Durante o período de férias escolares, muitos pais e educadores se deparam com o desafio de manter as crianças e adolescentes engajados em atividades que conciliem diversão e aprendizado. Manter a mente ativa nas férias é uma forma não só de evitar a perda de habilidades cognitivas e atraso no desenvolvimento, como também de estimular a curiosidade, o aprendizado contínuo e a autoconfiança, proporcionando um retorno às aulas mais produtivo.
Nesse
sentido, uma abordagem leve e que incentive a imaginação pode transformar o aprendizado em
uma atividade prazerosa. O segredo está em equilibrar atividades recreativas
com conteúdo educativo, mas sem a pressão de horários rígidos ou tarefas obrigatórias.
Para tal, o mercado já oferece diversas opções, como jogos de tabuleiro,
experimentos de ciências e atividades artísticas, que estimulam o raciocínio
lógico e a criatividade. Aplicativos de aprendizado, jogos educativos e
documentários interativos também são maneiras atrativas de aprender,
especialmente para jovens que buscam entretenimento nas telas.
Dados do setor apontam
para o crescimento significativo do uso de plataformas de ensino digital.
Segundo um relatório da HolonIQ, o mercado global de Edutechs deve atingir US$
404 bilhões até 2025, cenário que reflete a busca por soluções inovadoras que
combinem educação e entretenimento. No Brasil, o uso de tecnologia educacional
cresceu durante o período da pandemia, registrando um aumento de 22%,
impulsionado pela adaptação ao ensino remoto e pela demanda por experiências de
aprendizado personalizadas, isso de acordo com dados da Associação Brasileira
de Startups (Abstartups).
Aprendizagem sem pressão
No entanto, é importante
que a tecnologia não substitua outras formas de aprendizagem. A chave é definir
limites de tempo para evitar o uso excessivo, se manter atento enquanto pais acompanhando
o processo de uso das telas e garantir que a tecnologia esteja equilibrada com
outras atividades fora do comum, como jogos ao ar livre, visitas a museus,
caça-tesouros e atividades culturais, que também são formas de estimular a
mente de maneira educativa.
Essas atividades
contribuem para o desenvolvimento sensorial e motor, o aumento da capacidade de
concentração e a redução do estresse. Propostas como caminhadas ecológicas,
observação de animais e plantas ou até pequenos projetos de jardinagem ajudam a
criança a aprender sobre biologia e sustentabilidade, estimulando a autonomia e
a conexão com a natureza, o que favorece o bem-estar emocional.
Para
os pais que desejam apoiar os filhos sem tornar as férias um fardo, a dica é
incentivá-los de maneira leve, mostrando interesse genuíno pelas atividades e permitindo que
as crianças sigam seu próprio ritmo. Em vez de tarefas importantes, eles podem
fornecer ideias e recursos, como livros, jogos ou materiais de arte, que
estimulam o aprendizado. Ao participar de maneira descontraída, como em uma
tarde de leitura em família ou com uma experiência de ciência feita em conjunto,
os pais tornam o processo educativo um momento agradável e colaborativo. O
elogio por pequenos progressos ou exercícios é fundamental para que a criança
veja essas atividades como algo divertido, além de se sentir validada e
estimulada.
O papel das
escolas
As
escolas também podem oferecer suporte às famílias, sugerindo programas
educativos durante as férias, como oficinas de arte e de tecnologia e esportes.
Esse tipo de iniciativa ajuda a manter o engajamento dos estudantes e
proporciona um retorno às aulas com menos lacunas de aprendizado e de rotina,
já que os jovens tendem a se sentir mais confiantes, adaptados e preparados, o
que promove um início de semestre mais produtivo e integral.
Também
é importante ajustar essas atividades para diferentes faixas etárias. Para
crianças mais novas, atividades lúdicas e sensoriais, como brincadeiras com
areia, pintura a dedo e exploração da natureza, são ideais. Para estudantes do
ensino fundamental, atividades como construção de projetos manuais, leitura de
histórias e jogos de lógica são ótimas escolhas.
Já
os adolescentes se beneficiam de projetos mais independentes e autônomos, como
aprender fotografia, culinária ou podem até iniciar um blog sobre um tema de
interesse. Nesse contexto, ajustar o nível de complexidade e autonomia de cada
atividade ajuda a manter a atenção e a paixão, assim como conversar com a
criança e adolescente para ir compreendendo as vontades e necessidades de
adaptação.
O
período de férias também é uma oportunidade para promover o autocuidado e o
autoconhecimento. Atividades como meditação guiada, momentos de reflexão ou
relaxamento ao ar livre são práticas que cultivam a calma e o equilíbrio emocional.
Assim, os jovens estimulam a criatividade e o autodesenvolvimento, enriquecendo
a vivência das férias de forma completa e positiva
Alexandra Xavier do Carmo Costa - orientadora educacional dos anos finais e Ensino Médio da unidade de Muriaé (MG) da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.
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