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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Redação Enem 2023: quais as competências necessárias para uma boa nota?

Divulgação
Correção leva em conta cinco critérios básicos para avaliar produção textual; saiba quais são eles


Uma boa redação para provas e exames de seleção é sempre composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. O formato inicial é simples, mas há outros elementos fundamentais para garantir uma boa nota nesse tipo de texto. No caso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), há cinco competências básicas que são consideradas na hora de fazer a correção da redação.

Seguir determinados padrões ao elaborar os argumentos e a estrutura textual é uma boa estratégia para alcançar uma pontuação alta, como explica o assessor de Redação do Sistema Positivo de Ensino Fábio Gusmão. “Estudantes bem preparados estudam e conhecem bem as competências da redação do Enem e sabem trabalhar em cima delas. Assim, apesar do tempo curto e do tema proposto, que é sempre surpresa, é possível conseguir bons resultados”, destaca.

Cada uma das competências estabelecidas para a redação do Enem vale até 200 pontos. É por isso que esse texto pode chegar à nota máxima de mil pontos. Além disso, é indispensável construir o que se chama de “repertório cultural”, um conjunto de conhecimentos variados que contribuem para a argumentação lógica e baseada em boas referências. 


Norma padrão da Língua Portuguesa

A primeira das cinco competências é o uso formal da Língua Portuguesa. Nela, são considerados fatores como a concordância, gramática, pontuação, ortografia, entre outros. “A correção admite até dois erros nessa competência, mas, se o estudante errar mais que isso, a nota máxima já não será uma possibilidade”, afirma o especialista.


Texto dissertativo-argumentativo

Embora seja bastante ampla, a redação do Enem precisa respeitar uma regra básica: é preciso que ela seja um texto dissertativo-argumentativo em prosa. “Esse tipo de texto segue uma estrutura de argumentação, muitas vezes trazendo propostas de solução para uma situação-problema, com coesão e coerência”, detalha Gusmão.

Nessa competência também é avaliado o recorte do tema. “O aluno não pode tangenciar, ou seja, falar de uma maneira muito ampla e não desenvolver a proposta que está na temática”, lembra.


Bons argumentos

É exatamente nesta competência que entra a necessidade de uma sólida construção do repertório cultural. Com base em conhecimentos previamente adquiridos por meio de séries, filmes, livros, músicas, viagens e outros, o estudante precisa apresentar informações que estejam relacionadas ao tema proposto. “É preciso saber relacionar, selecionar, organizar e interpretar informações como opiniões, fatos, argumentos e informações que estejam relacionados à tese apresentada pelo estudante. E, claro, tudo isso deve ter como base informações verídicas”, diz Gusmão.


Construção de coesão textual

Ter uma boa estrutura de introdução, desenvolvimento e conclusão depende, entre outras coisas, da capacidade de organizar o texto de modo que um parágrafo esteja conectado ao outro. “Saber usar os recursos coesivos de forma adequada ajuda a conseguir esse efeito de um texto bem articulado e alcançar a nota máxima nessa competência”, afirma.


Solução e respeito aos direitos humanos

Não basta escrever bem, é preciso fazê-lo sem desrespeitar os direitos humanos. E sim, essa é uma das competências avaliadas na redação do Enem. Além disso, o estudante deve apresentar uma proposta de solução para o problema trazido no tema. O assessor ressalta que “os corretores esperam que o estudante possa explicar como a solução escolhida por ele, como ela pode ser executada, a que ela se destina e quais os seus possíveis efeitos”.

Dentro da proposta de intervenção é preciso haver cinco elementos: ação, agente, modo ou meio, finalidade e detalhamento para qualquer um dos quatro elementos anteriores. “É preciso trazer mais características acerca desse elemento. Se os direitos humanos forem feridos ou faltar um desses elementos, o aluno não alcançará uma boa nota nessa competência”, finaliza.

 

Sistema Positivo de Ensino

 

Educação: a solução que nunca se concretiza

Há quase três décadas, os candidatos em campanha eleitoral repetem uma frase que já se tornou quase lugar-comum: “Sem educação não há salvação”. A afirmativa é absolutamente verdadeira e, portanto, convenientemente reproduzida por governantes, parlamentares, entidades de classe e grande parte da intelectualidade brasileira. Por outro lado, raros são aqueles que, constatando que a salvação até hoje não veio, perguntam-se qual a razão disso. O que sucedeu?

Não há respostas oficiais convincentes. A dura realidade mostra que o Brasil será sempre um país desigual, injusto e violento enquanto perdurar o descaso com a ética e a educação por parte da maioria dos governantes, que insiste em não tratar tais questões como políticas de Estado. Muitos deles entendem ser suficiente a destinação do percentual orçamentário previsto na Constituição Federal, ignorando solenemente que a mudança do panorama atual exige muito mais.

Esse comportamento também pode ser atribuído à passividade de uma sociedade civil egoísta que é incapaz de se revoltar e se indignar com a falta de compromisso dos governantes em relação a um assunto que é fundamental para o desenvolvimento do país e um direito fundamental dos cidadãos.

As discussões hoje são dominadas por questões como tecnologia 5G, inteligência artificial e neo-industrialização, certamente importantes, mas que não deveriam ser postas como o cerne do debate, uma vez que as mudanças mais importantes e urgentes ao país são as revoluções ética e educacional, sobretudo a pública.

É preciso perguntar sempre: como é possível se formar bons médicos e outros profissionais de saúde, engenheiros de telecomunicação, eletrônicos e industriais, advogados, juízes, e profissionais competentes na área de segurança pública e em outros campos essenciais sem que, antes, o país tenha professores de bom nível, capacitados, dedicados, atualizados e bem-remunerados? Esta é a base da revolução que verdadeiramente importa.

A história recente apresenta vários exemplos de como, em poucas décadas, a educação transformou países com economias mais fracas que a do Brasil. É o caso da Coreia do Sul, que apostou na educação e experimentou fantásticos progressos social e econômico.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 1980 o PIB per capita daquele país asiático correspondia a 17,5% do PIB per capita dos Estados Unidos, menos da metade do PIB brasileiro no mesmo ano (39% do PIB per capita norte-americano). Exatos 42 anos depois – período curto historicamente -, o PIB per capita da Coreia do Sul passou a representar 66% do PIB per capita dos norte-americanos, enquanto o do Brasil caiu de 39% para 25,8%. A diferença de performance foi colossal, conforme comprovam esses números.

A evolução e a seriedade na condução das políticas públicas alavancaram a economia e o bem-estar da Coreia do Sul. Enquanto a produtividade média da indústria sul-coreana cresceu à razão de 4,3% ao ano, a do Brasil patinou em meros 0,7% ao ano. Em consequência, no mesmo período os salários tiveram aumento real de 4,3% ao ano na Coreia do Sul, ante apenas 0,3% no Brasil.

O que mais é necessário para as autoridades enxergarem que, além da verdade e seriedade no trato da coisa pública, a tal salvação somente virá com a revolução no sistema educacional brasileiro?

A evolução do sistema educacional precisa contemplar uma série de adequações e inovações já apontadas por especialistas, muitas das quais foram adotadas com sucesso por nações que experimentaram grande e rápida evolução graças à aposta na educação como agente transformador da sociedade.

A primeira delas é erradicar o analfabetismo, situação que ainda envergonha o Brasil. Será impossível cumprir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de acabar com o analfabetismo até 2024. O país ainda tem 9,6 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, divulgados na segunda semana de junho.

Essa taxa vem caindo gradualmente, é verdade, porém a ritmo muito lento. Era de 6,7% em 2015 e em três anos diminuiu para 6,1%. Ainda temos uma legião de analfabetos funcionais e a triste constatação de que 56% dos alunos do segundo ano do ensino fundamental não tinham capacidade

básica de leitura nem de escrita em pleno ano de 2021. Reportagem do jornal O Globo mostrou que foi sofrível o desempenho de crianças brasileiras do quarto ano do ensino fundamental na edição daquele ano do Estudo Internacional de Progresso em Leitura. Dentre 65 países que participaram do estudo, o Brasil ficou apenas na 59ª posição, atrás de países como Turquia e Uzbequistão. De acordo com a reportagem, mais da metade das crianças brasileiras não é alfabetizada na idade certa, e apenas 43% já aprenderam a ler aos 8 anos.

Ademais, é vital garantir a universalização do ensino, combater a evasão escolar e assegurar que mais jovens tenham acesso aos cursos superiores.

O caminho é longo e não admite atalhos. É preciso oferecer ensino fundamental I e II e ensino médio em tempo integral. Uma meta factível seria atingir 25% da rede pública nesse modelo em 4 anos, evoluindo para 50% em 8 anos. Ou seja, em apenas dois mandatos presidenciais seria possível oferecer ensino fundamental à metade de todos os alunos do ensino fundamental e do ensino médio no país, o que já garantiria uma mudança de patamar.

Imprescindível também é assegurar remuneração dos professores da rede pública em tempo integral e, quando não em tempo integral, priorizar suas atividades em turno extra na mesma escola, evitando gastos e dispêndio de energia desses professores. As metas devem ser definidas por profissionais do setor, que conhecem a fundo as peculiaridades e carências da atividade.

O país precisa ainda adotar um novo programa de capacitação dos profissionais da educação, com cursos e treinamentos providos pelo governo, de forma a manter os professores atualizados e motivados.

O novo modelo não pode prescindir de um plano de cargos e salários, bem como de plano de carreira para os professores, com implantação e cumprimento obrigatórios, a fim de se evitar solução de continuidade com mudanças de governo.

Fundamental também é a construção de novas escolas para receber alunos em tempo integral, providenciando, onde possível, ampliações e modernização dos estabelecimentos existentes, evitando-se gastos desnecessários.

Prover segurança e transporte para professores, alunos e servidores é outra necessidade que se impõe como estímulo principalmente aos profissionais que se dedicam em estabelecimentos localizados em áreas mais afastadas e com maiores índices de violência.

Imprescindível ainda a atualização da grade curricular, de modo a compatibilizá-la às novas tecnologias, profissões e demandas do século XXI, sem ignorar o ensino de línguas estrangeiras e de computação, além de especial atenção à matemática.

A política de creches também precisa ser revista, de forma a atender às necessidades das mães que precisam trabalhar para contribuir no sustento da família – quando não são as únicas provedoras – e oferecer educação infantil de qualidade.

É igualmente necessário reforçar a merenda escolar para que supra as necessidades alimentares a fim de que as crianças possam assimilar melhor os ensinamentos e se desenvolver intelectualmente.

A revolução na educação forma cidadãos melhores, profissionais mais capacitados, mentes criativas e inovadoras e o resultado é sempre um salto no desenvolvimento do país, como já demonstram os exemplos de várias nações. Há salvação, sem dúvida.

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br


Tendências de gestão de riqueza nos EUA para 2023 podem ser aplicadas para investidores no Brasil

Estudo da consultoria global de gestão e tecnologia Capco mostra que investidores devem ficar atentos para rapidamente preencher lacunas e criar produtos para seus clientes 

 

Para reduzir os riscos dos seus portfólios e oferecer mais segurança e rentabilidade para seus clientes, cada vez mais os gestores buscam estratégias certeiras para enfrentar um cenário que vai da desaceleração do crescimento econômico à volatilidade do investimento. E os caminhos que estão usando incluem ações como investimentos alternativos e aprofundamento do relacionamento com a próxima geração de investidores.

De acordo com o estudo “Top US Wealth Management Trends do Watch in 2023” (“Principais tendências de gerenciamento de riqueza nos EUA para observar em 2023”, em tradução livre), produzido pela Capco, consultoria global de gestão e tecnologia dedicada ao setor de serviços financeiros do Grupo Wipro, o que esses gestores de patrimônio devem fazer é priorizar a atenção a lacunas que surgem pelo caminho, educar consultores e clientes e introduzir novos produtos.

Essas medidas e tendências estão detalhadas no estudo da Consultoria, que abordou o cenário nos Estados Unidos (EUA), onde houve uma estagnação do crescimento dos ativos que levou famílias americanas a perderem quase US 7 trilhões em patrimônio líquido até o terceiro trimestre de 2022. 

Embora essas estratégias de gestão considerem a realidade norte-americana, podem ser aplicadas também a mercados robustos com o brasileiro. “O que percebemos é que gerentes de patrimônio adotam os benefícios do planejamento de longo prazo, inclinando-se para investimentos alternativos e crescimento de produtos personalizados e continuando a priorizar o aconselhamento, a aquisição de clientes e o aprofundamento dos relacionamentos com a próxima geração de investidores”, explica Luciano Sobral, partner na Capco Brasil. 

De acordo com Sobral, apesar das atividades de fusões e aquisições demonstrarem consolidação de forma geral, as instituições podem podem priorizar, por exemplo, investimentos estratégicos em Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (ML) e em políticas ESG (sigla para Ambiental, Social e Governança).

As tendências detectadas no estudo da Capco foram as seguintes:

- Expansão do acesso ao Mercado Privado - Altos limites de investimento e requisitos de elegibilidade rigorosos resultaram em uma concentração de 90% do mercado privado ativos nas mãos de investidores institucionais e de patrimônio líquido ultraelevado. Cerca de 9 em cada 10 consultores financeiros pretendem aumentar suas alocações para classes alternativas de ativos nos próximos dois anos e os investidores de patrimônio líquido ultraelevado (HNW - High Net Worth ou milionários) estão no foco.

- Onda de crescimento para Indexação Direta: É esperado que os ativos de indexação direta ultrapassem US 1,5 trilhão até 2025 à medida que os investidores busquem soluções de investimento personalizadas, alinhados com seus mandatos de investimento, incluindo a geração de rendimento alfa – ou seja, acima do esperado-, objetivos ESG e gestão de riscos. O avanço da tecnologia, menores taxas de negociação e a proliferação de ações fracionárias permitiu acesso a investidores em todo o espectro de riqueza. Com apenas 14% dos consultores financeiros usando atualmente indexação para seus clientes, há uma oportunidade significativa pela frente para crescimento dessa modalidade. Segundo o estudo, para capturar totalmente essa tendência de alta, os gestores de patrimônio devem integrar essas estratégias como parte do processo de construção do portfólio para criar uma experiência de cliente “hiper personalizada”.

- Fornecer consultoria personalizada em escala: Os investidores esperam cada vez mais um atendimento “hiper personalizado”, em que os consultores entendem suas preferências, fornecem insights acionáveis e executam soluções sob medida. 70% dos clientes acreditam que o grau de aconselhamento personalizado é um dos fatores mais críticos ao decidir sobre um consultor de patrimônio. Este ano está sendo decisivo para os consultores financeiros se conectarem com os clientes e anteciparem proativamente suas necessidades. 

- Aproveitar a Inteligência Artificial para melhorar a experiência: A crescente comercialização de Inteligência Artificial e de Machine Learning atraiu a atenção do setor de gestão de fortunas e gerou investimentos de empresas que reconhecem o potencial dessas tecnologias para revolucionar o trabalho de assessoria financeira. A capacidade de automatizar comunicações recorrentes e oferecer soluções de investimento sob medida, alinhadas aos eventos da vida, agregam ainda mais valor aos conselheiros. Soluções de IA do tipo chatbots (por exemplo, o ChatGPT) têm o potencial de responder dúvidas que os usuários possam ter sobre produtos financeiros, permitindo que clientes recebam uma resposta quase instantânea. 

- Aquisição do cliente: As empresas de gestão de fortunas estão promovendo o investimento em ferramentas digitais para auxiliar consultores na geração de leads, aquisição de clientes, e melhoria da experiência de matchmaking consultor/cliente para aumentar a retenção. O planejamento financeiro é profundamente pessoal e conhecer os clientes permite que os consultores aproveitem a tecnologia para demonstrar que podem agregar valor quando as necessidades financeiras de quem estão atendendo tornam-se mais complicadas.

- Consolidação da Indústria: Como os maiores gestores de patrimônio continuam procurando maneiras de alavancar seus balanços ao envolver clientes diferentes em espectro de riqueza, pode haver novas aquisições de negócios baseados em robôs e autogerenciados por empresas tradicionais com negócios liderados por consultores. Para capturar totalmente o valor dessas transações, as empresas precisarão de modelos operacionais rodando para garantir a transição suave de consultores e de suas equipes, a transferência ordenada e um onboarding dos ativos, além de uma integração efetiva de novas tecnologias e estratégias.

- Potencial da "Economia Verde": Enquanto os fundos ESG notaram entradas mais fracas do que o esperado em 2022 em comparação com anos anteriores, produtos de investimentos focados na entrega de retornos baseados em valores continuam a impulsionar conversas com os clientes. O que se deve esperar é um aumento do ritmo e da intensidade da regulamentação “verde”. De requisitos de relatórios a esclarecimentos dos padrões ESG e convenções de nomenclatura, a regulamentação atual está atolada na opacidade que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e outros participantes do mercado procurarão esclarecer e codificar este ano. Particularmente para empresas com mandatos multi-jurisdicionais, investimento na criação de estruturas de suporte de regulamentação, de conformidade e de dados necessárias para uma operação contínua e de acordo com as regras é a maior prioridade. 

“Diante dos desafios observados que inspiraram essas tendências, os gestores de patrimônio tanto nos EUA, quanto no Brasil, têm demonstrado resiliência ao navegar em ambientes desafiadores e iniciaram o ano em uma posição de relativa força devido a essas oportunidades de crescimento”, afirma Sobral. 

O estudo (no original em inglês) pode ser consultado AQUI.   

 

Capco
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Tecnologia impulsiona agronegócio, mas LGPD traz novos desafios ao setor

O agronegócio passou por uma verdadeira revolução tecnológica nos últimos anos. O advento de novas tecnologias, como drones, sensores, sistemas de irrigação por inteligência artificial e análise de dados, impulsionou a produtividade, a eficiência e a sustentabilidade no campo. Essas inovações, conhecidas como "Big Data Farm", trouxeram ganhos significativos em governança, gestão e tomada de decisões para o setor agrícola. No entanto, esse novo cenário também trouxe desafios no que diz respeito à privacidade de dados e à conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A LGPD, que entrou em vigor em 2020, estabelece regras claras para a coleta, o armazenamento, o processamento e o compartilhamento de dados pessoais no Brasil. Embora a legislação tenha sido criada com o objetivo de proteger a privacidade dos indivíduos, ela também impacta profundamente o setor do agronegócio, que lida com uma enorme quantidade de informações sensíveis.

O uso de drones equipados com câmeras de alta resolução e sensores, por exemplo, permite que os produtores rurais monitorem suas lavouras de forma mais eficiente, identificando pragas, doenças e irregularidades no campo. No entanto, esses dispositivos também coletam dados pessoais, como imagens e localização geográfica, que podem ser considerados dados sensíveis pela LGPD. Nesse contexto, os produtores rurais precisam estar cientes de suas responsabilidades legais e garantir que o uso dessas tecnologias esteja em conformidade com a legislação.

Outro desafio é a crescente utilização de sistemas de irrigação por inteligência artificial, que monitoram e controlam o fluxo de água nas lavouras com base em dados climáticos e de solo. Esses sistemas são capazes de coletar informações sobre as propriedades rurais, os cultivos e até mesmo sobre os trabalhadores envolvidos nas operações. É fundamental que os produtores rurais tenham um cuidado especial com essas informações, garantindo que sejam utilizadas apenas para os fins pretendidos, respeitando a privacidade dos envolvidos.

Além disso, o agronegócio está cada vez mais conectado, com a utilização de softwares de gestão, aplicativos móveis e sistemas de análise de dados. Essas soluções permitem o armazenamento e o processamento de uma quantidade massiva de informações, desde dados climáticos até informações financeiras. No entanto, é crucial que as empresas agrícolas estejam atentas às exigências da LGPD, garantindo a segurança desses dados, obtendo o consentimento adequado quando necessário e respeitando os direitos dos titulares das informações.

Outro aspecto relevante para o agronegócio no contexto da LGPD é a transferência internacional de dados pessoais. No setor agrícola, é comum que as empresas realizem transações comerciais com parceiros estrangeiros, como fornecedores de tecnologia, empresas de logística ou clientes internacionais. Essas transações podem envolver o compartilhamento de dados pessoais, o que requer cuidados específicos de conformidade com a LGPD, especialmente quando ocorre a transferência desses dados para fora do território nacional.

A LGPD estabelece que a transferência internacional de dados pessoais só pode ocorrer para países ou organizações que proporcionem um nível adequado de proteção de dados ou mediante a adoção de salvaguardas adequadas, como cláusulas contratuais específicas, normas corporativas globais, códigos de conduta ou mecanismos de certificação. Essas salvaguardas têm o objetivo de garantir que os dados transferidos continuem a receber o mesmo grau de proteção que teriam no Brasil.

Além disso, é importante mencionar que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem um papel fundamental nesse contexto. A ANPD é responsável por supervisionar e regular a transferência internacional de dados pessoais, fornecendo orientações e diretrizes para as empresas do agronegócio sobre como proceder corretamente nesses casos.

É fundamental que as empresas agrícolas que realizam transferências internacionais de dados pessoais estejam atentas às obrigações da LGPD nesse sentido. A busca de assessoria jurídica especializada e a implementação de medidas de segurança e proteção adequadas são essenciais para garantir a conformidade com a legislação e a preservação da privacidade dos dados, mesmo em contextos internacionais.

Apesar dos desafios, a adoção de medidas de conformidade com a LGPD pode trazer benefícios significativos para o agronegócio. Ao garantir a privacidade e a proteção dos dados pessoais, as empresas do setor fortalecem a confiança dos seus clientes, fornecedores e parceiros comerciais. Isso pode resultar em relacionamentos mais sólidos, parcerias duradouras e até mesmo a conquista de novos mercados.

Além disso, a conformidade com a LGPD demonstra o compromisso das empresas agrícolas com a ética e a responsabilidade no tratamento de dados. Essa postura pode ser um diferencial competitivo, principalmente em um mercado cada vez mais atento à privacidade e à segurança das informações.

No entanto, é importante ressaltar que a adequação à LGPD exige um esforço contínuo. As empresas do agronegócio devem estar preparadas para revisar e atualizar constantemente suas políticas de privacidade, realizar treinamentos regulares para os colaboradores envolvidos no tratamento de dados e estar atentas a eventuais atualizações na legislação e nas diretrizes da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Em resumo, o agronegócio tem se beneficiado imensamente com o avanço tecnológico, mas esse progresso também traz desafios em relação à proteção de dados e à conformidade com a LGPD. Ao adotar medidas adequadas de segurança e privacidade, as empresas podem se destacar no mercado, fortalecer suas relações comerciais e garantir a confiança dos envolvidos. A LGPD, embora demande esforços, oferece a oportunidade de aprimorar as práticas de governança de dados, contribuindo para um agronegócio mais responsável, sustentável e orientado por dados.

 

Alexander Coelho - advogado especializado em Direito Digital e Proteção de Dados, membro da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados da OAB São Paulo e sócio do escritório Godke Advogados.

 

O papel energético do Brasil: uma potência em crescimento

É inegável que a mudança climática que estamos vivenciando abriu uma nova realidade mundial para uma transição energética eficiente, de modo a preservar o meio ambiente e contribuir para a redução de emissões de gases e de custos durante os processos produtivos. 

A indústria automotiva, por exemplo, passa por esse processo de transformação e vem substituindo nas suas frotas o tradicional veículo a combustão, pelos modelos elétricos, o que impactaria na diminuição da poluição aérea em 80% até 2050. 

No entanto, a energia elétrica produzida atualmente não seria capaz de alimentar 40% dos carros existentes. Portanto, será necessário que o Brasil repense seu modo de fornecimento energético e passe a investir recursos em fontes de energias renováveis que não gerem impactos ambientais, como no caso da solar. 

A diversificação da matriz energética é um objetivo importante e o Brasil pode alcançá-lo por meio da expansão da energia solar. Atualmente, o país depende fortemente de fontes tradicionais, como hidrelétricas e termelétricas. Ao investir na energia solar, o Brasil reduziria sua dependência dessas fontes e garantiria maior estabilidade energética, além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas. 

O Brasil é privilegiado com uma quantidade significativa de radiação solar. Devido à sua localização geográfica próxima ao equador, o país recebe uma irradiação solar intensa ao longo do ano. Essa abundância de recursos solares cria condições oferecidas para a geração de energia solar em diversas regiões do país, permitindo o aproveitamento máximo dessa fonte energética e a dependência de fontes de energia não renováveis. 

Além disso, o país possui uma vasta extensão territorial, o que permite a implantação de grandes projetos solares em escala, beneficiando-se de economias de escopo e de aglomeração. Essa competitividade econômica torna a energia solar uma alternativa atraente, capaz de gerar retornos financeiros sólidos para os investidores e apoiar o desenvolvimento sustentável do país, que pode desempenhar um papel de destaque no desenvolvimento de alternativas sustentáveis. 

No setor de aviação, por exemplo, o Brasil vem testando um novo combustível derivado do etanol que promete revolucionar a indústria aérea. A grande inovação é que esse combustível pode ser utilizado diretamente nas turbinas dos aviões, sem a necessidade de modificação ou troca desses equipamentos, representando um avanço significativo em termos de viabilidade e sustentabilidade. 

O combustível derivado do etanol para aviação é obtido através de um processo de conversão química do etanol, uma substância amplamente produzida no Brasil a partir da cana-de-açúcar. 

Esse processo envolve a remoção de impurezas e a otimização das características do etanol, uma opção mais sustentável em comparação aos combustíveis fósseis tradicionais, pois sua produção libera uma quantidade significativamente menor de gases de efeito estufa na atmosfera. Isso contribui para a redução das emissões de carbono pela aviação, um setor conhecido por suas altas emissões e impactos ambientais. 

O Brasil possui diversas vantagens ao investir e explorar essas soluções que temos em nosso território. Com sua abundância de recursos naturais e solares, redução da dependência de fontes tradicionais de energia, impacto ambiental positivo e viabilidade econômica crescente, o país está em uma posição favorável para adotar essas fontes e colher os benefícios a longo prazo. Dessa forma, o Brasil estará promovendo a sustentabilidade, gerando empregos, impulsionando a economia e encorajando a redução das emissões de gases de efeito estufa. É hora de aproveitar o potencial solar do Brasil e construir um futuro energético mais limpo e sustentável para todos.

 

J.A.Puppio - empresário, diretor-presidente da Air Safety e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”.


A Nova Face do Marketing Digital B2B: Direcionando as Estratégias para a Geração Millennial

Aproximando Gerações: Especialista em Marketing Digital dá  dicas Cruciais de Marketing Digital para a Geração Millennial.




Hoje, Ricardo Martins, especialista em Marketing Digital e CEO da TRIWI, destaca a importância da abordagem correta no contexto B2B para a Geração Millennial, apresentando estratégias e dicas cruciais para empresas que buscam efetivamente atingir este segmento da população.

Os Millennials, também conhecidos como Geração Y, representam uma fatia significativa do mercado de trabalho atual. Por serem digitalmente experientes, esses jovens profissionais possuem expectativas e demandas únicas quando se trata de interações B2B. Com a TRIWI à frente, Martins enfatiza a necessidade de uma estratégia de marketing digital focada na Geração Millennial.

"O marketing B2B não pode mais ser genérico. É preciso pensar estrategicamente sobre como envolver os Millennials, que valorizam a personalização e a transparência", afirma Martins. "Por isso, as marcas devem focar no desenvolvimento de conteúdo relevante e autêntico, que se alinhem com os valores e o estilo de vida dessa geração."

Ricardo Martins aponta para a importância do uso adequado das redes sociais na estratégia B2B, dada a presença constante dos Millennials nessas plataformas. "A chave para o sucesso é saber como, quando e onde se comunicar com a Geração Millennial. As redes sociais, como Instagram, Twitter e LinkedIn, desempenham um papel vital nesta comunicação", destaca.

A TRIWI também sugere a utilização de técnicas de SEO e marketing de conteúdo para melhorar a visibilidade online e alcançar uma posição privilegiada nos resultados de busca. "Os Millennials fazem uma extensa pesquisa online antes de tomar uma decisão de compra B2B. Portanto, garantir que sua marca seja facilmente encontrada é essencial", adiciona Martins.

Por fim, Martins destaca a importância de alinhar a sustentabilidade com as estratégias já de marketing. "Os Millennials têm uma forte consciência ambiental e social. Empresas que demonstram compromisso com a sustentabilidade terão um apelo maior para este público", conclui.

A TRIWI está empenhada em ajudar as empresas a navegarem neste novo cenário de marketing digital B2B. Com a orientação de Ricardo Martins e sua equipe, as empresas estão bem posicionadas para se conectar com a Geração Millennial de maneira significativa e impactante.

 

Ricardo Martins - Especialista em marketing digital, é graduado em Marketing pela Escola Superior Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, e concluiu o Master em Marketing pela ESPM, em São Paulo. Durante os 20 anos de trajetória na área, atuou em companhias que se destacam no mercado, como Polishop, XP Investimentos, TOTVS e CNA Idiomas. Como profissional de marketing, Ricardo ganhou reconhecimento em diversos projetos, em destaque está Cannes (10 Leões), 3 Ouro (2 Promo & Activation e 1 Direct), 3 Prata (2 Cyber e 1 Direct), 4 Bronze (2 Cyber, 1 Direct e 1 Branded Content & Entertainment). Além de seu reconhecimento internacional, o profissional atua como professor e palestrante por todo o país.


Gratidão: Uma moeda poderosa no banco de relacionamentos empresariais e pessoais

Todos nós já ouvimos aquela famosa frase: “A gratidão é a melhor atitude”. Mas, como é que essa gratidão funciona exatamente, especialmente no mundo dos negócios onde o dinheiro e os resultados geralmente têm o palco principal? Bem, vou contar para vocês…

Imagine por um momento, você entra em seu escritório numa segunda-feira. Você abre seu e-mail e tem uma mensagem do seu chefe, que diz “Obrigado por fazer um trabalho tão bom na apresentação da semana passada, você realmente ajudou a empresa”. E não, isso não é um sonho maluco de segunda-feira, é a gratidão em ação!

De acordo com uma pesquisa recente do professor Adam Grant da Universidade da Pensilvânia, apenas um pequeno gesto de gratidão pode aumentar a produtividade de um funcionário em mais de 50%. Sim, você ouviu direito, 50%! Quem sabia que duas pequenas palavras poderiam fazer tanto?

Agora, no que diz respeito à gratidão na vida pessoal, vou recorrer à sabedoria do best-seller de Robert Emmons, “A Ciência da Gratidão”. Emmons, que também é conhecido como “O Guru da Gratidão”, afirma que praticar a gratidão regularmente pode levar a uma melhor saúde, sono de melhor qualidade, e até mesmo um maior senso de bem-estar. Agora, quem não gostaria de ter um pouco mais disso em suas vidas?

Então, e se começássemos a ver a gratidão não apenas como uma boa ideia ou uma prática de gratidão diária no seu diário bonitinho, mas como um verdadeiro superpoder para transformar sua vida e carreira? Imagine se pudéssemos ser gratos pelos clientes difíceis, pelos projetos desafiadores, e até mesmo pelo café ruim da sala de descanso (ok, talvez eu tenha ido longe demais nessa última).

Então, aqui vai o desafio: na próxima vez que você estiver em uma reunião de equipe, ou jantando com a família, experimente expressar um pouco de gratidão. Pode ser algo simples como, “Obrigado por suas ideias na reunião hoje” ou “Agradeço por cozinhar o jantar esta noite”. Você pode se surpreender com o impacto que essas duas pequenas palavras podem ter.

E lembre-se, a gratidão não é apenas para o Dia de Ação de Graças. É um ingrediente essencial para uma vida bem sucedida e satisfatória, tanto dentro quanto fora do escritório. E, quem sabe, talvez possa até melhorar aquele café da sala de descanso.

Então, pelo amor de todas as coisas produtivas e saudáveis, vamos ser gratos! Mundo RH 



Francisco Carlos - CEO Mundo RH
www.mundorh.com.br

 

CINCO DICAS INFALÍVEIS PARA O VAREJISTA CRIAR UMA EXPERIÊNCIA FLUÍDA EM SUA LOJA

O segundo semestre de 2023 já vai começar. E com ele, boas oportunidades de vendas, com datas especiais como o Dia dos Pais (agosto), Dia das Crianças (outubro), Black Friday (novembro) e o Natal (dezembro). Com certeza, o varejo sem atrito é a chave para o desenvolvimento de experiências fluidas e envolventes para o consumidor, que podem consequentemente refletir em um aumento nas vendas nos próximos seis meses. Essa percepção é suportada por pesquisas no campo do varejo e do comportamento do consumidor.

Um estudo da Boston Consulting Group (BCG) descobriu que empresas líderes em fornecer experiências excepcionais ao consumidor criam 55% mais valor, geram um crescimento 190% maior e entregam 70% mais confiança em comparação com companhias que não investem nessa área. Esses dados apontam claramente para a importância de investir na experiência do cliente como um diferencial estratégico e uma fonte de vantagem competitiva. Se você quer estar à frente da concorrência, então, mãos à obra, a hora é essa.

É importante salientar, porém, que um varejo "sem atrito" não significa a ausência total de atrito. Atritos podem ser encarados como oportunidades para o varejista e o cliente. A meta do primeiro deve ser minimizar os aspectos negativos do atrito - como a dificuldade de encontrar produtos ou a lentidão no processo de checkout - ao mesmo tempo que maximiza as oportunidades positivas, como, por exemplo, a possibilidade de descoberta de novos produtos ou serviços durante o processo de devolução de um item.

Em resumo, o objetivo do varejo deve ser criar uma experiência positiva e memorável para o cliente, o que, por sua vez, pode aumentar as vendas futuras. Criar uma experiência fluida dentro da loja envolve vários aspectos fundamentais. Veja cinco pontos do processo.

1 - É importante adotar uma mentalidade centrada no cliente. Precisamos ir além de abordagens fragmentadas e incrementais para a experiência dele, ao invés disso, considerá-lo como o ponto de partida de todas as nossas operações, estratégias e tecnologia.

2 – O varejista precisa estar em sintonia com os novos pontos de contato emergentes - tanto digitais quanto físicos. Isso significa não apenas encontrar os clientes onde estão hoje, mas também prever e planejar maneiras de envolvê-los amanhã. Com a ajuda da inteligência artificial e dos dados, podemos maximizar a satisfação do cliente através desses novos pontos de contato.

3 - O relacionamento com os clientes deve ser bidirecional. Isso é, permitir que eles compartilhem feedback e moldem seus próprios relacionamentos com a empresa. Para isso, é necessária uma infraestrutura robusta e processos eficientes que fomentem uma compreensão mais profunda do cliente e permitam uma execução e inovação contínuas.

4 – A personalização é a chave. Uma abundância de dados, quando combinada com análises e inteligência artificial, nos permite medir, prever e personalizar as experiências individuais. Os clientes apreciam e respondem a um serviço que é personalizado para eles, pois isso mostra que sua individualidade é reconhecida e valorizada.

5 - A flexibilidade é importante. A adoção de opções de serviço flexíveis, como coleta e devoluções convenientes, ajuda a promover a conveniência, a imediatidade e a eficiência do gerenciamento de estoque. Além disso, produtos e serviços devem ser projetados como soluções abrangentes para o cliente, levando em consideração seus padrões de compra e oferecendo promoções localizadas.

No geral, a experiência do cliente deve ser uma prioridade estratégica para qualquer empresa que busca se diferenciar e ganhar uma vantagem competitiva no mercado. Isso requer o emprego de tecnologias emergentes, a adoção de uma mentalidade centrada no consumidor e a recompensa de comportamentos que o favorecem.

Afinal, tudo o que fazemos começa com o cliente. 



Thiago Artacho - CEO da Green Retail Solutions e publicitário com MBA pela Fundação Getúlio Vargas

Green Retail Solutions
https://greenretailsolutions.com.br


Lei das S/A: projeto de lei pode ampliar mecanismos de defesa a acionistas minoritários

Investir em empresas como acionista minoritário sempre foi considerado uma opção estratégica para obter certo lucro sem se envolver na administração direta de uma companhia. Mas, em casos de dano causado por administradores ou controladores de companhias investidas, os possíveis prejuízos sentidos também geravam forte receio nestes investidores, carentes de instrumentos jurídicos adequados no mercado para reaver eventuais prejuízos. Contudo, em uma nova proposta de lei enviada à Câmara, este cenário pode finalmente mudar a favor destes grupos.

De autoria do Poder Executivo, o Projeto de Lei 2925/23 traz um conjunto de alterações na Lei das S/A e, também, na Lei 6.385/76, que criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em prol de aperfeiçoar os mecanismos de direito dos acionistas minoritários nos casos mencionados, aumentando sua possibilidade de ressarcimento e, assim, alinhando essa decisão às boas práticas internacionais prezadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Coincidentemente ou não, a proposta foi enviada poucos meses depois do caso das Americanas – onde muitos acionistas minoritários foram extremamente prejudicados devido ao rombo financeiro de mais de R$ 40 bilhões, de acordo com dados da própria empresa. Apesar de ser apenas um de tantos exemplos, infelizmente, usuais no mercado, os pontos mencionados no projeto apresentam grandes chances de trazerem essa maior segurança e poderes aos acionistas minoritários. Claro, desde que seja muito bem pensada.

Dentre as mudanças propostas, um dos mais interessantes diz respeito à ampliação dos poderes da CVM – permitindo, como exemplo, que realize inspeções físicas nas companhias investigadas, e que possa requerer ao Poder Judiciário mandado de busca e apreensão no interesse de inquérito ou processo administrativo. Essa maior autonomia, assim como já ocorre em outros países como nos Estados Unidos, pode ser significativamente vantajosa, apesar de ainda existir um desafio inegável em como se dará esta fiscalização na prática, haja vista que a CVM, hoje em dia, tem uma carência enorme de recursos e pessoas.

Há a proposta, ainda, da criação de maiores poderes aos próprios acionistas minoritários, em ingressarem com ações em nome da companhia nos casos de responsabilização – uma vez que há falha no mecanismo atual – ampliando o rol de matérias passíveis de ressarcimento e da legitimidade em propor ação coletiva de responsabilidade em nome de diversos acionistas minoritários pelos danos sofridos em decorrência de algum ato da administração.

Algo que, na prática, pode representar um maior risco de criar um ambiente litigioso enorme no país, considerando que um acionista inconformado, que seja titular de 5% das ações, em companhias fechadas, ou 2,5% ou R$50 milhões em companhias abertas, poderá ingressar com ação em prol de seus direitos.

O projeto de lei também sugere que, caso tais ações de responsabilização tramitem por arbitragem, tal procedimento deverá ser público, afastando a famígera confidencialidade em procedimentos arbitrais. Por um lado, levar esse conhecimento ao público pode gerar uma maior clareza sobre os temas e, ainda, viabilizar que seja criada um acervo importante de precedentes em matérias empresariais. Mas, ao mesmo tempo, pode evidenciar dados que, idealmente, não deveriam ser de conhecimento geral, quebrando seu sigilo e aumentando a probabilidade de conflitos.

Todos os pontos trazidos pelo projeto de lei poderão gerar alterações positivas e negativas para o mercado – porém, não será uma pauta a ser votada com urgência. Ainda veremos muitas tramitações sobre o tema e, a fim de gerar a melhor proposta possível, é essencial considerar estes desdobramentos para evitar uma insegurança jurídica que traga mais prejuízos do que conquistas para os acionistas e as empresas.

 


Gustavo Michel Arbach - sócio fundador do Arbach&Farhat Advogados e líder das áreas societária e M&A.


Arbach & Farhat
https://arbachefarhat.com.br/


9 em cada 10 produtores rurais atuam em conformidade com os critérios ESG, mostra novo estudo da Serasa Experian

Com amostragem ampliada estudo tem cenário positivo; monitoramento por imagens de satélite são fundamentais para a comprovação de dados socioambientais

 

Um estudo inédito feito pela Serasa Experian, com mais de 337. mil produtores rurais de todo o Brasil, revelou que 91,8% deles atuam em compliance com a conformidade socioambiental, que passou a ser exigida pelo Banco Central para a concessão de linhas de crédito e fundos de investimento.

 

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o alto percentual exibe um quadro positivo sobre a adaptação da agricultura brasileira frente às métricas ESG. “O que vemos é uma potência nacional que, em sua maioria, trabalha para viabilizar um modelo econômico mais sustentável. Por isso, entendemos a importância de utilizar a expertise em dados para trazer transparência sobre o segmento como um todo”.

 

O levantamento também mostrou que, nesse novo momento do mercado de crédito, as análises complementares são fundamentais. “Um produtor rural que possui uma boa pontuação de crédito pode não ser tão bem classificado sob a perspectiva ESG. Esse tipo de perfil pode ter uma baixa probabilidade de inadimplência, mas potencialmente causar danos ambientais e reputacionais de larga escala”, explica o head de agronegócio da Serasa Experian.

 

Ainda segundo o executivo, a ideia do tipo de visão citada acima não é apenas mitigar riscos aos credores, mas garantir que os produtores que estão em compliance sejam vistos de forma adequada pelo mercado e, além disso, indicar para aqueles que ainda precisam se adaptar como podem melhorar a pontuação de crédito, os indicadores ESC e, por consequência, acessar linhas de crédito mais compatíveis com o seu perfil. Confira informações na íntegra no gráfico abaixo:



Monitoramento via satélite traz mais precisão nas análises socioambientais

 

A utilização de imagens capturadas via satélite foi integrada ao funcionamento do Score ESG, desenvolvido pela Serasa Experian, para aumentar a precisão da ferramenta. “Essa modalidade de monitoramento com imagens de satélite proporciona uma perspectiva abrangente e detalhada sobre as transformações ocorridas em uma região ao longo do tempo. Sejam desmatamentos, queimadas ou qualquer outra alteração, podendo capturar e analisar esses eventos, permitindo uma análise mais fiel e abrangente das propriedades rurais e das práticas adotadas pelos produtores”, comenta Marcelo Pimenta.

 

Isso graças ao banco de imagens que a empresa adquirida pela Serasa Experian, Agrosatélite, possui. A coleção de informações extraídas desse tipo de análise, de diferentes culturas e biomas, consegue comprovar a situação ambiental agrícola e tornar o crédito mais acessível e sustentável em todo o país.

 

Este avanço, tanto tecnológico quanto estratégico, não apenas eleva a Serasa Experian a uma posição de autoridade em sensoriamento remoto, como também reforça seu compromisso com a sustentabilidade e com a promoção de práticas mais responsáveis no agronegócio.

 

Desempenho por cultura evidencia compromisso com as práticas sustentáveis

 

Segundo os dados do estudo, que avaliou três das grandes commodities brasileiras, é possível garantir que os mercados de café, soja e cana-de-açúcar, possuem um bom desempenho socioambiental mesmo quando observados separadamente. O setor cafeeiro, por exemplo, tem 95,6% de seus produtores operando em compliance com as práticas ESG. Além disso, o segmento de cana-de-açúcar registrou que 93,3% de seus trabalhadores estão em compliance. Para a soja, o quadro também é positivo, com 88,5% dos produtores bem avaliados. Confira o score médio dessas culturas no gráfico abaixo:


Para o head de agronegócio da Serasa Experian, a atuação de projetos como a Certificação do Café, a Moratória da Soja e grupos como o Bonsucro, relacionado à cana-de-açúcar, impulsionam a adoção de práticas sustentáveis e auxiliam na organização dos produtores. Isso sem contar com o novo Plano Safra, divulgado recentemente, que deverá premiar agricultores que produzirem com baixo carbono, por exemplo. “A adaptação às práticas ESG evolui constantemente e é primordial que os produtores de todos os portes e culturas estejam dispostos a mudar e entender novos formatos de trabalho. Para isso os incentivos e direcionamentos que contemplem os critérios socioambientais são primordiais”. 

No entanto, Pimenta comenta que, mesmo que engajados, principalmente para pequenos agricultores, essa adaptação não é tão simples. “Sabemos que não adianta apenas responsabilizar o produtor irregular, por isso, queremos também ajudá-lo a estar em conformidade, disponibilizando informações e orientação. Dessa forma, poderemos trazer um grande número de CPFs e CNPJs de volta ao mercado”, finaliza Pimenta.

 

Metodologia

 

O levantamento, feito em maio deste ano, considera uma amostra de 337.776 mil produtores rurais extraída em todo o Brasil e representada apenas por trabalhadores rurais (pessoas naturais), abrangendo desde agricultores familiares até grandes exportadores. No estudo anterior, apenas indivíduos envolvidos na agricultura que buscaram crédito e/ou seguro foram avaliados. No entanto, nessa pesquisa, esse mesmo filtro não foi aplicado, o que permite uma visão mais abrangente do agronegócio brasileiro em relação às três principais commodities do país: café, cana-de-açúcar e soja. 

As análises deste levantamento são baseadas em dados extraídos do Serasa Agro Score e do Serasa Score ESG Agro - módulos individuais. Essas ferramentas analisam documentos relacionados aos CPFs e às propriedades dos produtores rurais em termos de práticas financeiras e socioambientais. Para obter mais informações sobre o Score ESG e o Agro Score da Serasa Experian, consulte a fonte correspondente.


Serasa Experian


Conhecimento e redes sociais - como usar as redes nos estudos?

O acesso ao conteúdo educacional gratuito é um dos pontos fortes das redes sociais. Há um grande número de aulas, textos, artigos, palestras e tutoriais elaborados por professores e especialistas gabaritados. Muitos professores e instituições de ensino prestigiadas mantêm páginas ativas em redes sociais e fazem lives, vídeos e compartilham informações relevantes para ajudar na rotina de estudos de qualquer pessoa, é uma maneira de democratizar o acesso a um tipo de conteúdo que antes era restrito às salas de aula.

O uso das redes sociais criou um ambiente de colaboração e discussão que é bastante saudável para o processo de aprendizado. É possível se conectar a outros estudantes e participar de grupos de estudos sobre determinado tema. Esse tipo de interação pode ajudar a aprofundar a compreensão sobre um assunto, explorar diferentes perspectivas e até mesmo encontrar soluções para problemas específicos relacionados ao dia a dia dos estudos.

Um bom exemplo da tecnologia que auxilia os estudos através de relacionamento entre os usuários é o ‘Aplicativo Universo: LiteratureGenerator’ que reúne leitores e autores. A plataforma foi criada para preencher uma lacuna entre as redes sociais convencionais e os tradicionais grupos de leitura e agora conta com uma nova funcionalidade, os resumos estudantis. Na área dedicada para os resumos estudantis, os usuários podem enviar documentos em PDF e dividir com sua rede conhecimentos e conteúdo que os ajudem nos estudos.

Preciso reforçar que, no entanto, é importante equilibrar o tempo gasto nas redes sociais com outras formas de estudo, definindo metas claras de tempo máximo de uso por dia. Além disso, evite distrações quando entrar em plataformas de mídias sociais, focando no conteúdo educacional. É perfeitamente possível utilizar as redes sociais de forma produtiva como uma ferramenta facilitadora do aprendizado, sem cometer excessos.

 

William Costa - fundador da App Universo, a nova rede social para amantes de livros

 

App "Universo

https://www.vemseuniraouniverso.com/


terça-feira, 4 de julho de 2023

Beber água diminui o risco de cárie? Descubra como esse simples ato mantém seus dentes saudáveis e previne de doenças bucais

A água é um recurso natural fundamental para o funcionamento do corpo humano. Além disso, ela desempenha um papel importante na saúde bucal, sendo responsável por manter o pH da boca equilibrado e proteger os dentes contra possíveis doenças bucais. 

A saliva é responsável por manter o pH da boca neutro, evitando a desmineralização dos dentes. A saliva também atua na proteção contra bactérias e na limpeza da boca, removendo resíduos de alimentos e neutralizando ácidos produzidos pelas bactérias presentes na boca. 

A quantidade ideal de água pode variar de acordo com o peso corporal e a atividade física de cada indivíduo. É importante lembrar que a temperatura ideal da água deve ser ambiente, evitando água muito quente ou muito fria que podem sensibilizar a gengiva e causar desconforto. 

Além de manter a boca hidratada e protegida, a água também pode ser usada como uma ferramenta para complementar a higiene bucal, como enxaguar a boca após as refeições ou utilizar irrigadores bucais para remover resíduos de alimentos e bactérias.

 

Cáries

A cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal, Dra. Bruna Conde, destaca que abaixa ingestão de água pode contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças bucais. Uma delas é a cárie, que é causada pela ação das bactérias presentes na boca que consomem os açúcares presentes nos alimentos e produzem ácidos que desmineralizam os dentes. Quando há pouca saliva na boca, esses ácidos permanecem por mais tempo, aumentando o risco de cárie.

 

Gengivite

A gengivite é outra doença bucal que pode estar relacionada à baixa salivação. Ela é caracterizada pela inflamação das gengivas, causada pela placa bacteriana que se acumula nos dentes e gengivas. A falta de saliva pode contribuir para o acúmulo de placa bacteriana e, consequentemente, para o desenvolvimento da gengivite.

 

Periodontite

“A Periodontite é uma condição mais grave que afeta a gengiva e o osso que suporta os dentes. Ela pode ser causada pela falta de higiene bucal adequada, mas também pode estar relacionada à baixa salivação. Isso porque a saliva ajuda a remover os resíduos de alimentos e bactérias da boca, evitando o acúmulo de placa bacteriana que pode causar a doença periodontal.” Destaca Bruna Conde. 

Além disso, a baixa ingestão de água pode deixar a boca mais seca, o que pode favorecer a proliferação de fungos e bactérias, incluindo a Candida albicans, que pode causar a candidíase oral. 

Pessoas que utilizam medicações que reduzem a produção de saliva também estão mais propensas a desenvolver essas doenças bucais, pois a saliva é responsável por manter o pH da boca equilibrado e proteger os dentes contra a ação das bactérias.  

Para evitar problemas de saúde bucal, é importante manter uma dieta equilibrada e uma higiene bucal adequada. É recomendado evitar o consumo excessivo de alimentos açucarados e ácidos, e escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, utilizando fio dental, raspador de língua para complementar a limpeza. 

“Além de tudo, é importante realizar consultas regulares com um dentista para avaliar a saúde bucal, identificar possíveis problemas e realizar tratamentos preventivos. Uma boa saúde bucal não só ajuda a prevenir doenças, mas também melhora a qualidade de vida e a autoestima das pessoas.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 


Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038

 

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