Pesquisar no Blog

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Atividades complementares: elas podem mudar a vida do seu filho


As oportunidades que a vida moderna oferece hoje para as famílias fazem com que a grande maioria dos pais comece a criar, cada vez mais cedo, agendas intensas com atividades e compromissos para seus filhos. Percebemos, muitas vezes, certa ansiedade dos pais que querem preencher, o quanto antes, todo o tempo livre dos filhos. A intenção é sempre a melhor possível. Num mundo conectado e altamente competitivo, há pais com receio de que seus filhos fiquem em desvantagem em relação a outras crianças se não tiverem acesso aos conservatórios de música, aulas de gastronomia e robótica ou outras atividades intelectuais, artísticas e esportivas. O resultado disso pode ser desastroso: crianças com uma agenda sobrecarregada, capaz de gerar um stress emocional que mais paralisa do que ativa sua capacidade de se apropriar do mundo que a cerca.

Não é o caso aqui de condenar as atividades complementares, longe disso. O que precisamos colocar em discussão é o verdadeiro papel dessas atividades na formação das crianças e jovens. Se bem dosadas, essas atividades podem, inclusive, mudar o futuro de um indivíduo, ajudando-o a descobrir talentos que nem sempre a escola consegue dar a devida atenção, em virtude do tempo que dispõe. Vale lembrar aqui que boa parte dos países do mundo investe na educação básica de período integral. Isso também reforça o fato de que fazer aulas para além do currículo escolar regular, dentro ou fora da escola, é uma forma de aprimorar as diferentes competências das crianças, facilitando o trabalho de autoconhecimento e de escolha da carreira, no futuro.

Para que essas aulas extras não demandem apenas dinheiro e tempo de pais e filhos, e tragam benefícios concretos, é preciso tomar alguns cuidados na hora de definir o curso ou atividade, levando em conta o perfil da criança. Não basta apenas escolher para o seu filho o esporte da moda ou aquela atividade que o melhor amigo dele está fazendo ou, pior, aquela cujos horários sejam mais convenientes para nós, adultos. É comum vermos pais em busca de completar a agenda dos filhos com a intenção apenas de preencher os dias da criança a fim de ocupá-las. E desculpa mais ouvida é a de “aproveitar” bem o tempo. E aí, acabam definindo de forma aleatória o que a criança ou o adolescente vai fazer. Ao escolher o que eles vão praticar enquanto não estiverem na escola, a prioridade dos pais deve ser responder à seguinte pergunta: quais os verdadeiros interesses do meu filho? A principal parte interessada nessa história é a criança - e, por isso, ela deve ser considerada e co-responsabilizada nessa escolha.

É preciso prestar atenção na criança, incluindo seus interesses e necessidades na definição da sua agenda semanal. Somente assim ela poderá ser cobrada pelas suas responsabilidades e entregas. Observamos com frequência que, quando permitimos que elas participem das escolhas, há um envolvimento maior e um melhor aproveitamento. O que acaba criando oportunidades reais de desenvolvimento de habilidades que poderão fazer a diferença no futuro pessoal e profissional desse estudante.  Por fim, para definir uma agenda de atividades extracurriculares é preciso ter em mente que a diferença entre o remédio e o veneno é somente a dosagem! Se, nem mesmo nós, adultos, conseguimos lidar bem com uma agenda sobrecarregada, que dirá crianças que precisam, entre outras coisas, continuar a serem crianças. Com tempo livre para o cultivo da curiosidade, das descobertas e do descanso necessário para o crescimento saudável. Portanto, escolha junto com o seu filho o que ele irá fazer ao longo do ano, garantindo uma agenda e rotina que o permita aprender e evoluir mas também brincar e encarar a vida com a leveza e encantamento essenciais para essa fase da existência.





Acedriana Vicente Sandi - diretora pedagógica da Editora Positivo.



Inteligência emocional deve ser trabalhada em casa e nas escolas, alertam educadores



Desenvolvimento das habilidades socioemocionais permite que crianças e jovens reconheçam suas próprias emoções e a maneira mais adequada de lidar com elas


Habilidades sociais e emocionais são aplicadas e exigidas em diversas situações ao longo da vida de um indivíduo. Os pais são os maiores responsáveis pela formação e desenvolvimento de seus filhos nesse sentido, mas um número cada vez maior de especialistas em educação defende também que a escola é um ambiente propício para ajudar crianças e jovens a desenvolverem as chamadas competências socioemocionais. O termo inteligência emocional está cada vez mais presente nas discussões entre gestores escolares e educadores quando se trata de definir quais os novos papéis que a escola atual deve assumir para preparar seus alunos. A aprendizagem emocional é o processo pelo qual os indivíduos reconhecem e administram emoções, conseguindo assim estabelecer relações saudáveis, se comportar de forma ética e responsável, o que evita atitudes negativas. O tema despertou a atenção dos pais com as notícias de casos de suicídios entre jovens em colégios de São Paulo.

Além de fundamental para o sucesso nos relacionamentos interpessoais, a inteligência emocional traz impactos significativos para o bom desempenho acadêmico. Uma pesquisa do departamento de Psicologia da Universidade de Chicago realizada com 270 mil alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio apontou que estudantes submetidos ao aprendizado de competências socioemocionais apresentaram uma melhora de 11% em suas notas. A diretora pedagógica da Editora Positivo, Acedriana Vicente Sandi, afirma que pais e professores precisam considerar o desenvolvimento da inteligência emocional como mola propulsora que potencializa a aprendizagem. “Não há como pensar em um desenvolvimento cognitivo sem considerar o desenvolvimento emocional. O aprendizado nasce da provocação que nos retira da indiferença e se essa provocação for positiva, muito melhor”, explica Acedriana.

Na Educação Infantil, jogos e brincadeiras - longe de representarem perda de tempo - são elementos vitais para ajudarem a desenvolver as habilidades emocionais. A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera como eixo estruturante da Educação Infantil as interações e as brincadeiras. Para Acedriana, todos os direitos de aprendizagem e desenvolvimento nessa fase – conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se – dependem do controle e da lida com as emoções para que possam avançar. “Como a BNCC determina onde se quer chegar, os currículos, obrigatoriamente, terão que compor os caminhos para alcançar o que está proposto no documento, contribuindo para esse processo de aprendizagem emocional”, reforça. Um bom exemplo, segundo Acedriana, são as situações nas quais as crianças devem ampliar o seu repertório, falando e ouvindo. “Este é um momento especial para desenvolver a capacidade empática de considerar o outro, ouvir com respeito o que ele tem a contar e acolher as diferenças”, explica.

Tão importante quanto destacar e ajudar a desenvolver o comportamento positivo é considerar no contexto da sala de aula o trabalho com as emoções negativas. Para Michelle Norberto, gestora e professora do 3º ao 5º ano do Colégio Positivo Júnior e especialista em Educação Inclusiva, assim como todas as demais emoções, a raiva e a tristeza devem ser discutidas e admitidas como válidas. “É fundamental que a criança saiba que, em alguns momentos, pode sentir essas emoções e que isso não é algo ruim. O que deve ser trabalhado são estratégias para que a criança possa identificar o que provoca essas emoções, que saiba nomear essas emoções quando as sentir e o que deve fazer em relação a isso”, explica a professora. Segundo a gestora, existem ferramentas para trabalhar com as crianças a inteligência emocional. Uma delas é o “emocionômetro”, pelo qual a criança pode demonstrar, a cada dia, como ela está emocionalmente. “Outra alternativa são os trabalhos de assembleias de classes - espaços de discussões proporcionados em sala, nos quais as crianças podem colocar seus sentimentos, preocupações e, por meio da mediação do grupo, ampliar essa inteligência”, descreve.

Para a professora Fabíula Galina, gestora do 6º e 7º ano do mesmo colégio, a abordagem com crianças e jovens deve ser diferente. “Atividades lúdicas, fantoches e teatros são boas alternativas para se trabalhar as emoções que rondam as crianças. No caso dos adolescentes, o que funciona bem são dinâmicas de grupo, filmes, jogos e roda de conversas”, afirma. O trabalho deve ser realizado de forma que eles aprendam a demonstrar as emoções negativas de maneira correta, sem adotar comportamentos agressivos ou de birra. “É importante destacar que não vivemos 24 horas por dia satisfeitos e felizes, temos que fazê-los entender que os sentimentos de tristeza e raiva fazem parte de nossa vida, e a forma de expressá-los é que fará a diferença”, destaca a professora. É o exercício da autopercepção e do autocontrole que vão consolidar a inteligência emocional.


O papel dos pais

Os pais também têm um papel fundamental no desenvolvimento da inteligência emocional dos filhos. A psicóloga escolar Mariana Drabik Vieira, do Colégio Positivo Júnior, dá dicas de como fazer isso.
  1. Estabelecer uma relação de confiança e vínculo afetivo;
  2. Ajudar a nomear os sentimentos e sensações;
  3. Valorizar os aspectos positivos e as ações positivas, em vez de evidenciar as
  4. negativas;
  5. Realizar cobranças de acordo com a faixa etária. Não sobrecarregar as crianças com ações que elas ainda não são capazes de realizar sozinhas;
  6. Em vez de privar a criança das situações de frustração, trabalhar e desenvolver a consciência diante delas;
  7. Deixar claro a hierarquia que deve existir nas relações entre pais e filhos, professores e alunos, e que há regras que são inegociáveis;
  8. Os pais devem estar presentes, fisicamente e emocionalmente, na vida dos filhos;
  9. Desenvolver nas crianças o saber escutar e dialogar.



Colégio Positivo



Aprenda como se livrar de cinco obstáculos que atrapalham sua felicidade


Monge Hondaku explica os cinco pontos que devemos mudar para finalmente encontrarmos nossa felicidade plena


A busca por uma vida espiritualizada parece ser uma necessidade do ser humano há milênios, principalmente quando a vida parece estar sem sentido ou quando tudo parece estar dando errado. Nessa mesma proporção também parece que o ser humano sempre busca o mais simples, o mais fácil e porque não, o mais rápido, para resolver seus problemas, mesmo em se tratando de evolução espiritual.

Nossos aplicativos de mensagens que o digam, com tantas correntes, orações e barganhas espirituais que recebemos constantemente de amigos e parentes. Mesmo que você afirme categoricamente que tudo é uma grande bobagem, sempre pensamos: “ahh.. não faz mal a ninguém, vai que é verdade!”. E lá vamos nós com toda a ilusão e materialismo espiritual buscando o mágico.

O que precisamos entender é que o caminho espiritual é árduo e necessita de aquisição de conhecimento, prática e confiança para que então possamos vislumbrar alguma realização. E isso toma tempo, muito tempo, além de foco e disciplina.

E isso você só consegue quando investiga seus propósitos e suas intenções, sempre lembrando que o caminho espiritual é seu e não do outro.

Como nem tudo são flores nesse caminho, no budismo temos uma visão de que temos que sempre observar os obstáculos na nossa jornada e lidar com eles todos os dias, em todos os momentos. A ideia é eliminá-los um a um para que nossa caminhada seja cada vez mais tranquila, embora longa e sujeita a turbulências.

Confira a seguir os cinco obstáculos que podem atrapalhar sua evolução espiritual:
Individualismo O primeiro e maior obstáculo de todos é a crença de que somos seres individualistas e que nossas ações não afetam as pessoas, a natureza e outros seres ao nosso redor. Essa crença leva ao desenvolvimento da soberba e da arrogância, nos colocando em uma posição de falsa superioridade em relação aos outros seres, desenvolvendo o que o Lama Chogyam Trungpa definiu como “materialismo espiritual”. Quando entendemos que somos parte de uma mesma rede intrínseca de seres e que nossas ações afetam todo o ecossistema no qual vivemos, começamos a falar, pensar e agir de forma mais sábia e compassiva.

 Entenda definitivamente que você não é uma ilha e nem é o dono ou dona do mundo.

Dúvida - Aí vem a dúvida, o ceticismo para atrapalhar as coisas. Nada impede você de testar os ensinamentos que aprende e verificar se eles são válidos ou não. Sou partidário de que não precisamos de dogmas cegos e inatingíveis, mas sim de uma boa dose de confiança prévia. Liberte-se de seu ceticismo e se dê uma chance. Aguce sua curiosidade e busque um sentido nos ensinamentos que recebe na vida. Acredite. Você vai se sentir muito mais aliviado como ser humano.


Raiva - De uma maneira quase óbvia, a raiva e a má intenção aparecem como itens importantes para nossa prática espiritual. No budismo, diz-se que existem três venenos mentais agindo constantemente em nós e por isso ficamos presos aos nossos sofrimentos. Junto com a ignorância e a ganância, a raiva se apresenta como a terceira e implacável corrupção mental que nos paralisa de vivermos uma vida plena. Prestar atenção na fala correta e no pensamento correto nos ajuda a desenvolver o antídoto necessário para adicionarmos mais compaixão às nossas atitudes, determinando uma cura sistemática para as nossas manifestações egóicas. A raiva se desenvolve principalmente pela nossa frustração em não sermos considerados únicos e superiores aos demais seres, querendo assim que nossa opinião e atitude sempre prevaleçam. Agir de maneira compassiva nos leva a uma nova dimensão de vida. Deixamos de agir com a mente maligna para inundar nosso coração de bondade.


Presunção - A presunção se apresenta como a quarta barreira a ser transposta. Nosso orgulho faz com que achemos que estamos sempre certos e os outros errados e mais uma vez nos colocamos como seres superiores e dotados de uma opinião imutável. Tal modo de ver o mundo fecha as portas do conhecimento e da transformação. Mais uma vez prestar atenção nos outros e se abrir a escutar o mundo é o melhor caminho para tirar esse obstáculo da frente. A humildade de rever opiniões e conceitos faz com que possamos desenvolver uma mente compassiva e sábia. Lembre-se que um bom mestre é aquele que sabe aprender, para então poder ensinar.


Ignorância - Por fim, a ignorância no sentido de desconhecimento é um veneno mental que freia nossa busca. A busca por um conhecimento sem um objetivo claro nos faz perder tempo e nos iludir com resultados ilusórios que na verdade nunca virão. Busque sempre conhecer as verdades doutrinárias dos caminhos a serem seguidos e valha-se de informação sobre aqueles que você segue e deposita sua confiança. Conhecer é o primeiro passo dessa busca, para então praticar.

Como vimos, para sermos pessoas melhores, precisamos basicamente deixar de lado o egocentrismo e desenvolvermos uma visão compassiva e sábia do mundo. Não importa a crença ou religião escolhida, lembre-se de que são nossas atitudes que formam nosso caráter e faz com que colhamos os frutos em nossas vidas. Apenas crer sem agir é inútil.







Mauricio Hondaku - um monge totalmente fora dos estereótipos. Executivo da área de vendas e palestrante motivacional. Adora rock'n'roll, tatuagens, bike de estrada e um bom papo com amigos. Segue a filosofia budista há 32 anos e tornou-se Monge há seis. Pertence à Ordem Shinshu Otani - Higashi Honganji. Apaixonado pela cultura oriental e artes marciais desde a infância. Dá uma perspectiva moderna e simples aos ensinamentos budistas, sem perder a tradição. Primeiro monge brasileiro convidado a fazer uma série de artigos para a Revista Tricycle, principal revista budista do mundo.

Posts mais acessados