Susana Moscardini,
autora do livro “Doula:
Mulheres que se ajudam no momento mais importante da gestação”, lançado pela Buzz
Editora, comenta muitas coisas que não se sabe sobre o parto humanizado e como
ter uma doula ajuda no processo e no bem-estar feminino
O parto é, em grande parte das vezes, a hora mais
esperada de uma gestação. Depois de nove meses de muita espera, a mãe, finalmente,
irá segurar seu filho nos braços, porém, o processo de dar a luz pode se
mostrar complexo e conturbado, caso não haja preparação e conhecimento prévios.
O Brasil está entre os países que mais fazem cesáreas no mundo, além dos casos
de violência obstétrica serem frequentes, evidenciando uma triste realidade
para as gestantes. Em contrapartida, o parto humanizado vem ganhando cada vez
mais destaque, por sua abordagem acolhedora e respeitosa, que busca compreender
e suprir as necessidades de acordo com a paciente. No entanto, muitas não
possuem compreensão sobre o método, optando por se submeter a procedimentos
tradicionais que podem trazer situações desagradáveis, ou até mesmo,
traumáticas.
Pensando nisso, Susana Moscardini, professora
universitária, educadora perinatal, instrutora de ioga de gestantes e doula,
lançou o livro Doula: Mulheres que se ajudam no momento mais importante da
gestação, pela
Buzz Editora, relatando toda a sua experiência como
doula, além de casos emocionantes de mulheres
que reencontraram sua força durante a gestação e descreve seu próprio parto e
os de suas doulandas, de forma poética e cativante. Por meio de uma
roupagem simples e descomplicada, a especialista busca explicar a verdadeira
essência do parto humanizado, auxiliando gestantes a encararem o momento de dar
à luz de forma leve e revolucionária.
Pensando, então, em esclarecer as dúvidas que
surgem a respeito do parto humanizado, Susana listou alguns mitos
e verdades sobre o procedimento, para ajudar mulheres que estão gestando e/ou
pensando em gestar e que querem saber mais sobre o assunto. Confira, a seguir,
quais são eles:
1. Durante o parto, deve-se deixar a mulher se movimentar
livremente.
VERDADE. Por se tratar de um momento complicado e com picos de dor, as
mulheres não podem ficar presas a um único lugar. Na realidade, elas devem ser
estimuladas a se movimentarem livremente durante o trabalho de parto. “Para o
nascimento, o bebê encaixa na pelve da mulher e realiza dentro dela, com a
cabeça, um movimento de rotação, para depois descer por ela”, explica a
educadora perinatal. Dessa forma, a movimentação pode auxiliar no processo,
além de aliviar dores e fazer com que os ossos da pelve se abram mais
facilmente.
2. A posição supina é ideal para o parto humanizado.
MITO. Por mais que essa seja uma posição frequentemente adotada, ela
não é a ideal para o parto humanizado. “Permanecer deitada de barriga para cima
ou na posição ginecológica retira a ajuda da gravidade no processo de descida
do bebê por meio da pelve materna e bloqueia o movimento do osso sacro,
dificultando a descida do bebê e diminuindo o diâmetro da pelve”, comenta
Susana. Por isso, a mulher deve ser encorajada a adotar a posição mais
confortável durante o período expulsivo, já que cada anatomia exige uma
estratégia diferenciada e de acordo com as próprias necessidades.
3. A gestante deve ser incentivada à realização de puxos
espontâneos/involuntários.
VERDADE. Ao decorrer do trabalho de parto, a mulher já faz força de forma
instintiva e natural, por causa do período expulsivo e, em partos comuns, às
vezes, há a realização dos puxos dirigidos, que é a intervenção médica que
direciona a força necessária que a mulher deve exercer. No entanto, de acordo com
Moscardini, essa não é a melhor estratégia. “O corpo dela faz força de maneira
involuntária, em resposta à descida da cabeça do bebê e sua chegada no canal de
parto. É uma sensação irreprimível. Além disso, já existem evidências que
mostram que o direcionamento da força aumenta a chance de laceração perineal”,
afirma. Por isso, deve-se dar suporte e incentivo para que a mulher empurre de
forma natural, mas sempre respeitando seus próprios limites e necessidades.
4. É recomendado depilar-se antes do parto.
MITO. Há pouco tempo atrás, ainda era recomendado realizar a
tricotomia, ou seja, a raspagem dos pelos pubianos, antes do trabalho de parto.
No entanto, recentemente, foi descoberto que essa prática pode provocar
microferimentos na região, possibilitando o aparecimento de infecções com mais
facilidade. Por isso, a recomendação é a de, apenas, aparar os pelos e
higienizar a região íntima com antecedência e evitar, ao máximo, raspá-los,
barrando possíveis problemas.
5. A mãe não deve estar sozinha durante todo o processo.
VERDADE. Assim como qualquer outro procedimento, em que há possibilidade
de acontecer imprevistos, o parto humanizado necessita de assistência
especializada e preparada, que disponibilize uma equipe que respeite o
protagonismo e autonomia da gestante, desde o início até o final da gravidez,
tomando decisões sempre pensando no bem-estar da mãe e do bebê. “Uma
assistência humanizada é realizada quando existe o compartilhamento de
informações sobre a fisiologia do parto, onde todas as dúvidas são amplamente
conversadas, onde há a participação de outros profissionais da assistência ao
parto, cada qual dentro da sua alçada de atuação. E aí entra o papel
fundamental da doula em todo o processo”, ressalta a instrutora.
Segundo Moscardini, a vontade de escrever o livro surgiu de sua
insatisfação com uma realidade na qual acredita que todas as mulheres estão
inseridas, afinal, a rejeição de médicos e familiares ao parto orgânico é
imediata. “Depois do nascimento de meus filhos, Rafael e Lucas, abracei como
missão de vida o desejo de fortalecer gestantes. Por isso, quero dividir para
somar com o leitor, partilhando minha experiência como gestante, educadora
perinatal e doula. E, assim, espero que você sinta, ao longo destas páginas,
meu abraço”, finaliza a autora.
Sobre a autora:
Susana Moscardini é formada em Biologia e atuou como professora
universitária durante anos. Depois do nascimento de seu primeiro filho, Rafael,
Susana se apaixonou pelo universo do parto humanizado. Desde então, trabalha
como educadora perinatal, instrutora de ioga de gestantes e doula. Susana
acredita no parto orgânico e na força da informação para lutar por um parir
mais respeitoso e humanizado.
Ficha Técnica
Nome do livro: Doula: Mulheres que se ajudam no momento mais
importante da gestação
Autora: Susana Moscardini
Formato: 14 × 21 cm
Páginas: 144
Tiragem: 6 mil
Lançamento: 10 de outubro de 2022
ISBN impresso: 978-65-5393-129-9
Preço Impresso: R$
44,90
ISBN e-book: 978-65-5393-125-1
Preço E-book: R$
29,90
Gênero:
maternidade, autoajuda