A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) inicia campanha nacional para
conscientizar os cidadãos sobre uma doença genética rara conhecida como PAF, a
Polineuropatia Amiloidótica Familiar. A ação também visa disseminar informações
para a própria classe médica, já que muitos sintomas são também comuns a outros
males, dificultando diagnóstico e tratamento adequado.
Entre as cidades que receberão a ação está Porto Alegre. A capital gaúcha será
palco de palestras e interações junto à comunidade acadêmica, com o objetivo de
disseminar conhecimento sobre a PAF e suas promissoras formas de tratamento.
O evento acontecerá em 04 de julho, na Associação Médica do Rio Grande do
Sul, e visa atingir estudantes de medicina e profissionais da área, tanto
residentes, como especialistas. Carlo Domênico Marrone, neurologista e
coordenador da ação, enfatiza a presença dos palestrantes Pablo Wickler e
Marcelo Raffo, além da alta expectativa em relação ao encontro “A iniciativa é
muito boa em termos de divulgação sobre a doença”, comentou.
A PAF provoca a perda progressiva de movimentos e atrofia muscular. Caso não
seja tratada nos primeiros dez anos após o surgimento de sintomas iniciais,
pode levar à morte.
Mais comum em descendentes de portugueses, tem prevalência importante no
Brasil, se comparados os dados de outros países. É decorrente de uma falha de
um gene que possui a função específica de condensar a proteína transtirretina
(TTR), no fígado. Enfim, o estopim é o acúmulo desbalanceado dessa proteína em
várias partes do organismo, como rins e nervos.
A PAF é popularmente chamada de “doença dos pezinhos”. Isso porque os pés
acusam a consequências primeiramente, com perda de sensibilidade à temperatura,
formigamento e dor intensa.
Ela traz outras consequências como diarreia, falta de apetite, desidratação,
perda de peso, além de certa dificuldade para andar. Em seguida, meio que
repentinamente, surgem outros distúrbios, como diarreia e outras alterações
gastrointestinais.
Após cinco anos, parte dos enfermos já demonstra enorme dificuldade de se
locomover. Transforma-se em real risco de morte quando rins e coração são
atingidos.
São centenas as suas mutações. Comumente, os portadores brasileiros manifestam
a predominante também entre os portugueses, a V30M. Em 2018, o Ministério da
Saúde incorporou o primeiro medicamento específico para PAF na rede pública.
Mundialmente, junho é destacado como Mês de Luta contra a PAF. É uma reverência
ao neurologista lusitano Mário Corino da Costa Andrade, falecido no dia 16/ano
2005, seu descobridor nos idos de 1950.
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