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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Fibromialgia atinge mais mulheres: qual o tratamento?

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a condição se manifesta entre 2% e 12% da população brasileira

 

Em um cenário onde as doenças crônicas ganham cada vez mais relevância, a fibromialgia destaca-se como uma condição que afeta milhões de brasileiros, principalmente mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a fibromialgia se manifesta em cerca de 2% a 12% da população adulta no Brasil.

A condição causa principalmente dores musculoesqueléticas generalizadas e sensibilidade em diversos pontos do corpo. Além disso, os pacientes frequentemente relatam fadiga persistente, distúrbios do sono e alterações cognitivas, conhecido popularmente como “fibro fog” ou névoa do cérebro.

"O termo 'fibro fog' descreve a sensação de confusão mental que pode dificultar atividades cotidianas, como manter a concentração, lembrar informações ou até organizar pensamentos de forma clara. Os pacientes que experimentam a fibro fog costumam relatar lapsos de memória, dificuldade em encontrar as palavras certas durante uma conversa e uma sensação constante de cansaço mental. Esse quadro pode ser particularmente frustrante, pois interfere tanto no trabalho quanto nas interações pessoais", explica o reumatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Levi Jales Neto.

Embora as causas exatas ainda não estejam completamente esclarecidas, alguns fatores podem ser associados ao surgimento da condição, incluindo alterações nos neurotransmissores, predisposição genética e possíveis gatilhos como traumas físicos ou emocionais.

O diagnóstico da fibromialgia permanece sendo primariamente clínico, baseado na avaliação minuciosa dos sintomas e no histórico do paciente. “É fundamental uma análise completa para excluir outras condições e estabelecer o diagnóstico correto”, ressalta o reumatologista.


Como tratar a fibromialgia?

O tratamento da fibromialgia atualmente é baseado em uma abordagem integrada que busca atender às necessidades individuais de cada paciente. Esse processo combina o uso de medicamentos específicos com uma série de terapias complementares, sempre considerando que cada caso é único e exige um plano personalizado.

"Entre as opções de cuidado, destacam-se a fisioterapia regular, a prática de exercícios físicos supervisionados, a estimulação magnética transcraniana, o acompanhamento psicológico e o uso de técnicas alternativas, como a acupuntura. Essa abordagem visa oferecer um cuidado global e humanizado, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida de quem enfrenta essa condição", comenta ele.

Abaixo, o reumatologista lista algumas dicas que podem auxiliar os pacientes no dia a dia da convivência com a fibromialgia.

Manutenção de uma rotina regular de sono: O sono é importante para a regeneração física e mental. Para pessoas com fibromialgia, é ainda mais essencial estabelecer horários regulares para dormir e acordar, mesmo nos fins de semana. Dormir em um ambiente tranquilo, escuro e confortável, além de evitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de deitar, pode reduzir os episódios de insônia e o cansaço excessivo durante o dia.

Prática de exercícios leves: A atividade física moderada pode aliviar dores musculares e melhorar a mobilidade. Caminhadas, yoga, pilates ou hidroginástica são boas opções para quem sofre de fibromialgia, pois evitam sobrecarga das articulações e promovem um condicionamento físico gradual. "O ideal é começar devagar, respeitando os limites do corpo, e contar com a orientação de um fisioterapeuta ou educador físico para garantir práticas seguras", comenta Neto.

Alimentação balanceada: Uma dieta rica em nutrientes desempenha um papel importante no equilíbrio do organismo. Alimentos anti-inflamatórios, como frutas, verduras, peixes ricos em ômega-3 e grãos integrais, podem ajudar a aliviar os sintomas. Além disso, evitar açúcares refinados, gorduras trans e alimentos ultraprocessados pode reduzir picos de inflamação e fadiga.

Técnicas de gestão do estresse: Gerenciar o estresse é fundamental, já que ele pode agravar os sintomas da fibromialgia. "Práticas como meditação, mindfulness e respiração profunda ajudam a reduzir a tensão emocional. Participar de grupos de apoio ou buscar a ajuda de um psicólogo também pode ser uma ferramenta valiosa para identificar gatilhos emocionais e promover maior equilíbrio mental e emocional", reforça ele.

Acompanhamento médico regular: O diagnóstico e o tratamento da fibromialgia precisam de um acompanhamento contínuo, realizado por médicos que compreendam a complexidade da condição. Consultas regulares são essenciais para avaliar a eficácia dos tratamentos, ajustar medicamentos e encaminhar para outras especialidades, como reumatologia, fisioterapia ou psicologia, conforme necessário.

“Embora a fibromialgia seja uma condição crônica, o prognóstico tem melhorado significativamente graças aos avanços no tratamento e à maior compreensão da síndrome. O mais importante é não desistir e buscar ajuda profissional especializada”, conclui o especialista.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


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