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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Especialistas explicam a fisioterapia pélvica funcional e seus benefícios


Especialidade vem ganhando espaço por tornar a mulher protagonista do seu parto

 Exercícios da Fisioterapia Pélvica
Divulgação


A Fisioterapia Pélvica Funcional, especialidade reconhecida mundialmente na prevenção e tratamento de disfunções cinético-funcionais intercorrentes na pelve humana, reúne técnicas, movimentos e exercícios especializados para a saúde da mulher e do homem, focados nos sistemas urinário, gastrointestinal e reprodutor, que ocasionam desconforto e riscos de doenças na região. Hoje, é frequentemente recomendada por ginecologistas e obstetras no acompanhamento da gestação ao pós-parto, como complemento do pré-natal e boa saúde da mãe e do bebê.

De acordo com as fisioterapeutas Thalita Freitas e Alessandra Sônego, especializadas na Saúde da Mulher e Obstetrícia pelo HC-FMUSP, o trabalho da região pélvica propõe uma série de benefícios, como prevenir e corrigir alterações posturais anormais, tratar possíveis dores ocasionadas pelo aumento de peso, controlar a ansiedade, melhorar a respiração, aumentar a elasticidade vaginal, tornando assim a mulher protagonista do seu parto. “A pelve da mulher sofre grande ação de hormônios durante a gestação, que a deixam mais flexível para favorecer a descida do bebê. Ela ganha força muscular, que reduz as chances de perda involuntária de urina, o aparecimento do prolapso genital, e a recuperação e regeneração são mais rápidas no pós-parto. Além disso, os exercícios fisioterapêuticos chegam a reduzir até 50% o tempo do trabalho de parto”, relevam.

A mobilidade materna durante o trabalho de parto e as posições adotadas no momento do nascimento, técnicas utilizadas pela fisioterapia pélvica, desempenham um papel importante no nível de conforto da mãe, e também possui influência em quão rápido e eficaz o trabalho de parto irá progredir. “O posicionamento correto da mãe pode acelerar o trabalho de parto e reduzir o desconforto das contrações, pois favorece a descida do bebê, diminuindo a pressão em áreas específicas e o esforço muscular desnecessário. A maioria das posições pode ser aplicada na sala de parto com ou sem o uso de acessórios, como uma bola terapêutica. Além disso, o leito pode ser adaptado à uma posição que facilite a saída do bebê”, explica Thalita.

Mesmo que a gestante tenha alguma complicação no período expulsivo, indicando uma cesariana, o trabalho realizado anteriormente não é perdido, pois ajuda na consciência corporal e na reocupação pós-operatória. “A rápida recuperação no pós-parto depende dos bons hábitos que a gestante cultivou ao longo da gravidez, e isso inclui o acompanhamento especializado. Os músculos têm memória, e isso quer dizer que o trabalho durante a gestação irá se reabilitar corretamente, incluindo a parede abdominal, para que evite disfunções como, por exemplo, uma diástase”, diz Alessandra.

A fisioterapia pode ser retomada logo após o parto, para garantir que a musculatura se regenere e que a cicatrização ocorra de maneira adequada, levando em consideração todas as intervenções e o quadro clínico da paciente.


Congelamento de óvulo teve aumento de 189% nos últimos cinco anos


Levantamento da Huntington Medicina Reprodutiva mostra que triplicou o número de pacientes que congelaram seus óvulos no período


A técnica de congelamento de óvulos vem ganhando cada vez mais espaço nas clínicas de reprodução humana. Casais e também mulheres solteiras têm buscado a criopreservação como opção para adiar a maternidade. De acordo com Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que monitora somente a quantidade de embriões congelados no Brasil, o número em 2017 foi de 75.557 – aumento de 13% em relação ao ano de 2016, quando 66.597 embriões foram congelados.

Na Huntington Medicina Reprodutiva, o levantamento dos últimos cinco anos mostrou que praticamente triplicou o número de pacientes que congelaram seus óvulos. No ano de 2012, 122 mulheres realizaram o processo de congelamento dos óvulos. Já em 2017 o número saltou para 353 pacientes - aumento de 189% nos casos de criopreservação.

Médicos especialistas em reprodução humana afirmam que se as mulheres querem adiar a gravidez o ideal é que congelem seus óvulos até os 35 anos – idade em que eles são mais novos e têm mais qualidade. Mas nas clínicas de reprodução assistida é comum mulheres procurarem pelo procedimento de criopreservação aos 37 anos - período em que a mulher apresenta quantidade menor de óvulos e quando a qualidade já pode estar comprometida.

Segundo a Dra. Thaís Domingues, médica ginecologista e especialista em reprodução humana da Huntington Medicina Reprodutiva, as mulheres começam a pensar sobre adiar a maternidade quando já estão chegando nos 35 anos. "O ideal seria congelar os óvulos antes dos 30 anos, mas nessa idade ninguém está pensando numa gestação futura", completa.

Ao deixar para mais tarde a procura pela técnica de congelamento de óvulos, as pacientes podem vir a serem submetidas a mais de um ciclo de coleta e, ainda, podem encontrar um cenário em que os óvulos não têm mais a qualidade necessária para o uso em fertilização in vitro ou inseminação artificial.

Durante o procedimento de estimulação para produção de óvulos, a mulher recebe os hormônios FSH e LH, que já circulam normalmente no organismo. Os efeitos colaterais desse período são irritação, ansiedade e, em alguns casos, um pouco de inchaço.

Os médicos sugerem congelar entre 12 a 15 óvulos para ter uma boa margem para o uso nos procedimentos de reprodução no futuro. "A mulher de 40 anos tem menos estoque ovariano, então é possível que ela tenha de se submeter ao procedimento mais de uma vez para conseguirmos coletar uma quantidade mínima e segura de óvulos", conclui a Dra. Thais Domingues.





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Consumo de cigarro de palha no interior de São Paulo cresce e marcas apresentam irregularidades


 Pesquisa feita pelo Ibope registra aumento de 30% no consumo no país sendo que 75% estão concentrados em Minas Gerais, Goiás e no interior de São Paulo


O consumo do cigarro de palha no Brasil vem crescendo a cada ano e diversos fabricantes e marcas apresentam irregularidades regulatórias. Um levantamento recente feito pelo Ibope indica que o consumo total de cigarros de palha no Brasil alcançou cerca de 1,2 bilhões de unidades em 2018.

A pesquisa identificou 32 marcas citadas nas declarações dos consumidores. Destas, apenas duas possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que é obrigatório para todos os produtos fumígenos derivados do tabaco. Por isso, tais marcas podem ser consideradas ilegais. Veja detalhamento no link da própria instituição:


“Independente de ser classificado como um produto artesanal, o cigarro de palha – muitas vezes fabricados por grandes industrias – alcançou um tamanho de mercado significativo e é fundamental que tais empresas também sigam as regulamentações do setor, evitando assim a concorrência maneira desleal com as demais empresas do mercado de tabaco”, diz Edson Vismona, presidente do ETCO (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial).

O estudo registrou ainda um aumento de 30% na população adulta brasileira fumante de cigarro de palha, passando de cerca de 1 milhão de pessoas em 2017 para 1,3 milhões em 2018. Outro ponto que a pesquisa indica é a concentração de cerca de 74% da população fumante de cigarro de palha nos estados de Minas Gerais, no interior de São Paulo e em Goiás.

“Além de muitas marcas não terem registro na Anvisa, há outros indícios de irregularidades, como leis trabalhistas que não estão sendo cumpridas integralmente, produtos sem controle fitossanitário e marcas que não seguem as regulamentações da indústria legal de cigarros, como por exemplo, a proibição da propaganda na internet, em pontos de venda e em locais público”, explica Vismona.

Outra irregularidade encontrada é que diversos fabricantes não possuem a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) referente à fabricação de produtos fumígenos, utilizando outras atividades, como de hotéis.

Com relação as percepções dos consumidores, outra pesquisa conduzida pela Kantar constatou que os fumantes acreditam que o cigarro de palha é uma opção menos prejudicial à saúde por considerarem o produto “mais natural”, “menos tóxico” e, consequentemente, “menos viciantes”.  “É preciso reverter esse quadro de desinformação da população”, diz Vismona.


Mercado ilegal

O cigarro de palha se soma a outros produtos ilegais. Em 2018, de acordo com levantamento do Ibope, 54% de todos os cigarros vendidos no país são ilegais, um crescimento de seis pontos percentuais em relação ao ano anterior. Desse total, 50% foram contrabandeados do Paraguai e 5% foram produzidos por empresas nacionais que comercializam o produto abaixo do preço mínimo definido por lei (R$ 5,00).

Os resultados verificados pelo Ibope em Minas Gerais são ainda piores que os apurados nacionalmente. Em 2018, o mercado de cigarros contrabandeados no Estado atingiu 61% do total, o equivalente a cerca de R$ 384 milhões que os cofres públicos deixaram de arrecadar em ICMS. De 2015 a 2018, o mercado ilegal deste produto no Estado cresceu 41% em volume e 11 pontos percentuais em participação de mercado.

Na região Centro-Oeste esse cenário se repete. Os cigarros contrabandeados atingiram 58% do total. De 2015 a 2018, o mercado ilegal deste produto na região cresceu 31% em participação de mercado.

Já em São Paulo, os resultados verificados pelo Ibope são bastante semelhantes aos apurados nacionalmente. Em 2018, o mercado de cigarros contrabandeados no Estado atingiu 54% do total, o equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão de reais que os cofres públicos deixaram de arrecadar em ICMS. De 2015 a 2018, o mercado ilegal no Estado cresceu 39% em volume e 13 pontos percentuais em participação de mercado.

A pesquisa do Ibope foi realizada com metodologia quantitativa por meio de entrevistas pessoais domiciliares, com cobertura de 76% da população brasileira de 18 a 64 anos. Amostra da população foi de 55.025 entrevistas (determinação da incidência de fumantes) com uma amostra de fumantes com 8.266 entrevistas, distribuídas em 208 municípios, realizadas nas áreas urbanas de municípios acima de 20.000 habitantes.


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