Controle do parceiro nas redes sociais, busca por aprovação
e vício em aplicativos de relacionamentos. Psicóloga comenta os desafios de
conciliar a tecnologia e os relacionamentos
Uma
pesquisa realizada pela psicóloga Gwendolyn Seidman, do Albright College,
mostrou que pessoas ansiosas e que sofrem de instabilidade emocional possuem o
costume de “stalkear” o parceiro nas redes sociais. Segundo o estudo, as redes
sociais podem acentuar esses traços de personalidade, mas à medida que o
relacionamento evolui, a desconfiança e a insegurança tendem a diminuir. Não é
nenhuma novidade que a tecnologia modificou as relações pessoais, contudo, por
se tratar de um fator recente, estudos ainda estão demonstrando os impactos
disso para a sociedade.
Outro
estudo da universidade de Missouri, nos Estados Unidos, denominado “The Impact
of Twitter Use on Relationship Infidelity and Divorce” evidenciou que pessoas
que acessam o microblog com frequência costumam enfrentar mais problemas nos
relacionamentos. Para a psicóloga Katyanne Segalla, estar aberto ao diálogo e o
autoconhecimento podem ajudar a resolver conflitos deste tipo. “Antes de tudo é
preciso respeitar a privacidade do outro e expor sua visão sobre a questão.
Compreender as raízes desses sentimentos, como o ciúmes ou a insegurança, por
exemplo, pode ajudar a amenizar esses comportamentos prejudiciais para o
relacionamento”, afirma a especialista.
Ela
ainda ressalta que a tecnologia por si só não é nenhuma vilã dos
relacionamentos. “Muitos casais utilizam como uma forma de aproximação e
diversão sem problemas. As redes sociais apenas potencializam e expõem as
fragilidades já existentes dentro da união”, comenta.
Aplicativos
de relacionamento
O
uso de aplicativos de relacionamento também cresceu muito na última década. Uma
pesquisa realizada pelo site de encontros Match.com revelou que 15% dos
solteiros estavam viciados no processo de procurar encontros online. A geração
dos millennials, pessoas nascidas a
partir dos meados dos anos 1980, são os que mais sentem os efeitos da tecnologia
nos relacionamentos, com 125% mais propensão a se sentirem viciados nos
aplicativos de relacionamento.
A busca incessante pela alma gêmea nos aplicativos podem
gerar ansiedade e uma cobrança exacerbada em relação a aparência, além disso o
usuário pode começar a se sentir descartável em suas interações sociais, de
acordo com o estudo publicado no American Psychological Association. “Utilizar
aplicativos para buscar um relacionamento por si só não tem problema algum, mas
assim como outras redes, é preciso buscar equilíbrio e não se tornar refém
daquilo”, finaliza a psicóloga.
Katyanne
Segalla - Psicóloga clínica, psicoterapeuta, pós-graduada em psicoterapia
junguiana. Especialista em temas sobre
comportamento, relacionamento e saúde emocional. Realiza atendimento de crianças, adolescentes, adultos e
idosos. CRP:06/126673 (https://www.facebook.com/psievida)