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terça-feira, 4 de julho de 2017

Trend Micro: estudo revela produção de fake news e “compra” de seguidores no mercado underground



É possível comprar 300k seguidores por US$2.600 e por US$ 240 “contaminar” uma conta de Twitter com comentários fake


No ano passado – com a campanha dos candidatos à presidência dos EUA, as “fake news” viraram tendência. Na pesquisa “The Fake News Machine: How propagandists abuse the Internet and manipulate the public”, a Trend Micro - empresa especializada na defesa de ameaças digitais e segurança na era da nuvem – explica detalhadamente este fenômeno.

A pesquisa aborda as motivações e o comércio online existente para a disseminação de notícias falsas e manipulação da opinião pública. Além disso, cita também ferramentas de promoção vendidas no mercado paralelo online e usadas para a compra de likes, views e seguidores. 

Um exemplo? Tirar as curtidas e postar comentários negativos no artigo de um jornalista, e promovê-los com 10.000 retweets ou curtidas e 25.000 acessos pode custar $20.400 nos mercados vistos em ação pela Trend Micro.


Mercados regionais

O levantamento explora também esquemas online usados para realizar campanhas de notícias falsas. O mercado chinês, russo, árabe e inglês visitados têm variações regionais. Tudo, desde as promoções em mídia social, criação de comentários falsos, e até mesmo manipulação de votação online são vendidos a preços razoáveis. 

Surpreendentemente, a Trend Micro descobriu que as campanhas de notícias falsas não são sempre trabalhos manuais de robôs programados, mas também são realizadas por pessoas de verdade por meio de grandes programas de crowdsourcing (colaboração coletiva).


Cyber Kill Chain 

A pesquisa também ilustra a cadeia de ações que pode ser estruturada e funcionar de maneira eficiente usando o “Ciclo de Opinião Pública”. Cada etapa é simulada, para no final, entregar notícias falsas online para a população em massa.

Esta estrutura é baseada no famoso Cyber Kill Chain da Lockheed Martin, mas aplicado à opinião pública.

Como um operador emprega ou abusa de mercados underground e legítimo
para disseminar notícias falsas




Desacredite um jornalista por US$ 55.000

Imagine a seguinte situação: um grupo quer afetar a credibilidade e silenciar um jornalista que conta com 50k seguidores no Twitter, 10k amigos no Facebook, e publica artigos que atraem inúmeros comentários.

Por meio de uma campanha de notícias falsas, um grupo atacante pode, no período de quatro semanas, difamar o jornalista usando uma variedade de serviços disponíveis nos mercados online. 

A compra de comentários pode criar uma ilusão de credibilidade. Dentro de 500 comentários, 400 deles podem ser positivos, 80 neutros e 20 negativos. Um custo de US$1.000 para este tipo de serviço resultará em 4.000 comentários. 
Depois de estabelecer uma credibilidade imaginária, o hacker pode lançar sua campanha difamatória contra o alvo. A contaminação de uma conta no Twitter com 200.000 seguidores-robôs custa $240. 

Uma encomenda de um total de 12.000 comentários com a maioria expressando sentimentos negativos e referências/links para reportagens falsas contra o jornalista custará aproximadamente US$ 3.000. 

Promover comentários negativos sobre o artigo de um jornalista com 10.000 retweets e 25.000 visitas, pode custar US$ 20.400 no mercado underground.


O resultado?

Por cerca de US$ 55.000, o conteúdo – supostamente legítimo - pode ser influenciado por inúmeros leitores desavisados que espalham uma impressão fragmentada e negativa da reputação do jornalista. Os pontos reais que o jornalista tinha o intuito de tornar conhecido para a população serão todos apagados pela boataria fabricada pela campanha.

Enquanto o cenário pode parecer apenas uma especulação, versões do fato ocorrem regularmente no mundo real. O que foi exemplificado recentemente por um jornalista no México que se tornou alvo de uma campanha de difamação.


Crie, em um mês, uma celebridade
A plataforma chinesa Weibo, pode tornar uma pessoa comum suficientemente popular nas redes sociais.

Venda de serviços online no mercado chinês (RUB – Moeda Oficial Chinesa)


Por 490 RMB (moeda chinesa) no underground chinês, é possível ganhar 500 seguidores no primeiro dia, e mais 1.000 no segundo dia. Acrescentando 1.000 seguidores/dia, dentro de uma semana, o perfil terá 11.500 seguidores excluindo seguidores orgânicos (pessoas reais que se inscreveram para o perfil por suas próprias razões).

Com menos de US$2,600, um perfil na mídia social pode facilmente alcançar 300K seguidores/mês. Isso pode ser sustentado mantendo o perfil ativo.
Um serviço em massa de fãs, relatórios e comentários, no valor de US$ 1.160 são apenas algumas das opções disponíveis para o operador da conta.


Bom senso e melhores práticas

Independente da mídia impressa, rádio, TV e, atualmente, a Internet, a sociedade sempre levará algum tempo para se educar com relação a um novo canal de comunicação e o discernimento para educar-se a ter um pensamento crítico em tudo que lê e compartilha.

Atualmente as mídias sociais e governos têm feito um enorme esforço para acabar com a estrutura de divulgação de notícias falsas.

O levantamento apresenta as melhores práticas sobre como a pessoas podem melhor detectar e diminuir o impacto das notícias falsas, assim como técnicas de análise aplicadas pela Trend Micro para revelar tais campanhas de manipulação nas mídias sociais. 

O conhecimento destas técnicas também pode ajudar instituições, como governos e canais de mídia idôneos, a determinarem como melhor neutralizá-las. Usar o pensamento crítico é necessário não somente para descobrir a verdade, mas para manter o trabalho sério de jornalistas que utilizam a comunicação como método ativista para detalhar uma visão íntegra dos fatos.

Todos os detalhes técnicos da pesquisa e os insights sobre notícias falsas e manipulação da opinião pública podem ser encontrados aqui.




Trend Micro Incorporated





Lixo já matou mais de mil tartarugas no litoral Norte de SP, de 2016 para cá



Só no litoral Norte de São Paulo, quase mil tartarugas foram encontradas mortas por ingestão de lixo, em 2016. Em 2017, já foram registradas cerca de 300 mortes, de acordo com dados do Instituto Argonauta, uma ONG voltada a pesquisas e conservação marinha, sediada em Ubatuba. O último caso que se tem notícia é de uma tartaruga capturada morta em uma praia de Caraguatatuba, por ter ingerido uma grande quantidade de pedaços de bexiga.
“Provavelmente, essa tartaruga se alimentou da bexiga por confundi-la com a água-viva, que é seu alimento natural. O plástico, infelizmente, é também outro tipo de material muito comum nos oceanos e que deixa as tartarugas igualmente confusas, e por isso é uma das principais causas de morte entre elas”, explica o Biólogo João Alberto Paschoa do Santos, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).

Por ano, estima-se que até 8 milhões de toneladas de plástico são despejados no mar em todo o mundo. “Se levarmos em conta que o tempo de decomposição do plástico é de aproximadamente 400 anos, com essa poluição se repetindo a cada ano, o homem está causando um estrago praticamente irreversível ao meio ambiente. Se não pararmos já com isso, vamos liquidar de vez com a vida marinha”, alerta o Biólogo.

Mas, além do plástico, outros tipos de lixo também oferecem riscos à vida nos oceanos. Confira abaixo os principais vilões do mar e o tempo de decomposição de cada um deles:


- Papel: de 3 a 6 meses

- Tecido: de 6 meses a 1 ano

- Filtro de cigarro: mais de 5 anos

- Madeira pintada: mais de 13 anos

- Nylon (linha de pesca, por exemplo): mais de 20 anos

- Alumínio (lata de refrigerante, por exemplo): mais de 200 anos

- Plástico (garrafas pet, por exemplo): mais de 400 anos

- Vidro (vasilhames, por exemplo): mais de 1000 anos

- Borracha (pneus, por exemplo): tempo indeterminado







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