Pesquisar no Blog

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Como evitar uma gravidez no pós-parto



 
Mudanças na rotina com a chegada do bebê favorecem esquecimento dos contraceptivos e aumentam chances de gestações com intervalos pequenos


A gravidez é um momento importante da vida, que sensibiliza amigos e parentes de forma genuína. O sorriso carinhoso se torna fácil quando se pensa na chegada de um bebê. Mas esse momento especial muitas vezes vem acompanhado de comentários aflitivos sobre as já conhecidas dificuldades do pós-parto. As futuras noites mal dormidas, os cuidados necessários durante a madrugada, as incontáveis trocas de fralda ou a falta de tempo para a mulher se cuidar são apenas algumas das observações inseridas numa conversa que começou tão leve.

Por mais tranquila que seja a chegada do bebê, esses momentos são reais e acabam fazendo com que as mulheres se esqueçam de ações rotineiras, como tomar a pílula para evitar uma gravidez ou retornar às consultas pós-parto. Segundo estudos, 10 a 40% das mulheres faltam na primeira consulta após o nascimento do bebê, o que ajuda a resultar em uma gravidez não planejada[1].

Um dos motivos mais reportados aos médicos para uma gestação durante o puerpério – período em que a mulher deve manter alguns cuidados para atingir a completa recuperação do corpo – e que vai de encontro com o estudo é o esquecimento do anticoncepcional por causa da nova rotina. “O pós-parto é um período estressante, pois o casal está se adaptando a uma nova vida e os horários de descanso são escassos. A utilização de um método contraceptivo é mais uma atividade dentro desse contexto e, muitas vezes, acaba ficando para mais tarde ou sendo esquecida, impactando na eficácia do método e favorecendo uma gravidez não planejada em um período cheio de mudanças”, explica a ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas.

Além do impacto no dia a dia da família, intervalos intergestacionais são recomendados pelos médicos para evitar complicações, reduzindo o risco de mortes maternas e infantis. Quando os intervalos são pequenos, os riscos aumentam. Quando os bebês têm menos de 18 meses de diferença para o irmão, aumentam as chances de parto prematuro, de nascerem subnutridos ou até mesmo com paralisia cerebral. No caso das mães com intervalos intergestacionais menores que seis meses, as complicações variam de sangramento vaginal a anemia e morte1..

Para evitar uma gravidez não planejada nesse período, um detalhe muito importante deve ser considerado, o retorno da ovulação. Quando o corpo da mulher volta a liberar óvulo, ele está apto a engravidar novamente e a amamentação exclusiva é um fator que pode adiar esse momento.

Segundo a especialista, quando as mulheres amamentam os bebês exclusivamente com leite materno, o corpo demora mais tempo para retomar a ovulação, apenas em 20% dos casos o cenário é diferente. Porém, quando o bebê ingere fórmula (leite em pó) ou outros alimentos além do leite materno, esse percentual aumenta.

A ginecologista ainda complementa dizendo que é comum que as mães que não estão amamentando comecem a ovular mais cedo, em torno de 25 dias após o parto, e que, apesar das ovulações muito precoces não resultarem em gravidez, quando ocorrem 42 dias após o parto, podem levar a uma gestação sustentada. “Por isso, é sempre bom que a mulher fique atenta e converse com o médico para encontrar o método contraceptivo mais adequado ao seu perfil e momento de vida, esteja ela amamentando durante o pós-parto ou não”, alerta a Dra. Ilza.

Os métodos contraceptivos que não exigem lembrança e oferecem alta eficácia são os de longa ação. “Nos primeiros meses, que a mulher está focada no bebê, é mais difícil incluir uma atividade com hora marcada nessa rotina. Tornam-se interessantes métodos práticos, como o implante subcutâneo, o DIU de cobre ou o SIU (DIU com hormônio), que requerem troca apenas depois de alguns anos e são os métodos que apresentam a maior eficácia. Como nenhum deles contêm estrogênio, podem ser utilizados por quem está amamentando”, explica a médica.

A recuperação da fertilidade pré-existente ao uso de qualquer um desses métodos ocorre em seguida à retirada, permitindo que a mulher engravide após a próxima menstruação e tenha uma gravidez planejada, caso não haja fatores clínicos precedentes que dificultem a concepção[2].

Outra preocupação recorrente sobre a contracepção no pós-parto é a interferência na amamentação. Por isso, o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto realizou uma pesquisa que comprovou que o implante subcutâneo no pós-parto não interfere na quantidade de leite produzida pela mãe. Além de não interferir na saúde do bebê, o anticoncepcional implantado também traz menos riscos de uma gestação seguida da outra1.


Conheça os contraceptivos de longa ação

Método
Implante de etonogestrel
DIU de levonorgestrel
DIU de cobre
O que é?
Bastonete de 4 cm de comprimento que é colocado no braço da mulher com liberação de progesterona[3]
Sistema intrauterino (SIU) com liberação do hormônio levonorgestrel4
Dispositivo intrauterino que libera cobre dentro do colo e da cavidade uterinos4
Onde é colocado?
No braço não dominante, embaixo da pele3
Dentro do útero, na cavidade uterina4
Dentro do útero, na cavidade uterina4
Como funciona?
A progesterona, hormônio contido no implante, é liberada gradualmente no organismo, com a função de inibir a ovulação, garantindo a contracepção e impedindo a gravidez3.

Deixa o muco do colo uterino muito espesso, dificultando a subida dos espermatozoides até a cavidade uterina, evitando sua chegada às trompas.


Transforma o útero em um ambiente hostil aos espermatozoides, evitando sua chegada às trompas.
O cobre tem ação espermaticida, o que significa que ele destrói os espermatozoides, impedindo sua penetração no útero.

Qual o tempo de ação?
3 anos3
5 anos4
10 anos4
Eficácia[4],[5]
99,95%
99,8%4
99,2%4
Risco de gravidez durante um ano4, 5 (uso típico)
0,05 (0,5 em mil)
0,2 (2 em mil)
0,8 (8 em mil)






MSD

MSD no Brasil


[1] BRAGA, Giordana Campos et al. Immediate postpartum initiation of etonogestrel-releasing implant: A randomized controlled trial on breastfeeding impact. Contraception, v. 92, n. 6, p. 536-542, 2015.

[2] World Health Organization department of Reproductive Health and Research (WHO/RHR) and Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health / Center for Communication Programs (CCP), INFO Project. Family planning: a global handbook for providers. Baltimore and Geneva: CCP and WHO, 2011. Acessado em 15/07/2016. Disponível em: http://www.who.int/reproductivehealth/publications/family_planning/9780978856304/en/
[3] Bula do produto

[4] RADHAKRISHNAN, Sheila. Family Planning. A global handbook for providers. Journal of Obstetrics and Gynaecology, v. 28, n. 5, p. 559-559, 2008.
[5] TRUSSELL, James. Contraceptive failure in the United States. Contraception, v. 83, n. 5, p. 397-404, 2011.




Importância da avaliação da dor




A dor, sintoma associado ao risco real ou possível de lesão no corpo, deve ser investigada e avaliada em todos os espectros da assistência ao paciente, como domiciliar, ambulatorial, emergência, internação, pré e pós-cirúrgico, unidades de terapia intensiva e semi-intensiva. Conhecer a gravidade do desconforto e suas causas possibilita o ajuste da conduta terapêutica, essencial para uma boa evolução e recuperação do quadro clínico.

Para medir a intensidade da dor, as escalas mais comuns são visual analógica; visual numérica e analgésica das faces. As duas primeiras são apresentadas visualmente para que o paciente indique o grau de sua manifestação dolorosa. A última é recomendada às crianças, que identificam por meio de desenhos faciais o que mais se aproxima de seu desconforto. No caso de situações em que o paciente não consegue medir a dor por estar desacordado, por exemplo, as frequências respiratória e cardíaca e a pressão arterial podem indicar alívio ou aumento do desconforto.

“Embora a avaliação da intensidade da dor seja representada por um número
de zero a dez, seu valor deve considerar o contexto em que o paciente está
inserido. Em relação à reavaliação, esta deve considerar os demais efeitos
terapêuticos e colaterais que podem estar associados à medicação oferecida,
como a sonolência induzida por alguns analgésicos”, informa a dra. Juliana Barcellos
de Souza, fisioterapeuta no Hospital Universitário UFSC e membro da diretoria
da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

Muitos pesquisadores defendem que se avalie por intensidade e incômodo,
englobando o aspecto desagradável e o desconforto emocional. “Fazendo uma
analogia simples, temos um rádio, por exemplo. A intensidade seria o volume
do som, alto ou baixo. O incômodo seria a música, agradável ou desagradável,
ou ainda se a estação de rádio está bem ou mal sintonizada. Se o ‘volume
da dor’ for zero, não há mais incômodo”, explica.

Nos hospitais, esta análise deve ser adaptada conforme a situação do paciente – se está acordado, sedado, lúcido ou confuso, por exemplo. “Há outra característica importante e, muitas vezes, negligenciada na assistência hospitalar. Majoritariamente, a internação ocorre devido a uma dor aguda, que exige um cuidado imediato. Contudo, uma parcela dos pacientes é hospitalizada com comorbidades de dores crônicas, que podem, inclusive, ser agravadas devido ao imobilismo durante a internação. Seria necessário associar, sempre que possível, o tratamento à dor crônica e aguda também no ambiente hospitalar”, conclui.





Posts mais acessados