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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A importância de cuidar da saúde mental desde o início do ano


Todo início de ano é marcado por promessas de transformações, resoluções e novos começos. Nesse contexto, janeiro é o período propício para colocar a saúde mental no centro das nossas prioridades. 

Ao contrário do que muitos imaginam, a saúde mental não é apenas a ausência de doenças psiquiátricas. Trata-se de um estado de equilíbrio que permite enfrentar os desafios cotidianos com resiliência e autonomia. Assim como cuidamos do corpo para evitar doenças físicas, é essencial cuidar da mente para prevenir o adoecimento emocional. 

O Brasil é considerado um dos países com maiores índices de ansiedade e depressão no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste cenário, é fundamental quebrar o silêncio e enfrentar o estigma em torno das questões de saúde mental. Não se trata apenas de falar sobre depressão, ansiedade ou outras patologias, mas de repensar nossa relação com o mundo, o ritmo de vida e a forma como cuidamos de nós mesmos. 

Ao reconhecer a importância de prevenir o adoecimento mental, as pessoas passam a adotar práticas mais saudáveis no cotidiano. Isso inclui criar espaço para o autocuidado, fortalecer as relações interpessoais e buscar apoio especializado quando necessário.
 

Como praticar o autocuidado mental?

O autocuidado mental passa por pequenas atitudes diárias que podem ter impacto significativo na qualidade de vida. Alguns exemplos incluem:

  • Estabelecer limites: Saber dizer "não" é um ato de coragem e autocompaixão. Respeitar os próprios limites evita a sobrecarga emocional.
  • Evitar o perfeccionismo: A busca constante por perfeição gera frustração e desgaste mental. Aceitar a própria vulnerabilidade é um passo importante para o bem-estar.
  • Praticar atividades prazerosas: Ler, dançar, ouvir música ou estar com amigos são formas de recarregar as energias emocionais.
  • Focar na respiração: Técnicas de respiração consciente ajudam a reduzir a ansiedade e promovem o relaxamento.
  • Procurar ajuda profissional: O apoio de um psicólogo ou psiquiatra é essencial quando as demandas emocionais superam a capacidade de enfrentamento individual.

Uma das maiores barreiras para o cuidado com a saúde mental é o estigma. Muitos ainda acreditam que pedir ajuda é "fraqueza" ou que as emoções devem ser "controladas" sozinhas. No entanto, ninguém deveria ter vergonha de buscar apoio. Assim como procuramos um médico quando temos uma dor física, também precisamos de suporte especializado para dores emocionais. 

Precisamos entender que a saúde mental é parte integrante da nossa saúde geral e, portanto, deve ser cuidada com o mesmo zelo que dedicamos à saúde física. Que neste mês e ao longo de todo o ano possamos priorizar o bem-estar emocional, promovendo espaços de acolhimento e apoio. 

Se você sente que precisa de ajuda, não hesite em buscá-la. Cuidar da mente é um ato de coragem e amor-próprio.

  

Juliana Bancovsky - médica psiquiatra, diretora da área médica e regulatória da Lundbeck no Brasil



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