Dados apontam que, assim como as crianças, a população com mais de 60 anos são as mais acometidas em acidentes que resultam nesse agravo
Dados epidemiológicos sobre acidentes com
queimaduras apontam que a maior parte deles ocorre em casa e atinge dois
extremos da população: crianças e idosos. Porém, o foco da prevenção quase
sempre é para os pequenos, deixando de lado também aqueles que já perderam
parte da cognição e possuem movimentos, muitas vezes, limitados.
Entre 2009 e 2019, cerca de 220 mil pacientes
idosos foram internados por queimaduras no Brasil, sendo 77,02% com idade entre
60 e 79 anos. “Os idosos têm uma acuidade visual e auditiva baixa e, em geral,
gostam de ajudar nas tarefas de casa. Então, é comum acidentes acontecerem
quando estão esquentando um leite, fazendo um café, e, devido a idade, o tempo
de reação é mais demorado”, alerta a presidente da SBQ Regional Minas Gerais,
Daniela Carreiro de Melo, que trabalha há 15 anos com pacientes queimados.
Ela destaca que, recentemente, atendeu uma idosa
que se queimou fazendo sabão de soda, uma tarefa bem comum entre as pessoas
mais velhas, principalmente no interior do país.
Outro ponto destacado pela enfermeira é a fragilidade da pele do idoso. Fina e mais ressecada, o tecido favorece os pequenos machucados e fica mais exposto a acidentes e riscos. “O idoso tem a pele tão frágil quanto a de uma criança e exige mais cuidados com hidratação pelo risco de lesão. Muitos casos, em especial no interior, são de pacientes que, no frio, vão se aquecer próximo ao fogão de lenha e acabam por se queimar. E com a pele mais fina, a tendência é a lesão se agravar”, explica Daniela.
O tratamento médico com os idosos tende a ser mais
cuidadoso e com mais risco de intercorrências, pois podem ter atrelado ao
quadro clínico outras comorbidades, como diabetes, hipertensão e até mesmo
demência, que podem transformar uma lesão na pele em um problema de saúde mais
grave.
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