Com um universo de possibilidades na palma da mão, a internet como uma chance de trabalho, precisa de um acompanhamento da escola e família
Se antes os sonhos dos jovens eram se tornar
jogadores de futebol ou ambicionar uma carreira artística, hoje muitos aspiram
“bombar” na internet. Seja como streamers de games, influenciadores
de diversas vertentes ou produtores de conteúdos, o mundo digital se mostra uma
saída muito mais acessível e rapidamente lucrativa, além de imprimir uma dose
de glamour que nem sempre existe.
Independentemente de alcançar o desejado
sucesso nas redes, o esforço de se tornar um grande nome nas plataformas exige
uma série de habilidades que podem ser desenvolvidas e aproveitadas não apenas
para essas profissões, mas que são igualmente importantes para o mundo do
trabalho de maneira geral. O que não vale é deixar de lado o rendimento
escolar, não é verdade?
Para a coordenadora de Projetos Educacionais
do Senac São Paulo, Fernanda Yamamoto, o espírito empreendedor e a comunicação
podem ser determinantes para uma futura carreira de sucesso, seja dentro ou
fora do ambiente on-line. “As tentativas de construir esse tipo de carreira
pode ajudar os jovens a desenvolver a clareza na transmissão de ideias, estudo
de público, construção de marca pessoal, análise de negócio, busca de
oportunidades e monetização, gestão do negócio e engajamento, interação,
relacionamento com seguidores, capacidade de lidar com críticas e exposição.
Isso tudo nada mais é do que o arcabouço de uma experiência empreendedora”,
resume.
Além dessas características, ainda podem ser
citadas as capacidades técnicas, uma vez consideradas todas as interações com
tecnologias e criatividades em usá-las a favor da criação de conteúdo, como
aparelhos – computadores, tablets e smartphones – e softwares de edição de
vídeo, programação, utilização de tantos outros programas e aparatos
específicos que fazem com que esses jovens busquem formações tipicamente
requeridas para essas produções de forma autodidata ou até mesmo permitindo que
expandam seus horizontes por meio de cursos paralelos.
Nem
tudo são flores...
Ainda que nas publicações e lives a vida na
internet pareça ser fácil e glamourosa, é preciso entender que é preciso muito
trabalho, dentro e fora das câmeras, para conquistar objetivos – e
principalmente, que eles sejam possíveis de acordo com o nível de crescimento.
“Tanto a família quanto a escola têm um papel crucial em ajudar o jovem a manter
um bom desempenho acadêmico e uma boa saúde mental, independentemente do
sucesso ou fracasso de uma carreira nas redes sociais. É essencial um canal de
comunicação aberto e apoio emocional. É primordial garantir que o aluno ou
aluna compreenda a importância de equilibrar suas responsabilidades acadêmicas
e suas atividades on-line, e ajudá-lo a definir prioridades”, pontua Fernanda.
Outra preocupação que deve ser levantada é no
que diz respeito à lei e o trabalho infanto-juvenil. No Brasil, a legislação
trabalhista estabelece regras específicas para atividades laborais de
adolescentes. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), jovens entre 14 e 18 anos podem trabalhar,
desde que sejam respeitadas algumas condições e restrições.
No caso de atividades como influenciadores,
criadores de conteúdo ou outras atividades remuneradas, não é necessária a
emancipação do adolescente para desenvolver essas atividades, mas sim um alvará
judicial autorizando o trabalho. “É importante consultar um advogado
especializado em direito do trabalho ou buscar informações junto aos órgãos
competentes para obter orientações mais precisas sobre as condições de trabalho
para adolescentes”, considera a coordenadora.
#FicaaDica
para quem quer empreender na internet
Quer explorar esse universo de
possibilidades, mas não sabe por onde? A principal dica é pesquisar bastante e
não abrir mão dos estudos, mesmo que tudo dê certo! Fernanda Yamamoto ainda
listou outras dicas legais para quem está começando ou deseja dar uma virada de
jogo para movimentar os trabalhos on-line:
-
Público-alvo: é importante identificar para quem você quer falar – o que é
chamado nicho – e definir o seu público-alvo, procurando entender suas
necessidades e criar uma proposta de valor bastante singular. Com este foco, é
possível aumentar as chances de se destacar em um mercado competitivo.
-
Conteúdo de qualidade: para atrair e engajar seu público, é
importante proporcionar informações relevantes, úteis e interessantes por meio
de artigos, vídeos, podcasts ou outros formatos adequados ao seu segmento. Isso
ajuda a se consolidar na área, atrair seguidores e estabelecer relacionamentos
duradouros com a audiência.
-
Monetização: monetizar é essencial para um negócio on-line. Com a consolidação
do negócio, é necessário conhecer as métricas de performance, determinar metas
realistas, considerar opções como a venda de produtos ou serviços, a criação de
parcerias com marcas relevantes e consolidadas, a participação em programas de
afiliados ou a monetização de conteúdo por meio de publicidade.
-
Planejamento estratégico: a partir da definição dos
objetivos e estabelecimento de metas mensuráveis, é importante desenvolver uma
estratégia clara para alcançá-las, considerando o modelo definido para o
negócio, assim como orçamento e recursos necessários.
- Presença estruturada e profissional: para a construção de uma presença on-line sólida, redes sociais e outras plataformas possuem contas profissionais com ferramentas disponibilizadas ao usuário padrão, como detalhamento de acesso, anúncios e criação de publicações.
Senac
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