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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Trabalho multigeracional e liderança

 

Como usar a Neurociência e o estudo do comportamento para minimizar os conflitos de times multigeracionais

 

Um dos principais desafios dos líderes no ambiente corporativo é gerenciar equipes com diferentes perfis geracionais, cujas prioridades, comportamentos e expectativas são profundamente diferentes. Essa convivência pode ser uma fonte de conflitos, mas também um terreno fértil para inovação e crescimento, quando bem gerenciada. 

Cada geração carrega traços moldados por contextos históricos, econômicos e tecnológicos únicos. Essas influências impactam diretamente seus valores, comportamentos e formas de se relacionar no trabalho. 

Ao explorar o potencial único de cada geração — a experiência da geração X, o senso de propósito dos Millennials e a inovação digital da geração Z —, os líderes podem criar times mais conectados, criativos e resilientes. Para isso, a neurociência e estudos comportamentais oferecem insights poderosos que podem transformar a maneira como profissionais interagem no trabalho. 

A especialista em Neurociência e sócia da Santé, Andrea Petrillo ressalta que as People Skills — ou habilidades interpessoais — são essenciais para integrar gerações. Essas habilidades envolvem comunicação eficaz, empatia, capacidade de resolver conflitos e flexibilidade para entender perspectivas diferentes. 

“Por exemplo, enquanto a geração X prefere reuniões formais e e-mails, a geração Z se comunica melhor por plataformas digitais e respostas rápidas. Reconhecer essas diferenças pode evitar ruídos e fortalecer as relações interpessoais no time”. 

Ela também lembra que a neurociência mostra que o cérebro é moldado pelas experiências e pelo ambiente. O contexto digital e os estímulos instantâneos que moldaram a geração Z, por exemplo, os tornaram mais sensíveis a recompensas rápidas, como reconhecimento imediato. Por outro lado, a geração X, que cresceu sem tanta tecnologia, tende a ser mais paciente e focada em recompensas de longo prazo. 

“Estudos sobre plasticidade cerebral indicam que líderes podem se adaptar para atender às necessidades de cada geração, criando interações mais efetivas. Além disso, compreender o papel do sistema de recompensa no cérebro ajuda a oferecer feedbacks personalizados e criar estratégias motivacionais para engajar equipes multigeracionais”, reforça Andrea Petrillo.

 

Dicas práticas para líderes gerenciarem gerações diferentes 

Para apoiar liderar de equipes multigeracionais, a especialista listou algumas dicas práticas que podem fazer a diferença no dia a dia das organizações:

 

  1. Adote a escuta ativa:

Reserve tempo para entender as expectativas e preocupações de cada geração. Perguntas simples como “O que você espera dessa tarefa?” ou “Como posso te ajudar a ser mais produtivo?” podem gerar insights valiosos.

  1. Customize o feedback:
    • Para a geração X, foque em resultados claros e objetivos de longo prazo.
    • Para os Millennials, conecte o feedback ao propósito e ao impacto da ação.
    • Para a geração Z, seja rápido, específico e, se possível, faça uso de ferramentas digitais para comunicar reconhecimento.
  2. Fomente um ambiente colaborativo:

Crie espaços onde diferentes gerações possam compartilhar suas experiências e perspectivas. Por exemplo, mentorias reversas podem ser altamente eficazes — enquanto a geração X compartilha sua visão estratégica, a geração Z pode oferecer insights sobre inovação digital.

  1. Invista em treinamentos personalizados:
    Capacitações voltadas para inteligência emocional e liderança podem ajudar os líderes a ajustarem seus estilos, enquanto workshops sobre diversidade geracional promovem maior entendimento entre as equipes.
  2. Crie oportunidades de crescimento:
    A geração Z, em especial, valoriza desafios constantes e planos de desenvolvimento claros. Estruture caminhos para que eles possam crescer e explorar diferentes áreas dentro da empresa.
  3. Valorize a saúde mental e o equilíbrio:
    Incentive práticas que priorizem o bem-estar, especialmente para Millennials e a geração Z, que têm maior consciência sobre saúde mental. Benefícios como horários flexíveis, apoio psicológico e dias dedicados à saúde podem aumentar a retenção e o engajamento.
  4. Faça a delegação dinâmica: Ao delegar tarefas, líderes podem alinhar responsabilidades com os pontos fortes de cada geração. Por exemplo, a geração X pode se sair melhor em projetos de longo prazo, enquanto a geração Z pode liderar iniciativas rápidas e tecnológicas.
  5. Utilize plataformas de feedback: Implementar sistemas digitais de feedback, como o Officevibe ou o 15Five, pode atender à necessidade da geração Z por reconhecimento constante, sem sobrecarregar líderes.

 

Andrea Petrillo - sócia e mentora da Santé. Engenheira formada pela Escola de Engenharia Mauá, tem MBA em Logística e Supply Chain pela FGV e pós-graduada em Neurociência pelo Einstein. É Practitioner pela Sociedade Brasileira de PNL. Possui mais de 17 anos de experiência em gestão de pessoas e processos, com objetivo de aumentar produtividade, lucratividade e reduzir custos. Acredita que os melhores resultados acontecem quando o foco é colocado nos talentos individuais. Possui excelente comunicação e empatia nata, que contribuem para potencializar a performance das pessoas.



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