“Poderíamos evitar muitos golpes com apenas com educação virtual e boas práticas”, diz perito em crimes digitais
Durante 2024, testemunhamos uma evolução significativa da tecnologia, dos quais o grande destaque foi para a Inteligência Artificial Generativa. Embora o avanço dos softwares e plataformas tenha trazido muitos benefícios para empresas e pessoas comuns, também foi possível enxergar uma maior movimentação de criminosos digitais, que utilizaram desde as técnicas conhecidas a outras mais inovadoras para continuar aplicando golpes.
Segundo o perito em crimes digitais
e CEO da EnetSec, Wanderson Castilho, embora o avanço tecnológico seja notável,
boa parte dos delitos cometidos virtualmente ainda ocorrem por descuido básico
dos usuários. “O maior desafio que enfrentamos hoje é que a presença da
tecnologia - com todos os dados pessoais, fotos, contatos, documentos,
localização, etc - não está associada aos bons hábitos de segurança da
informação. Poderíamos evitar muitos golpes
com apenas com educação virtual e boas práticas”, comenta Castilho.
Confira abaixo quais os 5 piores hábitos de
segurança digital que colocam as pessoas em risco!
Não atualizar senhas
A segurança digital passa pela criação de senhas
e posteriormente pelo cuidado com as mesmas. Um estudo "A infodemia e seu
impacto na vida digital" da Kaspersky, em associação com a Corpa, mostra
que os internautas brasileiros confiam de maneira excessiva no uso de suas
senhas. De acordo com a pesquisa, dos entrevistados no Brasil, 69% confiam que
suas senhas não foram expostas na web — o maior número na América Latina.
Castilho alerta: “Tenha o hábito de sempre atualizar suas senhas, pelo menos a
cada três meses, e não repita em todas suas redes sociais, isso facilita a ação
dos cibercriminosos”.
Exposição excessiva
A internet é uma vitrine online e pública, é
impossível saber quem está por trás das telas consumindo o que você compartilha.
Evite se expor demais na internet, e controle quais informações você divulga na
rede. É possível se prevenir contra inúmeras ameaças, como tentativas de golpes
e fraudes com esse simples cuidado.
Não pensar antes de clicar
O péssimo hábito de criar links sem saber sua
veracidade deve ser repensado de uma vez por todas. Castilho recomenda que o
ideal é não clicar em link algum, tão menos compartilhá-lo sem saber a
procedência. Isso porque esses links suspeitos encaminham o usuário para um
sites fraudulentos que roubam dados pessoais.
Desatualização de softwares
Segundo o especialista, tanto empresas, quanto
pessoas físicas seguem pecando nesse item. Lembre-se que a atualização
frequente diminui a vulnerabilidade, uma vez que a cada versão contém correções
e melhorias de segurança. "Não atualizar seus softwares mantém as falhas
já conhecidas e exploradas por pessoas mal-intencionadas, deixando todo o
ambiente virtual desprotegido”, pontua.
Wi-fi público
Muitas pessoas ainda têm o hábito de se conectar
por wifi públicos, no entanto, essa prática oferece alguns riscos. “Em alguns casos, em
vez de falar diretamente com o ponto de acesso, você pode estar enviando suas
informações para o hacker, que pode retransmiti-las” Para se manter seguro,
tente evitar esses pontos de acesso públicos. Se você precisar usar, não faça
login em nenhuma conta importante enquanto estiver conectado.
Essas são práticas básicas que devemos ter para usar a internet, mas muitas pessoas ainda pecam nesses quesitos e acabam sendo vítimas de crimes digitais. “É certo que a adesão de todas essas práticas não impede totalmente a ação de criminosos e, ainda assim, podemos cair em outros golpes mais sofisticados. Porém, já é possível minimizar as chances e, principalmente, tornar o uso da internet mais consciente por cada usuário”, finaliza o perito.
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