Como usar a Neurociência e o estudo do
comportamento para minimizar os conflitos de times multigeracionais
Um dos principais desafios dos líderes no ambiente corporativo é gerenciar equipes com diferentes perfis geracionais, cujas prioridades, comportamentos e expectativas são profundamente diferentes. Essa convivência pode ser uma fonte de conflitos, mas também um terreno fértil para inovação e crescimento, quando bem gerenciada.
Cada geração carrega traços moldados por contextos históricos, econômicos e tecnológicos únicos. Essas influências impactam diretamente seus valores, comportamentos e formas de se relacionar no trabalho.
Ao explorar o potencial único de cada geração — a experiência da geração X, o senso de propósito dos Millennials e a inovação digital da geração Z —, os líderes podem criar times mais conectados, criativos e resilientes. Para isso, a neurociência e estudos comportamentais oferecem insights poderosos que podem transformar a maneira como profissionais interagem no trabalho.
A especialista em Neurociência e sócia da Santé, Andrea Petrillo ressalta que as People Skills — ou habilidades interpessoais — são essenciais para integrar gerações. Essas habilidades envolvem comunicação eficaz, empatia, capacidade de resolver conflitos e flexibilidade para entender perspectivas diferentes.
“Por exemplo, enquanto a geração X prefere reuniões formais e e-mails, a geração Z se comunica melhor por plataformas digitais e respostas rápidas. Reconhecer essas diferenças pode evitar ruídos e fortalecer as relações interpessoais no time”.
Ela também lembra que a neurociência mostra que o cérebro é moldado pelas experiências e pelo ambiente. O contexto digital e os estímulos instantâneos que moldaram a geração Z, por exemplo, os tornaram mais sensíveis a recompensas rápidas, como reconhecimento imediato. Por outro lado, a geração X, que cresceu sem tanta tecnologia, tende a ser mais paciente e focada em recompensas de longo prazo.
“Estudos
sobre plasticidade cerebral indicam que líderes podem se adaptar para
atender às necessidades de cada geração, criando interações mais efetivas. Além
disso, compreender o papel do sistema de recompensa no cérebro ajuda a oferecer
feedbacks personalizados e criar estratégias motivacionais para engajar equipes
multigeracionais”, reforça Andrea Petrillo.
Dicas práticas para líderes gerenciarem gerações diferentes
Para
apoiar liderar de equipes multigeracionais, a especialista listou algumas dicas
práticas que podem fazer a diferença no dia a dia das organizações:
- Adote a
escuta ativa:
Reserve tempo para entender as expectativas e
preocupações de cada geração. Perguntas simples como “O que você espera dessa
tarefa?” ou “Como posso te ajudar a ser mais produtivo?” podem gerar insights
valiosos.
- Customize o
feedback:
- Para a
geração X, foque em resultados claros e objetivos de longo prazo.
- Para os
Millennials, conecte o feedback ao propósito e ao impacto da ação.
- Para a
geração Z, seja rápido, específico e, se possível, faça uso de
ferramentas digitais para comunicar reconhecimento.
- Fomente um
ambiente colaborativo:
Crie espaços onde diferentes gerações possam
compartilhar suas experiências e perspectivas. Por exemplo, mentorias reversas
podem ser altamente eficazes — enquanto a geração X compartilha sua visão
estratégica, a geração Z pode oferecer insights sobre inovação digital.
- Invista em
treinamentos personalizados:
Capacitações voltadas para inteligência emocional e liderança podem ajudar os líderes a ajustarem seus estilos, enquanto workshops sobre diversidade geracional promovem maior entendimento entre as equipes. - Crie
oportunidades de crescimento:
A geração Z, em especial, valoriza desafios constantes e planos de desenvolvimento claros. Estruture caminhos para que eles possam crescer e explorar diferentes áreas dentro da empresa. - Valorize a
saúde mental e o equilíbrio:
Incentive práticas que priorizem o bem-estar, especialmente para Millennials e a geração Z, que têm maior consciência sobre saúde mental. Benefícios como horários flexíveis, apoio psicológico e dias dedicados à saúde podem aumentar a retenção e o engajamento. - Faça a
delegação dinâmica: Ao
delegar tarefas, líderes podem alinhar responsabilidades com os pontos
fortes de cada geração. Por exemplo, a geração X pode se sair melhor em
projetos de longo prazo, enquanto a geração Z pode liderar iniciativas
rápidas e tecnológicas.
- Utilize
plataformas de feedback: Implementar sistemas digitais de feedback, como o Officevibe ou o
15Five, pode atender à necessidade da geração Z por reconhecimento
constante, sem sobrecarregar líderes.
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