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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Retirada de filtros do Instagram e o impacto no psicológico estético


Amanhã, terça-feira, 14 de janeiro, os filtros do Instagram criados por terceiros vão acabar. A decisão desta tecnologia que altera significativamente a aparência tem gerado discussões sobre os impactos dessa mudança na percepção de autoimagem. Para muitas pessoas, os filtros que afinam rostos, aumentam lábios ou suavizam imperfeições tornaram-se ferramentas quase indispensáveis no dia a dia digital. No entanto, psicóloga especialista em transtornos alimentares Valeska Bassan, alerta que a ausência dessas "máscaras virtuais" pode ter um efeito profundo, tanto positivo quanto desafiador, na saúde mental e estética. 

A especialista aponta que os filtros, embora populares, podem ser uma faca de dois gumes. “Eles criam uma realidade inatingível e distorcida da aparência física, o que pode levar a sentimentos de inadequação e até desencadear transtornos relacionados à imagem corporal, como a distorção corporal”, explica. 

Valeska acredita que a retirada de filtros é um passo na direção de uma relação mais saudável com a autoimagem. "Sem filtros, as pessoas podem começar a se reconectar com a própria aparência de forma mais realista, o que é fundamental para o desenvolvimento da autoestima. Isso ajuda a quebrar o ciclo de comparação constante com padrões irreais de beleza", afirma. 

Ela destaca que, ao se libertarem da dependência de filtros, muitos usuários podem redescobrir características únicas e valorizar sua autenticidade. Essa mudança também pode abrir espaço para conversas mais honestas sobre aceitação e diversidade de corpos. 

No entanto, para alguns, a transição pode ser emocionalmente desafiadora. “Muitas pessoas já internalizaram a necessidade de parecerem perfeitas nas redes sociais. A ausência de filtros pode gerar ansiedade, insegurança e até sentimentos de vergonha ao expor uma versão sem retoques de si mesmas”, alerta a psicóloga. 

Esse impacto pode ser especialmente significativo em adolescentes e jovens adultos, grupos altamente suscetíveis à pressão estética nas redes sociais e para a psicóloga a retirada dos filtros é um convite para uma transformação cultural mais ampla. "É uma oportunidade de ressignificar a relação com o próprio corpo, promovendo mais aceitação e liberdade para ser quem somos de verdade – online e offline", conclui.
 

 

Valeska Bassan - Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein. Coordenou o Curso de Aprimoramento em Transtornos Alimentares Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e a equipe de psicólogos do Grupo de Estudos do Comer compulsivo em mulheres portadoras de obesidade (GRECCO) também do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP).Professora de pós graduação das disciplinas de Transtornos Alimentares Pós Cirurgia Bariátrica e dos Aspectos Psicológicos dos Transtornos Alimentares na Faculdade iGPs

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