Casos como o de
Maíra Cardi chamam atenção para o impacto emocional da perda gestacional e a
importância do acolhimento psicológicoCrédito: Juan Pablo Serrano
A perda de um bebê durante a gestação ou logo após
o nascimento é uma experiência que vai além da ausência física. O luto
perinatal envolve também a interrupção de sonhos e expectativas, e afeta
profundamente a saúde emocional das mães e de suas famílias.
Casos como o da influenciadora Maíra Cardi, que
recentemente compartilhou o luto pela perda de seu bebê, trazem visibilidade ao
tema. Durante o Janeiro Branco, mês dedicado à saúde mental, a psicóloga
perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline, explica a
importância do acolhimento psicológico e de práticas humanizadas para lidar com
essa dor.
O que é o luto perinatal?
O luto perinatal acontece quando há a perda de um
bebê durante a gestação ou logo após o nascimento. Ele não se restringe à
ausência física, mas inclui perdas simbólicas, como o luto pelo sexo do bebê ou
pela impossibilidade de realizar o parto planejado. Todas essas experiências
envolvem a interrupção de expectativas e precisam ser acolhidas.
Como lidar com a perda de um
bebê como no caso da Maíra Cardi?
Lidar com a perda envolve validar os próprios
sentimentos e dar espaço para que emoções, como tristeza ou culpa, sejam
vividas sem repressão. Guardar lembranças do bebê, como ultrassom, fotos ou
roupas, pode ajudar a transformar a dor em algo significativo. Acolhimento
psicológico e a participação em grupos de apoio também são fundamentais para
ajudar no processo.
Quando buscar apoio
psicológico?
O luto perinatal é uma experiência única e
profundamente pessoal. Para algumas pessoas, o processo pode durar semanas,
para outras, meses ou até mais tempo. Não há um prazo certo ou errado para
lidar com essa perda, já que cada um tem seu próprio ritmo para processar a dor
e as mudanças que ela traz. Mas, o momento de buscar ajuda é quando a tristeza
começa a interferir na vida diária, como isolamento ou sentimentos de desesperança.
Como os hospitais podem
acolher famílias enlutadas?
Práticas humanizadas, como separar mães que
enfrentaram perdas de alas com recém-nascidos e oferecer espaços para
despedidas, ajudam a aliviar o sofrimento. Recordações como fotos, a marca do
pezinho ou um pedaço do cabelo do bebê também podem transformar a dor em algo
significativo.
Por que evitar frases que
minimizem a dor da perda?
Frases como “foi melhor assim” ou “Deus quis dessa
forma” podem parecer inofensivas, mas invalidam os sentimentos de quem está
enfrentando a perda. É importante oferecer escuta atenta, sem julgamentos, e
respeitar o momento de luto.
Por que falar sobre luto
perinatal?
Casos como o de Maíra Cardi ajudam a romper o
silêncio em torno do luto perinatal, um tema que ainda é considerado tabu.
Falar sobre essa dor não apenas valida o sofrimento das famílias, mas também
incentiva uma abordagem mais acolhedora e humanizada.
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