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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Uma simples busca no Google pode permitir acesso a milhares de senhas roubadas

Imagem de divulgação Check Point
Os pesquisadores da Check Point descobrem como qualquer pessoa consegue acessar senhas roubadas via pesquisa no buscador, pois cibercriminosos acidentalmente armazenaram os dados roubados em servidores visíveis e o Google indexou essas informações

 

Os pesquisadores da divisão Check Point Research (CPR), braço de Inteligência em Ameaças da Check Point® Software Technologies Ltd . (NASDAQ: CHKP), uma fornecedora líder de soluções de cibersegurança global, trabalhando com os pesquisadores da Otorio*, descobriram uma campanha de phishing em grande escala por meio da qual os cibercriminosos deixaram acidentalmente credenciais roubadas disponíveis ao público, acessível por meio de uma pesquisa no Google.

Em agosto de 2020, os atacantes iniciaram uma campanha de e-mails de phishing que se disfarçavam como notificações de digitalização da Xerox, solicitando que os usuários abrissem um anexo HTML malicioso, o qual "driblou" o filtro de Proteção Avançada contra Ameaças (ATP) do Microsoft Office 365, permitindo o roubo de mais de mil credenciais de funcionários corporativos.

Depois de extraídos os dados, estes eram armazenados em dezenas de servidores WordPress controlados por cibercriminosos, que incluíam um arquivo PHP malicioso e eram responsáveis ​​por processar todas as credenciais obtidas. Porém, e devido a um simples erro na cadeia de ataque, os atacantes por trás dessa campanha de phishing acabaram expondo esses dados na Internet, já que a pasta onde estavam armazenados estava indexada pelo Google. Assim, essa informação ficou visível para todo o público.

O ataque ocorre da seguinte forma:

1. Os cibercriminosos enviam um e-mail malicioso de phishing com um arquivo HTML anexado às vítimas em potencial.

2. Ao clicar no documento, as vítimas são redirecionadas para uma página de login semelhante a marcas populares, neste caso a Xerox.

3. As senhas e endereços de e-mails das vítimas foram enviados e armazenados em um arquivo de texto hospedado em servidores comprometidos.

4. O Google indexou esses documentos, de modo que eles se tornaram automaticamente informações acessíveis para todos, bastando, para isso, fazer uma busca na Internet.

"Tendemos a acreditar que, quando alguém rouba nossas senhas, na pior das hipóteses, os cibercriminosos usarão essas informações na darknet para obter lucro. Porém, desta vez não foi esse o caso, pois agora esses dados estão acessíveis a todas as pessoas apenas fazendo uma pesquisa correta no Google", comenta Lotem Finkelsteen, diretor de Inteligência de Ameaças da Check Point Software Technologies. "A estratégia dos cibercriminosos era armazenar as informações roubadas em uma página da web específica que eles mesmos criaram para, após enganar suas vítimas, coletar todos os dados armazenados nesses servidores. O que eles não pensavam é que, se conseguissem rastrear a web em busca dessas informações, o Google também conseguiria. Esta foi claramente uma falha na operação de segurança dos cibercriminosos", conclui Finkelsteen.

Como se proteger contra esse tipo de ataque

Os pesquisadores da Check Point alertam sobre a importância de proteger o e-mail para evitar que as campanhas de phishing alcancem novas vítimas e listam as principais dicas para evitar se tornar uma nova vítima desse tipo de campanha de ciberameaça:

1. Verificar o domínio: É fundamental ter cuidado com domínios que se parecem com aqueles legítimos, bem como verificar se há erros ortográficos em e-mails ou em sites e remetentes de e-mail desconhecidos.

2. Ter cuidado com remetentes desconhecidos: não clicar ou baixar arquivos recebidos por e-mail de remetentes desconhecidos.

3. Usar apenas fontes autênticas: É importante garantir que os produtos sejam adquiridos de uma empresa autêntica. Uma maneira de fazer isso é não clicar nos links promocionais dos e-mails e, em vez disso, pesquisar no Google ou em qualquer outro buscador o nome da empresa desejada e clicar no link da página de resultados.

4. Duvidar de "ofertas especiais": atentar para as chamadas de "oferta especial", pois podem enganar o usuário. Se for uma oferta com um desconto muito alto, é muito provável que seja uma fraude.

5. Não reutilizar senhas: É essencial não reutilizar senhas entre aplicativos e contas diferentes.

Para mais detalhes sobre esta ciberameaça, acesse o blog da Check Point: https://blog.checkpoint.com/2021/01/21/cyber-criminals-leave-stolen-phishing-credentials-in-plain-sight/

 


Check Point Software Technologies Ltd.

https://www.checkpoint.com/pt/

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https://twitter.com/_cpresearch_

https://blog.checkpoint.com/

https://www.twitter.com/checkpointsw

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

AUTÊNTICA E SEDENTA POR LIBERDADE, ASSIM É A CIDADE DE SÃO PAULO: VEJA AS PREVISÕES DE 2021 PARA A METRÓPOLE


Feliz aniversário, São Paulo. Saiba mais sobre como será o ano da cidade que nunca dorme com os especialistas do Astrocentro.

 

São Paulo, em 2021, comemora no dia 25 de Janeiro seus 467 anos. São muitos acontecimentos e histórias e a cada ano que passa, a terra da garoa muda mais um pouco. E isso não poderia ser diferente, até porque  São Paulo é conhecida por ser a cidade que nunca dorme e também porque a maior metrópole do Brasil é aquariana! “Quando prestamos atenção no signo de Aquário, aquele que representa pessoas altruístas, autênticas e sedentas por liberdade, percebemos a grande semelhança com ‘Sampa’. Aquário também é aquele que é diferentão e original . Signo de grandes discussões filosóficas, do avanço cientifico, da solução de problemas através do raciocínio e do intelecto” – explica Brendan Orin, astrólogo do Astrocentro.

E em 2021 a cidade que possui o signo solar de Aquário e ascendente em Leão promete um ano de muita independência e destaque, de acordo com as previsões do astrólogo. “Isso pode anunciar os bons efeitos de São Paulo com a vacina contra o covid-19. A movimentação em aquário fala de inovação e Mercúrio é o planeta que representa a medicina e está ali nesse meio.” – diz. Ainda em 2021, teremos muitos problemas com a pandemia e é importante que a população respeite as medidas de segurança, Contudo, sem esquecer que a esperança surge no horizonte, é o conselho do profissional.

Brendan diz ainda que a casa 10, em Touro, prenuncia oportunidades financeiras. Talvez até uma recuperação das contas públicas. “Será um ano bastante movimentado. Urano, que é o regente de Aquário e tem grande influência sobre o ano de 2021. Como um todo, tem aspectos tensos com  os planetas: Saturno, Júpiter, Vênus, Mercúrio e Lua, tudo isso será muito ativado pela proximidade com Marte” – de acordo com o especialista isso favorece as mudanças  bruscas nas áreas regidas por esses planetas. Como, por exemplo, comércio, comunicações, relações públicas, estruturas governamentais e formas de lidar com o dinheiro.

“Teremos também muita inovação tecnológica. A reinvenção de serviços que vai trazer cada vez mais pessoas trabalhando de forma independente (além do home office), inclusive pensando no nomadismo digital.” – comenta. São Paulo terá problemas com o governo federal e talvez com outros estados, de acordo com a relação entre Júpiter, Saturno e Urano, o que pode gerar embargos financeiros e disputas de poder.

Ainda segundo a astrologia um trígono entre Lua e Mercúrio, pode trazer boas notícias para a educação infantil na cidade. Bem como na preocupação com saúde, bem estar e lazer dos pequenos, sempre buscando o desenvolvimento lúdico e sensorial.

“A posição da Casa 6, em Capricórnio, fala sobre a saúde das pessoas mais velhas. Eles podem precisar de cuidados, mas isso será atenuado  pela presença de Vênus, trazendo foco sobre o bem-estar emocional e psicológico. A casa também fala sobre mais empatia e atenção das lideranças, ainda que sejam ações pautadas em um método conservador.” – explica.

Vênus em Capricórnio favorece os negócios, mas também fala de um momento mais frio, distante, onde o respeito é uma forma de demonstrar afeto. As artes são mais requintadas e não focadas nas ruas, então um novo movimento de gentrificação de partes do centro velho da cidade pode acontecer. – finaliza o astrólogo.

 


Astrocentro

www.astrocentro.com.br

Por que é um erro achar que meditação não é para todos?



Mestre em Reiki e Meditação mostra caminhos para pessoas que encontram dificuldade em olhar para dentro de si


Sempre tem aquela pessoa que, depois de dois minutos sentada, tentando meditar, começa a pensar na piscina, ou no resto do doce que ficou na geladeira, ou ainda no último episódio de uma série na Netflix e acaba abandonando a meditação por ansiedade. Você se identificou? É comum, graças a isso, muita gente achar que meditar não é para todo mundo definitivamente. Que essa “coisa zen” depende de paciência, desprendimento e, portanto, não vai ajudar muito quem é apressado ou ansioso. Mas isso é um erro dos grandes, e provavelmente é por um detalhe pequeno que você não está conseguindo. Então, vamos explorar rapidamente alguns pontos que podem fazer você mudar de ideia e começar de uma vez por todas a dedicar-se a essa prática tão positiva para a nossa saúde mental e emocional.


O que é meditação?

O primeiro ponto e talvez o mais importante de todos é entender de verdade o que é meditação. Sério, não é difícil você ter entendido errado do que se trata, já que se vende muitas vezes por aí em filmes e até reportagens apenas uma imagem ou os benefícios, e com isso se perde a natureza dessa prática. Meditação é algo muito simples, mas a ideia de criar uma imagem para vender cursos pode ter acabado levando muita gente a não entender direito a mensagem. A questão fundamental é estar consciente. Estado meditativo é estado consciente. O importante não é como você chega lá, porém chegar. Se a sua prática ajuda a ficar mais consciente da sua mente, das suas emoções, e assim entender cada vez mais como você funciona interiormente... em outras palavras, se traz autoconhecimento, então você aprendeu a meditar. Ainda que, estranhamente, meditação não é algo que tenha objetivos, essa consciência tem que acontecer naturalmente.

 

Sentar-se e ficar em silêncio

Bom, pelo que você leu acima, já deu pra entender que aquela imagem de alguém sentado em silêncio não é meditação de fato. Se você fizer isso, mas a consciência não surgir, nada feito. Estar sentado, assim como estar em silêncio, são recursos que podem ajudar alguém a alcançar aquele estado. Mas se você não se dá bem com eles, não tem problema algum. Há muitas outras ferramentas. E isso é importante! Há diferentes técnicas porque há diferentes pessoas. Para meditar, você precisa estar confortável. Se uma determinada postura lhe causa incômodos, então dificilmente você encontrará o conforto e relaxamento necessários para poder observar-se interiormente, pois a todo instante uma perna dormente, uma dor na coluna, ou qualquer outro cansaço vai tomar a sua atenção.

 

Fazer a técnica se adaptar a você

É por isso que você precisa, ao invés de se adaptar a uma técnica, fazer uma técnica se adaptar a você, às suas necessidades. Mas como fazer isso? No meu livreto “Tudo o que você precisa aprender para começar a meditar”, eu apresento vários recursos como: posturas, mantras, falo de como criar um ambiente, por quanto tempo se meditar... Tudo em função de desconstruir os mitos que se tem a respeito dessa prática incrível e entregar conhecimentos de forma leve e didática para que as pessoas possam fazer ajustes e com isso se tornarem praticantes de verdade. Por exemplo, para alguns não é possível meditar prestando atenção na respiração se há barulho do lado de fora, então um caminho pode ser colocar a atenção em uma trilha sonora com fone de ouvidos, ou mantra, ao invés de se frustrar e desistir. Há muitas e muitas formas de se meditar, e pequenas alterações são possíveis e muito úteis, por isso é importante conhecer o máximo possível de ferramentas.

Há tantos estudos que atestam a eficácia da Meditação na saúde emocional das pessoas. Algo assim, fácil e simples, que melhora a concentração, que cria alívio para futuros momentos onde se precisa estar bem, seja no trabalho ou estudos, não pode ser desprezado só porque não se tem a dimensão exata do que é. Dois minutos, quarenta minutos... o importante é alguma constância e facilidade. E isso eu garanto que você pode conseguir. Portanto, reveja as ideias que tem sobre o assunto, informe-se, e tenha um incrível encontro consigo mesmo.

 



Luís A. Delgado - ganhador do prêmio "Personalidade 2015" na categoria Arte Literária pela Academia de Artes de Cabo Frio-RJ – ARTPOP, e agraciado com o prêmio Clarice Lispector de Literatura na categoria "Melhores Romancistas" pela Editora Comunicação em 2015. Atualmente é sócio correspondente na Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras e Mestre em Reiki e Karuna Reiki, possuindo o mais alto título que um profissional do Reiki possa ter.


Pesquisadores encontram o 'elo perdido' entre estresse e infertilidade

Pixabay
Neurônios RFRP são uma peça crítica do quebra-cabeça na supressão da reprodução induzida por estresse

 

Pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, afirmam ter descoberto o "elo perdido” entre estresse e infertilidade. Publicada no fim de 2020 no The Journal of Neuroscience, e liderada pelo professor Greg Anderson, do Center for Neuroendocrinologia, a pesquisa confirmou, por meio de testes de laboratório, que uma população de células nervosas, perto da base do cérebro - os neurônios RFRP -, torna-se ativa em situações estressantes e, então, reprime o sistema reprodutivo.

Os pesquisadores lembram que um passo revolucionário, que se tornou disponível para os neurocientistas nos últimos anos, é a capacidade de controlar a atividade de grupos selecionados de neurônios - para silenciar ou aumentar a atividade e, em seguida, monitorar os resultados. Eles usaram técnicas transgênicas de ponta para mostrar que, quando a atividade das células RFRP é aumentada, os hormônios reprodutivos são suprimidos - de maneira semelhante ao que acontece durante o estresse, ou durante a exposição ao cortisol, o hormônio do estresse.

Para surpresa dos pesquisadores, quando usaram o cortisol para suprimir os hormônios reprodutivos, também silenciaram os neurônios RFRP, mas o sistema reprodutivo continuou a funcionar, como se o cortisol não existisse - provando que os neurônios RFRP são uma peça crítica do quebra-cabeça na supressão da reprodução induzida por estresse. Segundo eles, a reação foi mais evidente nas mulheres. O professor Greg Anderson começou a pesquisar o papel dos neurônios RFRP no controle da fertilidade em mamíferos há cerca de uma década. Ele conta que ficou interessado em saber se esses neurônios podem ser os causadores da supressão da fertilidade durante o estresse crônico, depois de ler que essas células se tornam ativas durante o estresse. Porém, esta é uma questão que permaneceu teimosamente sem resposta nas últimas décadas.

Embora se saiba que os esteroides do estresse - como o cortisol - provavelmente fazem parte do mecanismo envolvido, também se sabe que as células cerebrais que controlam a reprodução são incapazes de responder ao cortisol, então, parecia haver um elo perdido no circuito em algum lugar. "Agora mostramos que os neurônios RFRP são de fato o elo perdido entre o estresse e a infertilidade. Eles se tornam ativos em situações estressantes - talvez por sentir os níveis crescentes de cortisol - e então suprimem o sistema reprodutivo”, apontaram os pesquisadores.

A partir desta confirmação, é possível que drogas possam ser usadas para bloquear as ações dos neurônios RFRP, e isso será o foco de futuras pesquisas. A intenção é verificar se é possível superar a infertilidade induzida pelo estresse usando drogas que bloqueiam as ações dos neurônios RFRP, o que pode se tornar uma nova terapia para mulheres que lutam contra a infertilidade. Os pesquisadores acreditam, pelo que sabem sobre os neurônios, que essas drogas não teriam nenhum efeito colateral. Elas estão disponíveis, porém, não são aprovadas para uso humano, por enquanto.

“Um estudo feito anos atrás, por cientistas norte-americanos, já apontava que o estresse pode dobrar o risco de infertilidade nas mulheres. Ele foi publicado na revista Human Reproduction e realizado com mulheres com idade entre 18 e 40 anos, que não tinham problemas conhecidos de infertilidade, e haviam começado a tentar engravidar, mas que não obtiveram sucesso após 12 meses. Eles mediram os níveis de alfa-amilase, uma enzima na saliva que indica estresse”, aponta Arnaldo Cambiaghi, especialista em ginecologia e obstetrícia com certificado de atuação na área de reprodução assistida e responsável técnico do Centro de Reprodução Humana do IPGO.

O médico acrescenta que mulheres com níveis elevados de estresse, segundo pesquisas, têm 29% menos probabilidade de engravidar se comparadas às demais. A pesquisa dos norte-americanos foi a primeira vez que se mostrou clinicamente, e de forma significativa, como o estresse é associado a um risco maior de infertilidade entre as mulheres. Agora, a pesquisa da Nova Zelândia além de confirmar a pesquisa anterior, joga luz sobre o tema, trazendo respostas.

Laura Juarez/Pixabay

“O conselho dos cientistas, da primeira pesquisa, e que serve para agora, enquanto não temos uma forma medicamentosa segura de conter o estresse, foi muito simples: que as mulheres conseguissem de 20 a 30 minutos no dia a dia para fazer algo simples, como caminhar ou mesmo praticar ioga ou meditação, para relaxar”, finaliza o médico.

 



Fonte: Arnaldo Schizzi Cambiaghi é responsável técnico do Centro de Reprodução Humana do IPGO, ginecologista obstetra com certificado em reprodução assistida. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Illinois, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. Também é autor de diversos livros na área médica como Fertilidade Natural (Ed. LaVida Press), Grávida Feliz, Obstetra Feliz (LaVida Press), Fertilização um ato de amor (LaVida Press), Manual da Gestante (Ed. Madras) e Os Tratamentos de Fertilização e As Religiões (Ed. LaVida Press). Criou também os sites: www.ipgo.com.br; www.fertilidadedohomem.com.br; www.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. Apresenta seu trabalho em Congressos no exterior, o que confere a ele um reconhecimento internacional.


Novas moléculas associadas à hiperinflamação na COVID-19 são identificadas

 Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto demonstram que no soro sanguíneo de pacientes graves há alta concentração do neurotransmissor acetilcolina e de mediadores lipídicos derivados do ácido araquidônico. Descoberta pode contribuir para melhora no prognóstico e no tratamento da doença (foto: ImunoCovid/divulgação)
  

Casos severos e fatais de COVID-19 têm como característica um quadro de inflamação sistêmica que, além dos pulmões, leva ao colapso diferentes órgãos do paciente. Trata-se de uma reação inflamatória fora de controle, que envolve elevadas taxas de moléculas pró-inflamatórias circulantes no sangue – fato conhecido como tempestade de citocinas. Essa resposta imunológica exacerbada tende a causar danos ainda maiores que o próprio vírus.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) demonstraram, pela primeira vez, que o processo inflamatório pulmonar, a tempestade de citocinas e a gravidade da doença estão associados ao aumento exagerado de mediadores lipídicos (derivados de ácido araquidônico) e de acetilcolina – substância normalmente produzida no sistema nervoso central e que participa da comunicação entre neurônios.

O trabalho foi apoiado pela FAPESP por meio de um projeto que investiga biomarcadores e novos alvos terapêuticos para a COVID-19. Os resultados foram publicados na plataforma medRxiv , em artigo ainda sem revisão por pares.

“Ao encontrar uma alta concentração desses componentes moleculares no soro de pacientes com quadros graves de COVID-19, podemos supor que células pulmonares e leucócitos [do sistema imunológico] liberam, além de citocinas, a acetilcolina, o acido araquidônico e seus derivados. Isso foi uma grande surpresa, pois nunca esses compostos lipídicos tinham sido descritos atuando no pulmão na COVID-19”, diz Lúcia Helena Faccioli , professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP).

A pesquisa faz parte dos objetivos do consórcio ImunoCovid – coalizão multidisciplinar que envolve dez pesquisadores da USP e um da UFSCar, além de profissionais de saúde da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital São Paulo em Ribeirão Preto, que trabalham em colaboração e com o compartilhamento de dados e de amostras.

De acordo com a pesquisadora, o achado abre caminho para novos estudos sobre a participação de mediadores lipídicos nesse tipo de inflamação, bem como possíveis marcadores de gravidade e tratamento da COVID-19.

Além dos dois componentes moleculares, os pesquisadores da USP identificaram o decréscimo na expressão CD14 e CD36, glicoproteínas da membrana de células de defesa (leucócitos). Também descobriram que o uso de corticoides no tratamento da inflamação reduz apenas as taxas de acetilcolina, não interferindo no ácido araquidônico e seus derivados.

“Dessa forma, apesar de ser benéfico para muitos pacientes, o uso de corticoides para tratar a hiperinflamação não induz os mesmos resultados para todos os doentes. Por isso, com base no que vimos em nosso estudo, é de se sugerir que o tratamento com corticoides seja iniciado o quanto antes em indivíduos hospitalizados e com quadros graves e críticos, em combinação com inibidores do metabolismo de ácido araquidônico”, diz Faccioli.

Vale ressaltar que o uso inadequado de corticoides pode trazer riscos relevantes para o organismo. É importante buscar orientação médica no que diz respeito à dose, ao período de início e à duração do tratamento. Usar esse tipo de medicamento sem prescrição médica na fase viral da doença, que vem antes da fase inflamatória, pode agravar a infecção.

Quebra-cabeça

A descoberta adiciona peças importantes ao quebra-cabeça que envolve diferentes moléculas em cascata até que ocorra a tempestade de citocina. Estudo realizado por outro grupo da USP, também em Ribeirão Preto, já havia demonstrado a participação de um mecanismo imunológico conhecido como inflamassoma nesse processo (leia mais em: agencia.fapesp.br/34680/).

Para determinar se a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 alterava o metabolismo dos mediadores lipídicos, o grupo de Faccioli realizou análises por meio de uma técnica conhecida como espectrometria de massa de alta resolução. Os pesquisadores estudaram o lipidoma (conjunto de moléculas de origem lipídica) no plasma sanguíneo de pacientes com COVID-19 e de voluntários saudáveis. No total, 8.791 metabólitos do tipo estavam presentes em pelo menos 50% de todas as amostras.

Em seguida, os cientistas acompanharam a produção de mediadores no soro sanguíneo de 190 pacientes com COVID-19 (de 16 a 97 anos), sendo 43 assintomáticos, 44 moderados, 54 graves e 49 críticos. Dessa forma, foi possível estratificar os doentes em quatro fases ou graus diferentes da infecção: leves, moderados, graves e críticos. Soma-se aos dados a análise de 39 participantes saudáveis e 13 hospitalizados sem COVID-19 (não infectados), que formaram o grupo controle.

Os resultados do estudo foram confirmados com a análise de dados de expressão gênica de biópsias pulmonares de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 depositados em repositórios públicos e publicados em artigos científicos. Embora mais estudos sejam necessários, os resultados abrem novas perspectivas para o tratamento da COVID-19.

O artigo Cholinergic and lipid mediators crosstalk in Covid-19 and the impact of glucocorticoid therapy pode ser lido em www.medrxiv.org/content/10.1101/2021.01.07.20248970v1.
 

 

 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/novas-moleculas-associadas-a-hiperinflamacao-na-covid-19-sao-identificadas/35025/


Quanto você pagaria por uma vacina contra a Covid-19?

 A Constituição brasileira prevê que a saúde é direito de todos e dever do Estado (art. 196), mas permite expressamente a atuação da iniciativa privada no setor (art. 199). Ao contrário de outros países, em que determinados tratamentos apenas são disponibilizados pelo Poder Público, no Brasil sempre há a possibilidade de escolha pela medicina privada. Esse permissivo decorre do entendimento segundo o qual quanto mais serviços de saúde houver, melhor. As pessoas atendidas pelo sistema privado não sobrecarregam o SUS, deixando sua estrutura capaz de atender quem realmente precisa.

Não obstante, esse raciocínio é incompleto. A oferta de serviços privados enfraquece o SUS. Quanto menos pessoas de alto poder aquisitivo e capacidade de mobilização social dependerem do SUS, mais precário tende a ser o sistema público. Quer uma prova? O SUS é referência em serviços de alta complexidade e altíssimo custo (dos quais todos dependem) e sofre na atenção básica e na média complexidade (dos quais apenas pessoas de menor poder aquisitivo dependem).

Podemos comparar o SUS com a urna eletrônica. Por que a urna eletrônica funciona tão bem no Brasil? É preciso pensar na noção de ‘bem público’, entendido como aquele que apenas pode ser usado de modo igualitário por todos. Um sistema de votação só funciona se todas as pessoas usarem o mesmo padrão de urna eletrônica. Se ricos pudessem votar em urnas diferentes das dos pobres, teríamos um caos eleitoral no Brasil. Esse exercício comparativo indica que é falsa a crença de que a oferta de serviços privados colabora com o SUS, diminuindo a demanda sobre sua estrutura. Afinal, seu efeito secundário pode ser muito mais nocivo.

O mesmo acontece com a vacinação contra a COVID-19 por clínicas privadas. Neste caso específico há, ainda, dois agravantes. O primeiro é a limitação da oferta de vacinas ao setor público. O segundo é a necessidade de que todas as pessoas sejam vacinadas, com prioridade para os grupos de risco.

Estes são os motivos pelos quais, nos Estados Unidos, onde não existe um sistema público de saúde, o governo federal foi rápido ao iniciar uma campanha universal e gratuita de vacinação contra a COVID-19. Em terras ianques não haverá, no curto prazo, possibilidade de pagamento pela vacina. Todos que quiserem ser vacinados, de Bill Gates a Michael Jordan, devem esperar sua vez, conforme o plano nacional de vacinação.

Esse padrão de ação governamental tem se repetido mundo afora. E nem mesmo as indústrias farmacêuticas têm demonstrado interesse em vender no varejo para grupos privados. A Pfizer, por exemplo, informou que seu plano inicial é vender a vacina apenas a governos.

Para as indústrias farmacêuticas, tal estratégia é vantajosa, pois governos são grandes compradores. Um único contrato pode conter vacinas para toda a população de um país. Para os governos, tal estratégia é também benéfica, pois é possível dimensionar o quantitativo para imunização de todas as pessoas, com definição sistêmica de questões logísticas e epidemiológicas. Para a população, tal estratégia é também salutar, pois garante imunização universal, de acordo com a disponibilização da vacina e conforme os grupos de risco.

Esse cenário ideal, contudo, não ocorre no Brasil. Por aqui a ausência de uma política pública nacional de vacinação deu origem à atuação paralela de Estados e Municípios. Além disso, empresas negociam a compra de vacinas para oferta privada. Afinal, como dito acima, a Constituição Federal garante a liberdade de atuação privada no setor de saúde.

Assim, a venda de vacinas não pode ser simplesmente proibida no Brasil. Sua comercialização só pode ser evitada caso o Poder Público requisite tais bens para uso na política pública de vacinação contra a COVID-19. Além dessa hipótese, o Poder Público pode interferir na venda de vacinas por meio da regulação, com determinação, por exemplo, de observância à preferência de atendimento dos grupos de risco. É provável, portanto, que a depender da produção mundial de vacinal, em pouco tempo tenhamos sua oferta privada no Brasil.

Meu instinto individual e egoísta de sobrevivência indica que eu pagaria boa parte de meus vencimentos por uma vacina contra a COVID-19. Mas minha racionalidade me obriga a dar muito mais para termos em andamento um plano nacional, único e igualitário de vacinação contra o vírus.

 


Fernando Mânica - doutor pela USP e professor do Mestrado em Direito da Universidade Positivo.


O impacto da endometriose na produtividade da mulher

Doença atinge 1 em cada 10 mulheres em todo o mundo, que chegam a perder até 11 horas semanais em produtividade devido aos seus sintomas


A endometriose é uma doença que atinge cerca de 200 milhões de mulheres em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo 10 milhões apenas no Brasil. Estima-se que 1 em cada 10 mulheres sofram com a doença, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero. Os  sintomas mais comuns são cólicas menstruais, dor pélvica crônica, dispareunia (dor durante e após as relações sexuais), inchaço abdominal, dor e/ou sangue para urinar e evacuar. Com tantos sintomas e prejuízos à qualidade de vida da mulher portadora da endometriose, é esperado que sua produtividade seja diretamente afetada pela doença. “Para quem sofre com as dores incapacitantes da doença que a impedem de realizar suas atividades normais no dia a dia, esse dado não é novidade”, afirma Caroline Salazar, autora do blog A Endometriose e Eu, pioneira no assunto no Brasil, e coordenadora do Time Brasil da EndoMarcha (Marcha Mundial de Conscientização sobre a Endometriose). “As empresas e gestores também precisam saber disso, ainda mais levando em consideração que, desde 2010, as mulheres são maioria no país e 40% delas sustentam suas casas”, completa Caroline, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

Em 2012, um estudo realizado pela World Endometriosis Research Foundation, intitulado EndoCost, avaliou 909 mulheres diagnosticadas com a doença, em 12 centros de 10 países - Alemanha, Bélgica, Dinamarca, EUA, França, Holanda, Hungria, Itália, Reino Unido e Suíça. Além dos ginecologistas destes centros de saúde, economistas dos 10 países participantes integraram a pesquisa para calcular o custo real da endometriose. O estudo concluiu que além do impacto na qualidade de vida das endomulheres, cada uma custava €9.579 aos países analisados. Deste total, € 6.298 eram diretamente relacionados à perda de produtividade no trabalho, enquanto o restante estava ligado às despesas diretas com assistência médica. “Neste mesmo ano (2012), os gastos com as endomulheres equivaliam a gastos com doenças mais conhecidas, como diabetes, doença de Crohn e artrite reumatoide, a diferença é que a endometriose ainda é uma doença com pouco investimento em pesquisas”, aponta Caroline Salazar.  

O EndoCost endossou dados de outro estudo publicado um ano antes dela, em 2011, na Fertility and Sterility, o Estudo Global da Saúde da Mulher (Global Study of Woman Health). De acordo com eles, a mulher portadora da endometriose pode perder até 11 horas semanais de produtividade em decorrência dos sintomas da doença. Caroline aponta que os custos apresentados por ambos os estudos podem ser ainda maiores. “Estes estudos contemplaram apenas 10% das mulheres ‘em idade reprodutiva’ e sabemos que muitas de nós começam a sofrer com a doença muito antes dos 15 anos e eu fui um exemplo disso”, explica Caroline, que desde junho de 2012 está curada da doença, quando começou a estudar os artigos científicos que comprovam  essa cura e começou a espalhar essa nova conscientização sobre a endometriose.  

Há quase 11 anos, Caroline Salazar criou o blog A Endometriose e Eu para falar sobre a doença e ajudar outras mulheres a buscarem tratamento - e a cura - da endometriose.  Em 2013, realizou a cirurgia de excisão dos focos dos tecidos endometriais, curando-a, de fato, 21 anos depois do início das dores severas e diárias. Em 2014, já premiada e reconhecida internacionalmente pelo conteúdo do blog, Caroline foi convidada a liderar o time brasileiro da EndoMarcha. Além disso, apoia o desenvolvimento de projetos de lei nas três esferas (municipais, estaduais e federal) para a conscientização, diagnóstico e tratamento da endometriose, como o PL 3047/19, apresentado pela deputada Daniela do Waguinho (MDB/RJ), que foi apensado ao 6215/2013 e aprovado pela Câmara Federal por unanimidade em fevereiro de 2020,  e aguarda tramitação no Senado Federal. O PL 3047/19 prevê a instituição do dia 13 de março como o Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose. A ativista também lançou, em 2020, o projeto EndoConectadas, primeiro clube de assinatura com conteúdo exclusivo sobre endometriose.


Infectologista estima até seis meses para pandemia frear com vacina

Uma das notícias mais esperadas no último ano se tornou realidade: foi iniciada a vacinação contra a Covid-19. A vacinação terá diversas etapas e deve se prolongar por alguns meses, por isso, é importante ficar alerta para que a população não relaxe nos cuidados de prevenção contra a doença, o que poderia levar a um aumento substancial dos casos.

O médico infectologista da S.O.S. Vida, Matheus Todt, aponta que a vacinação é muito importante no enfrentamento da pandemia e que o início da aplicação das doses é um grande passo. Ele alerta, porém, que, além do fato da vacinação ser em várias etapas, pois depende da disponibilidade de doses e insumos, serão necessários alguns meses para que ela ajude a frear o coronavírus.  

Para que o cenário de pandemia seja revertido, o infectologista avalia que serão necessários em torno de 4 a 6 meses. Isso porque é preciso, inicialmente, que cerca de 70% das pessoas que são grupo de risco estejam vacinadas. Além disso, o efeito imunizador das vacinas não é imediato.

“Demanda algum tempo. Se a vacina tem duas doses, por exemplo, a imunização é apresentada em até 15 dias depois da segunda dose. Ou seja, até que se vacine este percentual de pessoas e que todas estejam já apresentando imunidade, temos que ter em mente que nosso maior aliado no combate à Covid-19 ainda é o afastamento social e os cuidados de higienização, que devem continuar”, pontua.

Matheus cita o exemplo do Reino Unido e da Alemanha, que após iniciar a vacinação adotaram medidas de restrição para assegurar o isolamento e evitar o contágio.

Em Salvador, a vacinação começa pelos trabalhadores da saúde, população idosa com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais, que vivem em instituições de longa permanência, asilos ou instituições psiquiátricas e indígenas, aldeados e povos de comunidades ribeirinhas.

Até que a vacinação seja uma realidade para grande parte da população brasileira, as armas contra a Covid-19 continuam sendo as mesmas: lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel, usar máscara e, ao máximo possível, ficar em casa e evitar aglomerações.


A microbiota intestinal desempenha um papel na função cerebral e na regulação do humor

A depressão é um transtorno mental que afeta mais de 264 milhões de pessoas de todas as idades em todo o mundo. Compreender seus mecanismos é vital para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes. Cientistas do Institut Pasteur, Inserm e do CNRS conduziram recentemente um estudo mostrando que um desequilíbrio na flora bacteriana intestinal pode causar uma redução em alguns metabólitos, resultando em comportamentos semelhantes aos pacientes depressivos. Essas descobertas, que mostram que uma microbiota intestinal saudável contribui para o funcionamento normal do cérebro, foram publicadas na Nature Communications em 11 de dezembro de 2020. 


A população bacteriana no intestino, conhecida como microbiota intestinal, é o maior reservatório de bactérias no corpo. A pesquisa tem mostrado cada vez mais que o hospedeiro e a microbiota intestinal são um excelente exemplo de sistemas com interações mutuamente benéficas. Observações recentes também revelaram uma ligação entre transtornos de humor e danos à microbiota intestinal. Isso foi demonstrado por um consórcio de cientistas do Institut Pasteur, do CNRS e do Inserm, que identificou uma correlação entre a microbiota intestinal e a eficácia da fluoxetina, molécula frequentemente usada como antidepressivo. Mas alguns dos mecanismos que governam a depressão, a principal causa de deficiência em todo o mundo, permaneceram desconhecidos.

Usando modelos animais, os cientistas descobriram recentemente que uma mudança na microbiota intestinal provocada pelo estresse crônico pode levar a comportamentos semelhantes aos da depressão, em particular por causar uma redução nos metabólitos lipídicos (pequenas moléculas resultantes do metabolismo) no sangue e no cérebro.

Esses metabólitos lipídicos, conhecidos como canabinóides endógenos (ou endocanabinóides), coordenam um sistema de comunicação no corpo que é significativamente prejudicado pela redução dos metabólitos. A microbiota intestinal desempenha um papel na função cerebral e na regulação do humor

Os endocanabinóides ligam-se a receptores que também são o principal alvo do THC, o componente ativo mais conhecido da cannabis. Os cientistas descobriram que a ausência de endocanabinóides no hipocampo, uma região-chave do cérebro envolvida na formação de memórias e emoções, resultou em comportamentos semelhantes aos pacientes depressivos.

"Esta descoberta mostra o papel desempenhado pela microbiota intestinal na função normal do cérebro", continua Gérard Eberl, chefe da Unidade de Microambiente e Imunidade (Institut Pasteur / Inserm) e co-último autor do estudo. Se houver um desequilíbrio na comunidade bacteriana intestinal, alguns lipídios vitais para o funcionamento do cérebro desaparecem, estimulando o surgimento de comportamentos semelhantes aos depressivos. Nesse caso particular, o uso de bactérias específicas pode ser um método promissor para restaurar uma microbiota saudável e tratar os transtornos de humor de forma mais eficaz.




Fonte: Grégoire Chevalier et al, Effect of gut microbiota on depressive-like behaviors in mice is mediated by the endocannabinoid system, Nature Communications (2020). DOI: 10.1038/s41467-020-19931-2


Rubens de Fraga Júnior - Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.

Álcool em gel na bolsa e higienização das compras, quais hábitos de limpeza seguirão na rotina dos brasileiros no pós-pandemia?


Estamos no primeiro mês de 2021, mas alguns hábitos de limpeza e higiene pessoal que se popularizaram no ano passado, após o início da pandemia de Covid-19, devem continuar a fazer parte da rotina dos brasileiros. É o que mostra pesquisa realizada pela Flora, indústria detentora de marcas como Minuano, Francis e Neutrox.

De acordo com o levantamento, realizado nas cinco regiões do País, com 518 entrevistados, 62% dos brasileiros devem seguir carregando um frasco de álcool em gel na bolsa para higienizar as mãos em 2021. Outros 43% planejam continuar a higienizar as compras assim que chegarem do mercado. Entre os que mantêm esse hábito hoje, 58% optam por borrifar álcool 70% nos produtos.

"Os novos hábitos movimentaram a indústria de higiene e limpeza e o mercado nacional recebeu um número alto de lançamentos. A Flora apresentou 15 produtos em 2020 para atender a demanda por itens com propriedades bactericidas e desinfetantes. Tudo foi desenvolvido e fabricado em tempo recorde. A linha Minuano, por exemplo, ampliou seu portfólio para a limpeza de pequenas superfícies com a chegada do álcool em gel e do álcool 70% aerossol. Para cuidados pessoais, lançamos ainda o álcool em gel da marca Francis, que combina proteção, perfumação e hidratação", explica João Gandolfi, gerente de Marketing de Home Care da Flora.

Em casa, os brasileiros também aumentaram a frequência de limpeza pesada (26%) e mais da metade está lavando as roupas mais vezes, sendo que 47% incluíram algum produto desinfetante no processo de lavagem das peças. Mais conscientes de que os objetos podem carregar poeira e microrganismos, 73% devem continuar a retirar os sapatos antes de entrar em casa e 85% planejam seguir higienizando o aparelho celular com frequência mesmo em um cenário pós-pandemia.

Mesmo os hábitos in shower mudaram. O Brasil já era o nº 1 do mundo em banhos por semana, mas um terço dos entrevistados afirmou ter aumentando a frequência de banhos após o início da pandemia. A pesquisa mostrou, ainda, que 26% reduziram a duração do banho no período, sendo que, desses, 19% alteraram a rotina pensando em economizar. Outro dado relevante é a busca por sabonetes com alto nível de proteção contra vírus e bactérias. Mais de 60% levam essa informação em consideração ao comprar o produto. O atributo perde apenas para qualidade (73%) e preço (68%).

"Esse movimento se reflete nas gôndolas, que ganharam mais opções com alto nível de proteção e rótulos que comunicam essas informações com destaque.

Em abril de 2020, por exemplo, lançamos a linha ANTIBAC de Albany, que está entre as marcas de sabonetes que mais crescem em volume de vendas no País", completa Gandolfi.

 


Flora

 

Cirurgia bariátrica e metabólica pode reduzir diabetes tipo 2 em até 90%

 Especialista do Hospital 9 de Julho fala sobre a eficácia do procedimento para controle da doença

 

Acompanhando o preocupante aumento da obesidade na população brasileira, o número de pessoas com diabetes tipo 2 também está crescendo rapidamente no país. Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2008 a 2018 o diagnóstico deste tipo de diabetes cresceu 24% entre as pessoas com 18 anos ou mais, subindo de 6,2% da população para 7,7%.

O aumento da incidência de diabetes tipo 2 no mundo vem sendo acompanhado por uma evolução nos tratamentos. Hoje estão disponíveis no mercado diversos tipos de medicamentos para controle da doença, mas nem todos os pacientes respondem da mesma forma.

Para os casos em que as medicações não fazem o efeito desejado para controlar a doença e evitar complicações, em pacientes com obesidade, pode ser recomendada a cirurgia bariátrica e metabólica. O Prof. Dr. Denis Pajecki, cirurgião especializado em cirurgia bariátrica e metabólica do Centro de Controle do Peso do Hospital 9 de Julho, conta que a eficácia do procedimento para redução da diabetes do tipo 2 já foi comprovada por diversos estudos e pode trazer resultados muito benéficos para a saúde de quem enfrenta esse problema, apresentando grande impacto no controle da glicemia e de outras doenças associadas, como a hipertensão arterial e a dislipidemia.

"A obesidade é uma doença que resulta de um grande número de fatores, por isso cada paciente terá uma necessidade diferente de tratamento. Quando acompanhada de diabetes tipo 2, seu controle torna-se ainda mais necessário. A cirurgia bariátrica e metabólica é uma das opções", diz o especialista. A cirurgia para tratamento do diabetes é indicada para pacientes com IMC acima de 35 e diabetes de difícil controle. Nesses casos, o procedimento pode reduzir a doença em até 90%, dependendo da sua gravidade e do tempo decorrido desde o seu diagnóstico, e, com isso, diminuir o risco de complicações comuns, como problemas cardiovasculares e renais que, muitas vezes, podem levar à morte.

Dentre as diferentes técnicas cirúrgicas, a mais realizada para a redução do diabetes é o Bypass Gástrico, mas outras podem ser indicadas, dependendo da avaliação individual.

"Incretinas são hormônios intestinais responsáveis por, entre outras funções, regular o metabolismo da glicose. Após a cirurgia, o organismo passa a liberar uma incretina que estimula o pâncreas a produzir insulina, o que, junto com a perda de peso, contribui para o controle glicêmico”, explica o cirurgião.

"Após a cirurgia, os pacientes passam a não ser tão dependentes de tratamentos e, muitas vezes, deixam de precisar de qualquer medicação", fala Dr. Denis Pajecki.


Indo além da escala de auto definição de dor crônica, para medi-la objetivamente com IA

A dor é algo que todos nós experimentamos em algum momento, e algumas pessoas sofrem com isso cronicamente. Mesmo assim, medir e tratar a dor continua sendo um dos problemas de saúde mais difíceis e complexos.

Junto com a Boston Scientific, uma empresa líder em tecnologia de dispositivos médicos, nosso objetivo é mudar a forma como medimos a dor. Temos uma equipe de neurocientistas, cientistas de dados, engenheiros, linguistas, matemáticos, designers de dispositivos médicos e médicos que estão usando inteligência artificial, a internet das coisas e computação em nuvem para criar um novo parâmetro para médicos. O objetivo: ajudar a aliviar a dor crônica em pacientes de forma mais precisa, personalizada e direcionada.

Tradicionalmente, a medição da dor é muito subjetiva. Normalmente, os pacientes são solicitados a classificar sua dor em uma escala de 0 a 10. No entanto, o que uma pessoa considera um alto nível de dor pode não ser percebido da mesma forma por outra. Também existe uma suposição desatualizada de que a dor aguda se comporta de forma semelhante a dor crônica, apesar do fato de já haver mais de uma década de evidências mostrando mudanças robustas nas estruturas neurais subjacentes (1, 2) e funções (3, 4, 5) durante a transição da dor aguda para a dor crônica. O resultado tem sido um sistema de medição imperfeito e um método padrão de longo prazo com muitas falhas para avaliar a dor (6 - 10).

Nossa colaboração com a Boston Scientific visa transformar esse problema crítico. Para isso, usamos biomarcadores coletados de até 1.700 pessoas inscritas em dois estudos clínicos atualmente em terapia de estimulação da medula espinhal. Esses dados são coletados de pacientes por longos períodos de até três anos. Eles incluem métricas que normalmente não estão disponíveis durante as visitas à clínica ou que não podem ser avaliadas com frequência suficiente em uma consulta médica, como questionários diários, dados de movimento rastreados de relógios inteligentes, sensores de sono, monitores de frequência cardíaca e registros de voz, todas coletadas enquanto os pacientes levam sua vida normal.

Ao construir uma inteligência artificial que pode analisar e extrair informações relevantes desses dados, estamos desenvolvendo um método para medir objetiva e continuamente a dor crônica que pode ir além da pergunta padrão na escala de medição de dor de 0 a 10. Acreditamos que isso pode ajudar a estabelecer as bases para um controle mais eficaz da dor, o que pode ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente e possivelmente reduzir a dependência de medicamentos em algumas pessoas.

 

Avaliando o impacto das crises globais na dor crônica

Embora o surgimento da COVID-19 tenha interrompido muitos ensaios clínicos e estudos de pesquisa em saúde importantes, o benefício de nossa iniciativa é que foi projetada para trabalhar com pacientes em suas vidas diárias, sem a necessidade de ir ao consultório médico. Nossa plataforma foi projetada para coletar e analisar continuamente os biomarcadores que os pacientes emitem em seus ambientes naturais, ao invés de somente nas visitas presenciais à clínica, esporádicas e potencialmente onerosas.

Isso nos permitiu continuar nosso trabalho ininterruptamente com uma vantagem importante: foi possível ver como uma grande crise global, como a pandemia de COVID-19, poderia afetar uma série de outros fatores que sabidamente influenciam a experiência de dor crônica de um paciente, como a intensidade da dor, a qualidade do sono, os exercícios, os medicamentos e o humor.

Como esses pontos de dados foram monitorados durante a pandemia, nossa equipe desenvolveu modelos de IA que mapearam e correlacionaram como as flutuações nesses fatores levaram a aumentos ou reduções na dor crônica de um indivíduo. É claro que não existe uma solução única para todos quando respondemos a um fator estressante, especialmente uma pandemia. Isso também é verdade com a dor crônica: a dor de alguns pacientes piorou, acompanhada por fatores como menor qualidade do sono ou menos exercícios e movimentos, enquanto outros pacientes melhoraram seus níveis de dor graças a mais exercícios e foram resilientes em seu humor e seus hábitos de sono. Outros permaneceram inalterados, apesar dos fatores flutuantes.

A iniciativa pode ajudar a estabelecer as bases para os médicos desenvolverem tratamentos mais personalizados para a dor à luz das influências externas. Ela também demonstra o potencial para melhor medir e se preparar para mudanças na dor crônica enfrentando eventos globais futuros.

Medindo objetivamente a dor crônica com IA e dados de movimento

Parece intuitivo que medir quão bem e com que frequência um indivíduo se move é um indicativo de quanta dor está sentindo. Mas com o método de avaliação padrão atual, no qual os médicos questionam os pacientes sobre como estão se movendo e como se sentem, pode ser difícil obter uma imagem precisa. Por exemplo, um paciente pode se mover bem no dia em que vai ao médico e se esquece de mencionar que na semana anterior teve dificuldade para sair da cama. Ou talvez um paciente possa estar minimizando seus sintomas de dor crônica e, na programação de consulta após a consulta, o médico pode não perceber isso.

Como parte do nosso trabalho para construir uma plataforma precisa para o gerenciamento da dor, demonstramos a capacidade dos algoritmos de inteligência artificial para ajudar a medir a dor crônica com base na análise de movimentos e ciclos de repouso dos dados rastreados por relógios inteligentes dos pacientes. Isso é importante por alguns motivos:

• Permitir a medição da dor de forma objetiva e passiva e em combinação com outros biomarcadores que podem ser avaliados no conforto da casa de uma pessoa (como sono, fala, humor e uso de medicamentos) libera o paciente da responsabilidade de fazer as medições.

• A avaliação da dor usando agregação e análise de biomarcadores, como movimento, pode ajudar a estabelecer as bases para uma medição mais precisa e objetiva da dor crônica e tem o potencial de ajudar a eliminar a subjetividade e os vieses das perspectivas tanto do paciente quanto do médico.

Ser capaz de quantificar objetivamente a dor pode ajudar a resolver outros problemas que afetam nosso sistema de saúde. Por exemplo, o fato de os médicos poderem prescrever com maior precisão quando e em que dose os analgésicos precisam ser administrados pode ajudar a reduzir a possibilidade de geração de vieses ou prescrição excessiva e potencialmente iniciar uma dependência de opioides. E se algum dia conseguirmos integrar dispositivos médicos, como estimuladores da medula espinhal, com inteligência artificial para prever sinais de dor crônica - outro objetivo de nossa colaboração com a Boston Scientific - poderíamos ajudar algumas pessoas a definir a quantidade de analgésicos de que precisam diariamente, em vez de usar uma receita geral.

Nosso trabalho com a Boston Scientific baseia-se na visão de IBM Research de criar uma plataforma digital de saúde para o tratamento mais personalizado de doenças. Com a inteligência artificial, estamos criando algoritmos e plataformas que podem coletar uma série de métricas e biomarcadores não invasivos de pacientes que dão seu consentimento por meio de canais específicos. Integrar a análise de biomarcadores como fala, movimento, dor e sono em uma plataforma abrangente pode ajudar os médicos a obter uma imagem mais holística e precisa da saúde de seus pacientes.

 


Jeff Rogers, IBM Research

https://www.jneurosci.org/content/24/46/10410?eaf=

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3799881/

https://academic.oup.com/brain/article/136/9/2751/291636?login=true

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https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19012357/

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https://www.nature.com/articles/s41598-017-04009-9

https://journals.plos.org/ploscompbiol/article?id=10.1371/journal.pcbi.1002719#s2

https://academic.oup.com/painmedicine/article/16/7/1301/1917534


Janeiro verde: Camisinha é aliada essencial na luta contra o câncer de colo de útero e outros tumores. Entenda

Preservativo diminui o risco de contaminação pelo HPV, que é responsável por tumores no útero, pênis, entre outros



Provavelmente você não associaria a camisinha com prevenção ao câncer. Mas ela é uma importante aliada para evitar o surgimento de tumores nas mulheres e também nos homens, aponta o médico Andrey Soares, do CPO/Oncoclínicas. Isso porque, além de proteger das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), o preservativo evita o contágio do papiloma humano (HPV), que é o principal responsável pelo câncer no colo do útero. Mas não só ele. Nos homens, há uma forte relação também com o surgimento de tumor no pênis.

"Além da vacinação em meninas e meninos contra o HPV, a camisinha ainda é a principal barreira de transmissão e, embora se conheça melhor essa relação entre o tumor no útero com o contágio do vírus, ainda é grande o desconhecimento em relação ao câncer peniano. Os homens, em geral, tendem a se preocupar menos com a saúde, fazer menos exames, e etc, até por uma questão cultural mesmo. Então, informar sobre a importância do uso da camisinha também na prevenção do câncer masculino é fundamental e dever dos agentes públicos", cobra o oncologista.

E a fala dele é apoiada por números. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a relação entre o sexo desprotegido e câncer não é conhecida pelos brasileiros: entre 1500 entrevistados, quase 30% dos brasileiros não imaginam que usar preservativos pode reduzir o risco de desenvolver câncer. E são muitos os tipos que podem sofrer influência da contaminação do HPV:

"Os preservativos estão comumente relacionados à proteção contra o HIV, mas também são o modo de combate a formas de tumor que têm relação com o HPV, como colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta", explica o especialista.

O câncer de pênis é considerado raro, mas seu prognóstico pode ter consequências devastadoras para a vida do paciente. Em muitos casos, é necessário fazer a amputação do órgão, embora quando diagnosticado em estágio inicial, apresente elevada taxa de cura. No entanto, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico, o que diminui a sobrevida e as chances de um tratamento com menos consequências físicas. Segundo os últimos dados disponíveis, 402 homens morreram em decorrência deste tumor no ano de 2015.

Já o tumor no Colo do Útero é o terceiro mais comum entre as mulheres. Também causado em grande parte pelo HPV, ele pode ser detectado no exame preventivo ginecológico, que deve ser realizado anualmente por todas as mulheres sexualmente ativas. Através do exame, é possível ver se o vírus sofreu alguma mutação que poderia levar ao câncer, tratando o local antes mesmo de malignidade. São mais de 6 mil óbitos por ano por conta do tumor. 



Desconhecimento e preconceito atrapalham prevenção

O desconhecimento leva à desproteção: 59% dos brasileiros não usa preservativos como medida de prevenção à doença. Outra aliada importante é a vacinação de meninos e meninas contra o HPV, que ainda sofre bastante preconceito e resistência na sociedade brasileira. Além, é claro, da falta da informação sobre ela. O assunto é tão sério que a Organização Mundial de Saúde (OMS) precisou se pronunciar, afirmando que a vacina é "segura e indispensável".

"Os rumores infundados sobre as vacinas contra o HPV seguem adiando ou impedindo de modo desnecessário o aumento da imunização, que urgentemente necessário para a prevenção do câncer cervical", disse em evento no começo de 2020 Elisabete Weiderpass, diretora do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC), vinculado à OMS.


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