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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

5 benefícios da gamificação no aprendizado

Do engajamento à comunicação, jogos eletrônicos contribuem para o desenvolvimento da aprendizagem

 

Ainda corriam os anos de 1940 quando os primeiros protótipos de videogames começaram a ser criados pelo mundo. Simples e, muitas vezes, restritos a cientistas que frequentavam os laboratórios das universidades, eles nem de longe davam pista da revolução que esse tipo de conteúdo provocaria na sociedade contemporânea. Dos fliperamas que viraram febre a partir dos anos de 1970 aos jogos hiper realistas que inundam as telas de celulares atualmente, os games passaram a ser uma importante ferramenta de comunicação com crianças e adolescentes, inclusive na educação.

Segurar a atenção de estudantes que têm todas as possibilidades do mundo na palma da mão pode ser uma missão complexa para professores. Para o coordenador de conteúdo digital do Aprende Brasil, Cassiano Novacki, “um dos desafios mais importantes dos nossos tempos é encontrar formas de tornar o aprendizado uma atividade divertida. A união da educação com a tecnologia colabora com o desenvolvimento do aprendizado por meio do uso de canais sensoriais. Por isso usamos vídeos, músicas e elementos interativos. Incorporar elementos das redes sociais e dos jogos on-line ao ensino é fundamental para vencer a disputa pela atenção das crianças e adolescentes”.

  1. Diálogo

Se o diálogo intergeracional é difícil, os games podem contribuir de forma significativa para que esse abismo seja transposto. Isso porque eles são um ponto de interesse comum entre estudantes e professores que trabalham com gamificação. O mestre, historiador e pós-graduado em Games Rodrigo Ayres de Araújo, conhecido no mundo virtual como "Barão do Pirapora", conta que esse diálogo foi a primeira coisa que chamou sua atenção para os jogos eletrônicos. “Eu tive um aluno que não era muito bom em História. Um dia, em uma conversa, perguntei o que ele gostava de fazer e ele me disse que adorava jogar Final Fantasy, que é um RPG. Ele sabia tudo sobre o jogo, que tem uma história muito complexa. Então percebi que, se queria me aproximar dele, precisaria dar um jeito para que a História fosse tão interessante quanto o jogo”. Essa troca de conhecimentos sobre diferentes áreas é um fator fundamental para trabalhar com a gamificação em sala de aula.


  1. Engajamento

Apresentar conteúdos didáticos em formatos inovadores foi uma prática absolutamente necessária ao longo do último ano, com as aulas on-line, mas já não é nenhuma novidade. São muitos os profissionais da educação que já notaram que esse recurso ajuda a prender a atenção dos estudantes, que podem absorver melhor o que está sendo ensinado. A coordenadora do Núcleo São Paulo da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, Gislaine Batista Munhoz, conta que notou, há muitos anos, que os games podiam ser aliados para garantir mais engajamento das crianças e adolescentes. “Comecei a conversar com os estudantes e percebi que muitas vezes eles iam para a escola para brincar nos joguinhos disponíveis nas redes sociais e em outros sites e aplicativos. Isso faz parte da vida deles, então tem um potencial muito grande para contribuir em sala de aula”, afirma.


  1. Coletividade e responsabilidade

Embora vários games sejam de competição entre jogadores, a fase de desenvolvimento deles envolve muita colaboração. Araújo ressalta que, quando propõe um novo game, costuma distribuir as funções entre os alunos, de modo que cada um fica responsável por uma parte do trabalho. E, mesmo que as funções sejam individuais, o resultado final depende do bom funcionamento do grupo como um todo. Isso estimula o senso de coletividade e responsabilidade entre as crianças e adolescentes.


  1. Imersão nos conteúdos

Qualquer que seja a disciplina em que a gamificação é inserida, ela gera instantaneamente uma necessidade: mergulhar no assunto que será tema do jogo. Antes de desenvolver qualquer coisa, os estudantes precisam se aprofundar no conteúdo e entender detalhes específicos sobre ele. “Os games permitem uma complexidade do conhecimento que não estamos acostumados a trabalhar na escola. Eles geram identificação, provocam paixão e ajudam a trabalhar com diferentes hipóteses e pontos de vista”, diz Gislaine.

Para Araújo, todo o processo oferece oportunidades para ampliar o aprendizado. “Eles conseguem aprender habilidades que competem à Língua Portuguesa, Geografia, Matemática, Artes. Lendo sobre os temas, eles passam a ter mais perspectiva porque praticam a imersão. É como se entrassem naquele ambiente para poder criar”.


  1. Aprendizado lúdico

Motivação é uma das palavras-chave para entender o poder dos jogos no ensino. Gislaine destaca que o desafio de criar um game é, por si próprio, um motivador. “Você mobiliza o estudante a procurar conhecimentos para viabilizar o projeto. Ele é protagonista e autor da ação. Por isso, trabalhamos sempre conteúdos que as crianças curtem, fazendo conexões com o que precisamos que elas aprendam. Assim, aprender se torna muito mais lúdico”, finaliza.

Gislaine e Rodrigo estão juntos no episódio 30 do podcast PodAprender, cujo tema é “Gamificação da Pedagogia. Como os jogos podem auxiliar no processo de aprendizagem?”. Todos os episódios do PodAprender estão disponíveis no site do Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br), nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts disponíveis no Brasil.

 


Sistema de Ensino Aprende Brasil

http://sistemaaprendebrasil.com.br/

 

ViaQuatro e ViaMobilidade se unem à ABRATA em campanha pela valorização da vida nas estações das linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô

Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) oferece material informativo sobre o tema nos nichos de leitura

Folhetos, feitos por especialistas, tratam do assunto com clareza, em busca da prevenção
 

O assunto é delicado e merece atenção e seriedade ao ser tratado: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia de coronavírus aumentou consideravelmente os casos de depressão e ansiedade, o que acende uma luz de alerta já que essas condições, se não tratadas, podem gerar problemas irreversíveis e até levar ao suicídio, uma das principais causas de morte em todo mundo.

Dessa forma, a ViaQuatro e a ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e manutenção das linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô, respectivamente, em parceria com a ABRATA - Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos leva para a população um material informativo a respeito do tema. Nos nichos de leitura de todas estações das duas linhas, os passageiros podem retirar materiais impressos, cujo conteúdo traz informações de qualidade sobre saúde mental.

Nos folhetos, estão orientações sobre alguns transtornos psiquiátricos, como depressão, transtorno bipolar, ansiedade, entre outros, que merecem atenção e tratamento especializado. Os organizadores do material ressaltam que esses transtornos não devem ser minimizados ou banalizados, tampouco devem ser vistos como fraqueza.

O texto deixa claro que precisamos falar sobre o tema para ajudar quem precisa, desconstruindo tabus e criando diálogos. "A ABRATA reconhece a grande importância da parceria com as linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô nesta campanha do Setembro Amarelo, que visa a disseminação de informações de qualidade, com conhecimentos que colaborem com a prevenção ao suicídio", aponta Marta Axthelm, presidente da ABRATA.

A iniciativa marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, definido como 10 de setembro pela OMS. Os folhetos ficarão disponíveis nos nichos de leitura durante todo o mês.

"A ViaQuatro e a ViaMobilidade vão além de oferecer um transporte eficiente a todos: estão sempre atentas às questões de saúde que afetam a população e, usualmente, cedem seus espaços para ações como essa, que, de fato, podem salvar vidas" diz Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da concessionária.

 

Serviço:

Campanha de Prevenção do Suicídio - 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio: oferta de folhetos informativos sobre o tema nos nichos de leitura de todas as estações das linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô -  até 30 de setembro.

 

Quais são os maiores desafios da cibersegurança?

Os ataques cibernéticos a empresas brasileiras cresceram 220% no primeiro semestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pelo grupo Mz. Somos o quinto país mais afetado por esses crimes, o que faz com que a preocupação em garantir a segurança dos dados esteja mais forte do que nunca. Mesmo diante de tamanha necessidade, muitas empresas ainda falham nessa missão, não dando a devida atenção e investimento necessário.

Apesar da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o anúncio da aplicação de multas para aquelas que não cumprirem com as regras, cerca de 84% das organizações ainda não se adequaram às normas exigidas pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), de acordo com um estudo feito pela CodeBy. Neste cenário, a impunidade pode ser a grande influenciadora.

Ainda não temos um consenso sobre a forma como a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), autoridade responsável pela verificação, irá aplicar tal fiscalização – o que faz com que muitas empresas ainda não se preocupem com possíveis multas. Até que o primeiro caso venha à tona, o modelo de gestão no país será passivo, dependente de uma atitude mais rígida perante o órgão para uma mudança efetiva.

A maior dificuldade em promover a cibersegurança está, sem dúvidas, na conscientização dos empresários perante sua importância. Muitas equipes não estão treinadas e informadas sobre os processos a serem cumpridos, disponibilizando, por exemplo, canais para cadastramento de dados e informações pessoais sem que estejam criptografados para garantir a segurança dos clientes.

Para piorar, a falta de um departamento exclusivo à essa tarefa, junto com a inexistência de políticas de acesso adequadas, como guias para a adequação à Lei, são descuidos que prejudicam ainda mais a proteção dos dados. Diante de tantos crimes cibernéticos – especialmente o sequestro e roubo de dados, para venda no mercado paralelo ou para que seja feito algo contra a base de informação – já está mais do que na hora de adotar práticas conjuntas visando a cibersegurança das empresas.

Ao contrário do que muitos imaginam, não existe uma ferramenta ideal ou única para essa tarefa. Na verdade, o preparo tecnológico representa apenas uma parte do todo, para garantir a segurança dos dados. Muito além do que dispor de firewalls de boa qualidade, antivírus, ou um DLP (Data Loss Prevention) atualizado, é imprescindível criar uma área dedicada à essa missão.

Busque também consultorias externas para contribuir com esse processo. Elas trarão um olhar de fora sobre como a organização está tratando seus dados e, o que deve ser aperfeiçoado - tanto em sua política interna quanto nos investimentos tecnológicos necessários. Em uma terceira ponta, um escritório de advocacia especializado na LGPD se torna fundamental para informar sobre os possíveis riscos e como enquadrá-la ao seu negócio.

Todas essas ações, quando desempenhadas por profissionais qualificados e preparados, proporcionarão a adequação necessária. Por isso, não deixe de investir em treinamentos e capacitações constantes, para que as equipes estejam prontas para lidar com as demandas. A atualização contínua sobre as melhores práticas do mercado, aliadas à conscientização dos colaboradores, com certeza contribuirão para que seu negócio consiga proteger seus dados e, evitar ao máximo, ataques que possam danificá-lo.

 


Bruno Cedaro - COO Digital e CBDO da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS.

https://www.pontaltech.com.br/


Abrir CNPJ: o passo a passo para criar o seu perfil jurídico

Especialistas da Express CTB explicam como abrir um CNPJ, documento fundamental para empresas.


Se você está pensando em abrir um negócio, provavelmente, já se deparou com todas as burocracias legais necessárias para a viabilização deste processo.

Tais burocracias envolvem demandas de todos os departamentos, sendo assim, é exigida a emissão de diversos documentos.

Dentre os documentos exigidos por lei para a abertura de uma empresa está incluso o CNPJ, sendo este fundamental para a formalização do negócio perante o Estado, bem como para a viabilização legal de diversos processos comerciais.  

Por isso, é tão importante entender do que se trata e as suas principais características.  


O que é o CNPJ?  

É definido da seguinte forma pela própria Receita Federal:  

“O CNPJ compreende as informações cadastrais das entidades de interesse das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” 

Ou seja, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, chamado comumente de CNPJ, está para as pessoas jurídicas assim como o CPF está para as pessoas físicas, representando o documento básico de identificação que toda empresa deve ter antes de iniciar suas respectivas atividades comerciais. 

“Vale ressaltar que a necessidade de emissão não existe apenas para quem deseja abrir uma empresa, tendo em vista que profissionais autônomos também precisam de CNPJ para a emissão de notas fiscais dos serviços prestados”, explica João Esposito, economista e CEO da Express CTB – accountech de contabilidade.  

O documento é expedido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), responsável pela emissão e fiscalização dos cadastros de pessoas físicas e jurídicas brasileiras.  

Neste documento constam dados importantes de identificação empresarial, validando sua existência perante a lei e o Estado.  

Dentre os principais dados contidos, podemos citar:  

  • Endereço;  
  • Razão Social 
  • Atividade Econômica realizada, bem como os serviços prestados;  
  • Nome Fantasia;  
  • Data de abertura e início de atuação;  
  • Dados de contato, como: telefones, e-mails e redes sociais; 
  • Natureza Jurídica;  
  • Situação Cadastral. 

Além disso, vale salientar a sua composição, sendo ela de 14 números totais dispostos no seguinte formato: XX.XXX.XXX/0001-XX (Com a famosa configuração de mil ao contrário, expressão utilizada de forma corriqueira na identificação de um CNPJ) 


Quais os benefícios de se ter um CNPJ? 

O CNPJ é fundamental para o exercício legal de qualquer empresa, independente do seu porte.  

Tal fundamentalidade se dá não só pela exigência legal, mas também pelas atividades comerciais essenciais que só são viabilizadas a partir dele.  

Dentre todos os benefícios existentes em abrir o seu perfil jurídico, podemos citar como principais:  

  • Possibilita a emissão de notas fiscais, processo fundamental para o seguimento adequado do regime tributário; 
  • Garante um maior número de relações comerciais, tendo em vista que boa parte dos fornecedores só negociam com pessoas jurídicas; 
  • Permite a consulta de outros CNPJ, facilitando e melhorando as relações com fornecedores e clientes; 
  • Dá direito a aposentadoria própria a partir da contribuição para a Previdência Social;  
  • Viabiliza o registro e a contratação de funcionários de forma legal e regulamentada; 
  • Facilita a solicitação de empréstimos com menor taxa de juros (conhecido por empréstimo PJ) e demais atividades financeiras de grande porte;  
  • Viabiliza a formalidade de todas as atividades realizadas;  
  • Reduz os riscos de multas e infrações por problemas relacionados a tributos e inadequação de existência; 
  • Aumenta a autoridade empresarial e confere vantagem competitiva.  

Por fim, tendo em vista os benefícios listados acima é possível reconhecer quão benéfico e fundamental o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas é para quem deseja abrir um negócio.  

Por isso, não hesite em formalizar a existência da sua empresa, priorizando sempre a sua adequação legal para não ter dores de cabeça muito maiores do que a criação e manutenção de um CNPJ.  


Passo a passo para criar o seu perfil jurídico  

Com o avanço tecnológico e as comodidades trazidas por ele, toda a expedição pode ser realizada de forma on-line  

A seguir, você encontra o passo a passo em ordem lógica de processo e execução:  


  1. Primeiro Passo: Reconheça o formato do seu negócio  

O primeiro passo para abrir um CNPJ é reconhecer o formato do seu negócio a partir do seu porte e faturamento. Dessa forma, se o faturamento anual da sua empresa for inferior a R$60.000 ela pode se encaixar como MEI (Microempreendedor Individual).  

Em caso de profissionais autônomos e suas respectivas prestações de serviços as quais demandam emissão de notas fiscais, o CNPJ será do tipo autônomo. 

Para empresas de maior porte e com faturamento anual superior a R$60.000, o tipo de CNPJ a ser expedido vai depender de características específicas e quantia de faturamento. Entretanto, na maioria dos casos o CNPJ é do tipo LTDA.  


Tipos de CNPJ  

CNPJ MEI  

Para microempreendedores individuais, o processo de abertura de CNPJ é simplificado e resumido a uma etapa: Formalizar sua empresa no Portal do Empreendedor. Após a formalização, o número de CNPJ será gerado automaticamente e o comprovante pode ser emitido de forma direta no site da Receita Federal.  

Ou seja, os passos seguintes não são necessários.  


CNPJ LTDA 

O CNPJ LTDA envolve maior complexidade de processo, e para a sua emissão é fundamental contratar um contador.  

Além disso, também é importante definir o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas e demais pendências existentes para este tipo de CNPJ.  

Nos passos a seguir, evidenciaremos essas pendências de forma geral, sejam elas para CNPJ LTDA ou demais tipos.  

  1. Segundo Passo: Defina a Natureza Jurídica do seu negócio e demais documentos  

Nesse processo de etapa, há a necessidade de definição de natureza jurídica e demais burocracias legais.  

  • Natureza Jurídica: Diz respeito ao regime jurídico do seu negócio, determinado conforme a constituição da empresa (número de sócios, participação de cada um deles, capital social, etc.), ou seja, se ele é composto por uma Sociedade LTDA, Sociedade Anônima, Empresário Individual, etc.  
  • Regime tributário: Regime no qual sua empresa deverá se enquadrar e determinará a carga tributária que esta pagará, podendo este ser Simples Nacional, Lucro Real e Lucro Presumido.  
  • Elaboração do Contrato Social: Documento equivalente à certidão de nascimento da empresa. 
  • Definição de área de atuação: Tal definição deve ser feita com base no CNAE. 

  1. Terceiro Passo: Solicite a criação do seu perfil jurídico no site da Receita Federal  

Após a definição e elaboração de todos os documentos listados acima, é hora de solicitar a criação do seu CNPJ.  

A Receita Federal possibilita a solicitação de dois tipos, presencial ou on-line.  

Para a solicitação presencial é necessário ir até à sede da Receita Federal da sua cidade portando os documentos necessários e listados no passo anterior.  

Para a solicitação on-line, basta acessar o Portal da Rede Sim, preencher um cadastro e enviar os documentos solicitados. Após finalização da solicitação, é possível também acompanhar o processamento da mesma pelo aplicativo.  

É importante salientar o papel essencial do contador em todo esse processo, tendo em vista a facilitação e a rapidez gerada por ele.  Não hesite em investir neste tipo de serviço. Contar com um profissional especializado e qualificado faz toda a diferença no andamento processual, reduzindo riscos de intercorrências legais e evitando dores de cabeça”, destaca Esposito.

 


Express CTB

 www.expressctb.com.br

 

Onde investir seu dinheiro para vencer a inflação?

Nathalia Arcuri, especialista em finanças e fundadora da maior plataforma de entretenimento financeiro do mundo, a Me Poupe!, ensina qual é o melhor investimento para este momento


 

Poupança? Tesouro Selic? Financiamento? Previdência Privada? Como garantir o seu poder de compra a longo prazo com a taxa atual da inflação? Os dados para o aumento da inflação neste e nos próximos anos não são promissores. As projeções indicam que o índice deve permanecer alto. E o que isso significa?  Que se você está sofrendo com o aumento de preços agora, saiba que em dez anos a situação pode piorar se você não colocar o seu dinheiro em um investimento que garanta o seu poder de compra. 

Um pequeno aumento da inflação, que mede a variação dos preços e o impacto no custo de vida da população, é normal e até positivo em alguns países. Porém,  nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a alta dos preços, ficou em 9,30%  a estimativa é de que não pare por aí. O aumento desse índice diminui o seu poder de compra e quem não estiver atento pode sair prejudicado.

Para Nathalia, especialista em finanças e fundadora da maior plataforma de entretenimento financeiro do mundo, a Me Poupe!, investimentos que têm potencial de vencer a inflação devem ser de médio a longo prazo. Para ela, a melhor opção atual para driblar esse alto índice é o Tesouro IPCA, que rende acima da inflação. “Esse é um investimento excelente, principalmente pensando a longo prazo e depositando uma certa quantia mensal na aplicação. Sem risco, é o investimento mais seguro neste momento, que rende a maior quantidade em juros compostos e faz o seu dinheiro trabalhar para você”, ressalta a especialista. Caso opte pelo IPCA 35, o investidor precisa manter esse título até 2035. Está também disponível o IPCA 26 que tem um prazo menor para retirada e uma rentabilidade real oferecida bem similar ao 35.

Outro opção, essa momentânea, é o Tesouro prefixado de 2026. Hoje, ele está rendendo acima da inflação, mas se a taxa continuar subindo o cenário pode mudar.  Existem também os CDB's indexados à inflação, pois muitos estão pagando mais que o Tesouro e com prazo menor e não sofrem essa marcação no mercado. Já as outras alternativas, bastante conhecidas, não estão rendendo o suficiente ou pagam abaixo da inflação.

Pensando nisso, cada pessoa precisa entender os números e avaliar a sua inflação pessoal, ou seja, qual foi o peso do aumento de preços na sua vida, porque isso pode variar de acordo com a realidade de cada um. “Qualquer indivíduo precisa ter na ponta da língua qual foi a sua inflação pessoal para então entender quais são os tipos de investimentos e ajustes que precisam ser feitos nas suas finanças. Para isso, não tem mistério ou fórmula mágica. Apenas conhecimento e estudar estratégias para cada momento da economia. Também é importante levar em consideração o perfil de cada investidor e respeitar isso”, completa Nathalia.

 


Me Poupe!


Transações de veículos usados superam 10 milhões de unidades até agosto de 2021, na maior alta histórica desde 2004

Nos segmentos de automóveis e comerciais leves, a cada veículo novo comercializado, 6,8 usados foram negociados em agosto, no maior pico registrado pelo mercado nacional, desde 2004, quando teve início a série histórica de veículos usados da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores

 

No acumulado entre janeiro a agosto de 2021, as transações de usados, considerando todos os segmentos automotivos, já somam 10.234.046 unidades, um crescimento de 48,22% sobre o mesmo período de 2020. Apenas em agosto, o volume chegou a 1.439.113 veículos que tiveram troca de titularidade.

“A baixa disponibilidade de veículos novos segue como o grande desafio do Setor da Distribuição Automotiva, e a oferta de usados surge como alternativa para suprir esse mercado. Desde 2004, nunca havíamos superado a barreira de seis veículos automóveis e comerciais leves usados vendidos a cada novo emplacado em um mês. Em 2021, superamos este número em julho (6,5 usados a cada novo vendido) e agora, também, em agosto (6,8 usados a cada novo comercializado)”, analisa Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.

A boa oferta de crédito também tem influenciado nas vendas de usados e, com o estoque reduzido de automóveis e comerciais leves novos, os seminovos ganharam espaço. “Os modelos com até 3 anos de fabricação representaram 12,75% do volume comercializado em agosto, e 11,27% do total de automóveis e comerciais leves comercializados no acumulado”, explica Assumpção Júnior.

Com os estoques de veículos novos reduzidos, houve alta acumulada na transação de usados, em todos os segmentos automotivos, conforme demonstra a tabela a seguir.

 

Transações de usados em agosto e no acumulado do ano

 



4 séries que vão te ensinar sobre finanças pessoais

 

A educação financeira nem sempre foi um assunto discutido pela população. O tema que deveria ganhar grande relevância desde a escola, é pouco explorado e merece cada vez mais atenção. O resultado disso, é o que podemos perceber com a pesquisa realizada pela ANBIMA, 40% dos brasileiros não poupam nenhuma quantia, dos que poupam, apenas 10% reservam para a poupança. Já os outros 10% escolhem não poupar, resultando no que podemos concluir que quase a metade da população gasta todo o dinheiro sem pensar no futuro.   

 

De acordo com Thaíne Clemente, Executiva de Estratégias e Operações da Simplic, o cuidado com a saúde financeira, não precisa ser uma tarefa difícil ou chata, algumas atividades do cotidiano como assistir série podem ajudar nesta etapa. “Atualmente, existem diversas opções de seriados focados em finanças pessoais que demonstram a importância do controle financeiro”, explica.  

Pensando nisso, a Simplic listou algumas opções para tornar esse cuidado uma alternativa de conhecimento divertida:

 

1)  Billions

Com exibição da Netflix, a série Billions conta a história de uma batalha jurídica entre dois personagens: Chuck Rhoades, promotor público americano e Bobby Axe, líder de um fundo multimercado bilionário. O seriado explora o conhecimento em finanças com bastante realismo ao longo dos episódios, além de fornecer bons ensinamentos sobre finanças, poder e política.  A cada temporada os elementos cotidianos dos grandes negócios são retratados de forma simples e verdadeira sobre o mercado financeiro.

 

2)  American Greed

A série sobre o mercado financeiro da CNBC, retrata a cada episódio um caso que mostra golpistas e fraudes que se tornaram famosas no setor. Para quem deseja investir, o seriado mostra o quanto é necessário tomar cuidado e agir de acordo com as regras. Com dezenas de casos abordando ao longo da trama e ações fraudulentas, fica fácil aprendermos que não há caminho rápido ou fácil para se tornar rico.

 

3)  Girlboss

Baseada na história de Sophia Amaruso, uma das pessoas mais conhecidas no mundo da moda, com perfil rebelde e anarquista. A série mostra que após falir, a personagem principal encontra em um negócio de vendas de roupa online a oportunidade para se tornar empreendedora de sucesso. É nesse momento que as dificuldades aparecem e ela precisa aprender a ser chefe de si mesma e principalmente a ter controle de suas finanças, aplicando o dinheiro de forma estratégica.

 

4)  Traders

Traders permita ao espectador a possibilidade de conferir os bastidores de um banco de investimentos fictício, contando com a equipe de gerentes até chegar aos traders pessoas que trabalhar com o dinheiro dos clientes do estabelecimento. Um dos principais pontos positivos do seriado é o fato de ele ajudar as pessoas a desmistificar as falsas premissas sobre o mundo dos investimentos, mesmo que apenas como ficção. Se tornar um investidor não é necessário como mostra o filme O Lobo de Wall Street, e sim é saudável passar por um processo estável para fazer o seu dinheiro render e trabalhar a seu favor.

 


Simplic


O que é empreender?


Você pode empreender baseado num sonho, na sua vocação ou mesmo na pura necessidade de sobrevivência. Pode empreender em um negócio próprio ou mesmo para uma empresa onde trabalha ou presta serviços e, neste caso, chamamos de intraempreendorismo, tal como inventar um negócio, produto ou serviço dentro de uma empresa.

Meu caso de empreendedorismo coincide com a criação do Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais (IMAM) e vários produtos e serviços ao longo destes quase 50 anos de vida profissional.

A arte de empreender começou ainda na minha juventude, por pura necessidade.

Ministrar aulas em cursinhos foi um começo. Assim que ingressei na Faculdade, baseando-se em centenas de aulas, pensei em algo semelhante e inovador para os interessados em ingressar em escolas estaduais. A partir daí, em 1970, criei um cursinho para admissão no vestibulinho (curso de admissão ao antigo ginásio) destas escolas, denominado de "REAL" (antes do Banco Real assumir o Banco da Lavoura de Minas Gerais), ou seja, "RE" de Reinaldo e "AL" de Alni de Oliveira Campana, meu sócio neste empreendimento.

A empreitada envolveu escolher um local, divulgar aos alunos do 4º ano do antigo primário, confeccionar apostilas e entregar o conteúdo em sala de aula, ministrando tudo aquilo que era exigido num vestibulinho. Isto durou dois anos pois, com o crescimento do número de escolas estaduais, passaram a sobrar vagas nos cursos ginasiais.

Estava, então, consolidada a minha primeira experiência prática de um empreendimento que deu certo e com o qual eu também, obviamente, tive a oportunidade de aprender com os erros.

Valeu a iniciativa, porque nove anos depois, esta experiência me deu confiança para criar o IMAM, baseado numa associação americana de fabricantes de equipamentos de movimentação de materiais, porém com foco voltado ao treinamento dos usuários destes equipamentos, algo inédito no Brasil.

Contudo, somente treinamento era pouco para minhas ambições, e eu necessitava demonstrar a aplicação dos conhecimentos. Assim, criei a IMAM Consultoria, destinada a resolver os problemas pontuais, onde os clientes não possuíam uma mão de obra especializada em movimentação de materiais ou demandavam um longo tempo para treinar e capacitar profissionais para desenvolverem um projeto do início ao fim, aprová-lo, auxiliar na aquisição e instalação dos equipamentos.

E as iniciativas continuaram. Paralelamente ao funcionamento do Instituto IMAM e da IMAM Consultoria, escrevi vários livros derivados das apostilas dos cursos que ministrava e também da primeira revista a explorar o assunto da logística de forma abrangente até completar 40 anos, em 2019.

Mas o Grupo IMAM não fincou apenas estes quatro pés (negócios). Criei também a maior Feira do segmento em 1981 – a MOVIMAT, um empreendimento que gerou ótimos resultados, para a IMAM e para os clientes, até 2012. Era realizada anualmente em São Paulo, intercalada com o nome de Salão da Logística, e regionalmente em Porto Alegre, Caxias do Sul, Joinville, Salvador e Recife, com o nome de Logismat.

Para mim, empreender foi mais do que sonhar alto. Foi assumir riscos, saindo a campo e entregando o melhor em produtos e serviços.

Segui empreendendo também no exterior, realizando inúmeras viagens de estudo à Ásia (Japão, Coréia, Cingapura e China) e também à Europa (Alemanha, Inglaterra e Itália) e Estados Unidos, acompanhando participantes das missões e/ou realizando benchmarking para o Grupo IMAM atender seus clientes.

Fechei um ciclo de empreendedorismo com a publicação da autobiografia dos 70 anos, lançada neste ano. Mas a história de empreendedorismo não se encerra aqui, pois está nos meus planos a visita ao Vale do Silício, tão logo o fim da pandemia permita e as condições no exterior aceitem os brasileiros, e certamente mais ideias e "insights" virão pela frente.

 


Reinaldo A. Moura - engenheiro industrial, ex-professor universitário, escritor , fundador do Grupo IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais) e autor do livro “Uma Autobiografia dos meus Primeiros 70 anos”.


Número de trabalhadores autônomos bate recorde em 2021

Sete a cada 10 novos postos de trabalho criados no último ano foram por conta própria. Atualmente, 28% de toda a população empregada atua de forma autônoma.


O trabalho por conta própria no Brasil atingiu o número recorde de 24,8 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2021. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esta quantia corresponde a 28,3% de toda a população ativa no mercado de trabalho.

Esses resultados apontam um crescimento de 4,2% comparado ao trimestre anterior. Para João Esposito, economista e CEO da Express CTB – accountech de contabilidade, “Essa ascensão no número de profissionais autônomos tem grande responsabilidade no que diz respeito a diminuição das taxas de desemprego. Se comparamos com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de mais de 4,4 milhões de empregados no mercado de trabalho, sendo que 71% desta quantia representa trabalhadores autônomos”.

Atualmente, o Brasil conta com cerca de 24,8 milhões de pessoas que atuam por conta própria. Deste total, apenas 5,7 milhões possuem CNPJ. De acordo com o IBGE, os conta própria informais foram responsáveis por mais da metade da alta na ocupação brasileira. “No primeiro trimestre do ano, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,7%. No segundo, a porcentagem caiu para 14,1%. Foram mais de 400 mil trabalhadores que se (re)colocaram no mercado de trabalho”, explica Esposito.

As atividades relacionadas à alojamento e alimentação ficaram em primeiro lugar no que se refere ao crescimento da ocupação no segundo trimestre, apresentando uma alta de 9,1% comparado ao trimestre anterior. Em seguida, a área de construção apresentou 5,7% de aumento, serviços domésticos 4% e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura tiveram alta de 3,8%.

“Vale ressaltar que mesmo com os benefícios relacionados a diminuição do desemprego, o rendimento médio de trabalhadores autônomos nos últimos meses foi bem abaixo da média do país e daqueles que trabalham com carteira assinada. Para quem não atua com CNPJ, esse número é ainda menor”, destaca o economista.

 


Express CTB

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Crise institucional e política: mediação é um caminho

Em meio à escalada das tensões no País, a mediação profissional poderia frear os desentendimentos entre os Três Poderes e restabelecer a ordem. Com a entrada em vigor da Lei de Mediação (13.140/2015), esta prática nasceu formalmente no ordenamento jurídico brasileiro, embora seus princípios e benefícios já existissem desde a época do filósofo chinês Confúcio, falecido aos 479a.C., como um dos mecanismos mais eficientes para solução alternativa de disputas, também conhecida fora do Brasil como alternative dispute resolution (ADR).

No capítulo das normas fundamentais do Código de Processo Civil, está previsto ser um dever do Estado - e não uma faculdade - estimular a solução de controvérsias por meio da mediação (art. 3º, §3º, do CPC), tanto na relação entre particulares, como no Poder Público. O tema é de tamanha importância que, recentemente, o Brasil aderiu à Convenção de Cingapura, acompanhando países como os Estados Unidos, China e membros da União Europeia, visando reconhecer a validade de acordos firmados por meio da mediação nas transações comerciais entre nações cujos modelos sociais, jurídicos e econômicos são distintos. Tudo para se preservar um ambiente pacífico e harmonioso.

Parafraseando o conceito enquadrado no art. 1º, § único, da Lei de Mediação, esta é atividade técnica exercida por um mediador imparcial, sem poder decisório, escolhido ou aceito pelas partes, com o propósito de ajudá-las a encontrar soluções consensuais nos conflitos. Em suma, trata e isola os aspectos relacionais das partes, abrindo caminho para o foco absoluto na causa do problema. No contexto nacional, impõem-se sua aplicabilidade como medida de utilidade pública e social, pois é premente que o País liberte-se de desinteligências egoicas, ideológicas e exageradas, protagonizadas por autoridades dos poderes independentes. Deste cabo de guerra não logrará vencedor; perderá o povo e cairão em descrédito as instituições.

Não me recordo de ter vivenciado, na prática ou nos livros, crise político-institucional de tamanha envergadura. Soma-se a isso uma tremenda inabilidade - e porque na casa de ferreiro o espeto é sempre de pau - por parte de atores envolvidos no conflito, justamente por não promoverem o "cessar fogo" ou desestimularem animosidades, numa interminável e ingloriosa queda de braços. Que fique claro: nem sempre aquele que promove a trégua restará enfraquecido ou derrotado. Afirmo ser o contrário, pois a sabedoria e a humildade são virtudes que acompanham apenas os fortes e os destemidos.

Fosse o contexto político um laboratório para formação de mediadores de conflitos, todos sairiam como livres-docentes. Digo isso porque esse "espetáculo de toma lá, dá cá" a que assistimos entre Executivo, Judiciário e Legislativo padece de todos os pressupostos para a construção de um ambiente favorável à comunicação e à harmonização dos poderes, princípio estampado no artigo 2º da Constituição Federal, que todos os agentes estatais envolvidos na balbúrdia juraram respeitar.

O perigoso cenário, que induz lamentável ruptura institucional, carece dos mais comezinhos princípios e técnicas utilizadas na neutralização de conflitos, tornando impossível o reestabelecimento da indispensável ordem. Estivéssemos na época do Brasil Imperial, sob o manto da Constituição de 1824 (art. 98), por certo já estaria em cena o chamado quarto poder (moderador), exercido pelo Imperador, para garantir a independência e a harmonia dos demais. O País não pode ficar à mercê de conflitos ou caprichos pessoais e está exausto dessa "política". O poder emana do povo, cuja vontade impera na verdadeira democracia. As autoridades, eleitas pelo escrutínio ou por indicação, são transitórias.

Diante de tanta desinteligência, caberia ao mediador (ou junta de mediadores) auxiliar as autoridades a perceberem que suas posições pessoais não podem estar acima do interesse da sociedade e do País. Além disso, ajudá-las na construção do diálogo, com escuta atenta e legítima, pois o que vejo são apenas tristes exemplos de escuta "defensiva" - aquela em que a parte ouve e, ao mesmo tempo, julga e rotula o outro com suas próprias crenças e valores pessoais; a "seletiva", quando escuta até onde se interessa; ou, até mesmo, a "falsa", quando simplesmente finge escutar. Que diálogo construtivo pode emergir com tamanha deficiência na comunicação?

Quando o assunto é a empatia entre os atores da crise, fica ainda mais evidente a necessidade de suporte. Sem empatia não haverá espaço para o diálogo, quiçá para o mandamento constitucional da harmonia entre os Poderes da República. Essa falha desastrosa de comunicação faz com que cada um olhe apenas para o seu próprio umbigo e se valha dos respectivos poderes de sua instituição, tudo para saber a quem caberá a palavra final. Ora, se até hoje os Três Poderes não foram capazes de resolver internamente seus destemperos, é hora de apelarem a terceiros. A mediação permitiria destacar tecnicamente os pontos de tensão nas relações, imprimir a escuta atenta e sem prejulgamentos, neutralizar as rusgas pessoais, legitimar as pretensões e criar tantas quantas opções fossem possíveis para reestabelecer a paz. E, ao final, quem sabe, formatar um "pacto" para garantir a harmonia e independência dos poderes.

Nesses mais de vinte anos atuando como mediador, com milhares de acordos homologados nas mais complexas e variadas situações conflituosas, envolvendo famílias, empresários, organizações religiosas, empresas em recuperação judicial, Ministério Público, Advocacia Geral da União, Tribunal de Contas da União, Agências Reguladoras e outros mais, arrisco dizer que o atual contexto político e institucional estaria no topo da lista das situações nas quais a mediação seria de fato o melhor caminho. Rogo que as autoridades despertem desse modo destrutivo de ação e comecem, enquanto ainda há tempo, a colaborar entre si em prol do projeto Brasil. Que cultuem menos vaidade, mais responsabilidade e melhores atitudes. Afinal, todos devem prestar respeito ao povo brasileiro.




Rubens Decoussau Tilkian - advogado e especialista em mediação de conflitos há 23 anos, é pós graduado pelo Insper, sócio-fundador do Instituto Vertus de Mediação e do escritório Decoussau Tilkian, Jacob Netto, Álvares e Chaddad Advogados, autor do livro "Comentários à Lei de Mediação" - obra referencial no tema.


As fraudes financeiras com bitcoins e a necessidade da punição exemplar

A ampla cobertura da mídia sobre as operações das autoridades brasileiras contra fraudes financeiras utilizando a rentabilidade das criptomoedas como forma de atrair investidores deu visibilidade à uma pratica que vem crescendo exponencialmente no Brasil. Tão surpreendente quanto à quantidade de dinheiro apreendido em poder dos supostos criminosos, foi à mobilização das pessoas pedindo a liberdade dos criminosos, alegando não se tratar de pirâmide financeira, em virtude de receberem regularmente os valores prometidos. 

Cabe frisar que muitas vezes existe uma confusão entre pirâmide financeira e o centenário esquema Ponzi, no primeiro a remuneração esta atrelada a indicação de novas pessoas ao negócio que a entrarem geram comissionamento a rede. Já o esquema Ponzi, a operação é um falso investimento que se apresenta com uma rentabilidade acima do praticado no mercado, porém os rendimentos são inexistentes, e o que mantém a fraude é a entrada de novas pessoas, que com os seus aportes pagam os que já estão no sistema. 

As pessoas no esquema Ponzi são atraídas exatamente porque os que já estão divulgam de maneira involuntária que estão satisfeitas com o negócio atraindo assim novos incautos. 

No caso que foi mais noticiado recentemente, que envolveu a GAS Consultoria Bitcoin, empresa envolvida na Operação Kryptos que combate esquemas ilegais de bitcoins, a presente operação escapa a discussão se a mesma é uma pirâmide financeira ou um Esquema Ponzi, se abarcarmos simples e puramente, a captação e administração de recursos financeiros de terceiros à margem do Sistema Financeiro Nacional (na acepção literal da previsão do art. 1º, da Lei nº 7.492/86). 

Outrossim, conforme veiculado na imprensa, na presente operação existem também indícios contundentes da oferta pública de distribuição de contratos de investimento coletivo (CIC's), de modo a enquadrar-se no conceito de valores mobiliários e incidir, no caso, a segunda parte do conceito de instituição financeira do mesmo dispositivo citado.

Embora não exista razão dentro do ordenamento jurídico brasileiro de, nesse momento, considerar ou equiparar as criptomoedas a valores mobiliários, para fins de enquadramento dos fatos no delito tipificado no art. 7º da Lei nº 7.492/86, fica claro que a presente operação configura prática do crime do art. 16 da Lei nº 7.492/86 diante dos investimentos que envolvem criptomoedas. 

No caso da GAS Consultoria Bitcoin, o cliente não assume em nenhum grau a administração dos recursos investidos e tampouco os riscos inerentes à variabilidade típica da modalidade de investimento decorrente da cotação do ativo criptográfico, e da ausência das garantias típicas de outros investimentos, assumindo a empresa o compromisso do retorno financeiro. 

Mesmo se valendo da presente maquiagem, ainda que não fossem as critpomoedas, ativos financeiros ou valores mobiliários, o investimento ora solicitado claramente é uma oferta de contratos coletivos de investimentos, considerados pela CVM como valores mobiliários disciplinados pela Lei nº 6.385/1976. 

Conforme inciso IX, do artigo 2º, da Lei 6385/76, são valores mobiliários, “quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros”. 

Assim, do exposto acima, fica demonstrado à existência de indícios de que a operação em questão, nada mais é do que a suposta prática, por indivíduos reunidos dos crimes do art. 16, 4º e 5º da Lei nº 7.492/86, além do tipo art. 1º da Lei nº 9.613/98, sendo necessárias medidas legais exemplares para inibir essas praticas nocivas que já lesaram milhões de brasileiros.

 


Jorge Calazans - advogado especialista na área criminal, conselheiro estadual da Anacrim e sócio do escritório Calazans & Vieira Dias Advogados, com atuação na defesa de vítimas de fraudes financeiras.


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