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sexta-feira, 2 de março de 2018

Cerca de 18% das mulheres sofrem de migrânea vestibular



Síndrome causa tontura e enxaqueca e tem fator hereditário


#diainternacionaldamulher




As mulheres são as mais afetadas pela migrânea vestibular, síndrome caracterizada por crises de tontura que podem vir acompanhadas de dor de cabeça (antes, durante ou após a crise de tontura). Além da cefaleia pulsátil pode haver fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos.

Estatísticas mundiais mostram que 18% das mulheres sofrem com a doença, em especial pelas oscilações hormonais às quais são submetidas ao longo da vida (menarca, ciclo menstrual, pré-climatério, menopausa). A migrânea afeta 6% dos homens.

A migrânea vestibular é uma forma de enxaqueca que afeta o vaso do labirinto e ocorre por predisposição genética ou hereditária. Há uma redução súbita do fluxo de sangue para o sistema vestibular, que é o órgão responsável pelo equilíbrio. A Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Dra. Jeanne Oiticica, explica que nem toda enxaqueca é uma migrânea vestibular, mas toda migrânea vestibular é uma forma de enxaqueca.

Para se obter o diagnóstico preciso é necessário levar em consideração outras informações relevantes. “Se o paciente tem aura (pródromos ou sinais e sintomas que antecedem às crises e que sinalizam que a crise está por vir, por exemplo perda total ou parcial da acuidade visual, escotomas, formigamento, flashes luminosos no campo visual, escurecimento visual). Se existe cinetose (enjoo de movimento) associada. Quais foram os gatilhos da crise (privação de sono, alimentação, estresse, nervosismo, ansiedade) ”, relata a médica otorrinolaringologista.

O diagnóstico é feito pela história clínica do paciente. Pode-se proceder a avaliação por meio de exames complementares como o de sangue, imagem, auditivos e vestibulares etc., com o intuito de buscar fatores gatilhos e causais associados. É importante buscar um profissional habilitado para o diagnóstico.

O tratamento inclui a correção dos gatilhos e fatores causais associados, medicamentos para tirar o paciente da crise aguda, além de remédios profiláticos que reduzem a frequência e intensidade das crises.

“Embora seja uma doença com fator hereditário e genético, evitar o abuso de determinados alimentos (doces, xantinas, chocolate, vinho, álcool, café), praticar exercícios físicos regularmente, beber bastante água, ter uma boa higiene do sono (evitar privação de sono), controlar os fatores estressores, de nervosismo e de ansiedade contribuem para a prevenção da doença”, indica Dra. Jeanne Oiticica.










Dra. Jeanne Oiticica - Médica otorrinolaringologista, concursada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Pós-Graduação Senso-Stricto da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP. Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Professora Colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Responsável do Ambulatório de Surdez Súbita do hospital das Clínicas – São Paulo.


Dia Internacional da Mulher ainda marca muita luta contra abusos





Em 2018, o 8 de março – Dia Internacional da Mulher - ocorre em meio a um movimento global sem precedentes por direitos, igualdade e justiça. Nesses últimos anos, o assédio sexual e moral, violência e discriminação contra as mulheres capturaram as atenções e o discurso público, com crescente determinação em favor da mudança. Neste sentido, pessoas do mundo todo tem se mobilizado por um futuro mais igualitário, por meio de protestos e campanhas globais de valorização feminina.

Ainda que o Dia Internacional da Mulher seja sempre uma oportunidade para lembrar a necessidade de transformação dessas intenções em medidas concretas para a igualdade e consequentemente para o empoderamento das mulheres, é preciso ter em mente como prioridade o tratamento sobre as questões básicas daquilo que contribui para esse cenário, e que co­la­bo­ram pa­ra o al­to ín­di­ce do cri­me de fe­mi­ni­cí­dio.

Fe­mi­ni­cí­dio ou sim­ples­men­te ho­mi­cí­dio de mu­lhe­res, acontece quan­do o cri­me en­vol­ve dis­cri­mi­na­ção à con­di­ção de mu­lher e vi­o­lên­cia do­més­ti­ca e fa­mi­liar. Hu­mi­lha­ção e me­nos­pre­zo a sim­ples con­di­ção de ser mu­lher. In­fe­liz­men­te exis­te!

A lei 13.104/2015, al­te­ra o art. 121 do De­cre­to-Lei no 2.848, de 7 de de­zem­bro de 1940 – Có­di­go Pe­nal, pa­ra pre­ver o fe­mi­ni­cí­dio co­mo cir­cun­stân­cia qua­li­fi­ca­do­ra do cri­me de ho­mi­cí­dio, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de ju­lho de 1990, pa­ra in­clu­ir o fe­mi­ni­cí­dio no rol dos cri­mes he­di­on­dos.

A criação da Lei Maria da Penha, por exemplo, é bastante positiva à medida que traz luz e uma atenção especial acerca de uma problemática que, infelizmente, ainda é bastante comum, trazendo maior segurança e vigilância nos casos de violência doméstica e familiar. Evidente que ainda são necessários avanços e aprimoramentos.

Mais do que física, a violência abrange abusos sexuais, psicológicos, morais e patrimoniais entre vítima e agressor – que não precisa, necessariamente, ser cônjuge, bastando que tenha algum tipo de relação afetiva.

Muitas de nossas diretrizes ainda são conseqüências de um caráter cultural ultrapassado, mantendo raízes que reforçavam a violência de gênero, a força masculina e a hierarquia patriarcal conservadora.
Ou seja, é necessário que se estabeleça de fato, uma 'luta' contra essa cultura, que tra­ta a mu­lher de forma equivocada, incluindo um incremento nos in­ves­ti­men­tos e po­lí­ti­cas públicas além de atualizações nas atuais leis protetivas à mulher, incluindo a disseminação de Leis e Projetos de Leis que visam o tratamento desses agressores e a diminuição ou o extermínio dos casos de reincidência da prática desses tipos de crimes.

Segundo últimos dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde a taxa de feminicídio no Brasil é de 4,8 para 100 mil mulheres. O Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino mostrou que o número de assassinatos de mulheres negras ou pardas cresceu 54% nos últimos anos. O mapa traz ainda a informação de que o número de estupros ultrapassa 500 mil por ano; e nos casos de assassinatos, 55,3% foram cometidos no ambiente doméstico, sendo 33,2% dos assassinatos, cometidos por parceiros ou ex-parceiros.

Mesmo com a promoção de diversas campanhas, inclusive em esfera Federal, para o enfrentamento à violência contra as mulheres, como a Campanha Justiça pela Paz em Casa (que foi criada em 2015 - destinada à promoção de uma melhor prestação jurisdicional, num esforço concentrado no julgamento de casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres), o que vivemos em nosso país, ainda são números muito significativos de violência, e de reincidência, que ainda mantém o Brasil na quinta posição entre os mais violentos contra o sexo feminino no mundo.

Precisamos de uma melhor estrutura de cumprimento para atender de maneira mais abrangente e eficaz à mulher, de forma que ela se sinta mais segura em denunciar a violência e ter bons motivos para comemorar.







Rogério Cury - especialista em Direito e Processo Penal, sócio do escritório Cury & Cury Sociedade de Advogados e autor de diversas obras para Concursos Públicos.


Sororidade: como praticar a união feminina?



O termo sororidade vem crescendo muito nas redes sociais e tem um significado simples: a união entre as mulheres. A palavra vem do latim sóror, que significa "irmãs", e prega a empatia e o companheirismo, com o objetivo de desconstruir a tradicional rivalidade associada ao gênero feminino.

A ideia de que as mulheres são extremamente competitivas e que não são amigas de verdade é algo que foi construído como uma crença e surge desde a infância. Por isso, elas não se unem e não lutam juntas pelos seus direitos e pela igualdade de gênero. Desta forma, a sororidade surge com o princípio de não julgamento prévio entre as próprias mulheres para que não sejam fortalecidos os estereótipos preconceituosos criados por uma sociedade machista e patriarcal.

"Para abraçarmos a sororidade de verdade, precisamos mudar alguns comportamentos que temos visto nas corporações. Precisamos apoiar umas às outras, fortalecendo a nossa aliança para, assim, de fato, alcançarmos a equidade de gênero no mercado de trabalho", comenta Cris Kerr, CEO da CKZ Consultoria em Diversidade, empresa que apoia corporações realizando programas e treinamentos de diversidade.

A especialista também dá dicas para as mulheres serem mais unidas no ambiente corporativo. Confira:

  • Adote uma postura menos defensiva em relação as outras mulheres, desta forma não haverá um clima de competição;
  • Não julgue uma mulher pela forma como ela se veste. Concentre-se nas competências e na capacidade que ela tem;
  • Não utilize, de forma alguma, termos que possam denegrir a imagem de outra mulher;
  • Não fortaleça os estereótipos de comportamento associados as mulheres como: mandonas, ambiciosas, agressivas e exigentes;
  • Busque ter atitudes de cooperação que possam apoiar outras mulheres.
"Por muitas vezes escutei dos homens que as mulheres não chegam aos cargos de liderança pois estão sempre competindo umas com as outras. A sororidade é um caminho para sermos mais solidárias e fortalecermos a imagem feminina. Dar voz as mulheres é essencial para chegarmos unidas na alta liderança das corporações", finaliza Cris Kerr.


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