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sábado, 11 de janeiro de 2025

Dieta de início de ano e os riscos emocionais e comportamentais

Pós-festas e dieta de início de ano: psicóloga alerta como a comilança e o inchaço podem impactar a percepção corporal e a relação com a comida
 

Passada as festas e o recesso de excesso na alimentação e no consumo de álcool, o início do novo ano é para muitas pessoas, confrontadas pelo reflexo no espelho, pelo desconforto do inchaço e pela sensação de culpa pelos excessos cometidos. Segundo a psicóloga Valeska Bassan, especialista em transtorno alimentar, essa combinação pode intensificar sentimentos negativos em relação ao corpo e prejudicar a relação com a comida, especialmente para quem vê janeiro como o mês de começar dietas radicais. 

“Após as festas, há um aumento na autocrítica corporal. A culpa pelos exageros pode levar a dietas restritivas que, além de não serem sustentáveis, contribuem para um ciclo de compulsão e restrição alimentar. Isso afeta diretamente a saúde mental e emocional das pessoas”, explica Valeska. 

A especialista ressalta que o início do ano é um momento em que muitos recorrem a dietas da moda ou programas detox, acreditando ser a solução para compensar os excessos. No entanto, essas práticas podem intensificar a desconexão com os sinais de fome e saciedade, além de reforçar uma relação punitiva com a comida. 

“Em vez de buscar reparação imediata, é importante que as pessoas entendam que um ou dois dias de exageros não definem sua saúde ou corpo. O foco deve ser no equilíbrio e no bem-estar, e não na culpa ou em promessas de mudanças irreais”, orienta. 

Ela lembra ainda que é normal sair da rotina alimentar em momentos de celebração e por isso, isso não deve ser transformado em uma autoavaliação negativa. ”O inchaço e desconfortos corporais são transitórios, mas se os sentimentos de culpa ou insatisfação com o corpo forem persistentes, é importante contar com a orientação profissional”, alerta. 

“O importante é não transformar o desejo de bem-estar em pressão estética ou metas impossíveis. O começo do ano pode ser o momento ideal para construir uma relação mais equilibrada com o corpo e a comida”, finaliza Valeska. 

 

Valeska Bassan @psicologavaleskabassan - Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein. Coordenou o Curso de Aprimoramento em Transtornos Alimentares Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e a equipe de psicólogos do Grupo de Estudos do Comer compulsivo em mulheres portadoras de obesidade (GRECCO) também do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP). Professora de pós graduação das disciplinas de Transtornos Alimentares Pós Cirurgia Bariátrica e dos Aspectos Psicológicos dos Transtornos Alimentares na Faculdade iGPs.


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