Dra. Stefanie Sussai, professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, orienta como garantir a segurança e o bem-estar dos animais de estimação no verão
Com
a chegada das férias de fim de ano, é comum que famílias planejem viagens para
a praia, muitas vezes levando seus animais de estimação para participar dos
momentos de lazer. No entanto, para que a experiência seja segura e agradável
tanto para os tutores quanto para os pets, é essencial tomar alguns cuidados.
Antes
da viagem, verifique com o médico veterinário de confiança da família se as
vacinas, vermífugos e antipulgas estão em dia e não esqueça de levar a
carteirinha com os comprovantes da realização dos preventivos na viagem. Dê
preferência para coleiras e pipetas repelentes, que além de combater pulgas e
carrapatos, também afastam moscas e mosquitos que podem transmitir algumas
doenças, como o verme do coração (dirofilariose), comum na costa litorânea
brasileira, e a leishmaniose. Evite que o animal, mesmo que vermifugado, faça
suas necessidades na areia da praia e caso faça, leve um saquinho plástico para
recolher logo em seguida.
Pesquise
se a praia de destino pode receber animais de estimação, se há alguma restrição
de horário ou regras, e se há clínicas veterinárias próximas ao local de
estadia, observando os dias e horários de atendimento. Durante o trajeto, o
animal deve ser transportado adequadamente, de acordo com as leis de trânsito,
em sua caixa de transporte, ou com a utilização de cintos de segurança
específicos para pets. Também é importante ressaltar que não é para medicar o animal
sem a orientação médica veterinária para evitar enjoo e vômitos durante a
viagem, pois existem remédios que podem causar efeitos adversos, como
convulsões, o que pode atrapalhar a viagem e, principalmente, piorar o quadro
clínico do animal.
Segundo
a Dra. Stefanie Sussai, professora do curso de Medicina Veterinária da
Faculdade Anhanguera, a proteção contra o sol deve ser uma prioridade. Assim
como os humanos, cães e gatos também podem sofrer com os efeitos da exposição
solar, especialmente os de pelos claros. Por isso, é importante aplicar
protetores solares específicos para pets, principalmente em áreas sensíveis,
como o focinho e as orelhas, além de garantir que os animais tenham acesso
constante a áreas de sombra.
“A
hidratação também merece atenção especial. Em dias quentes, é fundamental
oferecer água fresca e potável com frequência, evitando que o animal beba água
do mar e piscinas, que pode causar desidratação e problemas gastrointestinais.
Outro ponto importante é o cuidado com as patas, já que a areia e o chão quente
podem causar queimaduras. Para evitar problemas, o ideal é levar os pets para
passear em horários de menor incidência solar, como no início da manhã ou no
fim da tarde”, explica a professora.
Stefanie
Sussai destaca ainda a importância de manter a alimentação dos animais dentro
da rotina. Durante os passeios, deve-se evitar oferecer alimentos que não fazem
parte da dieta regular do pet, e é essencial armazenar a comida de forma
adequada para prevenir contaminações.
Após
um dia de praia, a professora recomenda um banho para remover resíduos de sal e
areia, lembrando que as orelhas devem ser bem secas para evitar otites causadas
pela umidade, utilizando os shampoos e produtos que o animal já está
acostumado. Animais alérgicos devem ter cuidado com o contato da areia, água do
mar e piscinas, pois podem desenvolver um processo alérgico, por isso a
observação atenta do tutor é essencial, pois caso haja alguma irritação, um
colega médico veterinária precisa ser procurado.
Outra
recomendação é que os pets não tenham contato com animais marinhos ou
silvestres, como aquele hábito de correr atrás de aves marítimas ou caso haja
algum animal encalhado na praia, ficar latindo e se aproximando demais. Essa
relação pode causar estresse para os animais que são verdadeiramente os donos
daquele local, além de ser possível a transmissão de doenças, tanto para os
pets, quanto para os seus tutores.
Por
fim, a especialista reforça que os tutores devem observar o comportamento de
seus animais durante e após o passeio. Sinais de cansaço extremo, desidratação,
dificuldade respiratória ou desconforto devem ser tratados com atenção, e
sintomas como vômitos ou diarreia indicam a necessidade de um atendimento
médico veterinário.
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