Arquiteta Cristiane Schiavoni revela como define as cores nos projetos de reforma
Neste dormitório localizado na praia, a arquiteta Cristiane Schiavoni i
nvestiu no amarelo vibrante para recobrir as paredes
Foto: Rafael Renzo
Elas iluminam e alegram a casa, roubam
a nossa atenção e transformam os ambientes. As cores vibrantes
são conhecidas por sua intensidade marcante, o alto grau de saturação e por
transmitirem as sensações de energia e ousadia por meio de notas expressivas e
dinâmicas. Na decoração, seu uso oferece um visual impactante, marcando
presença, especialmente, em projetos modernos.
A arquiteta
Cristiane Schiavoni, à frente de seu escritório homônimo,
salienta que é preciso conhecimento e cuidado para especificá-las. “Em se
falando de cores, precisamos compreender a sua dinâmica e definição, pois elas
exercem um impacto significativo no ambiente”, explica.
Cores vibrantes sobrecarregam o ambiente?
De acordo com a
arquiteta, no desenvolvimento do projeto toda a atenção é voltada para que a
aplicação da paleta mais acentuada não se torne monótona e um problema para o
décor de interiores. “Um ambiente monocromático se torna sufocante para
o morador. Muito se exalta os tons neutros como uma proposta inofensiva, mas
viver em um quarto todo branco é extremamente agressivo para o ser humano”,
revela.
Quando se trata de
uma cor com alta luminosidade, Cristiane indica uma dose a mais de cautela, pois
embora energizantes, seu uso excessivo pode gerar cansaço visual. Por outro
lado, gradientes com baixa saturação e luminosidade se somam em composições
equilibradas. “É justamente nesse contexto que eu aprecio um toque de saturação e luz
para alcançarmos o efeito desejado”, argumenta.
Círculo cromático
Para se trabalhar
com cores vibrantes, a profissional sugere sempre consultar o círculo cromático
como um meio seguro de explorar misturas elegantes. “O magenta combina muito bem
com o amarelo, assim como o azul com o laranja”, cita. Entretanto,
ela lembra que não existem regras rígidas e nem sempre as cores complementares
são a melhor boa pedida. “As associações análogas são interessantes quando a
intenção do morador é uma decoração mais discreta e com menos contrastes”,
acrescenta.
Observe
o conjunto
Um erro comum
apontado pela profissional está em olhar apenas para as paredes, uma vez que
todos os elementos do ambiente têm impacto: piso, mobiliário, cortina,
almofadas e até os objetos decorativos. Por isso, ao definir as cores das
paredes, é preciso considerar o conjunto para garantir um ajuste perfeito.
“Para
quem prefere não arriscar ou não gosta de mudanças permanentes, elementos como
almofadas, acessórios e vasos são excelentes propostas, já que permitem incluir
nuances de cor de forma discreta e facilmente ajustável sem recorrer às peças
grandes ou definitivas”, pontua
Cristiane.
Existe
uma cor “coringa”?
Na moda, existe
aquela máxima que afirma que “o preto combina com tudo”. Mas será que também se
aplica no décor de interiores? A arquiteta defende que, por se tratar de uma
cor neutra, o preto permite diversos arranjos, contudo entrega uma ressalva. “É valioso
entender o tipo de contraste que o preto pode exercer para que esteja em
sintonia com as demais referências”, esclarece, completando que
madeira e o marrom são possibilidades versáteis que se adaptam a diferentes
estilos.
Cores
vibrantes em ambientes compactos
Cristiane alerta
para a capacidade da cor em acentuar certas características do ambiente onde
está inserida. “Em locais estreitos, a paleta forte nas paredes entrega a ilusão de um
espaço afunilado e um teto com pé-direito parece ainda mais rebaixado”,
afirma. O segredo está em conseguir alinhar a cor ao conceito e à
funcionalidade.
Influenciando
o humor
A preferência pelos tons quentes tornou o living mais alegre e despojado Projeto: Cristiane Schiavoni Arquitetura e Interiores Fotos: Carlos Piratininga |
A seleção das cores tem impacto direto na percepção das pessoas. “Se o objetivo é conceber um ambiente tranquilo, cores como o amarelo vibrante ou o vermelho não são as mais indicadas”, diz a arquiteta. Em vez disso, um amarelo mais ‘fechado’, como o mostarda, é o melhor caminho quando o intuito é prover uma atmosfera de calma. “E claro, o azul, lilás e roxo são aliados do décor por seu efeito relaxante”, complementa.
Cristiane Schiavoni - Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), Cristiane Schiavoni atua na área de arquitetura, decoração e reforma desde 1996 e hoje, o escritório que leva seu nome, tem mais de 20 anos de história, reunindo centenas de projetos dentro e fora do Estado de São Paulo. Em suas criações residenciais e comerciais, publicadas em importantes veículos brasileiros, elementos-surpresa e toques de cor se misturam aos recursos que garantem o conforto e o aconchego dos moradores. Acabamentos aplicados de maneira incomum e materiais versáteis também são presenças constantes nos trabalhos de Cristiane Schiavoni. O resultado se reflete na concepção de ambientes modernos, humanizados e dinâmicos, que convidam ao bem-estar e, principalmente, traduzem a essência de cada cliente.
www.cristianeschiavoni.com.br
@cristianeschiavoni
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