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terça-feira, 12 de junho de 2018

As redes sociais estão atrapalhando os relacionamentos?


 Controle do parceiro nas redes sociais, busca por aprovação e vício em aplicativos de relacionamentos. Psicóloga comenta os desafios de conciliar a tecnologia e os relacionamentos


Uma pesquisa realizada pela psicóloga Gwendolyn Seidman, do Albright College, mostrou que pessoas ansiosas e que sofrem de instabilidade emocional possuem o costume de “stalkear” o parceiro nas redes sociais. Segundo o estudo, as redes sociais podem acentuar esses traços de personalidade, mas à medida que o relacionamento evolui, a desconfiança e a insegurança tendem a diminuir. Não é nenhuma novidade que a tecnologia modificou as relações pessoais, contudo, por se tratar de um fator recente, estudos ainda estão demonstrando os impactos disso para a sociedade.

Outro estudo da universidade de Missouri, nos Estados Unidos, denominado “The Impact of Twitter Use on Relationship Infidelity and Divorce” evidenciou que pessoas que acessam o microblog com frequência costumam enfrentar mais problemas nos relacionamentos. Para a psicóloga Katyanne Segalla, estar aberto ao diálogo e o autoconhecimento podem ajudar a resolver conflitos deste tipo. “Antes de tudo é preciso respeitar a privacidade do outro e expor sua visão sobre a questão. Compreender as raízes desses sentimentos, como o ciúmes ou a insegurança, por exemplo, pode ajudar a amenizar esses comportamentos prejudiciais para o relacionamento”, afirma a especialista.

Ela ainda ressalta que a tecnologia por si só não é nenhuma vilã dos relacionamentos. “Muitos casais utilizam como uma forma de aproximação e diversão sem problemas. As redes sociais apenas potencializam e expõem as fragilidades já existentes dentro da união”, comenta.


Aplicativos de relacionamento

O uso de aplicativos de relacionamento também cresceu muito na última década. Uma pesquisa realizada pelo site de encontros Match.com revelou que 15% dos solteiros estavam viciados no processo de procurar encontros online. A geração dos millennials, pessoas nascidas a partir dos meados dos anos 1980, são os que mais sentem os efeitos da tecnologia nos relacionamentos, com 125% mais propensão a se sentirem viciados nos aplicativos de relacionamento.

A busca incessante pela alma gêmea nos aplicativos podem gerar ansiedade e uma cobrança exacerbada em relação a aparência, além disso o usuário pode começar a se sentir descartável em suas interações sociais, de acordo com o estudo publicado no American Psychological Association. “Utilizar aplicativos para buscar um relacionamento por si só não tem problema algum, mas assim como outras redes, é preciso buscar equilíbrio e não se tornar refém daquilo”, finaliza a psicóloga.





Katyanne Segalla - Psicóloga clínica, psicoterapeuta, pós-graduada em psicoterapia junguiana. Especialista em temas sobre comportamento, relacionamento e saúde emocional. Realiza atendimento de crianças, adolescentes, adultos e idosos.  CRP:06/126673 (https://www.facebook.com/psievida)



Dia dos Namorados: O amor não tem idade


Neste Dia dos Namorados temos que lembrar que amor não tem idade. Isso mesmo! O Brasil enfrenta hoje a realidade do envelhecimento populacional.

Baseado no Censo de 2010 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou em 2017 a população de idosos em 30,2 milhões, isso devido a um crescimento de 18% dessa população (IBGE, 2018).

Outro fenômeno que tem ocorrido é a maior participação de idosos em atividades sociais e culturais que nos levam a mais um tabu a ser discutido: a sexualidade de idosos.

Os estudos atuais evidenciam que a prática sexual entre idosos sofreu grande revolução após o uso de medicamentos para tratar a impotência sexual masculina (Olimpia, 2011; Rozendo, Alves, 2015).

Da mesma forma, os estudos apontam que embora os idosos possuam informações sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), existe pouca adesão ao uso de preservativos (masculino e feminino) (Laroque et al, 2011; Rozendo, Alves, 2015).

Ambos estudos evidenciam que o processo de envelhecimento requer a conscientização dos profissionais de saúde de que os idosos são sexualmente ativos, portanto expostos às DST.

Nesse sentido, os idosos devem ser estimulados e orientados, e que a abordagem da questão do uso do preservativo seja um assunto natural tanto durante as consultas, como nos grupos e eventos organizados que atinjam esta população.
A infecção por doenças sexualmente transmissíveis tem um impacto negativo na saúde do idoso em geral, e, portanto também na qualidade de vida do idoso, por esse motivo os idosos devem estar atentos, buscando práticas de autocuidado e estilo de vida saudável.





Rosemeire dos Santos Vieira - Coordenadora do Curso de Especialização em Enfermagem em Gerontologia e Geriatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e Profa. do Curso de Graduação em Enfermagem FCMSCSP. Contato: rosemeire.vieira@fcmsantacasasp.edu.br



Referências 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Agencia IBGE de Noticias. Número de idosos cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. Acesso em: 11/06/2018. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-milhoes-em-2017.html
Laroque MF, Affeldt AB, Cardoso DH, Souza GL, Santana MG, Lange C. Sexualidade do isoso: comportamento para a prevenção de DST/ AIDS. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2011 dez;32(4):774-80.
Rozendo AS., Alves JM. Sexualidade na terceira idade: tabus e realidade. Revista Kairós Gerontologia. 2015:18(3), julho-setembro. pp. 95-107.
Olimpia HCC. Tudo azul com o sexual? Viagra e sexualidade. Reverso: Belo Horizonte, 2011: Ano 33 n. 61 p. 83 – 90 JUn


É namoro ou união estável? Como definir cada tipo de relação


Relacionamento afetivo com moradia em casas separadas pode ser considerado união estável


Quando duas pessoas vivem uma relação amorosa, moram em casas separadas mas compartilham, além do amor, contas e bens adquiridos juntos, este casal vive uma união estável ou são apenas namorados?

Por não se fazer tal questionamento, principalmente no início da relação, muitos ex-parceiros conquistam direitos como pensão alimentícia e patrimônio, seja na dissolução em vida, seja na dissolução por morte da relação. 

"As confusões entre namoro e união estável ocorrem em razão do fato de esta, poder caracterizar-se sem que o casal more na mesma casa. Tanto o namoro quanto a união estável dão-se no plano dos fatos. Porém, apenas a união estável tem efeitos jurídicos e gera direitos", explica Dra. Regina Beatriz Tavares da Silva, advogada especialista em direito de família e presidente da ADFAS (Associação de Direito de Família e das Sucessões). 

A especialista explica que, para que seja considerada uma união estável, a relação precisa atender a quatro critérios, que devem ser verificados ao mesmo tempo: tratar-se de uma união pública, reconhecida socialmente, contínua e com a constituição de família. Se algum desses requisitos não for identificado durante a vigência da relação, o juiz pode considerar que o relacionamento caracteriza-se apenas como um namoro, não gerando quaisquer obrigações jurídicas em caso de separação. No entanto, a lei não estabelece como requisito da união estável a moradia na mesma casa, e aí é que surgem as dificuldades de identificar o que é mero namoro do que é efetivamente uma união estável.

As trocas econômicas, como viagens e jantares propiciados por um dos parceiros, e o auxílio em alguns cuidados domésticos, comuns em muitos relacionamentos de namoro, são pontos que tornam ainda mais difícil identificar a natureza da relação, conforme aponta a advogada. As pessoas, via de regra, sabem se vivenciam um namoro ou uma união estável, mas, quando dissolvem a relação, levando a questão ao Juiz, um deles pode querer se locupletar às custas do outro, alegando que viveram uma união estável quando na verdade era apenas namoro.

No caso da aquisição de bens em conjunto por um casal de namorados, Dra. Regina Beatriz recomenda que sejam tomados cuidados para impedir prejuízo a uma das partes, principalmente no que se refere à titularidade de automóveis ou imóveis, por exemplo. "Se o bem foi adquirido em nome dos dois será de ambos. No entanto, se ficar apenas em nome de um deles haverá necessidade da prova do montante do capital empregado pelo outro, para que se comprove a chamada sociedade de fato e direito de cada um sobre o bem".

Embora reconheça a dificuldade em definir quando a relação evolui de um simples namoro para a união estável, a presidente da ADFAS ressalta a importância dessa constatação. "É preciso que saibamos distinguir um namoro entre pessoas que não moram juntas e não formam uma família, das relações estáveis que se constroem por meio do tempo e não realizam uma celebração formal. Para isto, a declaração de namoro deve ser realizada pelos namorados e o pacto de união estável deve ser realizado entre os companheiros. Assim, evitam-se as confusões com os direitos e deveres", conclui Dra. Regina Beatriz.



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