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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O prioritário desafio de melhorar a malha rodoviária brasileira


A necessidade de investir nas rodovias brasileiras vai muito além da perspectiva da infraestrutura e da logística. Trata-se de um fator essencial para a mobilidade e o desenvolvimento econômico. O Brasil depende massivamente desse modal: cerca de 60% das cargas e 90% dos passageiros são transportados por estradas, um índice elevado em comparação com outras grandes economias, nas quais ferrovias e hidrovias têm participação mais expressiva. Tal cenário exige que a malha rodoviária seja não apenas extensa, mas também de alta qualidade e segura. 

A Pesquisa CNT de Rodovias de 2024 revelou avanços, mas também desafios significativos. Apenas 7,5% das estradas pavimentadas do País foram classificadas como "ótimas", enquanto 26,6% estão em condições "ruins" ou "péssimas". Além disso, 84,8% das vias são pistas simples, o que limita a capacidade de tráfego. Estima-se que sejam necessários cerca de R$ 100 bilhões para recuperar a infraestrutura existente e adequá-la às demandas nacionais. 

Os investimentos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) são uma esperança para a reversão desse cenário, mas precisam ser agilizados. Em uma de suas vertentes, o programa prevê o fortalecimento de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões. Estas são uma estratégia que apresenta bons resultados, pois rodovias sob concessão têm índices de qualidade muito superiores às de gestão pública, com 21,4% em estado "ótimo", contra apenas 2,7% das públicas, aponta o estudo da CNT. 

Exemplo disso é a Régis Bittencourt (BR-116) no trecho entre São Paulo e Curitiba, que desempenha papel estratégico no transporte de pessoas e cargas no Brasil. Conhecemos bem essa estrada, pois ela atende a uma das principais linhas da Santa Maria, entre as capitais paulista e paranaense. Com 402 quilômetros de extensão, é administrada desde 2008 sob regime de concessão, está totalmente duplicada e tem boa manutenção, fatores importantes para a segurança e fluidez do trânsito. 

A modernização e melhoria das estradas têm impactos econômicos e sociais. Vias ruins geram maiores ônus logísticos, aumento de acidentes e perda de competitividade. Cada real investido em infraestrutura rodoviária não só melhora a segurança e a eficiência do transporte, mas também estimula o nível de atividade, reduzindo custos operacionais e criando empregos. Malha rodoviária de qualidade é um fator de crescimento do PIB e integração deste Brasil continental.

 

Gabriel Nunes - diretor da Transportes Santa Maria


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