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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Segunda fase do Open Banking que foi adiada pelo Banco Central deve iniciar na próxima semana

 Segundo o BC, instituições participantes do Open Banking estariam finalizando testes para certificações durante o mês de julho. No dia 13 de agosto, a Fase 2 do projeto deve ser iniciada.


Prevista para o dia 15 de julho, a segunda fase do Open Banking foi adiada pelo Banco Central (BC) para o dia 13 de agosto. De acordo com o órgão responsável, a alteração foi resultado de uma solicitação formal da estrutura de governança do projeto.

“Durante o mês de julho, grande parte das organizações participantes do Open Banking ainda estavam finalizando os testes para obtenção das certificações necessárias para o registro de suas APIs. Por conta disso, o BC optou por alterar o cronograma de lançamento da segunda fase do projeto, visto que ela envolve o compartilhamento de dados cadastrais de clientes, sempre com consentimento prévio”, explica João Esposito, economista e CEO da Express CTB – accountech de contabilidade.

A fase 2 do projeto consiste em abrir oportunidades para outras instituições, que não o banco do correntista, para realizarem ofertas financeiras. Dessa maneira, os dados de uma pessoa que possuí conta no Bradesco, por exemplo, são disponibilizados para todos os bancos, mesmo que ela não seja cadastrada na instituição.

“A fase 3 está prevista para o dia 30 de agosto. Nesta etapa, os consumidores poderão acessar serviços de pagamento fora dos ambientes bancários. Ou seja, poderão solicitar empréstimos fora do aplicativo do banco, por exemplo. Neste momento, eles também terão a opção de compartilhar seu histórico de informações financeiras”, ressalta Esposito.

A última etapa do Open Banking será implementada em dezembro, possibilitando o compartilhamento de dados como investimentos, previdência, operações de câmbio e seguros.

 


Express CTB

www.expressctb.com.br

Energia solar: uma vacina para a bandeira vermelha e para o risco do racionamento

 

O atual cenário de falta de água nos reservatórios hidrelétricos e uso intenso das termelétricas fósseis, caras e poluentes, traz um sinal de alerta no setor elétrico: é hora de acelerar o uso de fontes renováveis e limpas, para diversificar a oferta e fortalecer a segurança de suprimento elétrico do Brasil. Assim, o avanço da energia solar no País, via leilões para grandes usinas ou pela geração própria em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, é fundamental para reduzir o chamado “custo Brasil”, com uma energia elétrica mais competitiva aos brasileiros, reduzindo a ocorrência das bandeiras vermelhas na conta de luz da população e diversificando a oferta de eletricidade no País.
 
Porém, vale lembrar que, apesar dos avanços, o setor elétrico nacional ainda enfrenta problemas recorrentes de oferta, custos e impactos ambientais para a sociedade, que precisam ser adequadamente endereçados e solucionados. Dentre estes problemas, descompassos no planejamento da expansão do setor custam caro aos brasileiros, como no caso do cancelamento do 2º Leilão de Energia de Reserva de 2016 (2º LER de 2016). O leilão previa a contratação de usinas de geração das fontes eólica e solar, proporcionando energia elétrica limpa e renovável que poderia estar sendo entregue para a sociedade, amenizado os riscos e custos enfrentados por todos os consumidores com a atual crise hídrica.
 
O cancelamento do 2º LER de 2016, em cima da hora e sem discussão prévia com o setor, deixou o setor e os agentes de mercado perplexos. Todos haviam se mobilizado para ofertar energia elétrica limpa e competitiva das fontes eólica e solar ao Brasil. Tanto que a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) registrara impressionantes 35 GW em 1260 projetos destas fontes, preparados para participar do leilão. Ou seja, disposição e proatividade do setor produtivo para atender a demanda não faltaram, como hoje não faltam. De acordo com dados da EPE, a saudável competição oferecia deságios de até 21,5% nos preços de leilões anteriores, com preço-médio de contratação de R$ 297,74/MWh em 2015 para a fonte solar, ou seja, abaixo da marca de R$ 300,00/MWh.
 
Numa estimativa conservadora, se em 2016 tivesse sido realizada a contratação de 1 GW em usinas eólicas e solares, a um preço-médio inferior a R$ 300,00/MWh, tais usinas já estariam operacionais desde julho de 2019. Resultado: os consumidores brasileiros estariam pagando pelo menos R$ 150 milhões ao mês a menos em suas contas de luz, com a redução da necessidade de acionamento das termelétricas fósseis, muito mais caras e poluentes do que as energias renováveis, uma economia de mais de R$ 4,5 bilhões para a sociedade entre 2019 e o primeiro semestre de 2021.
 
O adiamento desse leilão, da forma como foi conduzido, gerou grande comoção ao mercado e investidores: o setor perdeu credibilidade, investimentos não foram realizados, empregos deixaram de ser criados e energia elétrica, hoje escassa e preciosa, deixou de ser disponibilizada à sociedade brasileira.
 
Para responder à demanda da população por uma energia elétrica mais limpa, mais competitiva e mais acessível, as medidas que devem ser adotadas são conhecidas. Acompanhar as políticas públicas, o planejamento e os grandes investimentos feitos em países com economias mais desenvolvidas é um dos principais caminhos a serem trilhados.
 
No caso brasileiro, há uma importante sinergia entre os recursos renováveis como hídrico, solar, eólico e da biomassa, entre outros. A contradição está em apostar em termelétricas fósseis, em vez de economizar a água escassa dos reservatórios hidrelétricos pelo uso dos recursos renováveis, mais competitivos, abundantes e limpos. Por conta desta decisão, hoje, o consumidor se vê obrigado a pagar as terríveis bandeiras vermelhas na conta de luz, fruto do acionamento de todas as usinas termelétricas no País, de alto custo financeiro e ambiental.
 
Neste cenário desafiador, em complementação às grandes usinas de geração de energia elétrica, a geração própria de energia a partir de sistemas solares em telhados e pequenos terrenos é parte estratégica da solução para a redução de gastos e custos do setor elétrico, conforme propõe o Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, que cria um marco legal para a modalidade no País.
 
Somente com a redução de custos no uso de usinas movidas a combustíveis fósseis, a aprovação do PL trará aos consumidores brasileiros mais de R$ 150 bilhões de economia até 2050, segundo análise da ABSOLAR. Isso contribui para diminuir o peso das bandeiras vermelhas nas contas de luz e para reduzir as emissões de poluentes e gases de efeito estufa no setor elétrico.
 
Também serão proporcionados neste período mais de R$ 23 bilhões de economia com menores perdas elétricas na transmissão, distribuição e geração da energia elétrica, uma vez que a eletricidade é produzida junto ou próximo dos consumidores, em vez de em locais distantes dos centros de consumo. No total, até 2050, serão mais de R$ 173 bilhões em redução de custos para todos os consumidores de energia elétrica. Essa economia pode ser vista na conta mensal dos cidadãos.
 
O PL ainda trará mais de 1 milhão de empregos aos brasileiros neste horizonte, contribuindo para amenizar o grave problema de desemprego recorde enfrentado na atualidade.
 
Atualmente, quando compram eletricidade de uma distribuidora, os consumidores não têm como saber quais as fontes de geração que produziram aquela energia, pois não há esta rastreabilidade. É muito comum que existam termelétricas fósseis no mix e o cidadão nem sabe que está pagando por essa energia elétrica, mais cara e poluente. Ao gerar a sua própria eletricidade a partir do sol ou de outros recursos renováveis, os consumidores passam a ter clareza e certeza de que estão fazendo uso de uma energia limpa e renovável.
 
Para o Brasil cumprir as suas metas climáticas e ter cada vez mais segurança de suprimento elétrico, é preciso avançar no planejamento da expansão das fontes renováveis como ferramenta estratégica e diferencial competitivo do Brasil. A geração própria de energia é parte importante desta evolução do atual modelo, trazendo aos consumidores mais protagonismo, liberdade de escolha, previsibilidade sobre seus custos e rastreabilidade de seu fornecimento elétrico. Adicionalmente, proporciona empregos locais de qualidade, distribuídos em todos os estados e regiões do território nacional, atraindo novos investimentos privados que fortalecem e movimentam a economia dos municípios brasileiros.





Alexandre Bueno – sócio-diretor da Sun Mobi

Rodrigo Sauaia – CEO da ABSOLAR

Ronaldo Koloszuk – presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR

Ibovespa fecha julho perto de -3,9%

 Especialista em investimentos explica a situação do mercado financeiro no início do segundo semestre

 

No 2º semestre de 2021, o mercado brasileiro começou de maneira “mista”. Em um momento o Ibovespa se encontrava em território positivo, refletindo bons avanços com o ritmo da vacinação, ora em um cenário negativo, espelhando instabilidades políticas, em especial relacionadas aos gastos do governo. No final de julho, o índice teve uma queda de quase 3%, fechando perto de -3,9%. 

Esta é a avaliação do sócio da iHub Investimentos, escritório credenciado XP, Paulo Cunha, que traz abaixo mais detalhes. 

 

Internacional 

Na América do Norte, mas especificamente nos Estados Unidos, a alta no número de casos de covid-19, em particular os vacinados, fez com que diversos estados tivessem que ensaiar e até anunciar a retomada de medidas obrigatórias, como o uso de máscaras em estabelecimentos públicos. 

“Na última semana de julho, o FED comunicou sua decisão de manter a taxa básica da economia americana, seguido por uma entrevista de Powell, que ele comentou sobre um possível início de cortes nas recompras de ativos realizadas pelo FED”, explica Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos. 

Já na China, as intervenções regulatórias abalaram as convicções de investidores no mundo todo, que se viram obrigados a rever suas expectativas de riscos de investimentos no país. Apesar dos solavancos, os mercados globais não abalaram seu otimismo, chegando a operar em território negativo e rapidamente recuperando seus resultados. 

 

Brasil 

No campo da renda fixa, tanto no Brasil como no mundo, os prêmios de crédito continuaram se contraindo, reafirmando a confiança do mercado na recuperação econômica do pós-pandemia. “Ainda que esta recuperação se encontre em diferentes estágios dentro e fora do país, a contratação foi observada para os títulos emitidos em CDI, IPCA e em dólares, trazendo bons retornos para essas classes”, comenta Cunha. 

 

Perspectivas de mercado

Para o próximo agosto, a XP enxerga um ambiente mais volátil em renda variável no Brasil, em especial pelo fato de que a tese de um bom ritmo de vacinação no país vai se esgotando e sendo cada vez mais refletida nos preços. As incertezas fiscais e, em um segundo momento, as eleitorais, também corroboram com a redução dessa posição que hoje se encontra próximo ao seu patamar histórico máximo.

 

Abaixo, confira, o desempenho dos principais indicadores de julho/2021: 

  • CDI: +0,36%
  • Dólar: +4,90%
  • S&P: +2,27%
  • IBOVESPA: -3,64%
  • IPCA-15: +0,72%

 

 

Paulo Cunha - sócio fundador da iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos e câmbio em tempo real. Possui mais de 2,5 mil clientes no Brasil e em 2014, firmou parceria com a maior plataforma de investimentos da América Latina, fundando a iHUB e sendo um escritório credenciado pela XP Investimentos. Desde então, é diretor executivo da empresa, que possui matriz na Vila Olímpia e filiais em Alphaville, em São Paulo, e em Ponta Grossa, no Paraná. Também é palestrante e professor sobre investimentos de cursos em plataformas EAD.


Instituto Butantan lança laboratório móvel para sequenciar variantes do Covid-19 no Estado de SP

LAB MÓVEL irá visitar municípios para agilizar o resultado dos exames e aproximar a população da ciência; primeiro destino é Aparecida do Norte

 

O Instituto Butantan lança, nesta quarta-feira (4), o projeto de laboratório itinerante (LAB MÓVEL) do Butantan, que tem como objetivo acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos de Covid-19 e sequenciamento das variantes dos SARS-CoV-2 que circulam no estado.

Com as análises realizadas dentro do LAB MÓVEL é possível obter o resultado em até 24 horas e, em seguida, iniciar o sequenciamento, que pode durar de 3 a 6 dias. Atualmente todo o processo entre a testagem e o sequenciamento de variantes pode durar de 10 a 12 dias. 

"O projeto começa agora, mas não tem data para acabar. O objetivo é sermos mais ágeis e assertivos para entender quais regiões precisam de mais atenção", afirma Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.

A primeira parada do LAB MÓVEL será em Aparecida do Norte, interior do estado de SP. A previsão é de que o veículo permaneça na cidade por uma semana e realize o diagnóstico de aproximadamente 500 amostras.

Os moradores das cidades que irão receber o laboratório itinerante poderão acompanhar os trabalhos dos pesquisadores do Instituto Butantan de perto. Isso porque a estrutura do veículo, de mais de 12 metros de comprimento e quase 3 metros de altura, conta com uma parte de vidro que permite a observação dos procedimentos realizados pelos cientistas.

“A iniciativa vai permitir que as pessoas vejam os equipamentos e cientistas do Instituto em ação, aproximando ainda mais a ciência da população brasileira”, afirmou Eduardo Araújo, CEO da Loccus, parceira do Butantan no projeto.

O veículo, equipado com alta tecnologia, possui três sequenciadores genéticos, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi de R$ 3 milhões.

 

Projeto LAB MÓVEL

Os municípios que manifestam interesse em receber o laboratório se responsabilizam por realizar as coletas de amostras em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhá-las ao laboratório itinerante. Lá, por sua vez, os especialistas realizam o diagnóstico e, então, separam as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes.

O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando variantes. Para realizar o mapeamento das variantes é necessário, em primeiro lugar, extrair o RNA da amostra coletada. Em um segundo momento, essas moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas, conhecidos como bioinformatas. 

Atualmente, o Instituto Butantan coordena a Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 e recebe dados dos demais parceiros da rede: Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de Genômica Funcional ESALQ-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agrônomas UNESP/Botucatu, FAMERP São José do Rio Preto e Mendelics.


Pesquisadores usam dados de radar para mensurar o impacto do fogo na Amazônia

 

Grupo do Inpe combinou indicador conhecido como VOD, que aponta a quantidade de água na vegetação, com informações de satélites ópticos. Estratégia inovadora descrita na revista Remote Sensing pode fornecer análises mais abrangentes sobre mudanças na biomassa provocadas por incêndios (foto: Prevfogo/Ibama)


Entender o impacto dos danos causados por frequentes queimadas na Amazônia, a maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo, tem sido um desafio nos últimos anos. Agora, um artigo publicado na revista Remote Sensing aponta uma ferramenta promissora nesse sentido: dados de VOD (Vegetation Optical Depth, na sigla em inglês) oferecem consistência científica para detectar mudanças na vegetação provocadas pelo fogo.

Chamado de “profundidade óptica de vegetação baseada em micro-ondas passiva”, o VOD é um indicador que aponta a quantidade de água na vegetação (densidade), mostrando se o dossel florestal está mais seco por causa do clima ou se foi queimado. É calculado com base em dados de satélite por radar (micro-ondas), que sofrem menos influências da atmosfera e de nuvens quando comparados a satélites ópticos.

Já o dossel, formado pela cobertura superior das árvores, tem importante papel na dinâmica da floresta por apresentar um rico hábitat para plantas e animais, tendo um ambiente diferente das áreas próximas ao chão.

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nanjing, na China, com a colaboração do brasileiro Ricardo Dal’Agnol, concluiu que “a combinação de VOD e de informações de satélites ópticos pode fornecer, em tempo real, dados mais abrangentes sobre as mudanças na biomassa causadas por incêndios e sobre a capacidade de recuperação da vegetação, que deve ser amplamente aplicada no futuro”.

“Pela primeira vez, esse tipo de dado foi testado para analisar o efeito do fogo no dossel da Floresta Amazônica”, explica Dal’Agnol, que é pesquisador na Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e recebe apoio da FAPESP por meio de Bolsa de Pós-Doutorado.

A pesquisa analisou dados de uma área no sul da Amazônia durante a temporada de incêndios de 2019, entre julho e outubro, usando informações de VOD e mais três índices obtidos por meio de análise de imagens de satélite: o índice de vegetação de diferença normalizada (NDVI); o de vegetação aprimorado (EVI) e a razão de queima normalizada (NBR).

“Em primeiro lugar, descobrimos que a precipitação de julho a outubro estava próxima das médias climáticas, sugerindo que não houve eventos extremos e que o fogo foi o fator que provocou anomalias no dossel da floresta. Em segundo, o número de incêndios ativos durante a temporada de 2019 ficou acima da média, principalmente nos meses de agosto e setembro. Terceiro: comparamos as anomalias de VOD e índices baseados em dados ópticos contra a distribuição espaço-temporal de incêndios”, explica o grupo no artigo publicado em junho, numa edição especial da revista que trata de aplicações do sensoriamento remoto e do VOD.

No trabalho, os pesquisadores encontraram uma discrepância: a magnitude das perdas registradas pelos índices ópticos foi maior do que o VOD em agosto e setembro, com recuperação muito mais rápida se comparada a áreas com atividade de fogo relativamente baixa.

“A razão mais provável para essas diferenças é que o VOD representa a dinâmica da árvore inteira, enquanto os índices ópticos captam o que ocorre com as folhas, que se recuperam mais rapidamente”, escrevem.

Outro ponto que pode ter contribuído com essa assimetria são as diferentes propriedades do dossel da floresta representadas pelos índices. Isso porque o NDVI, por exemplo, é sensível à abundância de clorofila e biomassa fotossintética, podendo estar sujeito a reflexos de absorção de luz da clorofila da vegetação. Já no cálculo de NBR podem ter impacto as áreas de solo descoberto causadas por mudanças na vegetação.

Impactos

A Amazônia tem importante papel no ciclo global de carbono, com grande capacidade de absorção do dióxido de carbono (CO2). Porém, nos últimos anos, o aumento do desmatamento associado a incêndios e fatores climáticos, como a maior frequência de secas extremas, tem alterado o papel da floresta nesse processo.

O fogo leva a mudanças significativas da vegetação, da estrutura do ecossistema e da composição das espécies, com aumento nas emissões de carbono, impactando nas condições climáticas em escalas regionais e globais.

Além disso, projeta-se que a região amazônica pode ter aquecimento contínuo nas próximas décadas, com aumento na frequência e severidade de eventos extremos. Por isso, uma melhor compreensão do impacto do fogo na dinâmica da vegetação contribui com avaliações regionais e globais de emissões de carbono.

Dados divulgados no fim do ano passado pelo MapBiomas Fogo (plataforma que disponibiliza dados de incêndios, a partir de 2000, indicando a cobertura de uso do solo afetada) apontaram que mais de 330 mil quilômetros quadrados (km2) de florestas existentes atualmente no Brasil foram atingidos por incêndio nos últimos 20 anos. Dessa área total, 28,7% foram na Amazônia, bioma onde o fogo era raro há algumas décadas. Metade dos 427 mil km2 afetados na Floresta Amazônica queimou mais de uma vez no mesmo lugar.

Em 2019, ano-alvo da pesquisa, a Amazônia registrou um dos mais altos números de queimadas, com 89.176 focos de incêndio em 12 meses, segundo o Inpe. Porém, no ano passado, houve crescimento nas notificações, com 103.161 focos, o terceiro maior número na década, atrás de 2015 e 2017.

Estudo inovador publicado em maio por outro grupo de pesquisadores do qual Dal’Agnol também faz parte apontou que a Floresta Amazônica queimada em área úmida perde, em média, 27,3% das árvores, principalmente de pequeno e médio porte, e 12,8% da biomassa (estoque de carbono) até três anos após o incêndio.

A pesquisa mediu in loco os efeitos do fogo em áreas queimadas e não queimadas ao norte da região entre os rios Purus e Madeira, na Amazônia Central, em 2015, e os pesquisadores fizeram recenseamentos anuais para rastrear os fatores demográficos que determinaram a mudança de biomassa ao longo dos três anos seguintes (leia mais em: agencia.fapesp.br/36028/).


Resultados

Já no artigo da Remote Sensing, os pesquisadores apontam que o padrão temporal das mudanças do dossel indicado pelo VOD e pelos índices ópticos foi semelhante quando comparado a áreas com atividades de fogo.

“A magnitude dos danos ao dossel se ampliou com o aumento da ocorrência de incêndios de julho a setembro. Em outubro, com as queimadas diminuindo ou parando, o dossel mostrou sinais de recuperação em áreas com menos incêndios, enquanto a restauração em locais severamente atingidos ainda não havia começado”, apontam.

O artigo Forest Canopy Changes in the Southern Amazon during the 2019 Fire Season Based on Passive Microwave and Optical Satellite Observations pode ser lido em www.mdpi.com/2072-4292/13/12/2238/htm.

 


Luciana Constantino

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/pesquisadores-usam-dados-de-radar-para-mensurar-o-impacto-do-fogo-na-amazonia/36493/


terça-feira, 3 de agosto de 2021

Taróloga Maria do Sol explica o que as cartas mais temidas do Tarot querem nos dize



A também cartomante, esclarece que não existem arcanos bons e nem ruins e desmistifica “O Diabo”, “O Enforcado”, “A Morte” e “A Torre”

 

Quem nunca buscou o misticismo na procura de bons presságios e se assustou ao se deparar com cartas chamadas morte ou diabo? Ou até mesmo você pode ser uma dessas pessoas que têm medo de fazer uma consulta de Tarot com medo dessas cartas. De acordo com a taróloga e cartomante Maria do Sol, também conhecida como Magia Do Sole, na verdade, não existem arcanos bons e nem ruins. Maria explica que todas as cartas, sem exceção, possuem pontos positivos e negativos e o que determina a mensagem que eles trazem é o contexto do jogo: 

 

“Essas cartas são consideradas, muitas vezes, um prenúncio de coisas ruins. Mas deveríamos considera-las, como alertas. Elas transmitem o recado de que alguma coisa precisa ser mudada para que um problema maior seja evitado”. 

 

Por isso, a cartomante e taróloga, explica o significa das cartas mais temidas do Tarot. Confira: 

 

O Diabo

De acordo com Maria, “O Diabo” fala sobre superação e que de repente algumas energias negativas estão te impedindo de evoluir: “Superar dificuldades sem esperar por outras pessoas. A carta indica que a pessoa deve aprender a aproveitar bons momentos e rir das dificuldades. Ter alegria e felicidade para vencer problemas.”

 

O Enforcado

“Não desistir dos seus sonhos, é o significado dessa carta”, revela a taróloga. “Confie em si mesmo, assuma responsabilidades sobre o seu caminho”. A profissional diz que quem recebe esta carta pode estar tendo um sinal para ficar sozinho, respirar um pouco e recarregar as energias. 

 

A Morte

Diferente do que aparenta, segundo a cartomante, a carta fala de inícios, transformações.. “É sobre o que vai terminar para que algo novo se inicie. Significa a tomada de atitude para que haja transformação, porque temos essa capacidade”. A profissional acrescenta que “A Morte” aconselha a deixar coisas negativas para trás. “É a morte de determinados sentimentos, por exemplo. Tempo de plantar algo novo”, finaliza.

 

A Torre

A Torre indica que é o momento de reestruturar a sua vida, de aceitar as mudanças e abrir as possibilidades para novos caminhos, é uma carta sobre uma ruptura brusca de algo, pois você encontrará energias muito mais positivas e interessantes em novos ares. “Quando acaba um trabalho, quando um relacionamento não dá certo, a gente tem que deixar para trás para começar uma vida nova, então está falando de renascimento. Tem que crescer, evoluir e deixar o passado para trás”, completa.

 



Maria do Sol - Para muitos, dom é uma herança passada de geração em geração. Assim foi com Maria do Sol. Sua bisavó era índia e se envolveu com um cigano, trazendo ares místicos à família, quando aprendeu a leitura das cartas e a prática da adivinhação. Passado de mãe para filha, de todos os irmãos, Maria foi a única a dar continuidade e hoje se consagra levando seu esoterismo do Brasil à Itália. “Sempre tem alguém na família que acaba seguindo esse lado, e eu continuei essa missão espiritual”. 

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Não precisa ser super-herói para ser um bom pai

Que ninguém nasce pai, todo mundo sabe. O que muitos não sabem é que, para ser um bom pai, basta ser presente, interessado e participativo. Quer mais? Aí vão algumas dicas para te mostrar que exercer a função de pai requer atitudes simples, mas que farão toda a diferença para seu filho:   

– Esteja presente na educação e nos cuidados da criança desde o primeiro momento. Lembre-se: mais importante do que a quantidade, é a qualidade de tempo à dedicação ao seu filho, desde o nascimento. 

– Eduque com limites, sempre. A educação permissiva, em que a criança impõe sua vontade, prejudica o seu desenvolvimento, tornando-a mimada, insegura e frágil. Impor limites, sem ser autoritário, mas usando de firmeza, dá noção de hierarquia e traz muita segurança para os filhos.  

– Proporcione à criança um ambiente saudável, onde ela possa se desenvolver, se descobrir, explorar, brincar, aprender e participar ativamente da vida familiar. 

– Evite gritar com seu filho. Longe de surtir o efeito desejado, só afeta a autoestima da criança, e o seu comportamento futuro pode se tornar agressivo.  

– Ensine com o exemplo. Se você quer ter filhos independentes, respeitosos e educados, mostre a eles como se faz por meio de ações. Não podemos dizer para uma criança ter paciência quando nós mesmos a perdemos em seguida. 

– Dizer que ama seu filho é fundamental, mas é preciso fazê-lo perceber. A criança deve estar consciente desse carinho por meio de atitudes como interação, diálogo e interesse pela sua vida. 

– Incentive a confiança e as conversas maduras em família, mostrando que seus filhos podem contar com você para tudo.  

– Quando seu filho te procurar para conversar, espontaneamente, dê total atenção. Ouça tudo até o final, sem interrupções. Deixe para emitir suas opiniões somente quando tiver certeza de que ele disse tudo o que precisava. 

– Nunca desconsidere o que a criança está sentindo, dizendo que já é um “homem” ou uma “moça”, que não tem que ter medo de nada ou que isso é uma bobagem. Mostre que você entende seus sentimentos. Essa postura fará com que seu filho sinta abertura para expor suas emoções. Aproveite e fale das suas emoções e conte suas histórias pessoais. São ferramentas que criam vínculos profundos.

 

Stella Azulay - fundadora da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais e adolescentes.


Ancestralidade contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional

Mentora de alta performance, Marinélia Leal conta como a constelação sistêmica pode oferecer benefícios para uma vida com mais qualidade

 

Muitas pessoas têm desejo de conhecer suas principais qualidades e como desenvolvê-las para ter uma vida de sucesso, mas são poucos que conhecem a constelação sistêmica, técnica terapêutica criada pelo alemão Bert Hellinger e utilizada nos dias de hoje para ajudar indivíduos a entender de que forma a ancestralidade pode fazer a diferença na vida pessoal, profissional e até mesmo romântica.

A mentora de alta performance Marinélia Leal relata como esse sistema pode ser fundamental para encontrar e reconhecer padrões que possam impactar a vida de qualquer forma, seja ela positiva ou negativa. “Em determinados pontos sabemos que nossos ancestrais deixaram um legado, mas é importante ter em mente se essas heranças são ou não favoráveis às nossas personalidades e também ao nosso estilo de vida atual. Nesse caso, o ideal é trazer para si o legado que te favorece”, ela conta.

Como resultado do uso desta técnica é possível conhecer o passado ancestral da sua família e descobrir, por exemplo, que eles foram lavradores e possuíam muito contato com a terra. Segundo Marinélia, mesmo que essas ocupações não sejam necessárias nos dias de hoje, é possível adquirir algumas das qualidades que foram utilizadas para realizar esses trabalhos e levar esse legado adiante, transportando a força, determinação,  compromisso e a coragem para outras áreas da vida.

A especialista em gestão de alta performance explica que esse processo traz a percepção de atitudes e atributos que estão se repetindo, além do conhecimento sobre se esses padrões fazem sentido ou se é hora de abandoná-los para alcançar os objetivos desejados.

Segundo Marinélia, uma boa maneira de reconhecer a constelação sistêmica é enxergando-a como uma árvore, devido às raízes que elas carregam. “Quando a gente olha para um ser vivo como uma planta ou uma fruta, percebemos que ali tem uma história, um legado. É preciso identificar que nós temos raízes, que elas são responsáveis pela nossa ancestralidade, quanto mais fortes forem essas raízes mais fortes nós somos e por esse motivo é necessário cuidar e nutri-las”.

Ao considerar esses pontos, Marinélia ressalta que por essa razão é relevante para todos honrar as próprias raízes. “É essencial olhar para os nossos ancestrais e reconhecê-los para que, consequentemente, eles possam nos dar uma árvore mais estruturada com frutos mais doces. Dessa forma, teremos uma vida mais harmoniosa e saudável”, finaliza.

 


Marinélia Leal - Engenheira química de formação, depois de concluir sua pós-graduação em Gestão da Qualidade, descobriu o desejo de trabalhar com pessoas e ajudá-las a ter uma vida com mais qualidade. Morando há 19 anos em Portugal, atua como Mentora de Alta Performance, com ênfase em Neuro Mentoring de Mindset Milionário desde 2017, e como Terapeuta Vibracional, Life Coach, Formadora e Escritora desde 1998. Especialista em Rebirthing/Renascimento e Pré-Escola Uterina, Marinélia Leal auxilia as pessoas a encontrarem e desenvolverem o melhor de si.

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Está difícil beber água? Conheça formas alternativas de se hidratar

Nem só de três litros de água por dia vive o homem, ou a mulher. Nutricionista ensina como driblar a dificuldade de ingerir água

 

Apesar da água ser necessária para a saúde física, para muitas pessoas pode ser um desafio ingerir os famosos três litros por dia, e com as baixas temperaturas que tomaram conta de boa parte do país, beber diariamente essa quantidade necessária para o corpo humano fica ainda mais difícil. Mas engana-se quem pensa que somente a água pura conta para a hidratação do corpo.

A nutricionista Beatriz Fausto, da Clínica Corporeum, de Brasília, explica que para quem tem dificuldade, ou não gosta de beber água, algumas táticas podem ser usadas. "Uma sugestão é consumir água saborizada, basta cortar rodelas de limão, laranja ou abacaxi e hortelã, colocar dentro de uma garrafa com água e ir consumindo durante o dia. Assim o líquido fica com um gosto agradável e suave", aconselha a especialista.

Chás e frutas também são excelentes alternativas para driblar a dificuldade de beber água. A melancia, por exemplo, é uma das frutas que mais hidratam, contendo cerca de 95% de água em sua composição, além de ser rica em vitamina A, B6 e C, potássio, ferro, cálcio, licopeno e ter baixo valor calórico. "As frutas são ótimas aliadas para os dias mais secos, pois são compostas por mais de 70% de água, além de serem ricas em vitaminas, antioxidantes, minerais e fibras", alerta Beatriz.



As melhores alternativas

Algumas frutas, além da melancia, são mais indicadas para quem deseja ingerir água de uma forma diferente e saudável. A laranja ocupa o segundo lugar no ranking das frutas com mais água em sua composição, com 89,6%, além de ser rica em fibras, antioxidantes, vitamina C, cálcio, potássio, magnésio, fósforo e ferro.

Abacaxi, mamão, melancia e melão também estão na lista das frutas campeãs da hidratação. Mesmo assim, ainda acha difícil levar frutas para o trabalho, faculdade ou escola para consumir durante o dia? Então aposte nos chás!

Quentes ou frios, os chás têm incontáveis benefícios nutricionais. Aposte em chás de camomila, hortelã, frutas vermelhas, gengibre, erva doce, entre outros, mas fique de olho nos ingredientes do rótulo: os que contém cafeína devem ser consumidos com moderação. "Já foi provado que a camomila, por exemplo, ajuda a evitar problemas cardiovasculares e fortalece o sistema imunológico. O chá de gengibre alivia enjoos, o de erva doce ajuda com as gases e assim por diante. Além de serem uma ótima alternativa para ajudar na hidratação, trazem outros benefícios para o corpo", explica Beatriz.

Aos amantes de suco, podem incluí-los na rotina. Os sucos naturais, feitos, de preferência, com a fruta in natura, são excelentes aliados. Mas a nutricionista da Corporeum recomenda: "dê preferência aos sem açúcar!". Além do mais, uma dieta rica em vegetais contribui para a saúde, emagrecimento e consumo diário de água.

Alguns alimentos são compostos, em sua maioria, por água, sendo ótimas opções na missão de consumir o mínimo indicado de líquidos diários. O alface, por exemplo, possui cerca de 96% de água em sua composição, enquanto o pepino tem 95%. O leite também entra na lista de parceiros, com cerca de 91%.



Indispensável para a saúde

A pergunta que pode ficar é: por que a água é tão importante? Mais de 70% do corpo humano é composto por água, ela ajuda a levar nutrientes como oxigênio e sais minerais até as células, além de expulsar as substâncias tóxicas do corpo por meio do suor e da urina. Por isso é indicado que, de acordo com as recomendações gerais, cada indivíduo consuma de 30 a 40ml de água por quilo, então uma pessoa com 70kg deve consumir cerca de 2L por dia.

A nutricionista separou 10 ganhos da ingestão de água, para incentivar o consumo: regula a temperatura do organismo; ajuda a eliminar toxinas por meio da urina; ajuda a prevenir infecções urinárias; lubrifica articulações; favorece o funcionamento do intestino; melhora a absorção de nutrientes; auxilia na digestão; favorece o emagrecimento; ajuda no controle da pressão arterial e favorece uma melhor aparência da pele.

"Para não esquecer de ingerir água, ande sempre com uma garrafinha e conte com a ajuda de aplicativos que emitem notificações para lembrar de beber água durante o dia. Isso ajuda a beber mais líquidos e sem sofrimento!", finaliza a nutricionista.


Dia 5 de agosto como o dia da saúde: um bem-estar almejado por todos

Entenda com a saúde perpassa uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos


Com o agravamento da pandemia do coronavírus, muito foi estimulada a prevenção e alguns cuidados para se tomar com relação a essa doença. Utilizar máscaras para evitar o contágio pelo ar e saliva, usar sempre álcool para evitar a propagação do vírus, manter o distanciamento para não ocasionar em ainda mais infectados.

Além disso, com a saúde de milhares de pessoas comprometidas, foi estimulado também alguns cuidados gerais com o nosso corpo, como uma alimentação mais saudável, a ingestão de, no mínimo, 2 litros de água por dia e a prática de exercícios físicos. No entanto, o que pouco se fala sobre os cuidados com a saúde, é que eles perpassam a esfera de prevenções e atitudes físicas.

De acordo com o psicólogo Alessandro Scaranto, “a saúde, nada mais é do que o equilíbrio pleno”. Isso significa que, apesar dessas atitudes já citadas serem importantes, elas compõem somente um aspecto do que se refere à saúde. Ter uma boa saúde não significa ter um belo corpo e bons percentuais de gordura. “Ser saudável está intrinsecamente relacionado ao bem-estar e felicidade que sentimos com nós mesmos”, explica Alessandro.

De acordo com dados divulgados pela OMS, cerca de 300 milhões de pessoas sofrem com o transtorno depressivo. “Dentre essas pessoas, com certeza existem aquelas que têm um corpo físico admirável e digno de exemplo nas academias e consultórios de nutrição", afirma o especialista. No entanto, mesmo assim, se sentem sozinhas e desiludidas com o mundo que as cerca.

Isso ocorre porque, a saúde, por fim, é como se fosse um estado de espírito. Ser saudável, portanto, é ter um equilíbrio entre as adversidades da vida e o bem-estar. Uma pessoa saudável, ao mesmo passo que cuida do seu corpo físico, cuida da saúde mental e das relações que a cerca. Uma pessoa saudável é capaz de, “apesar de tudo, sentir-se disposta a continuar buscando a felicidade”, argumenta o psicólogo.

Por fim, a busca pela saúde está muito mais relacionada ao estado de equilíbrio, bem-estar e qualidade de vida como um todo, do que a uma procura desenfreada pelo corpo ideal. “O que restará de nós é somente uma vida bem vivida. Por isso, viiver de forma saudável é viver de forma a aproveitar cada segundo que temos”, finaliza Alessandro. 

 


Alessandro Scaranto - Psicólogo e Acupunturista

@scaranto_psicologia


Mais de 87,5 mil crianças perderam o pai para a Covid-19 no Bras

Psicóloga dá dicas de como ajudar crianças e adolescentes a superar o luto neste Dia dos Pais

 

Celebrado internacionalmente – ainda que em datas diferentes – o Dia dos Pais costuma reunir famílias para homenagear a figura paterna. No Brasil, para pelo menos 87,5 mil crianças e adolescentes, o próximo domingo, 8 de agosto, não será de festa.

Um estudo publicado na revista científica The Lancet estima que mais de 87,5 mil menores de 18 anos tenham perdido o pai para Covid-19 no Brasil. Se considerar as crianças e adolescentes que perderam a mãe, ficando total ou parcialmente órfãs, o número sobe para 130 mil.

O levantamento realizado entre março de 2020 e abril de 2021 levou em consideração as taxas de natalidade e de mortes por Covid-19 em 21 países que somam 76,4% dos óbitos no mundo. No total, pelo menos 1,5 milhão de crianças no mundo perderam um dos pais ou avós responsáveis. No Brasil, 2,4 crianças a cada mil foram afetadas.

A figura paterna é essencial para o desenvolvimento emocional, social e psicológico de crianças e adolescentes. Para suprir a ausência do pai é necessário que outra pessoa assuma esse papel e ofereça carinho, apoio, proteção, companhia, cuidados e limites. O importante é que a criança ou adolescente tenha alguém em quem confiar e se inspirar.


Tristeza e revolta

“Celebrações como o Dia dos Pais podem acentuar sentimentos como a tristeza e até mesmo a revolta para quem vive o luto recente, principalmente nos adolescentes, mais propícios à rebeldia e à emotividade. Adolescentes que perderam o pai podem viver essa experiência de forma muito imprevisível”, diz a psicóloga Daniela Jungles, supervisora do Serviço-Escola de Psicologia do UniCuritiba - instituição de ensino superior que faz parte da Ânima, uma das principais organizações educacionais do país.

Um ponto de atenção, continua a professora, é que adolescentes de forma geral têm dificuldades em compartilhar suas emoções ou buscar ajuda dos parentes, por isso, os responsáveis devem estar mais cuidadosos e atentos. “Sabemos que a adolescência é, em si, uma fase difícil, muitas vezes complicada por conflitos com os pais, por isso quando ocorre a morte de um deles nessas circunstâncias, o jovem se sente muito culpado, o que complica ainda mais o luto.”


Dicas para ajudar crianças e adolescentes em luto

Para que crianças e adolescentes se sintam amparadas e acolhidas neste Dia dos Pais, a psicóloga Daniela Jungles preparou algumas dicas que vão ajudar os familiares a lidar com a situação.

  1. Encoraje crianças e adolescentes a expressar os sentimentos. Desenhos, brincadeiras, histórias, filmes e livros são boas ferramentas para ajudá-los a conversar sobre o que estão sentindo.
  1. Reuniões familiares, aniversários ou eventos como o Dia dos Pais fazem com que a criança sinta falta da pessoa falecida. Isso pode desencadear crises de choro, irritabilidade, insônia, pesadelos, crises de ansiedade etc. Esteja pronto para dar conforto e apoio nestes tempos.
  1. Ofereça à criança ou adolescente suporte fora da família e favoreça novos vínculos com pessoas que atuarão como um "substituto" para o pai falecido: um tio, um primo, um amigo da família, um professor etc.
  1. Conversar sobre a morte não é fácil, mas é necessário. Aborde o assunto com sensibilidade e de forma simples. Seja o mais aberto e franco possível e deixe a criança ou adolescente conduzir a conversa.
  1. Incentive a criança a falar e fazer perguntas. Basta responder o melhor que puder. Seja sincero. É bom não esconder que você não sabe tudo e que algumas coisas são difíceis de entender, mesmo para os adultos.
  1. Mesmo com toda a dificuldade de falar sobre a morte e a dor da perda que os próprios familiares estão vivendo, tenha consciência de que as crianças têm o direito de ser incluídas em todas as circunstâncias da vida familiar, com os cuidados que a infância impõe.
  1. Crianças e adolescentes devem receber informações sobre a doença, a sua gravidade e até mesmo o fim da vida de alguém que amam e têm direito a participar de todos os ritos fúnebres que envolvem a morte.
  1. Deixe que as crianças e adolescentes expressem suas dores, medos, angústias e até curiosidades sobre o fim da vida. Ouvir as crianças e responder os seus questionamentos gera segurança, proteção e amor.
  1. Não se esqueça que cabe aos adultos estarem atentos às crianças e adolescentes enlutados e acompanhá-los afetuosamente durante a sua provação, ajudando-os a redescobrir o amor à vida.
  1. A vida tem fim, esta é a nossa única certeza, mas também a mais difícil de admitir. Se tiver dificuldade de conversar sobre o assunto com as crianças e adolescentes, procure ajude especializada.

Luto e faixa etária

Crianças e adolescentes reagem de maneira diferente à morte de familiares de acordo com sua idade, sua personalidade e a proximidade de seu vínculo com a pessoa que faleceu. Ainda assim, explica a professora do curso de Psicologia do UniCuritiba, Daniela Jungles, é possível ter alguns indicativos de como cada criança lida com o luto conforme a sua faixa etária.

  • Até 2 anos - Um bebê recém-nascido pode sofrer não por estar ciente da morte de um ente querido, mas por sentir a ausência corporal da pessoa que normalmente cuidava dele. Antes dos 2 anos, uma criança pode vivenciar o efeito do luto por meio das emoções que seus familiares sentem, como raiva e tristeza.
  • Entre 3 e 5 anos - O conceito de morte refere-se à separação, mas sua natureza final ainda não foi compreendida. Nessa idade, o raciocínio baseado em pensamento mágico aparece e a morte é compreendida como reversível.
  • Dos 6 aos 8 anos - O aspecto final da morte começa a ser compreendido e uma série de habilidades são aprendidas. A criança pode então questionar a lógica em torno da morte: Quem pode morrer? Por quais motivos? O que acontece após a morte? A partir das respostas, a criança vai construir seu próprio raciocínio e tirar suas conclusões.
  • Dos 9 aos 11 anos - Entende-se claramente a noção da irreversibilidade da morte. A criança é capaz de compreender o efeito do luto sobre seus entes queridos e adotar inclusive uma postura protetora em relação à mãe e aos irmãos menores, por exemplo.
  • Adolescência - Período de intensas mudanças físicas e psicológicas. Quando um dos pais morre, o adolescente se vê confrontado com um novo turbilhão de emoções e a maioria terá dificuldade de compreender e canalizar todos os sentimentos ligados ao luto. O adolescente (a partir dos 12 anos) pode já ter a aparência de um jovem adulto, mas isso não quer dizer que tenha maturidade emocional. Por isso, precisa de ajuda de toda a família, assim como é feito com as crianças.

De acordo com a psicóloga, a tendência é evitar falar sobre a morte para “impedir” que os filhos sofram. “Conversar sobre a morte não é fácil porque, em certo sentido, isso remete à própria dificuldade em abordar o assunto. A vida tem fim, esta é a nossa única certeza, mas também a mais difícil de admitir. Só que quando é um dos genitores falece, não temos escolha a não ser falar sobre o tema da melhor forma possível”, finaliza.


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