- É possível engravidar
mesmo no estágio 4 da doença, o mais crítico, devido às novas técnicas da
Medicina Reprodutiva
- A indicação de tratamento é a
fertilização in vitro, porque a presença da doença não afeta as taxas de
gravidez por meio deste método, explica o ginecologista e especialista em
Reprodução Humana, Dr. Luiz Eduardo Albuquerque
Cólicas muito fortes antes e durante a menstruação podem ser sintomas de
endometriose, doença que afeta uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva no
Brasil. Em algumas situações, resulta em infertilidade, mas, na maioria das
vezes, mulheres que passam por tratamentos médicos, conseguem engravidar. Como
foi o caso das pacientes da Fertivitro, Ingridh Wanessa Mathiensen e Milena
Osele Nolla, que conquistaram o sonho da maternidade após se submeterem a
procedimentos de reprodução assistida.
A
endometriose é uma doença caracterizada pela presença do endométrio – membrana
que reveste a parede interna do útero – em locais fora da cavidade uterina
como trompas, ovários, ligamentos na pelve, abdome, e até em outras
regiões do corpo, como bexiga, intestino e pulmão.
Atualmente,
a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras, de acordo com a Associação
Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE). Entre 10%
e 15% das mulheres em idade reprodutiva (de 13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e
30% delas correm o risco de ficarem inférteis. “Se a paciente com endometriose
de grau avançado desejar engravidar, a melhor indicação é a fertilização in
vitro, porque podemos minimizar o efeito da doença no gameta feminino (óvulo)
e, como fertilizamos os óvulos em laboratório, não colocamos os espermatozoides
e os embriões (óvulos fertilizados) em contato com a endometriose, melhorando
significativamente as taxas de gravidez por meio deste método”, orienta Dr.
Luiz Eduardo Albuquerque, ginecologista e especialista em Reprodução Assistida,
diretor da Fertivitro.
O
especialista explica que, mesmo ainda não definidas pela ciência, as principais
causas da endometriose podem ser genética, imunológica ou estresse. “Por não
estar comprovada, não há como prevenir a doença. Ela é diagnosticada por
biópsia por meio da laparoscopia e cirurgia. Os exames ginecológicos,
laboratoriais, ultrassonografia e ressonância nuclear magnética podem suspeitar
da doença”.
Estágios
A endometriose é classificada
em quatro tipos, estágios que definem a localização de lesões, grau de
comprometimento dos órgãos e a severidade da doença.
O
sistema de classificação da American Society for Reproductive Medicine (ASRM) é
baseado no aspecto, tamanho e profundidade de endométrios peritoneais e
ovarianos; na presença, extensão e tipo de aderências e no grau de obliteração
do fundo de saco.
Estágio
I (endometriose mínima):
presença do endométrio em um local isolado e sem aderências significantes.
Estágio
II (endometriose leve):
presença superficial do endométrio com menos de 5 cm, sem aderências
significantes.
Estágio
III (endometriose moderada):
presença do endométrio em vários locais da tuba uterina, aderências
peritubárias e periovarianas evidentes.
Estágio
IV (endometriose grave):
presença do endométrio em áreas superficiais e profundas, incluindo
endometriomas (proliferação do tecido endometrial, na maioria das vezes, no
interior do ovário), com aderências densas e firmes nos órgãos, como útero,
trompas e ovários.
Sintomas
A
endometriose pode se manifestar pela dor, como uma cólica intensa, podendo ser
cíclica, relacionada ao ciclo menstrual, ou contínua. Geralmente, a dor começa
antes do ciclo menstrual, aumenta durante o sangramento e diminui no término.
Em alguns casos, a dor é tão forte que pode afetar atividades diárias da
pacientes e a relação sexual. “Exercícios físicos, técnicas de relaxamento e
banhos quentes podem ajudar a diminuir as dores”, indica Dr. Luiz Eduardo
Albuquerque, diretor da Fertivitro.
Além
da cólica menstrual intensa, a paciente com endometriose pode manifestar
alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação, fadiga crônica e
exaustão, sangramento menstrual intenso ou irregular e a dificuldade para
engravidar.
Tratamentos
Existem
dois tipos de tratamentos: com remédios e cirúrgico. A decisão de qual adotar é
definida pelo médico ginecologista, de acordo com a situação de cada paciente.
Os medicamentos utilizados para acalmar a dor e diminuir a evolução dos focos
de endometriose bloqueiam a atuação dos hormônios do ciclo menstrual. Já a
cirurgia irá fazer a remoção dos focos de endometriose, de cistos, e aderências
ou até do órgão afetado, em casos mais críticos.
Mulheres
com endometriose que apresentam sinais de infertilidade, que desejam engravidar
e não conseguem de forma natural, podem recorrer aos tratamentos de reprodução
assistida. O mais indicado é a fertilização in vitro, em que a
fecundação dos gametas (óvulos e espermatozoides) é feita em laboratório.
Geralmente, para estas pacientes, é adotada a técnica de Injeção
Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI), que consiste na introdução,
através de uma micropipeta acoplada a um microscópio invertido, de um único
espermatozoide dentro do óvulo.
Histórias
de sucesso
Milena Osele Nolla – endometriose estágio IV – mãe do Luca, de 7 anos
Aos
24 anos, a nutricionista Milena Osele Nolla descobriu que tinha endometriose
durante uma internação hospitalar em São Paulo (SP), para ser medicada devido a
fortes cólicas menstruais. Após realizar exames clínicos e de imagem, ela foi
diagnosticada com endometriose estágio IV, com útero, bexiga e intestino
afetados por focos de endométrio.
Mesmo
depois de anos de intensas dores abdominais, ingestão de muitos remédios e idas
constantes a hospitais, nenhum especialista conseguiu identificar a doença. “Os
ginecologistas achavam que as minhas cólicas eram ‘normais’, consequência da
menstruação. Por isso, se a mulher sofre muito com a dor antes e depois do
período menstrual, deve procurar um especialista, questionar sobre a
possibilidade de endometriose e se informar bastante, para evitar o sofrimento
e até o risco de não poder engravidar, se for tarde demais”, aconselha Milena.
Por
cinco anos, Milena tentou engravidar de forma natural. Após o diagnóstico da
endometriose, dedicou anos de intenso tratamento contra a doença, com a
administração de medicamentos e a realização de quatro videolaparoscopias,
técnica cirúrgica para a remoção dos focos de endometriose, de cistos, miomas e
aderências. Mas, ainda assim, não conseguia a gestação.
Então,
ela e o seu marido, o analista de sistemas Alexandre Tadeu Nolla, decidiram
buscar ajuda na medicina reprodutiva. Eles fizeram uma pesquisa sobre as
clínicas e os especialistas e chegaram até a Fertivitro. Após quatro tentativas
de fertilização in vitro, por meio da técnica ICSI, na última ela
conseguiu engravidar e o seu filho Luca Osele Nolla, hoje com sete anos, nasceu
em 26 de janeiro de 2009. “O Luca é um milagre, porque a médica que me diagnosticou
no hospital disse que eu não tinha chances de engravidar, pelo fato dos meus
órgãos estarem bastante comprometidos. O Dr. Luiz também foi bem enfático e
alertou que o meu caso era raro e bem complicado, mas que faria o que estivesse
ao seu alcance”, conta.
Para
ela e Alexandre, ainda com todos os pontos negativos dos procedimentos, como
custo, ansiedade, medicação e a frustração de quando não dá certo, sempre vale
à pena recorrer ao tratamento de reprodução assistida para a realização do
sonho de ter um filho. “As mulheres com endometriose devem persistir em seu
desejo da maternidade e buscar bons profissionais. Hoje a ciência está muito
evoluída, pode proporcionar às pessoas com problemas de infertilidade a
realização de ter um filho, seja pela fertilização, doação de gametas, barriga
de aluguel ou qualquer outra técnica”, aconselha. E, ainda, acrescenta: “Eu
faria tudo novamente, porque ser mãe é a coisa mais maravilhosa que existe. A
vida não tem sentido sem os filhos!”.
A
escolha de um bom médico e uma clínica com tecnologia de última geração, equipe
especializada e um atendimento acolhedor são fundamentais para o primeiro
passo, na opinião de Milena. “Quem não conhece o Dr. Luiz, deveria consultá-lo.
Ele é o melhor médico, por falar a verdade, ser muito transparente em todo o
processo e se preocupar com o estado emocional de seus pacientes. Sempre o
indico”, afirma.
Hoje,
Milena vive bem, pois a endometriose está controlada devido ao uso do
dispositivo intrauterino - DIU, anticoncepcional inserido no útero.
Ingridh Wanessa Mathiensen – endometriose estágio I – mãe dos trigêmeos, Alice,
Elisa e Miguel, de 7 anos
Após
um ano tentando uma gestação natural, a professora de Matemática Ingridh Wanessa
Mathiensen e seu marido Adriano Luiz Mathiensen decidiram buscar ajuda com um
especialista em Reprodução Assistida. Fizeram duas fertilizações em Limeira,
interior de São Paulo, sem sucesso. Três anos depois, chegaram à Fertivitro
para mais uma tentativa de tratamento. Em novembro de 2008, ela gerou 9
embriões, transferiu três e, concluído o procedimento da ICSI, Ingridh recebeu
a notícia de que estava grávida de trigêmeos. Prematuros, mas muito saudáveis,
Alice, Elisa e Miguel Ramos Mathiensen nasceram com oito meses, no dia 28 de
julho de 2009. Não precisaram de nenhum tratamento especial, como o uso de
tubos, soros ou medicamentos. “Eles ficaram na UTI neonatal apenas para
observação e se fortalecerem”, conta a mãe orgulhosa. Depois da gravidez, a
endometriose estabilizou e hoje Ingridh passa bem.
A
sua infertilidade foi decorrente de uma endometriose estágio I. Assim como a
paciente Milena, Ingridh apresentava uma forte cólica pré-menstrual e durante a
menstruação, acompanhada de um fluxo menstrual intenso. Mesmo com o uso de
medicamentos e realização de videolaparoscopia, não conseguia engravidar.
“Quando a mulher perceber esses sintomas, deve logo procurar um médico”,
aconselha.
Para
ela, o tratamento de reprodução assistida oferece uma grande oportunidade de
realizar o sonho da maternidade, porque quem faz essa escolha, já tentou de
tudo e não deu certo. “Você leva um susto pela quantidade de medicamentos e é
preciso ter muita disciplina durante o tratamento, mas vale muito à pena. Ser
mãe é conhecer o amor incondicional!”, declara.
Ingridh
comenta que o casal precisa de um apoio mútuo, deve ser parceiro em todo o
processo, desde escolher o especialista até a compreensão no caso de um
resultado negativo ou da decisão de novas tentativas.
A
paciente chegou até a Fertivitro por indicação do seu próprio médico e de
outras colegas que conheciam o Dr. Luiz. “O trabalho dele é excelente e muito
humano. Eu tenho muito orgulho de ter o Dr. Luiz como parte do meu sonho. Ele é
muito cuidadoso com o ser humano, sempre disponível para nos atender”,
reconhece.
E o
seu reconhecimento estende-se a toda equipe da clínica. “Todos lá têm a
preocupação com o ser humano. Você não é só um número”, diz.
Dr.
Luiz Eduardo Albuquerque - diretor clínico da Fertivitro, é ginecologista
especialista em Reprodução Humana. Mestre em Ginecologia pela Unifesp e
pós-graduado em Ginecologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro
(RJ), possui o TEGO - Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia,
certificado pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia
e Obstetrícia). Em seu currículo internacional destacam-se: título de
especialista em Reprodução Humana pelo Instituto Dexeus, certificado em
Barcelona, na Espanha; membro da American Society for Reproductive Medicine
(ASRM), nos Estados Unidos; e membro da European Society of Human
Reproductive and Embriology (ESHRE), na Bélgica. O profissional atuou como
diretor do Núcleo de Esterilidade Conjugal do Centro de Referência da Saúde da
Mulher, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo (SP), durante os anos de 2001
a 2003. Foi médico do setor de Reprodução Humana da UNIFESP (Universidade
Federal de São Paulo), entre 2004 e 2014.