará em um mesmo ponto: quando o assunto são produtos e serviços, nem sempre investir no menor valor se revela a melhor das experiências, sobretudo porque aquisições de qualidade baixa podem acabar resultando em prejuízos a longo prazo devido a certos problemas.

Prova dessa mentalidade compartilhada é o fato de que, em meio aos milhares de ditados populares nas cinco regiões, “o barato sai caro” foi eleito o mais utilizado em todo o Brasil — à frente dos também comuns “quem ri por último, ri melhor” (56,9%) e “a pressa é inimiga da perfeição” (56,9%), por exemplo. A preocupação com as escolhas sábias em vez dos “pensamentos de curto prazo”, nesse sentido, pode até mesmo ser vista como uma marca da nossa população, bastante desconfiada dos preços baixos e benefícios imediatos.

De certa forma, um raciocínio semelhante também se aplica ao segundo ditado mais popular entre os brasileiros, o conhecido “a mentira tem perna curta” (64,3%). Isso porque a máxima, familiar para muitas pessoas e a favorita em Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Norte, chama atenção para o seguinte ponto: alguém pode até ser feito de bobo, mas mentiras e falcatruas não se sustentam por muito tempo, sendo desmascaradas logo, logo. Uma população desconfiada? Ao que indicam seus ditados favoritos, talvez.

Se pensadas como reflexos de características de quem as utiliza, outras duas expressões ditas no Brasil, em especial no Amazonas, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e São Paulo, demonstram a importância dada à disposição e persistência por parte dos brasileiros.

Estamos falando de “a esperança é a última que morre” (61%) e “antes tarde do que nunca” (59,8%), ambas presentes no Top 5 dos respondentes e cujos significados contam com sentidos que se complementam: a primeira enfatizando o olhar positivo e otimista para as dificuldades, a segunda incentivando a tomada de ações (decisões importantes, soluções de problemas) independente do momento — lições valiosas e que nunca saem de moda.





Os ditados que (quase) todo brasileiro aprendeu errado

Tão comuns quanto certos ditados são, na verdade, versões alternativas de frases conhecidas, que acabaram se popularizando de forma equivocada no país — algo que os próprios brasileiros conhecem bem.



À Preply, por exemplo, cerca de 59,1% dos respondentes admitiram utilizar “quem não tem cão, caça com gato” como sinônimo para “quem não tem o necessário, se vira como dá”, investindo nas ferramentas que possui. O que a semelhança sonora esconde é o fato de que, em sua origem, a versão correta do dito seria um pouquinho diferente.

Isso porque, embora boa parte das pessoas entrevistadas costumem reproduzi-la dessa maneira, a alternativa original recomenda que aqueles que não têm cão, na realidade, “cacem como gato”. Em outras palavras, agindo de maneira sorrateira, tal qual um felino atento aos perigos.

Uma confusão parecida ainda reaparece quando se menciona um dos ditados mais conhecidos entre as crianças, expressão que inclusive já se transformou em cantigas e parlendas nas escolas infantis: “batatinha quando nasce se esparrama pelo chão”, pelo menos no senso comum. É que, no original, diferentemente do usado por 59% dos interrogados, a mudança é sutil: a variação “se esparrama” vem do clássico “espalha a rama”, em referência às raízes do legume.



Filho de peixe, peixinho é: os ditados como herança cultural

Além das expressões favoritas dos entrevistados, algo que o estudo da Preply confirmou é o fato de que, se os ditados anteriores permanecem firmes entre as gerações Y e Z, isso em grande parte se deve a certos costumes familiares, que aparecem nas conversas com os pais (67%), avós (48,3%), irmãos (18,6%) e demais parentes (41,5%).

Não por acaso, grande parte dos respondentes afirmaram ouvi-los com mais frequência dentro de casa, entre conselhos e puxões de orelha que mantêm vivas essas verdadeiras tradições culturais.



Outros círculos sociais externos, de todo modo, não ficam muito atrás dos familiares na preservação de certas expressões do senso comum. Afinal, para mais de 58% dos brasileiros, são os amigos os responsáveis por usarem tais ditados constantemente, ao lado dos colegas de trabalho (43,5%) e até mesmo professores (15,7%).

Só em seguida, de acordo com os entrevistados, viriam os meios de comunicação como a TV, rádio e internet (12,7%), o que evidencia o quanto a popularidade dos ditados em muito decorre do bom e velho boca a boca informal.

"Provérbios têm sido transmitidos ao longo das gerações porque se mostraram valiosos e sábios ao longo do tempo”, comenta Sylvia Johnson, líder de Metodologia da Preply. “Eles oferecem orientações práticas e lições que se aplicam à vida cotidiana, fornecendo insights sobre desafios e dilemas comuns, ajudando as pessoas a navegar em seu dia a dia.”



Metodologia

De 16 a 23 de agosto de 2023, mil brasileiros conectados à internet foram entrevistados de modo a compartilharem suas relações com os diferentes ditados populares usados no país. Para chegarmos aos resultados, foram respondidas três diferentes perguntas, que giraram em torno dos provérbios mais ouvidos em cada estado, das expressões aprendidas da forma incorreta e das pessoas que mais costumam reproduzir ditados populares segundo os internautas. O índice de confiabilidade foi de 95%, e a margem de erro foi de 3,3 pontos percentuais.


Preply
https://preply.com/pt/

 

Dicas para equilibrar profissão e bem-estar e manter a saúde física e mental

Mulheres sofrem mais com burnout do que os homens e o Brasil só ficam atrás do Japão no número de casos diagnosticados mundialmente

 



A síndrome de burnout se manifesta por meio do esgotamento físico, emocional e mental resultante do estresse constante no ambiente de trabalho. Em 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu essa condição como uma doença ocupacional e o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de casos diagnosticados, ficando atrás apenas do Japão, país onde 70% da população enfrenta o problema.

As mulheres são as maiores vítimas, tudo por conta do acúmulo de funções, e o autocuidado fica de fora da lista de prioridades, ocupada majoritariamente por demandas e cobranças que geram sobrecarga de trabalho. E é por isso que muitos profissionais se queixam de estarem em um ciclo constante de estresse, esgotamento, redução da produtividade e problemas de saúde. Mas é possível mudar esse quadro com uma mudança de mindset, o que inclui estabelecer limites e aprender a dizer não, gerenciar melhor o seu tempo, priorizar o autocuidado, buscar ajuda e, se necessário, mudar de emprego.

Confira seis dicas da Refuturiza, plataforma digital de empregabilidade e educação, para investir na saúde e no bem-estar e dar um chega pra lá no burnout.



1) Aprender a dizer não

Assumir tarefas que não são suas e aceitar mais trabalho do que é possível administrar não é um caminho saudável. A atitude só gera sobrecarga e não traz nenhum benefício: nem profissional e nem pessoal.

Para sair do ciclo de sobrecarga, é preciso aprender a dizer não de maneira assertiva e estabelecer limites claros, para você e para os outros.



2) Praticar a gestão do tempo

Aprender a gerir o próprio tempo é de extrema importância e uma das principais teorias de administração do tempo ensina que existem quatro tipos de tarefas:

· Urgente e importante (necessidade real);

· Não urgente e importante (eficiência);

· Urgente e não importante (decepção);

· Não importante e não urgente (desperdício)


Somente os dois primeiros grupos merecem atenção, mas normalmente a maior parte do tempo é gasto com os dois últimos, o que só gera decepção, frustração e desperdício de tempo.


Então, antes de começar a trabalhar, é importante priorizar as tarefas e começar pelo que é importante, dizer não para o que não importa e delegar quando necessário.



3) Priorizar o seu autocuidado

Ao fazer a sua lista de tarefas diárias, lembre-se de se incluir nela. Você é prioridade máxima e manter uma rotina de autocuidado não é algo supérfluo. Pelo contrário: é essencial. Se você não estiver bem e com a saúde em dia, nada mais fará sentido. E pior: rapidamente aparecerá alguém para te substituir (sim, essa é uma verdade dolorosa, mas necessária).

Então, reserve tempo para:

· ter uma rotina de atividade física;

· manter uma alimentação balanceada;

· beber bastante água;

· dormir o suficiente para descansar o corpo e a mente.



4) Cuidar da saúde mental/emocional

Dedicar tempo a atividades prazerosas fora do ambiente de trabalho é uma maneira eficaz de relaxar e recarregar a energia. Ler, dançar, praticar jardinagem e bordar são alguns bons exemplos. O mesmo vale para a prática da atenção plena (mindfulness) e da meditação, que ajudam na redução do estresse e da ansiedade.



5) Buscar ajuda sempre que necessário

Contar com apoio de um psiquiatra, psicólogo ou terapeuta para orientar e fornecer as ferramentas necessárias para atravessar o estresse e aprender a lidar melhor com ele é uma forma de manter a saúde mental em dia. Por isso, não hesite em buscar ajuda profissional.



6) (Se necessário) mudar de emprego

Algumas vezes, mesmo colocando em prática todos os itens anteriores, o problema está justamente no ambiente de trabalho, que pode ser tóxico e, ao invés de impulsionar o crescimento, esgota e coloca o profissional para baixo. Se esse for o seu caso, saiba que há outras possibilidades de trabalho, considerando outras vagas na mesma área ou mesmo uma mudança de carreira


4 fundamentos para manter a individualidade sem se afastar do parceiro

Estar sozinho é tão importante quanto estar junto (Foto: Freepik)


Como manter o parceiro por perto sem que o romance ocupe todas as áreas da vida? Especialista explica!

 

Manter a individualidade no relacionamento é muito importante para o desenvolvimento pessoal. Mesmo que os dois queiram passar muito tempo juntos e compartilhar as coisas que gostam, deixar espaço para cada um desenvolver o próprio ego, ou seja, o próprio “eu” é uma das principais atitudes para que a relação se torne, realmente, saudável. 

 

Segundo o especialista da Casa de Apoio Espaço Recomeçar, Maicon Paiva, o parceiro não deve ser o centro de todas as atenções. “O amor é livre, e para isso, é necessário liberdade. Ter uma pessoa especial é muito importante, mas a forma que isso é percebido pode causar dependência emocional ou sufocamento da relação. A relação amorosa não deve cobrir o espaço dos outros vínculos que as duas pessoas têm. É muito comum abandonar os laços de amizade para passar mais tempo com o par, esquecendo que essa relação é um complemento da vida, não tudo que existe”, diz o especialista do Espaço Recomeçar

 

Pessoas que de alguma forma impedem o espaço para a individualidade do companheiro não fazem isso por mal. Existem motivos, na história de homens e mulheres, que podem fazer com que tenham se tornado mais dependentes emocionalmente, como medo de serem abandonados, de serem traídos, receio que a relação não dure. Considerando que, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que analisou os registros civis na última década, e mostrou que até 2010, os matrimônios duravam, em média, 16 anos. Porém, de 2020 em diante, esse número caiu para 13 anos, esses três anos a menos representam uma queda de 18,7%. Essas informações baseiam o medo da solidão, e leva algumas pessoas a acreditarem que quanto mais espaços ela ocupar na vida do outro, menor será a chance do casamento, ou namoro, terminar. 

 

A falta de espaço para a individualidade no relacionamento pode gerar brigas, desgastes e desmotivação. Nestes casos, pode ser indicado a Limpeza Espiritual, para quem busca estabilização emocional e uma renovação completa.

 

Manter a individualidade do casal não quer dizer negligenciar o parceiro, mas abrir espaço para que ele se desenvolva pessoalmente e se dedique às próprias atividades. Manter a individualidade sem anular o outro é muito importante, mas algumas pessoas não sabem fazer isso e, por isso, o Especialista do Espaço Recomeçar, Maicon Paiva, fala sobre os 4 pilares para que cada parte do casal mantenha a sua própria personalidade na relação:

 

1. Compartilhar as emoções positivas. A parte mais divertida na vida de casais que se permitem ter tempo para fazer o que gostam é compartilhar as novas experiências um com o outro, ajudando a manter o relacionamento com frescor de novidades.

 

2. Respeitar as diferenças. Casais que respeitam a individualidade um do outro aprendem a respeitar as diferenças, por entenderem que o segredo de um relacionamento saudável é a constante negociação. Já pessoas que ficam juntas o tempo todo  acabam gerando no outro expectativas de agir da mesma forma que ele.

 

3. Aceitar a influência do outro. Existe um pouquinho de cada pessoa que gostamos de ter em nós, por isso, a influência que o parceiro traz não deve ser ignorada, mas acolhida para dentro da relação. Ou seja, é necessário que cada pessoa esteja disposta a ouvir as opiniões e desejos do outro.

 

4. Diálogo aberto e honesto. O diálogo é, sem dúvida, um dos principais pontos de atenção de uma relação, mas quando se trata de individualidade, significa que cada pessoa deve se sentir à vontade para expor suas opiniões sobre qualquer assunto.

 

Quando se fala em relacionamento, a busca é pela verdade, pela pureza do sentimento. É ter certeza de que quem está ao seu lado está sendo ela mesma e não emulando uma personalidade. O amor que dura para sempre é um projeto de vida, e para saber se o seu relacionamento é para toda a vida, pode ser interessante contar com a ajuda dos trabalhos espirituais do Espaço Recomeçar. Saiba mais aqui!

 

Espaço Recomeçar



Afinal, o que é saúde mental?

Psiquiatra explica como as coisas simples da rotina podem ter grande impacto sobre ela


A saúde mental é um componente vital do bem-estar geral humano. Uma pesquisa recente da Ipsos ( explicar o que é )  revelou um aumento significativo na preocupação dos brasileiros com o tema nos últimos quatro anos. Os resultados apontam que 49% das pessoas no país apresentam inquietudes relacionadas a doenças como ansiedade e depressão, uma das maiores taxas do mundo. 

O Dr. Caio Gibaile, renomado médico psiquiatra, consultor e palestrante, explica a importância desse pilar para a qualidade de vida da população. "O ser humano é um ser social, por definição. Evoluímos como espécie porque interagimos e colaboramos uns com os outros. Por isso, fica evidente que um transtorno que afeta primariamente a habilidade de interação e de comunicação traz múltiplos prejuízos na qualidade de vida de uma pessoa, por exemplo", afirma o médico.

Ele ressalta que o diagnóstico de problemas dessa esfera ocorre quando os sintomas começam a impactar negativamente a vida da pessoa. Às vezes, só é possível notar o quadro no momento em que as demandas do ambiente ultrapassam a capacidade de adaptação daquele indivíduo.

Nesse contexto, cuidar da saúde mental diariamente é essencial para promover o bem-estar. A dica é começar buscando a orientação de um profissional da área, como um psicólogo ou psiquiatra, para entender melhor os desafios pessoais. Além disso, praticar o autocuidado, que envolve atividades como meditação, exercícios físicos e hobbies, ajuda a promover o relaxamento.

Manter uma rotina diária com sono adequado, alimentação saudável e atividade física também é crucial, além das conexões sociais saudáveis. Somado a isso, uma alimentação balanceada e a moderação no consumo de cafeína, álcool e açúcar são importantes ações para manter a saúde mental. “Defina metas realistas, cuide da sua autoestima e desenvolva estratégias para lidar com pensamentos negativos”, completa.

É importante ressaltar que cada pessoa é única e o que funciona para um pode não ser adequado para outro. “Portanto, busque ajuda profissional para determinar a melhor abordagem para suas necessidades individuais. A combinação de terapia, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicamentos, pode ser a chave para melhorar a sua saúde mental”, diz o especialista.

O Dr. Caio Gibaile destaca ainda a necessidade em oferecer apoio empático para aqueles que enfrentam desafios relacionados à saúde mental. Ele enfatiza que a promoção da saúde mental requer esforços contínuos e multifacetados.



Dr. Caio Gibaile - Graduado pela Universidade de Brasília, médico psiquiatra com subespecialidade na área de psiquiatria forense, consultor empresarial, palestrante e fundador da Gênios Brasileiros, empresa de educação que busca, através da promoção do autoconhecimento, desenvolver as habilidades dos jovens do nosso país.
@drcaiogibaile


Afogados em informação

Durante as décadas de prática clínica como médico psiquiatra, vi muita coisa mudar em meus pacientes, e as mudanças nem sempre foram para melhor. O pós Parto, por exemplo. Os quadros na proximidade do Parto, como o Blues Puerperal e a Depressão Pós Parto eram os achados mais importantes e me deixavam atento aos primeiros dias e às primeiras semanas do Pós Parto. Hoje temos a Depressão Pós Amamentação e a Depressão Pós Pediatra. As mães são esmagadas de estatísticas e uma demanda de desempenho, o que não é surpresa, já que vivemos na Sociedade do Desempenho. Então entram no quarto uma equipe para falar da importância da amamentação. Se o leite demora ou há alguma dificuldade, a mãe já começa a se sentir menos. Se o aleitamento tem que ser interrompido, é um Deus que nos acuda. Depois, o pediatra. Aquelas curvas de percentil de ganho de peso, além dos períodos em que o bebê perde peso, e lá vem uma conversa cheia de estatísticas e precauções. Isso quer dizer que esse conhecimento acumulado é negativo? Não. Não é esse o ponto. O ponto é a sobrecarga de informação.

O conhecimento é fragmentado numa Babel de estudos e visões, onde o que falta mesmo é ter a visão do todo. Lembro com gratidão de ter tido um grande alívio quando um fantástico pneumologista italiano descreveu detalhadamente como a Infecção pela Covid progredia dentro dos Pulmões, em três fases que eram quase que três doenças diferentes. Isso em meados de 2020. Essa visão panorâmica me permitiu entender como a doença progredia e em que fase intervir. Apenas porque um craque da velha guarda descreve como a doença se instalava e progredia. Inútil dizer que até hoje tem gente que não entende a doença e sua progressão.

Digo tudo isso porque, na era da informação, estamos perdendo a capacidade de interpretar e organizar essa informação. Perdemos a Sabedoria para trocá-la pelo Conhecimento, e o Conhecimento está fragmentado pelo excesso de Informação.

Isso acaba nos levando para uma perda meio coletiva de Memória. As avós não podem opinar sobre as curvas de ganho ou perda de peso, pois são de uma época pré histórica em que não havia aplicativos para orientar o aleitamento.

Vivemos uma euforia dos grandes pacotes de dados e do saber que vem com eles, mas isso implica, para muita gente, da perda da Memória de saber como isso era feito, o que estava certo, o que estava errado, e quem colocou o ovo em pé pela primeira vez.

Da janela do ambiente onde faço a minha bicicleta ergométrica dá para ver uma belíssima árvore que plantamos há vinte anos. Sempre tenho a impressão de algo magnífico quando a vejo. Um sistema complexo, que se comunica com as plantas que a cercam dentro e fora de nosso terreno. O sistema que encontra um perfeito equilíbrio com as formas de vida que alimentam e se alimentam dela.

Imagino o nosso organismo como um sistema ainda mais complexo que se mantém vivo e em equilíbrio com o mundo que em nosso entorno. Quando esse sistema se desequilibra, tem uma grande sabedoria de buscar a correção desse desequilíbrio. A doença é quase sempre a tentativa de recuperar o equilíbrio perdido. Temos muito a ganhar com as novas tecnologias e as novas formas de conhecimento de nossos dias. Mas essa informação não serve para muita coisa se não for integrada com uma percepção profunda desse sistema, e da sabedoria para intervir de maneira harmônica e sábia, para trazer o bom funcionamento de volta.

Nossa Sociedade do Desempenho atropela o Tempo. E atropelar o Tempo nunca foi um bom negócio. O tempo e a memória estão bem conectadas com a Sabedoria. Estamos necessitados dos três, mais do que nunca.

 

Marco Antonio Spinelli - médico, com mestrado em psiquiatria pela Universidade São Paulo, psicoterapeuta de orientação younguiano e autor do livro “Stress o coelho de Alice tem sempre muita pressa”


07 sinais de que você está com problemas sexuais no seu relacionamento. Sexóloga dá dicas de como resolvê-los

Conheça alguns sinais de alerta que podem indicar problemas sexuais em seu relacionamento e saiba o que fazer para corrigir a situação o quanto antes


Você tem algum tipo de problema sexual em seu relacionamento? Se sim, saiba que outros brasileiros também passam por essa situação, como mostra um estudo feito pelo Instituto do Casal, que aponta que 55,9% dos casais consideram sua vida sexual ruim ou regular.

O estudo, chamado de “Como anda a sua satisfação conjugal?”, foi feito entre setembro e outubro de 2016 com 510 casais, a maioria de 31 a 50 anos, em um relacionamento estável há mais de 2 anos e com filhos.

72,9% dos entrevistados disseram ter percebido mudanças significativas com o relacionamento sexual depois do casamento. Além disso, a pesquisa listou os problemas que mais distanciam os parceiros e dificultam sua comunicação, que são os seguintes, na ordem:

  • Trabalho;
  • Problemas financeiros;
  • Divergências sobre a criação dos filhos;
  • Divergências sobre distribuição de tarefas domésticas.

Quanto às prioridades para os casais brasileiros, sexo e paixão ficaram no final da lista, superados por afeto, planos e sonhos em comum e fidelidade.

Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% dos homens possuem disfunção erétil. Além disso, conforme relatado pela BBC, uma estimativa comum entre especialistas indica que 4 a cada 10 mulheres adultas possuem falta ou dificuldades com desejo, orgasmo ou dor sexual esporádica, ou permanente.


Sinais de problemas no relacionamento sexual

A pergunta que abriu este artigo dizia se você tem algum tipo de problema sexual em seu relacionamento, mas a verdade é que nem sempre sabemos como identificar isso. Para ajudar aqueles que porventura possam estar passando por algum problema na relação, nossa equipe conversou com Lu Cabral, sexóloga especializada em comunicação intrafamiliar.

Lu foi eleita recentemente uma das sexólogas mais influentes do Brasil pela Miess Sex Shop e compartilha 07 sinais de problemas sexuais comuns em relacionamentos. Veja os destaques:

#1 - Falta de sexo ou carinhos:

O primeiro problema é o mais óbvio, mas não pode deixar de ser citado. Se alguém do casal não tem desejo de ter relações sexuais ou mesmo de outros carinhos, como abraços, beijos e carícias, algo pode estar errado.

Lu aponta ainda que “é necessário uma disposição para oferecer carinhos, tempo de qualidade e vontade (pensamentos e estímulos) para o sexo. Isso não acontece sem intenção, sem priorizar. Falta de sexo e carinho, é algo que ambos têm que cultivar, regar o jardim, não existe mágica, existe empenho. Lembrem-se: tudo que FOCAMOS, tende a dar certo, com o desejo sexual isso também se aplica!”

#2 - Há críticas constantes entre o casal

Críticas hostis são um forte preditor de insatisfação no casal, como mostra um estudo publicado no periódico “Global Journal of Health Science”. Este é um problema sério, especialmente quando as críticas surgem no início de alguma discussão.

Durante a entrevista, Lu Cabral comenta que é importante que os casais falem quando algo está incomodando, mas a maneira como isso é comunicado influencia muito na maneira que o outro se sentirá a respeito do que ouvir.

“Criar um ambiente acolhedor para falar das características ou defeitos é bem interessante, e ainda oferecer soluções, dar exemplos de como se adaptar para viverem melhor”, comenta.

#3 - As brigas aumentam, mas nenhuma das partes se sente ouvida

Divergências sempre podem acontecer, mas quando elas começam a se tornar constantes, este torna-se outro sinal de alerta. Pior: se nenhuma das duas partes se sentir ouvida, as brigas ainda serão ainda mais difíceis de se resolver.

Pode ser que as brigas sejam um reflexo de experiências anteriores, quando ainda não eram casados, mas ter maturidade e discernimento é fundamental para lidar com essas questões. Muitas vezes, que uma relação dê certo, é preciso querer, dedicar, isso implica em ceder, às vezes um, outras vezes o outro. Diante desse cenário, muitas vezes a escuta ativa pode ajudar a salvar uma união.

Lu comenta que “com amor genuíno, tentando de fato entender o outro é arrumar uma maneira de terem diálogos mais proveitosos, às vezes vale investir em ajuda externa, como terapeuta sexual, por exemplo”.

#4 - As relações e momentos de intimidade parece uma obrigação

Nem sempre é a falta de sexo que manifesta problemas no casal: às vezes ele acontece, mas sem a leveza e o prazer que devem estar envolvidos em um momento tão único e especial.

Se uma das partes se sentir obrigada a ter relações sexuais, este pode ser o reflexo de outros problemas não resolvidos anteriormente entre o casal ou, em alguns casos, problemas de disfunção em suas mais variadas manifestações. Para Lu Cabral, o sexo satisfatório é a maior fonte de liberação de hormônios de bem-estar e prazer. É algo que devemos pensar em “arrumar" porque reverbera nas outras questões da relação.

“Fazer algo à força não é nada legal, inclusive é um crime. Temos que descobrir o que desperta o desejo no outro, estimular, conquistar, seduzir sua parceria...isso não pode ficar só no início, no namoro, essa é a grande questão!”

#5 - Falta de comunicação

A relação sexual costuma ser uma continuidade da relação entre o casal. Se eles estão se relacionando bem, o ato sexual tende a ser uma consequência – e a falta de sexo pode indicar o movimento contrário.

Para Lu “por conta disso, estabelecer um diálogo real, Franco, amistoso sobre as necessidades individuais e os desejos, é um caminho bom para aproveitar a potência sexual, a energia e conexão através dela e ajustar outras questões”

Com tanta tecnologia e agilidade para a troca de mensagens, inclusive, as comunicações podem ter um caráter ainda mais impessoal, o que “ajuda a atrapalhar” a situação.

#6 - Discussões que sempre giram em torno do mesmo assunto

Um estudo publicado no periódico Family Process sugere que casais que discutem de maneira eficaz têm 10 vezes mais chances de ter um relacionamento feliz do que aqueles que varrem os problemas difíceis para baixo do tapete.

É normal ter discussões em praticamente todas as áreas da vida, mas isso deve acontecer com maturidade, respeito e seriedade. Quando as discussões sempre abordam o mesmo assunto, porém, pode ficar a sensação de que nunca se está saindo do lugar.

#7 - Falta de vontade de passar tempo juntos

Há alguns parágrafos, foi citado que as relações sexuais são uma continuidade do que acontece entre o casal ao longo de todo o dia. Se ambos não gostam de ficar juntos, portanto, uma consequência natural é o surgimento ou fortalecimento de problemas nas demandas sexuais.

A rotina atarefada pode dificultar esses momentos, mas sempre que for possível, aproveitá-los ao máximo é uma opção que não apenas tende a resultar em uma vida sexual melhor, mas também a um relacionamento mais saudável. Para Lu Cabral, é importante que haja comunicação e organização.

“Sempre sugiro, das 168 horas da semana, o casal tire 1 a 2 ao menos para ter o seu momento de sexo planejado, onde se estimulam reciprocamente com mensagens, vídeos, frases e fotos de parte dos corpos, por exemplo. Com a vida atarefada, será um grande ganho ter na agenda essas horas”, comentou.

O que fazer para lidar com problemas sexuais no relacionamento?

Antes de tudo, vale ressaltar que problemas sexuais podem acontecer em qualquer relacionamento. Por conta disso, é importante que os cônjuges conversem, expliquem e busquem juntos uma solução. Afinal, se vocês compartilham tantas coisas, conversas sinceras e maduras devem fazer parte desse pacote. Manifestar seu amor um pelo outro ao longo dos dias com abraços sinceros, beijos carinhosos, massagens relaxantes e presentes inesperados ajudam a estreitar os laços. Então, elas podem aumentar as chances de uma melhora significativa da relação sexual. 

Lu aponta que “se você dedicar um tempo para conhecer mais sobre sexualidade, explorar, permitir, trazer novas sensações e elementos, o desgaste desaparece. Não é uma tarefa simples, requer vontade, empenho, quebras de tabus e mitos, mas o sucesso…ah, é garantido!”. 


Autoconhecimento é meio para alcançar o Empoderamento Feminino


Nos últimos anos, muito tem sido dito a respeito da importância do empoderamento feminino. Conceito que surgiu no século XIX e que se consolidou como um movimento político, social e filosófico, ele tem o objetivo de promover a força da mulher e sua maior participação na sociedade. 

 

Esse é um movimento que busca a defesa da igualdade de direitos, encoraja as mulheres a serem fortes, conscientiza-as a realizar seus desejos independente da opinião dos outros, a tomar suas próprias decisões, a competir igualmente no mercado de trabalho, a ser menos críticas consigo mesmas, a estabelecerem relações mais saudáveis, etc. Mais do que isso, o empoderamento veio para mostrar que nenhuma mulher deve se sentir culpada por querer mais respeito ou por querer garantir seus posicionamentos. 

 

É interessante notar que uma mulher não se torna empoderada do dia para a noite e que não existe uma fórmula mágica ou uma chave a ser virada para atitudes e comportamentos mudem. O processo é diferente para cada uma e os caminhos também podem ser bastante diferentes. A prática, no entanto, será a mesma: o autoconhecimento. 

 

Durante esse processo, cada mulher precisa descobrir quais são os seus próprios pontos fortes e fracos, quais motivos levam a determinados comportamentos e atitudes, além de passar a reconhecer valores e princípios, que são inegociáveis para cada uma. 

 

Ao se conhecer melhor, cada mulher se torna mais forte e capaz de escolher o que a fará feliz, bem como o que pode levá-la ao sucesso. Com isso, elas passam a se sentir mais confiantes, se gostam mais, tornam-se menos críticas consigo mesmas, importam-se menos com a opinião dos outros e se permitem viver relacionamentos mais leves e profundos. 

 

Tudo isso pode ser tratado, por exemplo, em sessões de psicoterapia durante as quais são abordados temas como maternidade, carreira, relacionamentos, planejamento, metas e sonhos. Essas pautas contribuem ativamente para o bem-estar e equilíbrio emocional de cada indivíduo. As mulheres passam a aceitar seus limites e têm mais confiança para tomar as redes da própria vida. 

  

Ao trabalhar a autoestima, desenvolver o autoconhecimento e empoderar uma mulher, um leque de possibilidades se abre. A mulher empoderada é capaz de modificar aspectos negativos que possam surgir, transformar a própria realidade, ser mais feliz e levar mais autoconfiança para outras pessoas, além de bancar as próprias escolhas, deixar de ter necessidade de buscar aceitação e a agradar quem está ao redor.

 

Cristina Martin - psicóloga clínica e psicoterapeuta, estudiosa do universo feminino e do comportamento das mulheres com mais de 20 anos de profissão dedicados à orientação das famílias, com olhar especialmente voltado às mães. Realiza atendimentos no Espaço Saúde Integrativa by Sueli Conte - localizado na zona sul de São Paulo, destinado a cuidar da saúde emocional e psíquica de crianças, adolescentes e das famílias. 

 

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