Amanhã,
terça-feira, 14 de janeiro, os filtros do Instagram criados por terceiros vão
acabar. A decisão desta tecnologia que altera significativamente a aparência
tem gerado discussões sobre os impactos dessa mudança na percepção de
autoimagem. Para muitas pessoas, os filtros que afinam rostos, aumentam lábios
ou suavizam imperfeições tornaram-se ferramentas quase indispensáveis no dia a
dia digital. No entanto, psicóloga especialista em transtornos alimentares
Valeska Bassan, alerta que a ausência dessas "máscaras virtuais" pode
ter um efeito profundo, tanto positivo quanto desafiador, na saúde mental e
estética.
A
especialista aponta que os filtros, embora populares, podem ser uma faca de
dois gumes. “Eles criam uma realidade inatingível e distorcida da aparência
física, o que pode levar a sentimentos de inadequação e até desencadear
transtornos relacionados à imagem corporal, como a distorção corporal”,
explica.
Valeska
acredita que a retirada de filtros é um passo na direção de uma relação mais
saudável com a autoimagem. "Sem filtros, as pessoas podem começar a se
reconectar com a própria aparência de forma mais realista, o que é fundamental
para o desenvolvimento da autoestima. Isso ajuda a quebrar o ciclo de
comparação constante com padrões irreais de beleza", afirma.
Ela
destaca que, ao se libertarem da dependência de filtros, muitos usuários podem
redescobrir características únicas e valorizar sua autenticidade. Essa mudança
também pode abrir espaço para conversas mais honestas sobre aceitação e
diversidade de corpos.
No
entanto, para alguns, a transição pode ser emocionalmente desafiadora. “Muitas
pessoas já internalizaram a necessidade de parecerem perfeitas nas redes
sociais. A ausência de filtros pode gerar ansiedade, insegurança e até
sentimentos de vergonha ao expor uma versão sem retoques de si mesmas”, alerta
a psicóloga.
Esse
impacto pode ser especialmente significativo em adolescentes e jovens adultos,
grupos altamente suscetíveis à pressão estética nas redes sociais e para a
psicóloga a retirada dos filtros é um convite para uma transformação cultural
mais ampla. "É uma oportunidade de ressignificar a relação com o próprio
corpo, promovendo mais aceitação e liberdade para ser quem somos de verdade –
online e offline", conclui.
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