Todo
início de ano é marcado por promessas de transformações, resoluções e novos
começos. Nesse contexto, janeiro é o período propício para colocar a saúde
mental no centro das nossas prioridades.
Ao
contrário do que muitos imaginam, a saúde mental não é apenas a ausência de
doenças psiquiátricas. Trata-se de um estado de equilíbrio que permite
enfrentar os desafios cotidianos com resiliência e autonomia. Assim como
cuidamos do corpo para evitar doenças físicas, é essencial cuidar da mente para
prevenir o adoecimento emocional.
O
Brasil é considerado um dos países com maiores índices de ansiedade e depressão
no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste
cenário, é fundamental quebrar o silêncio e enfrentar o estigma em torno das
questões de saúde mental. Não se trata apenas de falar sobre depressão,
ansiedade ou outras patologias, mas de repensar nossa relação com o mundo, o
ritmo de vida e a forma como cuidamos de nós mesmos.
Ao
reconhecer a importância de prevenir o adoecimento mental, as pessoas passam a
adotar práticas mais saudáveis no cotidiano. Isso inclui criar espaço para o
autocuidado, fortalecer as relações interpessoais e buscar apoio especializado
quando necessário.
Como praticar o autocuidado mental?
O
autocuidado mental passa por pequenas atitudes diárias que podem ter impacto
significativo na qualidade de vida. Alguns exemplos incluem:
- Estabelecer limites:
Saber dizer "não" é um ato de coragem e autocompaixão. Respeitar
os próprios limites evita a sobrecarga emocional.
- Evitar o perfeccionismo: A
busca constante por perfeição gera frustração e desgaste mental. Aceitar a
própria vulnerabilidade é um passo importante para o bem-estar.
- Praticar atividades prazerosas:
Ler, dançar, ouvir música ou estar com amigos são formas de recarregar as
energias emocionais.
- Focar na respiração:
Técnicas de respiração consciente ajudam a reduzir a ansiedade e promovem
o relaxamento.
- Procurar ajuda profissional: O
apoio de um psicólogo ou psiquiatra é essencial quando as demandas
emocionais superam a capacidade de enfrentamento individual.
Uma
das maiores barreiras para o cuidado com a saúde mental é o estigma. Muitos
ainda acreditam que pedir ajuda é "fraqueza" ou que as emoções devem
ser "controladas" sozinhas. No entanto, ninguém deveria ter vergonha
de buscar apoio. Assim como procuramos um médico quando temos uma dor física,
também precisamos de suporte especializado para dores emocionais.
Precisamos
entender que a saúde mental é parte integrante da nossa saúde geral e,
portanto, deve ser cuidada com o mesmo zelo que dedicamos à saúde física. Que
neste mês e ao longo de todo o ano possamos priorizar o bem-estar emocional,
promovendo espaços de acolhimento e apoio.
Se
você sente que precisa de ajuda, não hesite em buscá-la. Cuidar da mente é um
ato de coragem e amor-próprio.
Juliana Bancovsky - médica psiquiatra, diretora da área
médica e regulatória da Lundbeck no Brasil
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