Quase 2 milhões de piscinas olimpíadas
de esgoto sem tratamento foram despejadas no meio ambiente em 2024
O Brasil enfrenta surtos de viroses e um aumento de praias impróprias para banho, reflexo direto da precariedade no saneamento básico. Com o início dos mandatos dos novos prefeitos municipais em 2025, a melhoria da infraestrutura de saneamento torna-se uma prioridade urgente.
De acordo com dados do SNIS, ano-base 2022, apenas 52,2% do esgoto produzido é tratado, resultando no despejo de 5.253 piscinas olímpicas de esgoto não tratado despejadas diariamente no meio ambiente. Em 2024, o "esgotômetro" do Instituto Trata Brasil estimou que quase 2 milhões de piscinas olímpicas de esgoto foram lançadas na natureza.
Embora o Novo Marco Legal do Saneamento estabeleça 2033 como prazo
para alcançar a universalização do acesso à água potável (99%) e à coleta e
tratamento de esgoto (90%), o um estudo do Trata Brasil alerta que, ao ritmo
atual de evolução, a meta só será cumprida em 2070 — um atraso de 37 anos.
Esse cenário exige que a infraestrutura básica seja tratada como prioridade
pelos gestores públicos recém-eleitos.
A ausência de saneamento básico contribui para o aumento de doenças gastrointestinais, como viroses e diarreia, impactando a saúde e a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Prefeitos recém-eleitos têm um papel decisivo nesse cenário, já que, segundo a Política Nacional de Saneamento Básico, os municípios devem elaborar e implementar Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB). Esses planos são fundamentais para identificar demandas locais, planejar investimentos e captar recursos.
O saneamento básico é essencial para o desenvolvimento e
crescimento sustentável das cidades, influenciando áreas como saúde, educação,
turismo, valorização imobiliária e renda. Com a oportunidade de novos mandatos
em 2025, os gestores municipais têm em mãos a responsabilidade de transformar a
infraestrutura de saneamento em prioridade e catalisadora de mudanças
significativas para a qualidade de vida da população.
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