Só no litoral Norte de São Paulo, quase mil
tartarugas foram encontradas mortas por ingestão de lixo, em 2016. Em 2017, já
foram registradas cerca de 300 mortes, de acordo com dados do Instituto
Argonauta, uma ONG voltada a pesquisas e conservação marinha, sediada em
Ubatuba. O último caso que se tem notícia é de uma tartaruga capturada morta em
uma praia de Caraguatatuba, por ter ingerido uma grande quantidade de pedaços
de bexiga.
“Provavelmente, essa tartaruga se alimentou da
bexiga por confundi-la com a água-viva, que é seu alimento natural. O plástico,
infelizmente, é também outro tipo de material muito comum nos oceanos e que
deixa as tartarugas igualmente confusas, e por isso é uma das principais causas
de morte entre elas”, explica o Biólogo João Alberto Paschoa do Santos, membro
do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
Por ano, estima-se que até 8 milhões de toneladas
de plástico são despejados no mar em todo o mundo. “Se levarmos em conta que o
tempo de decomposição do plástico é de aproximadamente 400 anos, com essa
poluição se repetindo a cada ano, o homem está causando um estrago praticamente
irreversível ao meio ambiente. Se não pararmos já com isso, vamos liquidar de
vez com a vida marinha”, alerta o Biólogo.
Mas, além do plástico, outros tipos de lixo também
oferecem riscos à vida nos oceanos. Confira abaixo os principais vilões do mar
e o tempo de decomposição de cada um deles:
- Papel: de 3 a 6 meses
- Tecido: de 6 meses a 1 ano
- Filtro de cigarro: mais de 5 anos
- Madeira pintada: mais de 13 anos
- Nylon (linha de pesca, por exemplo): mais de 20 anos
- Alumínio (lata de refrigerante, por exemplo): mais de 200 anos
- Plástico (garrafas pet, por exemplo): mais de 400 anos
- Vidro (vasilhames, por exemplo): mais de 1000 anos
- Borracha (pneus, por exemplo): tempo indeterminado
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