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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Educação financeira nas escolas: ensino pode transformar o futuro para uma geração mais conscient

Diretor pedagógico do Colégio Anglo Leonardo da Vinci compartilha dicas de atividades que podem ser apresentadas para os alunos

 

De acordo com levantamento divulgado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em novembro de 2024, 41,51% da população estava com dívidas em atraso, o que equivale a cerca de 68 milhões de consumidores negativados. O número, que representa um aumento de 1,48% em relação ao mesmo período de 2023, traz à tona a inadimplência como um desafio significativo para muitos brasileiros. 

No entanto, segundo Wagner Venceslau Dias, diretor pedagógico do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, mesmo diante de um cenário preocupante, é possível reverter tal realidade, principalmente, por meio da educação: “Para que isso aconteça, é preciso ter em mente a ideia de expandir iniciativas que incentivem a educação financeira nas escolas, sendo uma tentativa de preparar os jovens para um futuro com mais consciência e melhor administrado financeiramente, o que já vem dando grandes passos com o Projeto de Lei que institui a disciplina como obrigatória”. 

O Projeto de Lei 2747/24, que torna obrigatória a educação financeira como disciplina no currículo da educação básica das escolas públicas e particulares do país, está em análise na Câmara dos Deputados. Além disso, conforme a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação financeira desde a infância é fundamental para criar hábitos responsáveis que impactem a vida adulta. 

“O aprendizado sobre planejamento financeiro, poupança, orçamento e até mesmo investimentos proporciona às crianças e adolescentes ferramentas para tomar decisões mais seguras e inteligentes ao longo da vida. Incluir isso no currículo escolar pode fazer a diferença ao ampliar o conhecimento dos estudantes sobre o tema e transformar a relação que eles e suas famílias têm com o dinheiro”, ressalta Wagner.
 

Mas como trabalhar o assunto dentro da sala de aula? 

O diretor pedagógico orienta que o tema deve ser abordado de acordo com a faixa etária dos alunos. Começando pela Educação Infantil (4 a 6 anos), os professores podem introduzir conceitos básicos como valor do dinheiro e a importância da economia, seja com lojas simuladas, histórias ou cofrinhos compartilhados. 

“Já para a turma do Fundamental I (7 a 10 anos) e Fundamental II (11 a 14 anos), o objetivo deve ser voltado para trabalhar conceitos de poupança, orçamento e explorar planejamento de médio prazo, juros e responsabilidade financeira. Neste caso, jogos de mesada, gráfico de prioridades, planejamento de viagens e feiras de troca, onde os alunos possam trocar objetos e estimular o consumo consciente e o valor, entra muito bem para a aprendizagem”, destaca Dias. 

No Ensino Médio (15 a 18 anos), inicia-se a preparação dos jovens para a vida adulta, onde pode ser tratado sobre investimentos, crédito e mercado financeiro. Para isso, introdução à bolsa de valores, palestras, oficinas e projeto de empreendedorismo entre as atividades da aula são excelentes estratégias para falar sobre o tema, conforme o diretor. 

“São atividades que podem ser ajustadas para diferentes contextos e complementadas com ferramentas tecnológicas, como aplicativos. O mais importante é não se esquecer como isso afeta a vida dos jovens e da futura geração, empoderando-a a construir um relacionamento saudável com o dinheiro, e a escola, sem dúvidas, é um caminho fundamental para que isso aconteça”, finaliza Wagner.


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