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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

NEUROCIENTISTA EXPLICA COMO TREINAMENTO CEREBRAL PODE DIMINUIR SINTOMAS DA BIPOLARIDADE

 Condição afeta cerca de 1% a 2,5% da população mundial e aumenta em até seis vezes o risco de morte, revela estudo da Universidade de Michigan


De acordo com uma pesquisa da Universidade de Michigan, pessoas com transtorno bipolar têm até seis vezes mais chances de morrer precocemente do que aquelas sem a condição. A neurocientista da BrainEstar e especialista em neurofeedback, Dra. Emily Pires, explica como o transtorno afeta o cérebro e aponta as melhores formas de tratamento. De acordo com a especialista, é essencial diagnosticar precocemente a bipolaridade para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e evitar complicações graves, como o aumento do risco de morte prematura. 

O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica que se caracteriza por variações extremas no humor e no comportamento. Segundo Dra. Emily Pires, ela é marcada por episódios alternados de mania, ou hipomania, e depressão, que afetam significativamente a vida diária do paciente. “O transtorno bipolar tem dois tipos, o transtorno bipolar tipo I, em que os episódios de mania são completos e podem ser seguidos por quadros depressivos, o transtorno bipolar tipo II, em que o paciente vive períodos de hipomania, que são menos intensos que a mania, mas ainda assim afetam a estabilidade emocional e o transtorno ciclotímico, uma forma mais leve, mas persistente da doença”, explica. 

Ainda segundo ela, o diagnóstico do transtorno bipolar é clínico, realizado por meio de avaliação psiquiátrica com base nos sintomas, histórico familiar e comportamentos do paciente. “Não há exames laboratoriais específicos para a bipolaridade, mas exames complementares podem ser utilizados para descartar outras condições médicas. Avaliações psicológicas, questionários e entrevistas estruturadas também são ferramentas usadas no diagnóstico. Além disso, a observação longitudinal do comportamento ajuda a diferenciar o transtorno bipolar de outras condições com sintomas semelhantes, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou depressão”, destaca a especialista. 

Os sintomas do transtorno bipolar variam conforme o tipo de episódio. “Durante a mania, a pessoa pode apresentar euforia extrema, agitação, fala acelerada, impulsividade e decisões precipitadas. Em contraste, nos episódios depressivos, a pessoa se sente desmotivada, com baixa energia, perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas, além de dificuldades cognitivas. Além dessa variabilidade no humor, o transtorno também pode afetar funções cognitivas, como a capacidade de tomar decisões e o controle de impulsos”, comenta, acrescentando que sem o tratamento adequado, esses episódios podem se agravar, causando sérios impactos no bem-estar físico e psicológico dos pacientes. 

“O tratamento do transtorno bipolar é multidisciplinar, incluindo medicação, como estabilizadores de humor e, em alguns casos, antipsicóticos e antidepressivos. Como uma solução não invasiva também temos o treinamento cerebral com o neurofeedback. Essa técnica pode auxiliar no tratamento ao melhorar a autorregulação cerebral, ajudando a estabilizar o humor e a reduzir a intensidade dos episódios, além de promover uma melhora na resposta ao estresse e na regulação emocional, fatores importantes para o manejo do transtorno bipolar”. 

Embora o transtorno bipolar não possa ser prevenido de forma absoluta, Dra. Emily Pires comenta a importância do diagnóstico precoce. "Identificar os primeiros sinais da doença, geralmente na adolescência ou no início da vida adulta, é fundamental para iniciar o tratamento o quanto antes e evitar complicações futuras. Mudanças no estilo de vida, como o controle do estresse, práticas de autocuidado, e uma rotina regular de sono, podem prevenir a manifestação de episódios extremos. A conscientização e o tratamento contínuo são cruciais para evitar a progressão do transtorno e as consequências mais graves, como o aumento do risco de morte precoce", conclui Dra. Emily. 

Ela também destaca a importância de quebrar o estigma associado ao transtorno bipolar. "Pessoas com bipolaridade frequentemente têm receio de compartilhar sua condição com os outros por medo de serem tachadas ou sofrerem preconceito. Esse estigma é muito presente e prejudicial. Além de lidarem com a montanha-russa de emoções, essas pessoas enfrentam o sofrimento adicional de ser julgadas pela sociedade. Esse preconceito impede que muitas delas busquem apoio ou se mostrem, o que dificulta ainda mais o processo de tratamento e recuperação”. 



BrainEstar
www.brainestar.com.br

 

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