Empresa farmacêutica oferece o procedimento como benefício
corporativo
Quando o assunto é maternidade, parar o
relógio biológico é a vontade de muitas mulheres. Há quem prefira se
estabelecer primeiro na carreira para depois pensar em ser mãe, há aquelas que
ainda não decidiram se querem ter filhos e há quem sonhe em encontrar o
parceiro ideal para compartilhar juntos essa jornada. Motivos não faltam para
adiar este momento.
Fernanda Kubik, gerente de dados da
Organon, passou recentemente por esse dilema. Aos 40 anos, sem ter um
relacionamento estável, ela já estava repensando sobre essa questão de
engravidar. “Não é da minha vontade ser mãe solo. Mais do que ter filhos, eu
quero ter uma família”, explica. Foi quando soube que a empresa onde trabalha
tem como um dos benefícios corporativos o auxílio fertilidade, em que custeia
medicamentos para tratamento de fertilidade de suas funcionárias ou
companheiras de funcionários.
Fernanda optou por congelar seus óvulos.
“Fiz o procedimento ano passado, quando eu estava com 40 anos. Por conta da
minha idade, a minha produção de óvulos não é alta, então foram necessários
dois ciclos de tratamento. Agora, eu me sinto em paz. Se eu mudar de ideia e
optar por ter um filho sozinha ou se encontrar um parceiro com quem eu queira
me casar, sei que a minha fertilidade está preservada”, afirma.
De acordo com o especialista em reprodução
assistida, Dr. Maurício Chehin, dois fatores aumentam a probabilidade de
sucesso do congelamento de óvulos para uso no futuro: a idade da mulher quando
o procedimento foi realizado e a quantidade de óvulos congelados. “Uma mulher
com menos de 35 anos, que consiga congelar algo por volta de 20 óvulos, vai ter
mais de 85% de chance de gravidez no futuro com estes óvulos. No entanto, a
nossa realidade é de mulheres que estão entre os 36 e 39 anos em sua maioria,
congelando óvulos. Nesta faixa etária, o ideal é que realmente se congele uma
grande quantidade de óvulos, para que a taxa de sucesso seja garantida”,
afirma.
Esta característica não é exclusiva das
pacientes do Dr. Chehin. Dados sobre congelamento de óvulos da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) demonstram uma demanda crescente para mulheres
que desejam adiar a gestação. Em 2020 e 2021 foram realizados mais de 21 mil
ciclos, com mais de 154 mil óvulos congelados.1 O levantamento, que
reúne informações das clínicas de fertilização in vitro do país, ainda revela
que a maioria dos ciclos de fertilização foram realizados em pacientes com mais
de 35 anos.
A recomendação é que o
congelamento de óvulos seja feito antes desta idade para que os resultados
sejam mais satisfatórios, como pontua o especialista. “A melhor orientação que
os profissionais da área da saúde podem fazer é lembrar para a mulher que está
por volta de 30 anos, que o planejamento familiar não inclui somente a
contracepção. Inclui também, caso ela ainda tenha dúvidas sobre a maternidade,
orientá-la a respeito dos possíveis benefícios de um congelamento de óvulos,
sobre a autonomia e liberdade reprodutiva que este procedimento proporciona
para que ela tome a melhor decisão para o seu futuro”, explica.
Segundo as normas da
resolução do Conselho Federal de Medicina, as técnicas de reprodução assistida
devem ser aplicadas até os 50 anos, salvo exceções. “Portanto, se a mulher
tiver saúde para gestar até os 50 anos, ela pode utilizar esses óvulos
congelados previamente, sem grandes dificuldades. Não existe uma data limite de
validade dos óvulos”, esclarece o médico.
Na Organon, o congelamento de óvulos faz
parte do pacote de benefícios desde o início da empresa, em junho de 2021. O
objetivo é apoiar o planejamento familiar dos colaboradores, com opções que vão
desde contraceptivos até fertilidade. Até o momento, 15 mulheres solicitaram o
auxílio.
Fernanda Kubik - gerente de dados da Organon
www.organon.com/brazil
Referência
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/divulgado-relatorio-sobre-fertilizacao-in-vitro-no-pais-nos-anos-de-2020-e-2021
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