Pesquisar no Blog

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Carnaval está aí. Saiba que tipo de maquiagem você deve ou não usar



Glitter é o novo vilão? Dermatologista Livia Pino dá dicas para você brilhar na Festa de Momo sem, no entanto, descuidar da saúde de pele, cabelo e corpo. Purpurina e tintas não certificadas podem ser tóxicas; e crianças não devem ser maquiadas com produtos de uso comum


Assim como na brincadeira de fantasias de bandido e mocinho, cada carnaval surge um novo vilão nas paradas de sucesso. Já foram a bola da vez o mosquito da dengue, o calor, o xixi na rua, lixo... Esse ano, muita gente foi impactada nas redes sociais com textos de conteúdo crítico ao uso de glitter e purpurina. Por ser formado por pedaços de plásticos copolímeros, dióxido de titânio e outros materiais metálicos; nada disso pode ser reciclado e o tempo de decomposição é muito grande, sendo danoso ao meio ambiente. E como é possível imaginar, também pode fazer muito mal à pele. Mas não precisa deixar de brilhar! A dermatologista carioca Livia Pino dá dicas do que pode e não pode ser usado nos dias de folia.

"Independentemente do que cada um for fazer neste carnaval, o mais importante é não deixar os cuidados de lado para garantir saúde e energia para outras tantas festas que virão", destaca a médica.


Glitter - "Evite ao máximo usar purpurina e tintas diretamente na pele. Esses materiais possuem muitos corantes e outras substâncias que podem dar alergia. Recomendo a opção por maquiagens de boas marcas que contenham brilho e cor na sua composição. Esses produtos são mais seguros porque já passaram por testes na Anvisa e são certificados. Ainda assim, você não está livre de ter alergias e o ideal é fazer um teste, pelo menos dois dias antes de usar. Basta passar no punho e esperar para saber se terá qualquer reação. Sugiro também usar sempre uma base ou pó para funcionar como uma barreira de proteção entre o glitter e a pele. E não use tintas e brilhos comprados, por exemplo, em papelarias. Estes são produtos feitos para uso em papel e tecido e são tóxicos à pele", orienta a dermatologista Livia Pino.


E na hora de tirar? - "Nunca esfregar a pele com glitter. Use um pouco de algodão embebido em óleo ou demaquilante bifásico. Deixe a região do rosto de molho por um tempo (como uma compressa) e após alguns minutos faça movimentos suaves para retirar o excesso. Depois, basta lavar em abundância com água e sabonete específico para a pele"


10 dicas para curtir o Carnaval sem descuidar da saúde


1. Filtro solar – como a maioria das pessoas do Brasil tem pele oleosa ou mista, procure um filtro solar oil free ou em gel, com fator de proteção (FPS) 30. O ideal é passar o filtro de 20 a 30 minutos antes da exposição solar e reaplicar o produto a cada duas horas, enquanto estiver em contato direto com o sol. Não se esqueça de proteger as orelhas, pescoço, colo, mãos e dorso dos pés. Dê preferência a filtros que sejam resistentes à água, se você for nadar ou ficar muito tempo na água. É importante que o produto tenha também uma ação hidratante e antioxidante, como a vitamina E. 


2. Filtro solar labial – não podemos esquecer esta delicada área. É importante ficar atento às bebidas com limão, por exemplo, que em contato com o sol podem manchar e queimar a pele ao redor dos lábios. Lembre-se sempre de proteger e lavar bem os lábios. 


3. Óculos, chapéus e bonés – assim como alguns tipos de roupas especiais, eles ajudam a filtrar os raios ultravioleta (UV) e garantem uma proteção solar ainda maior para seu cabelo e pele no carnaval. 


4. Água termal – repõe água, sais minerais e oligoelementos do corpo, promovendo a hidratação da pele durante a exposição solar, além de acalmar sua pele e evitar aquela sensação de ressecamento. Uma dica: guarde a água termal na geladeira e só retire quando for sair de casa. Sua pele irá agradecer! 


5. Loções hidratantes e calmantes pós-sol – exagerou no sol? Sua pele está ardida? Use e abuse de loções calmantes com aloe vera, alfa bisabolol e muito (muito mesmo!) hidratante, pois sua pele precisa dele para se recompor. Dê preferência aos hidratantes a base de óleo de semente de uva, de amêndoas doces, de macadâmia, dentre outros. Isso ajuda a manter a saúde da pele no carnaval. 


6. Cabelos – use sempre máscaras que contenham filtro solar e depois da folia hidrate bastante seus fios. Algumas borrifadas de água termal também são excelentes! Não se esqueça de tomar uma chuveirada de água doce para tirar o sal ou cloro e, em seguida, repassar o protetor. 


7. Limpeza – quando chegar da folia nem pense em dormir sem retirar toda maquiagem, suor e impurezas da sua pele. Um bom demaquilante aliado a um sabonete de limpeza profunda, adequado ao seu tipo de pele, é fundamental! 


8. Bateu uma preguiça? – se você já está quase deitada e não têm ânimo para fazer uma limpeza adequada para a sua pele no carnaval, pelo menos use lencinhos demaquilantes. Deixe-os na mesa de cabeceira da cama e assim não terá desculpas para dormir de maquiagem. 


9. Hidrate-se – beba muito líquido durante o dia. Dois a três litros de água podem fazer milagres pela sua pele no carnaval ou em qualquer época! 


10. Alimentação – uma dieta balanceada e variada, composta por frutas, verduras, legumes e grãos também reflete, e muito, na saúde e beleza da sua pele.

"Seguindo estas dez dicas a saúde do corpo e da pele vão agradecer. Assim dá pra se dizer prontos para a folia, com diversão segura. Agora, nada de exageros para não sentir na pele depois", alerta a médica Livia Pino.


Estatísticas – A pele é o maior órgão do corpo humano e o câncer nessa região é o mais frequente no Brasil, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para 2016 é de 175.760 novos casos de câncer de pele, sendo 80.850 homens e 94.910 mulheres. Se for detectado precocemente, apresenta altos percentuais de cura. Apesar disso, o dado mais recente indica que pelo menos 1.802 morreram em decorrência da doença no Brasil, sendo a maioria de homens.

“A maioria dos casos de câncer da pele pode ser evitada com medidas simples de proteção solar, mas pesquisas recentes indicam que o brasileiro não se protege adequadamente do sol, o que contribui para elevar a incidência da doença”, alerta a médica Livia Pino.






Livia Pino - médica dermatologista, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, tem pós-graduação em Dermatologia pela Policlínica Geral do Rio de Janeiro. Livia atua ainda como professora da Faculdade de Medicina de Valença e Preceptora do ambulatório de Pós-Graduação em Dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro.



O normal virou gordo e o desnutrido virou normal



A ditadura da beleza e como ela estraga a alimentação das pessoas


Estamos no verão e adivinha: vem Carnaval aí! Sol, praia, calor, corpos esculturais e... epa!

Desde as épocas mais remotas sempre houve um determinado tipo físico em que as pessoas se inspirassem por ser considerado belo. Até o início do século XX, a beleza feminina era tida com um dom divino, uma dádiva que só podia ser imitada por meio de recursos que deixassem as mulheres temporariamente similares com o considerado ideal. Alguns destes recursos eram apetrechos como o sutiã de bojo, as perucas, a maquiagem e o espartilho.

Com o desenvolvimento da medicina, alguns dos atributos “não-belos” foram aos poucos sendo classificados como doenças - por exemplo, a obesidade e a desnutrição – e a consequência é que toda a doença está passível de ter uma cura. Então, tratamentos para várias questões, antes consideradas de estética, passam agora a também fazer parte do escopo da saúde. No meio dessa miscelânea estão o peso e a forma física. Desde sempre estiveram compondo as referências de beleza e feiura na história, mas sem dúvida nunca tão fortes como hoje.

Atualmente, basta uma pesquisa simples sobre “mulher bonita” na internet que você perceberá um padrão: jovens, loiras, magras e definidas, com bumbuns avantajados e seios proeminentes.
Em nossa era temos algo inédito: os editores de imagem, onde transformam pessoas já dentro do padrão de beleza em pessoas surrealmente aperfeiçoadas, construindo uma beleza de questionável possibilidade no plano real. Com a ajuda da superexposição dessas imagens, nossa referência vai ficando cada vez mais irreal.

Só para se ter uma ideia, no último Miss Universo, a ganhadora foi a francesa Iris Mittenaere, com um IMC de 18,3 kg/m², o que significa desnutrição grau I. No caso da canadense Siera Bearchell, com um IMC de 19,9 kg/m², a reação de parte do público foi cruel: a moça foi achincalhada e chamada de gorda por muitos internautas, mesmo o seu IMC classificando seu peso como normal. Esse recente episódio nos mostra como a nossa referência de corpo bonito está viciada: o normal virou gordo e o desnutrido virou normal.

Sem dúvidas, o peso corporal e sua composição tem uma relação importante com a saúde, porém não nos moldes que o senso comum diz. Não se trata de negar que o peso corporal tem uma relação importante com a saúde, entretanto o que temos hoje é um grande terrorismo. E com isso, no terreno onde está o peso estão completamente misturadas também a saúde e a estética. Uma mistura tão profunda que é muito difícil percebermos em uma notícia, por exemplo, quando estamos falando de peso e quando estamos falando de estética.

No meio de tudo isso temos a comida. Essencial para a sobrevivência, mas muito temida. E, vale lembrar, atualmente vivemos numa era com muita disponibilidade de comida. Esta é vista como um manipulador do peso e forma do corpo, que, neste espectro, se materializa na forma das dietas da moda, dos alimentos/nutrientes mágicos e dos alimentos/nutrientes perigosos. Embebido no universo em que “cuidar” do peso passou de normal para uma norma de comportamento, o comer passou a gerar muita culpa, pois com frequência este “comer certo” não vem de acordo com o comer cultural, habitual, afetivo, simbólico, social e prazeroso.

Nesse ponto criamos dois polos: um deles, onde a pessoa está buscando alcançar o padrão (mesmo que sem sucesso) por meio da alimentação, medicamentos, shakes, etc.; e no outro polo onde a pessoa nega esse caminho e decide apenas comer. Esse último caso seria uma opção muito saudável se a nossa escolha alimentar não estivesse tão atravessada pela indústria alimentícia, pela propaganda de alimentos, pela onipresença dos ultraprocessados, pelos modos de vida moderno priorizando os meios de produção em detrimento do cuidado do próprio comer, pelo distanciamento do cozinhar, pela não percepção adequada da fome e da saciedade, entre tantos outros fatores.

Com isso, mergulhados nesse mundo onde é necessário ser belo, e não qualquer belo, mas o padrão (irreal), temos um prato cheio para indústria da beleza, que se concretiza num verdadeiro mercado infinito. Muita gente sofre nesse fogo cruzado, na relação com o seu próprio corpo e também no relacionamento com a alimentação. A comida hoje foi reduzida a nutrientes, o que faz bem ou faz mal, o que engorda ou não engorda, o que é saudável ou não saudável – relegando um processo natural a uma dicotomia triste e traumática. E nesse looping eterno, o comer perde espaço para o emagrecer.

É possível ter paz com o seu corpo e com a comida e isso deveria ser muito intuitivo, mas não é. E essa paz não exclui o “estar saudável”. Pelo contrário, inclui. É preciso estar atento e criticar esse modelo de beleza único e de alimentação puramente focada em nutrientes e dicotomias. Assim podemos ressignificar uma cultura, pois a postura de um novo comportamento é o motor da mudança. Essa não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível.





Cezar Vicente Jr. - Nutricionista, supervisor no Ambulatório de Anorexia Nervosa do Programa de Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Ambulim - HCFMUSP). Mestrando em Nutrição e Saúde Pública pela USP.






Correr sem limites: saiba como escolher o tênis correto para sua pisada



Ortopedista fala sobre a importância do tênis adequado para a prática de corrida


Para quem não está acostumado, parece ser loucura levantar da cama cedo e sair correndo alguns quilômetros por aí. Já para quem pratica a corrida, além de ser uma atividade considerada “viciante”, a lista de benefícios para a saúde é imensa – faz bem para o coração, emagrece, diminui a pressão sanguínea, melhora a qualidade do sono, entre outros. 

Não é à toa que cada vez aumentam o número de adeptos a esta atividade. E o melhor, não é necessário ter muita estrutura nem investimento para praticar. 

Basta colocar uma roupa confortável e calçar um tênis apropriado. “Dessa forma, a atividade esportiva pode ser realizada com mais conforto e segurança e assim trazer todos os benefícios inerentes ao esporte”, destaca o ortopedista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dr. Luiz Fernando Bonaroski. 

Isso quer dizer que o tênis para a prática do exercício não deve ser usado somente pela aparência, mas deve proporcionar estabilidade, amortecimento e conforto durante o exercício - evitando que o movimentos repetitivos ocasionem problemas ortopédicos – durante e até mesmo após a atividade física. 



Tipos de pisadas

Outro ponto importante é buscar reconhecer qual é o tipo de pisada, pois cada pessoa pode ter uma diferente. Reconhecê-la pode evitar vícios de postura, lesões nos tornozelos, joelhos e na coluna. 

Segundo o ortopedista, existem basicamente três tipos de pisadas – neutra, supinada (apoio maior sob a borda externa do pé) e pronada (apoio maior sob a borda interna do pé). “Na pronada há maior necessidade que o tênis proporcione mais estabilidade aos pés, pois se trata de um pé com maior frouxidão ligamentar”, orienta o ortopedista. “Já nas pisadas neutra e supinada, há necessidade de maior conforto, já que são pés mais estáveis por natureza”, complementa. 

O tipo de pisada pode ser identificado por uma avaliação especializada com profissional da área por um exame físico. “Uma outra forma é através do tipo de desgaste do tênis. Algumas lojas especializadas possuem dispositivos com esse objetivo. Em casos mais específicos, pode ser utilizado um exame que se chama baropodometria”, explica o ortopedista. 

O médico explica que de maneira geral, os tênis são elaborados para atender essa demanda, porém com a alta tecnologia envolvida, alguns modelos servem para qualquer pisada. “Todos os tênis de corrida possuem algum tipo de sistema de amortecimento. Nas pisadas neutra e supinada,o amortecedor precisa ser um pouco mais efetivo”, orienta o médico.

Em relação a adaptação de um tipo de tênis, o especialista diz que pode variar de pessoa para pessoa. “Mas é fundamental escolher um modelo adequado para corrida e ter orientação de profissionais nessa escolha”, diz.

Outro cuidado que deve ser observado é quanto ao desgaste do tênis. “Após um certo tempo de uso , que vai variar de acordo com a quantidade que é utilizado, o tênis tem que ser trocado com uma certa frequência pois à medida que vai gastando, ele vai perdendo suas características de conforto e estabilidade”, orienta Dr. Bonaroski. 

No caso de corridas em esteiras, o médico recomenda utilizar um modelo mais leve de tênis, pois a esteira já promove uma certa absorção do impacto. 





Posts mais acessados