Especialistas do Hospital Leforte apontam o que deve ser levado
em conta nesta época do ano
Os vírus
respiratórios circulam o ano todo, porém nos meses de outono e inverno sua
ocorrência se torna mais frequente devido a manutenção das pessoas em locais
fechados e com pouca circulação do ar. O inverno começa oficialmente no próximo
dia 21 de junho e fica o alerta: quais os cuidados necessários quando se fala
em doenças respiratórias? Para a redução do risco de adquirir ou transmitir
doenças respiratórias, o Ministério da Saúde recomenda a adoção de medidas
denominadas “etiqueta respiratória”.
Etiqueta
respiratória
“A etiqueta
respiratória são algumas ações facilmente aplicadas pela população como:
higienização das mãos frequente com álcool em gel ou água e sabão; utilizar
lenço descartável para a higiene nasal; cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou
tossir; evitar tocar as mucosas dos olhos, nariz e boca; higienizar as mãos
após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres,
pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; evitar o contato
próximo a pessoas com sinais ou sintomas respiratórios.
Além destas
medidas, as pessoas que apresentam sintoma de gripe devem evitar sair de casa
em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas);
restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação; evitar aglomerações e
ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados; adotar hábitos
saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos”, destaca a Dra
Emy Akiyama Gouveia - Coordenadora Corporativa Médica de SCIH (Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar) do Grupo Leforte.
Vacinas
Especialistas
do Hospital Leforte são unânimes quando o assunto são as vacinas. “Estamos
falando de mecanismos comprovadamente eficazes na defesa do organismo humano
contra agentes infecciosos virais ou bacterianos. Daí a importância de estar
com a carteira de vacinação em dia, não só as crianças, mas os adultos”,
ressalta a Dra Emy.
Para a
prevenção das doenças respiratórias temos disponível a vacina contra o vírus da
influenza (reforço anual) e a vacina antipneumocóccica que possuem indicações
específicas.
Influenza
A especialista
também aponta que, no caso da vacina da gripe, é importante fazer o reforço
todos os anos, devido às mutações do vírus influenza e pelo fato de que a
imunidade que cai ao longo dos meses: “o tempo de manutenção dos anticorpos é
variável, em média dura apenas de 6 a 12 meses”. O serviço público
oferece a vacina trivalente (H1N1, H3N2 e o influenza do tipo B Victoria). No
setor privado, no entanto, é possível encontrar a versão tretavante, que inclui
o tipo B Yamagata. “Temos os grupos mais suscetíveis como crianças, idosos e
doentes crônicos, mas o ideal é que todos estejam protegidos”, destaca.
Bronquiolite
A bronquiolite
é uma doença infecciosa viral causada pelo VSR (vírus sincicial respiratório) e
acomete principalmente crianças até os 2 anos de idade. Suas complicações podem
ser pneumonias e insuficiência respiratória aguda. Em alguns casos, há necessidade
de internação. Não há vacina específica.
Para as
crianças prematuras menores de 34 semanas, existe o Palivizumabe, que é um
anticorpo monoclonal que a criança começa a tomar em fevereiro e segue até
junho para a prevenção da bronquiolite.
“É bom que os
pais saibam que ela é fundamental para prematuros e crianças com problemas
respiratórios nesta faixa etária ou mesmo cardiopatas, a fim de se evitar a
bronquiolite”, destaca coordenador da UTI Pediátrica do Hospital, Dr
Evandro Salgado.
Bebê chiador
Tecnicamente
chamado de lactente sibilante, o bebê chiador (que tem chiado no peito) é visto
com um potencial asmático, mas o diagnóstico definitivo da doença só ocorre
após os dois anos. “Até esta idade, o que chamamos de lactente sibilante é bebê
com uma alergia que pode ser causada pela poeira do ar, ácaro ou alergias
alimentares, entre outras causas. São pacientes mais propensos a contrair um
quadro gripal e vírus”, explica o Dr. Salgado. “Neste caso, indicamos que os
pais procurem um médico, até mesmo para evitar uma possível confusão com outra
doença que é a bronquiolite”.
Como cuidar das
alergias respiratórias, gripes e resfriados
A ida ao
pronto-socorro também deve ser ponderada diante do risco de se contrair uma
infecção. Por isso, é sempre bom ter, se possível, um médico de confiança e
também atuar na prevenção, como o simples cuidado em lavar as mãos ou usar
máscaras, em alguns casos.
“A diminuição
das chuvas e da umidade do ar facilita a disseminação de partículas irritantes
da via aérea, como a poeira, ácaros e poluentes como a fuligem, além de vírus e
bactérias. Como pessoas também tendem a ficar mais juntas e em lugares
fechados, com pouca ventilação, este cenário proporciona um risco maior de ter
uma gripe ou um resfriado”, destaca Dr. Elias Lobo Braga, coordenador da
otorrinolaringologia do Hospital.
Segundo ele, o
resfriado é uma infecção normalmente das vias aéreas superiores, causada por
vírus. O mais comum deles pertence a subtipos do rinovírus, que provoca
sintomas como obstrução nasal, espirros, indisposição, dor de garganta e de
cabeça leves, geralmente sem febre.
O resfriado é
autolimitado e dura até 7 dias. A gripe, por sua vez, é causada pelo vírus
influenza, com sintomas muito parecidos ao resfriado, embora mais intensos, com
febre alta e desconforto respiratório, com duração de até 15 dias. “Com esses
sintomas mais fortes e com maior duração, é aconselhável buscar uma unidade
médica para fazer o tratamento adequado”, reforça o Dr. Elias.
Já em relação
à alergia, o ideal é buscar se distanciar das suas causas e fazer
acompanhamento com o especialista.