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sexta-feira, 5 de março de 2021

Entenda por que não é preciso ter medo de implante dentário

O avanço contínuo da Odontologia permite muitas alternativas para a manutenção da saúde e da estética dos sorrisos. Como é o caso dos implantes, que surgiram para devolver qualidade de vida a quem perdeu um ou mais dentes. Além da atuação de um cirurgião-dentista especializado nesse tipo de procedimento, sabe o que pode dar mais segurança ao paciente com implantes? São os certificados desses produtos. 

“Os implantes vêm com etiquetas que informam o número de registro na Anvisa e o lote de fábrica. Essas etiquetas são colocadas nas fichas dos pacientes ou, até mesmo, entregues a eles em cartões produzidos pelas próprias fabricantes dos implantes”, explica Sérgio Quaresma, membro da Câmara Técnica de Implantodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). Essa é uma prática comum dos consultórios odontológicos, mas pouco conhecida pelos pacientes, que é a rastreabilidade do produto. 

Seja qual for o processo adotado pelo profissional, o paciente pode conhecer a procedência de seu implante. Para isso, a atualização do prontuário é essencial. “Isso já vem sendo determinado e orientado. O cirurgião-dentista sempre atualiza os prontuários dos pacientes. Para ajudar, o CROSP criou um Manual do Implantodontista, produzido por nossa Câmara Técnica de Implantodontia, que aborda as orientações sobre a inclusão dos dados e etiquetas dos implantes e biomateriais utilizados nos prontuários. Dessa forma, a informação sempre poderá ser consultada pelo paciente, quando necessário”, conta Quaresma. 

Colocar um ou mais implantes dentários, normalmente, já gera ansiedade somente pelo fato de se tratar de um procedimento cirúrgico ou pelo medo de rejeição. Mas, o cirurgião-dentista explica que o procedimento é totalmente seguro, com altíssima taxa de sucesso e que não há rejeição. “Rejeição não é uma palavra adequada. Quando alguém menciona rejeição, estamos admitindo que houve uma interação do complexo antígeno-anticorpo, alguma coisa com o complexo imunológico, que agiu e rejeitou aquilo que foi utilizado. O implante dentário não sofre esse processo. Nosso corpo entende o implante como não sendo estranho, por isso que ele se osseointegra ao organismo”, detalha. “Caso haja falha de um implante de material de fonte segura, se essa perda não for prevista ou de causa que não possa ser identificada facilmente, muitas indústrias garantem a substituição desse implante. Por isso, a importância da etiqueta no prontuário”, completa. 

Ou seja, se o implante é a saída para garantir que haja saúde bucal eficiente, esteja seguro de realizar esse procedimento no ambiente adequado com um profissional especializado e que usa materiais de boa origem. Afinal, um sorriso bonito fica ainda melhor quando não coloca a sua saúde em risco.

 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)


www.crosp.org.br

Obesidade pode afetar 700 milhões de pessoas até 2025

Nutricionista da Dietbox, startup de nutrição, dá dicas de alimentação e atividades que ajudam a prevenir a doença

 

A obesidade é uma doença já muito conhecida no mundo, inclusive, no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis em cada dez brasileiros estão obesos. Ou seja, 96 milhões de pessoas, estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima do esperado. Para 2025, os números são ainda mais alarmantes: cerca de 700 milhões de pessoas deverão ser afetadas com a doença, se não tratada regularmente.

Mulheres continuam no topo. Os dados do IBGE mostram ainda que 29,5% das mulheres têm obesidade, praticamente, uma em cada três. Enquanto os homens estão com 21,8%. Quando analisado apenas o sobrepeso, elas estão com 62,6%, contra 57,5% dos homens.

Para Júlia Canabarro, nutricionista da startup de nutrição Dietbox, assim como diversas outras doenças, a obesidade também oferece risco à saúde e precisa ser tratada. "É classificado um indivíduo obeso, quando o excesso de gordura corporal, em quantidade, determina prejuízos à saúde. Isso se dá quando o IMC é maior ou igual a 30 kg/m² e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m². As pessoas que possuem índice entre 25 e 29,9 kg/m², já são diagnosticados com sobrepeso", explica Júlia Canabarro.

Segundo a especialista, são inúmeros os fatores que podem contribuir para o aumento desse índice: correria do dia a dia, sedentarismo, fatores endócrinos, genéticos e, até mesmo, psicológicos. No Brasil, uma em cada três crianças apresenta excesso de peso, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde. Já em adultos, o número mais que dobrou, de 12,2% para 26,8%.

"O diagnóstico de obesidade, está além de fatores estéticos, precisa ser cuidado como patológico. Sabe-se que a origem dessas causas está muito ligada a problemas emocionais, ainda mais quando relacionamos ao atual momento, de tanta incerteza", diz a nutricionista.



Alimentos aliados ao combate à obesidade

Para evitar o excesso de peso ou chegar a níveis de gordura que, muitas vezes, podem resultar em cirurgia, algumas medidas são importantes e tudo começa na alimentação. "Muitas pessoas não fazem ideia de como começar a ter uma relação melhor com a comida. Nesse sentido, hábitos simples já podem fazer grande diferença. Como, por exemplo, consumir bastante água e apostar em refeições equilibradas, com folhas verdes, alimentos integrais e fibras, como chia, quinoa, linhaça, aveia. Além disso, evitar os ultraprocessados", orienta Júlia Canabarro.



Alimentação e exercícios físicos


A boa alimentação, aliada à prática regular de exercícios físicos, contribuem não apenas para o controle do sobrepeso, mas ajuda em diversas outras doenças. "Às vezes, focamos apenas em um tipo de atividade ou uma alimentação muito restrita, para a perda de peso. Isso é um mito. É possível caminhar, correr, nadar, praticar crossfit, dançar, entre diversas opções que fogem um pouco do terror da academia, para muitos. Isso também vale para a rotina alimentar. Não precisa ter uma dieta restrita. Tudo é analisado, de acordo com o perfil de cada paciente, sua rotina e hábitos", conclui a profissional da Dietbox.




 Dietbox 

 https://dietbox.me 


Hipertensão Arterial em Atletas: esclarecendo algumas dúvidas

Como se deve avaliar a pressão sistólica de um atleta em repouso e quando ele estiver praticando atividade física, para evitar consequências perigosas da hipertensão arterial


A hipertensão arterial é uma das doenças mais frequentes, chegando a atingir cerca de 30% da população adulta, e por incrível que pareça, em 3% a 5% de crianças e adolescentes. Devemos lembrar que a hipertensão é uma doença com consequências graves, como derrames e infarto, mas com tratamento disponível. Inclusive pelo SUS.

 

Porém, ainda que o tratamento seja conhecido e acessível, muitos abandonam em poucos meses. Quais os motivos? Os motivos são os mesmos em todo mundo, a doença não provoca sintomas em mais da metade dos seus portadores e, com isso, os pacientes acham que não precisam de medicação. Além da fama negativa de efeitos indesejáveis em homens e os efeitos colaterais numa pequena porcentagem das pessoas que usam esses medicamentos.

 

Mas e os esportistas? Os pacientes esportistas/atletas devem utilizar medicamentos que controlem a pressão arterial em repouso e também durante uma atividade esportiva. Isso é algo que deve ser sempre observado através do teste de esforço (ergométrico) simples ou cardiopulmonar em uso da medicação habitual, para concluir se a curva de pressão arterial está dentro dos parâmetros considerados normais. Funciona assim: a pressão sistólica (máxima) está normal 120 ou 130 mm Hg; e a diastólica (mínima) em 80 mmHg. Durante um exercício a sistólica deve atingir valores considerados normais 220 mm Hg, e a mínima deve BAIXAR de 80 para valores ao redor de 60/70 mmHg. Se durante o teste ergométrico a mínima subir para 90 ou mais, é considerada resposta alterada da pressão arterial mesmo em uso de medicação, sendo necessário que o médico reveja o tratamento para que essa elevação não mais ocorra durante um exercício físico ou esporte.

 

Qual o melhor medicamento para hipertensão arterial para quem é atleta? A Diretriz Brasileira em Cardiologia do Esporte, indica que deve ser um medicamento que consiga controlar a pressão arterial em repouso como durante o exercício físico, sem promover perda de desempenho, sem desidratação (se usar diurético) e sem perda do poder de explosão física, todos tão necessários à prática esportiva. E também outros possíveis efeitos colaterais discretos, mas que atrapalham um atleta, como a tosse seca frequente de alguns medicamentos. 

Sem fugir do assunto, vale um alerta sobre o uso de esteroides anabolizantes (testosterona) por esportistas ou pessoas que querem estar com físico “in shape” sem doença (hipogonadismo): esteroides têm como efeito colateral o desenvolvimento de hipertensão arterial moderada/severa e para o resto da vida (crônica).

Quando procurar um médico para avaliação pré-participação esportiva, recomendamos que procurem quem tem conhecimento na área de cardiologia do esporte/medicina do exercício e do esporte, com registro RQE de especialista no Conselho Regional de Medicina de seu Estado, pois não basta gostar ou praticar esportes para tratar um atleta como fazem alguns coaches e influenciadores digitais.

 


Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte


DIA INTERNACIONAL DA MULHER: SAIBA QUAIS SÃO OS EXAMES PREVENTIVOS ESSENCIAIS À SAÚDE FEMININA

Ginecologista da Criogênesis traz informações acerca do tema


Desde 1917, 8 de março é destinado à comemoração do Dia Internacional da Mulher. A data tem o intuito de celebrar conquistas sociais, políticas e econômicas ao longo dos anos. Contudo, além de dar luz a todas essas importantes questões, o período também é utilizado para reforçar a necessidade do cuidado com a saúde feminina.

Segundo um levantamento feito pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em torno de 20% das brasileiras não vão ao ginecologista regularmente. Esse percentual aponta que pelo menos 5,6 milhões de mulheres brasileiras não costumam consultar um especialista. Os dados ainda mostram que 16,2 milhões não passam por consulta há mais de um ano e que 4 milhões nunca procuraram um profissional da área.

"Os exames periódicos auxiliam no diagnóstico de alterações da saúde da mulher, mesmo antes dela apresentar sinais e sintomas de alguma doença ginecológica, melhorando as chances tanto de tratamento, quanto de cura", destaca Dr. º Renato de Oliveira, ginecologista e obstetra da Criogênesis .

Abaixo o médico lista os exames fundamentais para garantir saúde e bem-estar das mulheres. Confira:


• Exame ginecológico

"Na consulta ginecológica o médico tem a oportunidade de conversar com a paciente e conhecer melhor sua rotina, sintomas ou desconfortos relacionados à saúde geral e aos órgãos genitais, assim como as questões relacionadas à vida sexual. Ele irá realizar o exame clínico, no qual observará a vulva, a vagina e o colo do útero da paciente. Também é comum pressionar a parte de baixo do abdômen para identificar dores e apalpar as mamas para detectar alterações", comenta o médico.


• Papanicolau

"O exame ou teste de Papanicolau é a análise de células extraídas do colo uterino. Esse material pode ser coletado em um laboratório ou no próprio consultório médico. No laboratório, a análise mostra se o tecido do colo do útero está normal ou se existem indícios do desenvolvimento de tumores nessa região. Também pode revelar a presença do vírus do HPV", explica. Ele possibilita que os tumores sejam descobertos em uma fase precoce. Dr. º Renato afirma que a frequência seja sugerida pelo seu médico.


• Colposcopia

A Colposcopia também contribui para que eventuais tumores no colo do útero sejam descobertos previamente. Ele permite ainda avaliar outras áreas, como a vulva e a vagina. "O exame é realizado com um aparelho chamado colposcópio, que utiliza lentes de aumento para iluminar e ampliar a visão dos órgãos genitais. Aplica-se reagentes como ácido acético e solução de Lugol, que evidenciam possíveis lesões", comenta.


• Mamografia

Para mulheres acima dos 35 anos os médicos recomendam a mamografia. "Nesse exame, um aparelho chamado mamógrafo pressiona os seios em posições diferentes, produzindo imagens das mamas para identificar possíveis lesões". O especialista ressalta que em alguns casos consegue detectar essas alterações, principalmente quando a mulher possui as mamas muito densas, sendo necessário fazer uma ultrassonografia, que costuma ser eficiente para identificar cistos e/ou tumores.


• Ultrassonografia pélvica

Chamada também de ultrassom ou ecografia, a ultrassonografia permite observar os órgãos internos e possíveis alterações. "O aparelho de ultrassom garante a exibição de imagens dos órgãos, bem como a identificação de lesões. O médico pode solicitar a realização para visualizar o útero, ovários, trompas e outros órgãos. É necessário estar com a bexiga cheia, para que ela fique praticamente transparente e permita a análise dessas estruturas".


• Densitometria óssea

A partir dos 40 anos, os seres humanos começam a perder tecido ósseo, que se torna cada vez menos denso e, consequentemente, mais fraco. Nas mulheres, esse processo acontece de forma mais acentuada. "A densitometria óssea permite monitorar as condições dos ossos. Ela funciona de forma bem parecida a um raio X, conseguindo detectar a perda de minerais dos ossos", explica. Caso os resultados realmente mostrem alguma perda óssea avançada, a paciente será encaminhada ao tratamento adequado.

 


Criogênesis

https://www.criogenesis.com.br


A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e a influência nas PMEs

 Os negócios de menor porte aguardam a regulamentação da nova legislação para suas próprias condições de operação


A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPDP - é uma realidade e já está em vigor, ainda que parcialmente, há alguns meses. O que muda é que a partir de agosto poderão ser aplicadas as multas e penalidades administrativas e a sociedade passa a contar com a vigência total. Portanto, é importante que as empresas de todos os portes e segmentos se adequem às exigências e requisitos de segurança e privacidade, que a nova lei impõe.

É muito importante destacar que a LGPDP não faz distinção com relação a grandes, médios e pequenos empresários. A nova legislação é ampla e abrange tanto pessoas físicas como jurídicas, que tratem esses dados de modo a ter um proveito econômico. Dentro desse conceito estão inclusive as microempresas. Por sinal, não há nenhuma distinção ou tratamento diferenciado para essa categoria econômica.

Uma nova regulamentação um pouco mais específica está sendo aguardada da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) com relação a categoria das PMEs, mas até agora este órgão não se manifestou e não apresentou nenhum diferencial neste sentido. Ao longo dos próximos meses, pode haver mais mudanças, mesmo porque os trabalhos da ANPD tiveram início há pouco tempo e a situação atual deverá ser alterada e poderão surgir novidades para pequenas e médias empresas.

O fato é que por ora elas não estão isentas de se adequarem ao novo diploma legal. Tendo em vista que as pequenas e médias empresas têm uma menor quantidade de dados a ser tratados, é possível que haja uma adaptação, exigindo menos requisitos e de menor complexidade para estes casos. Mas vale destacar, que ainda isso é uma aposta do mercado e não há nada concreto de fato.

As PMEs terão se adequar ao novo cenário, com ainda o agravante da crise econômica e pandemia, e por isso também merece atenção muito especial em virtude dos recentes vazamentos de dados de grandes empresas. Para as pequenas empresas os incidentes de vazamentos e de segurança podem ser potencialmente danosos e não retiram a responsabilidade civil de eventuais problemas que os titulares de dados terão com uso indevido dessas informações.

Isso faz com que as pequenas e médias empresas também respondam perante os titulares de dados, sejam eles seus clientes, funcionários ou fornecedores. Ou seja, aquelas pessoas que têm seus dados tratados de alguma maneira no âmbito desses negócios.

Mesmo diante de um orçamento mais curto as empresas de menor porte podem montar programas de adequação à LGPD. Existem algumas soluções com valores mais acessíveis, além de disporem de profissionais que estão se especializando no atendimento deste nicho de mercado com preços mais próximos daquilo do que é possível os pequenos e médios empresários pagarem.

Assim sendo, a possibilidade de implementação dessa plataforma é real e é possível desde que haja planejamento e a mudança da cultura que não havia até então, que é a da segurança da informação. Este possivelmente seja o principal fator no momento para compreensão e êxito do estabelecimento desse tipo de programa.

Muitas vezes soluções relativamente simples de como adquirir e utilizar um bom antivírus em todas as máquinas da empresa já têm uma efetividade interessante. É aconselhável utilizar pontos de internet seguros e evitar os acessos da internet pública que possam facilitar a intrusão de hackers, que sequestrem e usem os dados que estão sendo transitados pela rede.

A utilização de programas autorizados e não piratas é de grande importância. Os softwares oficiais trazem constantes atualizações que também dispõem de pontos de segurança, que são avaliados e alterados quando se nota alguma vulnerabilidade. Se forem utilizadas versões piratas, além do crime, o empresário não terá acessos a essas atualizações e ficará ainda mais exposto a ataques de vírus ou de hackers.

Os atuais estudos demonstram que as empresas brasileiras apresentam grande vulnerabilidade e têm sofrido ataques cibernéticos frequentes. Então, é importante ter esse controle tanto com softwares oficiais como antivírus, programas anti-intrusão e similares, mesmo com alternativas que sejam mais baratas. Esses recursos são muito relevantes para as rotinas dessas empresas.

Não bastam, no entanto, essas medidas protetivas. É preciso ter cuidados com os documentos, que não são entregues, mas que podem ter dados pessoais ou sensíveis como os de saúde ou de menores, por exemplo. Quando esses documentos são físicos, as pastas precisam estar arquivadas em locais seguros. Os arquivos precisam estar chaveados e sob responsabilidade de pessoas que tenham controle de quando os arquivos são acessados e que pastas são acessadas. Após a utilização desses documentos, deverão voltar imediatamente a sua origem.

É importante que se faça uma varredura dentro da estrutura da empresa para se verificar quem terá acesso a quais informações. Atualmente, é comum em pequenas e médias empresas, que todos tenham acesso a boa parte das informações. Esta prática acaba gerando a possibilidade incidência de vazamento muito grande. É preciso destacar qual funcionário terá acesso a determinada informação de acordo com sua função. Desta forma, outros funcionários que não deveriam ter alcance a uma informação ficarão impedidos de manipular indevidamente esses documentos e dados reservados.

É preciso ainda muito cuidado com cópias de atestados médicos, de RGs e CPFs, que por descuido podem ficar nas copiadoras, mas têm a possibilidade de gerar incidentes de segurança. Essa é uma questão bastante importante. Afora isso, as senhas de acesso a sistemas e arquivos precisam ser muito seguras. Hoje, ainda temos problemas com elas, quando são muito vulneráveis e simples de serem decifradas.

Todos os funcionários precisam ser orientados a alterar periodicamente suas senhas. No mínimo devem ser trocadas anualmente e com caracteres alfanuméricos, e não tenham correlação com datas de nascimento, placas de carros ou algo semelhante, que podem ser facilmente identificados e o sigilo facilmente quebrado.

O fato é que profissionais da área do Direito poderão auxiliar essas empresas, criando e estabelecendo políticas de segurança adaptadas às PMEs, além dos códigos de ética para os Recursos Humanos. Todas essas medidas vão ajudar muito a mudança na cultura da segurança da informação.

Quando entendermos que as informações que nos chegam são importantes e caso sejam usadas indevidamente podem prejudicar o seu titular, a atenção no cuidado será redobrada. Esse novo comportamento ao longo do tempo trará inúmeros benefícios para que a segurança e a privacidade das informações se tornem uma realidade.  

Para levar a cabo esse objetivo, algumas medidas são simples, outras um pouco mais complexas, mas há possibilidade que sejam implementadas pelas pequenas e médias empresas sem grandes esforços. Para tanto, basta que elas busquem a devida orientação com bons profissionais. As firmas de menor porte devem procurar medidas simples e de acordo com sua realidade. 

Ainda que a empresa não tenha dados em nuvem, em bancos de dados virtuais e sua realidade seja mais ligada a documentos e arquivos físicos é possível e muito importante que esta documentação esteja protegida. A LGPD não se atém a dados que estejam virtualizados em nuvem, mas os dados físicos têm igual proteção pela lei. A segurança de arquivos, a classificação de funcionários para utilização dos dados e outras medidas são importantes para esse tipo de empresa também se ajustar à nova norma jurídica.

O que perceberemos nos próximos meses é que esse impacto inicial causará dúvida, desconforto e uma série de questionamentos, porém é importante, porque vivemos num mundo cada vez mais conectado, onde as informações têm um valor precioso. Precisamos entender ainda que nós somos os verdadeiros titulares de nossos dados. Então quem manipula esses dados, ou os trata de alguma maneira, realmente precisam ter os devidos cuidados para que eles não caiam em mãos erradas. Assim, se evitam golpes e os crimes vistos atualmente.

Hoje, vivemos também numa pandemia de crimes e golpes cibernéticos. A única solução é uma real atenção à segurança dos dados. Isso passa pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e também pela mudança de cultura das pequenas e médias empresas no Brasil. Trata-se de uma mudança necessária e que fará muita diferença nos próximos anos.

 



Andrea Mottola - advogada especialista em Direito do consumidor e Direito Digital

 

PEC Emergencial não prevê alterações no Simples

Benefícios fiscais concedidos aos MEI e às empresas de pequeno porte serão mantidos


O tratamento tributário diferenciado concedido aos microempreendedores individuais (MEI) e às empresas de pequeno porte, incluídas no Simples Nacional, não serão afetados pelos possíveis cortes previstos pelo texto da PEC Emergencial, aprovado pelo Senado e que deverá ser apreciado pela Câmara dos Deputados na próxima semana.

Apesar da proposta estabelecer que o governo federal poderá rever alguns benefícios fiscais e reduzi-los, o texto deixa explícito que os benefícios concedidos às empresas do Simples e o MEI estão de fora dessa possível revisão.  O parágrafo 2º do artigo 4º da PEC faz ressalva que não haverá redução dos benefícios previstos no art. 146, da Constituição Federal, que determina o tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas, incluindo os MEI.

“As micro e pequenas empresas são o motor da nossa economia e foram as responsáveis pela geração de emprego e renda em 2020. Tanto o Sebrae quanto os parlamentares sabem da importância desse tratamento tributário diferenciado, que é previsto na Constituição Federal”, afirma o presidente do Sebrae Carlos Melles.

Os incentivos tributários concedidos aos pequenos negócios permitiram que esse segmento fosse o maior responsável por manter o saldo positivo na geração de empregos no Brasil. Enquanto os pequenos negócios criaram 293,2 mil novos postos, as médias e grandes empresas extinguiram cerca de 193,6 mil vagas de emprego, no ano passado.  No cálculo geral, as pequenas empresas foram as grandes responsáveis pelo saldo final de 142,7 mil empregos gerados no país durante o ano.

De acordo com o presidente do Sebrae, caso o Simples não existisse, muito provavelmente o bom desempenho dos pequenos negócios não teria ocorrido em 2020. “Por reduzir a carga tributária e a burocracia, o Simples é um benefício essencial para a manutenção desse segmento e sem ele, e medidas como a criação de linhas de créditos e de preservação de empregos, talvez a situação do desemprego no Brasil fosse pior”, pontua Melles.

Além disso, a figura jurídica do MEI virou uma importante opção para muitos empreendedores que perderam seus empregos e viram no empreendedorismo a saída para a sobrevivência. Mesmo com pandemia, o Brasil registrou recorde na abertura de MEI. Foram mais de 2,6 milhões de novos microempreendedores individuais criados em 2020 e com isso, em janeiro desse ano, o número total de MEI ativos já superava 11,3 milhões em todo o país.

 

Dia do consumidor: 9 dicas na contratação de serviços online, segundo GetNinjas

Aplicativo indica atitudes que o cliente pode adotar antes de fechar negócio pela internet e assim garantir tranquilidade na contratação


Segundo uma pesquisa feita pela MasterCard e a Americas Market Intelligence (AMI), 46% dos brasileiros fizeram compras na web durante a pandemia. Entretanto, não é apenas a compra de produtos que vem se destacando. O cenário de reclusão também impulsionou a contratação de serviços na internet. Porém, assim como nas transações dos e-commerces, o cliente precisa ter alguns cuidados na hora de contratar serviços, evitando assim qualquer decepção, é o que recomenda Eduardo L’Hotellier, CEO do GetNinjas, maior aplicativo de contratação de serviços da América Latina.

"A pandemia acelerou o processo de digitalização do setor de serviços brasileiros, uma tendência que traz mais praticidade para profissionais e clientes. No entanto, assim como em qualquer compra ou contratação de serviços, online ou não, é sempre importante que o consumidor se mantenha atento para se prevenir e garantir que tudo ocorra sem dores de cabeça", comenta o empreendedor. Sendo assim, para que os brasileiros possam contratar profissionais via internet sem receio, o aplicativo listou nove dicas essenciais que os consumidores devem levar em consideração na hora de contratar um serviço de forma online. Confira todas as dicas abaixo:


1. Procure por profissionais cadastrados em plataformas confiáveis e que forneçam avaliações de outros clientes;

2. Compare preços entre os profissionais, mas também considere a confiança e a qualidade da prestação de serviços que o profissional te transparece durante o orçamento;

3. Peça referências dos serviços prestados anteriormente, como fotos, vídeos e depoimentos de clientes fidelizados;

4. Exija nota fiscal e, se necessário, formalize o serviço através de contrato de prestação de serviços;

5. Não pague o valor total do serviço antes do mesmo ser finalizado. Busque manter contato durante todo processo com o profissional responsável e acompanhe a evolução da sua solicitação;

6. Peça ao prestador que detalhe todos os custos que serão necessários para concluir o serviço, inclusive possíveis custos extras;

7. Em casos de compra e troca de peças, se certifique que as mesmas são originais e/ou de origem confiável;

8. Ao entrar em contato com um profissional, busque entender se ele realmente tem o conhecimento técnico para atender às suas necessidades específicas.

9. Estabeleça diálogos que deixe a sua necessidade em evidência, seja objetivo e transparente. No primeiro contato, por telefone ou aplicativos de mensagem, solicite mais informações sobre o serviço que será prestado e sobre o profissional/empresa que realizará o serviço contratado.


Estamos contribuindo para o aumento de lideranças femininas no mercado de trabalho?

É inegável que, com o passar dos anos, mais mulheres se tornaram protagonistas no mundo corporativo ao assumir cargos de gestão. Inclusive, dados de uma pesquisa da Page Executive comprovam que a presença delas na liderança cresceu 7% de 2019 a 2020 - passando de 30% para 37%. No entanto, se considerarmos que no Brasil há mais mulheres que homens - de acordo com a PNAD 2019, 51,8% dos brasileiros são mulheres, e 48,2% são homens -, a representatividade delas ainda é baixa. 


Você já parou para se perguntar, por quê? 

É claro que fatores culturais, apesar de retrógrados, virão à mente de todos como resposta quando o assunto for desigualdade de gênero no mercado de trabalho. É um problema estrutural grave e enraizado, que dados do estudo "Informe e percepção de gênero", do LinkedIn comprovam. Eles revelam, por exemplo, que na corrida por uma oportunidade de trabalho, as mulheres têm 13% menos chances de terem seus perfis vistos pelos recrutadores que os homens. Os responsáveis por selecionar os candidatos dão preferência a candidatos do sexo masculino, sem sequer terem aberto o perfil da candidata para avaliar suas competências. Parece algo distante da nossa realidade, até vermos dados como esses, que se encarregam de nos mostrar que o preconceito por conta do gênero está mais presente no nosso dia a dia do que imaginamos. Mas de que forma nós mesmos contribuímos para que ele continue existindo? 

A falta de oportunidade, aliada à falta de confiança nelas, figura para mim no primeiro lugar do ranking de razões pelas quais há menos mulheres ocupando cargos de chefia. Se tomarmos como exemplo mentorias - que, segundo estudo da Concordia University, contribuem para o crescimento tanto dos mentorados quanto dos mentores, e tem papel fundamental na formação de grandes líderes -, não vemos números significativos na procura por mulheres para mentorarem homens. Uma pesquisa realizada pela Universidade do Michigan revelou que houve apenas 21 resultados nas buscas no Google por "mulheres mentoria para homens", enquanto "mulheres mentoria para mulheres" teve 807 resultados. 

Muitas vezes, os colaboradores - mesmo que do sexo feminino - demonstram menos respeito às líderes, ao compararmos com a atenção que desprendem aos chefes do sexo masculino. Será por falta de competência das que estão à frente das equipes, ou apenas o velho hábito de ver nos homens esse papel de mentor, associar homens a cargos de destaque no universo corporativo, e respeitá-los mais por essa posição "que lhes pertence"? 

Para te ajudar em sua reflexão sobre como o meio contribui para que as mulheres tenham menor participação no alto escalão das empresas, acho importante destacar a disputa quase que desleal que é travada, absolutamente sem propósito racional algum, entre eles e elas. Digo desleal porque, além de terem que desenvolver mais habilidades técnicas que os homens para serem consideradas competentes, ainda é cobrado das líderes que elas sejam calorosas e agradáveis, afinal, desde os primórdios, essas características erroneamente ficaram associadas às mulheres. E é aí que mora um grande problema. Em uma sociedade estruturalmente machista, esse comportamento terno automaticamente distancia a mulher da imagem forte que um cargo de gestão exige, logo, elas se veem mais distantes também da possibilidade de liderar equipes. 

Acredito que a sociedade tem repetido discursos e, consequentemente, erros do passado, o que acaba por tornar falha a valorização das muitas atribuições que naturalmente encontramos no modelo de gestão das mulheres, como a inteligência emocional, capacidade de criar estratégias e gerenciar crises - ainda mais em tempos de pandemia -, dentre tantos outros pontos técnicos ou de relações interpessoais, que só agregam ao ambiente corporativo. Apesar do peso que apenas pelo fato de serem mulheres as gestoras já carregam, é nelas que deposito minha esperança quanto à quebra de paradigmas, quanto a mudanças significativas a curto e médio prazo para que, a longo prazo, a força feminina seja disseminada e todos se conscientizem sobre a importância - e os impactos positivos - que a igualdade no mercado de trabalho pode gerar às mulheres, a famílias inteiras, empresas, e ao país.

As batalhas são diárias, por isso, chamo homens e mulheres a uma reflexão, e à ação. Para que haja uma evolução significativa do debate sobre a importância de uma sociedade mais igualitária, transpondo a teoria e passando à prática, é fundamental inserir mais mulheres no mundo dos negócios. Que tal dar o primeiro passo e contratar/respeitar mulheres? Ou, melhor ainda, que tal incentivar e promover a presença delas em áreas majoritariamente masculinas, ou dar suporte às que se dedicam ao trabalho e também à criação dos filhos? 

O debate já foi aberto, e acredito que as corporações compreenderam que têm papel fundamental para que o mercado seja mais democrático, assim como elas já entenderam que podem estar onde quiserem. Só cabe a todos dar a oportunidade para elas estarem. 



Lívia Rigueiral - CEO do Homer e sócia-investidora da venture builder Ipanema Ventures. Engenheira de formação, a executiva ainda colaborou como Gestora de Produto e Projetos da CorretorVIP.


Dia Internacional da Mulher: data é um convite para debater sobre tráfico de mulheres

Atraídas pelo sonho de uma vida melhor no exterior, mulheres caem em armadilha
Divulgação


Repressão é urgente; durante pandemia, criminosos incrementaram o uso da Internet para tentar atrair novas vítimas, submetidas à exploração sexual e trabalho forçado

 

O Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, ajuda a reconhecer os avanços para uma sociedade mais justa, mas também joga luz em temas sensíveis, como o tráfico de mulheres. Essa atividade criminosa ainda está longe de ser erradicada e seus autores têm se adaptado em meio à pandemia da Covid-19 para continuar sua atuação, sem freios, de acordo com o Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (Cedaw).

Dados das Organizações das Nações Unidas (ONU) e do Ministério da Justiça mostram que o comércio de seres humanos está enraizado na realidade de dezenas de países do chamado Primeiro Mundo e em estágio de desenvolvimento. Um amplo estudo da ONU feito entre 1997 e 2009 mostrou 15 mil casos catalogados. No Brasil, entre 2000 e 2013, 1.758 pessoas - a maior parte mulheres - foram vítimas de tráfico, de acordo com levantamento do Ministério da Justiça.


Prostituição

“As mulheres são atraídas com promessas de emprego em países da Europa, são informadas que vão ganhar bons salários e acabam convencidas disso. Quando chegam, descobrem que caíram numa armadilha, seus documentos são retidos e precisam se submeter a trabalhos forçados, como a prostituição, para pagar a tal dívida com as despesas de viagem. Grande parte não consegue pagar e a fuga é vista como única solução”, comenta Alessandra Diehl, médica psiquiatra e especialista em sexualidade.

Nem mesmo a pandemia e as orientações de distanciamento social e seus efeitos na circulação de pessoas diminuiu o ímpeto dos traficantes. O Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (Cedaw), ligado à ONU, alertou que os criminosos agora incrementaram o uso da Internet para tentar atrair novas vítimas. Um dos meios é o uso de salas de bate-papo para atrair a atenção de prováveis vítimas.

O comitê enviou apelos as empresas de redes sociais e aplicativos para aprimorar mecanismos de controle capazes de barrar a exposição de mulheres e meninas à exploração sexual. O comitê lançou ainda um apelo aos governos para que suas autoridades se debrucem sobre as causas que levam mulheres e meninas a se envolverem em situações de vulnerabilidade social. O apelo também cita uma maior cooperação nas ações de repressão contra as redes de tráfico e sua facilidade em funcionar via aeroportos, principalmente.


Tabus barram combate

Alessandra Diehl lembra que o combate ao problema é mais profundo, pois as mulheres ainda têm de enfrentar situações discriminatórias. Mesmo sendo vítimas da atividade de tráfico, o que impede um maior engajamento para denunciar as redes de traficantes, elas enfrentam estigmas e, como no caso dos estupros, sentem-se culpadas e provocadoras do crime, devido à cultura do machismo, enraizado em nossa sociedade.  “Temos de compreender que é muito difícil que a mulher, depois de ter enfrentado todas as violações de seus direitos e os problemas emocionais e psíquicos que essas situações acarretam, ainda tenha que se lançar a denunciar. Elas têm medo da exposição, de serem alvo de manifestações de discriminação e toda sorte de acusações contra sua dignidade pessoal”, alerta a médica psiquiatra.

Na opinião dela, a prevenção é o melhor caminho para coibir o tráfico humano. “É preciso desconfiar de propostas tentadoras de trabalho, que oferecem promessas de altos salários e posições de destaque em “empresas” no exterior”, aconselha. As mulheres, ressalta Alessandra, devem ficar atentas ainda a anúncios de trabalho como “modelos”, por exemplo, com salários sempre oferecidos em Euro ou Dólar. “Esta é mais uma forma de convencer a aceitar o tal trabalho dos sonhos, que na verdade, pode ser um real pesadelo”, afirma Alessandra. 

Violência contra a mulher não se combate apenas com leis

 Pandemia enfraqueceu redes de apoio e aumentou vulnerabilidade das mulheres, avalia Tatiana Naumann, advogada especializada no tema


A pandemia da Covid-19 trouxe angústias a mais para as mulheres vítimas de abusos e violência doméstica: o isolamento, o silêncio e o aumento da vulnerabilidade familiar. Com a quarentena inicialmente imposta pelas restrições sanitárias, os serviços públicos arrefeceram sua capacidade, alguns fecharam as portas e os canais de denúncia, que já não eram o bastante, perderam sua força. Os dados da última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública comprovam: no primeiro semestre de 2020, houve redução de 10,9% nos registros de lesão corporal dolosa contra as mulheres, 16,8% nos de ameaças, 23,5% nos estupros de mulheres e 22,7% nos estupros de vulneráveis. No mesmo período, em comparação com o primeiro semestre de 2019, houve um aumento de 0,8% nos homicídios dolosos de mulheres e 1,2% nos casos registrados como feminicídios. A conclusão dos pesquisadores é de que houve queda nos registros de crimes que dependiam principalmente da presença física da vítima nas delegacias, principalmente pelo medo do vírus e pelas maiores dificuldades de acesso aos serviços.

Após o período de quarentena, com a volta da atividade econômica, ainda assim muitas mulheres se viram em situações de vulnerabilidade familiar, com o maior tempo passado em casa, maior carga de trabalho doméstico, convívio com crianças, idosos e familiares, desemprego e aumento da dependência financeira, muitas vezes, do agressor. Esses fatores são ressaltados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública como um alerta para a condição da mulher no pós-pandemia.

Mesmo com leis específicas sobre o tema, como a 13.104/15, que tipifica o crime de feminicídio com penas de 12 a 30 anos de prisão, e a 11.350/06, conhecida como Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher continua em crescimento no país. De acordo com Tatiana Naumann, advogada em Direito de Família, sócia do escritório Albuquerque Melo e especialista no atendimento de casos de violência contra a mulher, além da existência de leis e da ampla divulgação dos casos, é preciso avançar no enfrentamento do problema. "Hoje vive-se um legado discriminatório em que, estatisticamente, há uma escalada de agressividade. Começa com uma violência psicológica que se não for combatida levará a um feminicídio. Há um ciclo de violência em que a mulher está, em sua grande maioria, em situação de vulnerabilidade".

Já prevendo que poderia haver aumento de casos de violência contra as mulheres na pandemia, combinada com a subnotificação, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou cinco recomendações aos seus países-membro, como forma de aumentar a rede de proteção. Dessas cinco, o Brasil atendeu a apenas uma: a criação ou adaptação de aplicativos online para a realização de denúncias, como forma de expandir os canais. As outras medidas, a seguir, não foram adotadas institucionalmente, em nível nacional, pelo Brasil: a criação de abrigos temporários para vítimas de violência de gênero; o estabelecimento de serviços de alerta de emergências em supermercados e farmácias; o aporte de investimentos em organizações da sociedade civil voltadas para o combate à violência contra a mulher; e a declaração de abrigos e serviços de atendimento à mulher como essenciais.

Para Tatiana Naumann, a violência aumenta, entre outros fatores, por causa da falta de temor dos agressores perante a lei penal. "No Direito, rege o princípio do caráter repressivo da lei, o que não tem sido observado pelo destemor dos agressores em relação às consequências da legislação", afirma ela. Embora as agressões físicas e sexuais sejam a face mais chocante do problema, os ataques às mulheres começam com a violência psicológica por meio de insultos, humilhações e restrições de ação ou de liberdade, passando por violência patrimonial, quando a mulher é impedida de obter seu sustento ou quando tem seu dinheiro e bens controlados ou até mesmo destruídos.

Saiba mais sobre os tipos de violência:


Relacionamentos abusivos: Tudo pode começar pelo relacionamento abusivo, que é quando o agressor toma conta da vida da mulher sem que ela perceba. Aos poucos, exerce influência sobre ela, praticando controle, manipulação, estabelecendo proibições e expondo a mulher a julgamentos. Ela vai se sentindo diminuída e vulnerável e acaba enredada numa armadilha que pode culminar em outros tipos de violência.

Violência Sexual: qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.


Violência Física: entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.


Violência Psicológica: condutas que causem danos emocionais e diminuição da autoestima, ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.


Violência Patrimonial: entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.



Tatiana Naumann - advogada especializada em Direito de Família e atua em casos de violência contra a mulher. É sócia do escritório Albuquerque Melo. Possui pós-graduação em Direito Processual Civil e em Direito Público e Privado.

Empresas apostam em tecnologia para superar ataques cibernéticos

Com o aumento de ataques hackers durante a pandemia, empresas têm apostado em novos modelos de tecnologia para manter informações e dados em segurança 


A pandemia do coronavírus trouxe mais uma preocupação, desta vez no meio digital. De acordo com um relatório de inteligência de ameaças para a América Latina da Fortinet, o Brasil foi alvo de cerca de 3,4 bilhões de tentativas de golpes entre janeiro e setembro de 2020. Outro relatório da Chainalysis aponta que só os ataques de ransomware, situação em que um hacker acessa e sequestra um ou mais arquivos da vítima e exige pagamento para resgate do material, tiveram um aumento de 311% em comparação com 2019, causando prejuízos de mais de US$ 350 milhões.

Os golpes cibernéticos têm mobilizado empresas a reforçarem a sua segurança. Um modelo que tem ganhado mais espaço é o blockchain, que em tradução literal significa cadeia de blocos, que forma um banco de dados constituído por blocos de informações interligadas e descentralizadas (formados por computadores espalhados pela web). Dessa forma, diferentemente dos bancos de dados centralizados em que o hacker pode invadir o sistema por meio de uma entrada e ter acesso a todas as informações, no blockchain o invasor precisa invadir diversas outras máquinas para sequestrar os dados. Além disso, o sistema é rastreado e criptografado de ponta a ponta, garantindo ainda mais segurança das informações.

Em Goiás, empresas já têm buscado investir nesse sistema para garantir ainda mais a segurança de suas informações e novidades têm chegado para atender a demanda. É o caso da plataforma de permutas multilaterais XporY.com, que foi a única startup goiana selecionada para participar do programa Early Adopters, da GoLedger, empresa que desenvolve soluções blockchain. A iniciativa ainda conta com as startups HA Tecno (soluções biométricas), Soluta (diagnósticos de conformidade com a LGPD), Selletiva (logística reversa), Blackgold (rastreabilidade e certificação do cacau) e Gustto (empresa de software).

De acordo com o sócio-fundador daXporY.com e especialista em inovação e economia colaborativa, Rafael Barbosa, a plataforma de permutas buscou aderir à tecnologia blockchain para garantir ainda mais segurança para os mais de 10 mil membros que utilizam a plataforma diariamente. “Hoje nosso trabalho é facilitar as trocas multilaterais entre empresas e profissionais liberais, algo que ganha ainda mais relevância diante do cenário de pandemia que estamos enfrentando. Vamos participar desse programa para garantir ainda mais segurança aos nossos membros”, destaca Barbosa.


A seleção

De acordo com o fundador e COO da GoLedger, Otávio Soares, a seleção das empresas levou em consideração alguns fatores técnicos, como o impacto causado pelo modelo de negócio na sociedade e a inovação disruptiva. “Também foi pensado o nível de maturidade da empresa e o grau de alinhamento com a tecnologia. Por isso, avaliamos como conseguiríamos auxiliar da melhor forma os processos da empresa”, destaca.

Em atuação há mais de três anos com foco em governos, a GoLedger está ampliando o foco de atuação e indo para o setor privado. Com essa iniciativa, a empresa vai possibilitar aos participantes do programa o uso da plataforma blockchain por seis meses com todo acompanhamento e mentoria gratuitamente, a fim de testar sua experiência com a plataforma e o feedback das selecionadas irá contribuir para aprimorar o sistema que está sendo aberto para a iniciativa privada.    

Orientações quanto a utilização das áreas comuns e outras situações com o retrocesso para fase vermelha do Plano São Paulo

Nota da Coordenadoria Condominial da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-SP


Na qualidade de Coordenador Condominial da Comissão de Direito Imobiliário da OAB SP, venho por meio da presente comunicar o entendimento quanto a nova fase vermelha e medidas a serem adotadas nos condomínios no Estado de São Paulo:

Considerando que o síndico tem como escopo preservar a saúde de todos os moradores, nos termos do artigo 22,§ 1º, “b” da Lei 4591/64, cumulado com o artigo 1.348, incisos II e V, do Código Civil.

Considerando a medida do Governo Estadual de retrocesso para fase vermelha do Plano São Paulo de retomada de atividade a partir do próximo sábado (06.02.21),

Entendo que os condomínios podem manter as áreas comuns abertas, desde que haja o controle e limitação de pessoas, respeito ao distanciamento e atenda a todos os protocolos sanitários.

Evidentemente, que aquelas áreas que impliquem em aglomeração natural de pessoas ou de esportes de contato, tais como salões de festas, churrasqueiras, quadras poliesportivas, dentre outras, devem ser mantidas permanentemente fechadas até o abrandamento da fase. Inclusive reuniões/encontros de pessoas nas áreas comuns de circulação e abertas devem ser evitadas.

Áreas como parquinhos, academias, brinquedoteca, piscinas, se passível de utilização individual, mediante reserva, e/ou com controle de usuários, desde que não represente infração as determinações Estaduais e possam ser utilizados com segurança e distanciamento social, podem ser liberadas.

Orientamos que todas as assembleias presenciais sejam remarcadas para outro momento ou ocorram virtualmente, uma vez que, , estamos em um importante período para os condomínios de prestação de contas, previsão orçamentária e, eventualmente, eleição de síndico, subsíndico e membros do conselho fiscal/ consultivo.

Considerando que as pessoas irão permanecer em seus lares em home office, recomendamos que sejam autorizadas apenas obras necessárias e urgentes nas unidades e áreas comuns. Diante disso é importante que o direito de vizinhança seja respeitado, evitando barulhos e atividades ruidosas nas unidades, mesmo dentro do horário comercial. Entregas de móveis de marcenaria, pinturas, ou quaisquer outros serviços considerados não essenciais devem ser postergados.

Por fim, reiteramos a importância de os representantes legais solicitarem que todos os condôminos, prestadores de serviços e visitantes continuem utilizando máscaras nas áreas comuns e adotem as medidas de higienização com a finalidade de preservar a salubridade e vida de todos, nos termos do artigo ao artigo 1.336, IV, do Código Civil. Visitantes para reuniões, prestadores de serviços e visitantes não essenciais devem ser evitados.

Em todos os casos os excessos e desrespeito as determinações do síndico e/ou Corpo Diretivo, podem ensejar em multas regulamentares além de infrações legais.

Aproveitamos para renovar os protestos de elevada estima e consideração.


 

Rodrigo KarpatCoordenador de Direito Condominial


Rubens Carmo Elias FilhoPresidente da Comissão de Direito Imobiliário


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