Segundo dados da International Data Corporation (IDC), o Brasil reassumiu seu lugar entre as dez maiores economias globais de TI, com um investimento de US$ 50 bilhões. Ainda de acordo com o lavamento analisado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o país superou a Coreia do Sul e Itália, e lidera na América Latina, em que os investimentos somaram US$ 134 bilhões.
Não há como negar que o setor de Tecnologia da
Informação vivencia um período de grande potencial. Esse resultado vem em
resposta ao impulsionamento da crescente adoção da transformação digital nos
últimos anos, o que coloca o nosso país em posição de destaque no cenário
tecnológico global, reforçando sua capacidade de inovação liderada,
especialmente, por fintechs, agritechs e healthtechs – além do amplo mercado consumidor
digitalmente engajado.
Ainda que o atual momento deva ser encarado com
otimismo, dado que o desempenho no ranking favorece a atração de investidores
para o país, o setor ainda enfrenta desafios significativos que podem limitar
seu crescimento. Dentre eles, é importante chamar a atenção para a escassez da
mão de obra qualificada e necessidade de investimento em infraestrutura
tecnológica.
De acordo com o levantamento global feito pela Gi
Group Holding, em parceria com a universidade tecnológica italiana Politecnico
di Milano, no Brasil, apenas 10,9% apontam que não tem dificuldade de encontrar
mão de obra qualificada no setor, enquanto 43,7% afirmam que sofrem “um pouco”
ou “em grande medida” para encontrar colaboradores com habilidades digitais
avançadas.
Por outro lado, à medida que novas tendências
tecnológicas, como a Inteligência Artificial, ganham força, cresce a
necessidade de democratizar o acesso à tecnologia. Segundo estudo realizado
pela ABES em 2024, a projeção é que, até 2027, haja um crescimento de 67% na
adoção de soluções de IA, o que reforça a importância de as empresas investirem
em iniciativas que tornem essas inovações mais acessíveis.
Além disso, mais do que olhar novas tecnologias, é
fundamental fazer o básico e bem-feito. Ou seja, além da IA, recursos como cloud
computing e cibersegurança continuarão tendo impacto e relevância
para garantir a aceleração das operações, bem como ajudarão a favorecer o
acompanhamento frente aos novos avanços que, certamente, virão ao longo dos
próximos anos.
Mesmo o nosso país tendo um reconhecimento global
no mercado de TI, para que o setor continue avançando, é fundamental que as
empresas estabeleçam um olhar estratégico que garanta constância e consistência
das operações. Isso é, ao analisar o mercado e enxergar a dificuldade de
encontrar mão de obra qualificada, é imprescindível que as organizações alinhem
ações de treinamento da equipe, a fim de capacitá-los e reter esses
profissionais.
Os resultados obtidos até aqui mostram que o Brasil
é um polo estratégico de outsourcing, startups e inovações tecnológicas, além
de também se destacar na criação de soluções locais. Deste modo, para favorecer
ainda mais o seu posicionamento frente a outras nações, é importante que sejam
alinhadas estratégias que visem potencializar sua competividade e expansão para
novos mercados.
Mais do que celebrar o retorno do Brasil ao ranking das maiores economias de TI, esse é o momento de líderes e gestores tirarem as ideias do papel, estarem atentos aos movimentos do mercado, fazerem avaliações rápidas e estabelecerem as operações em concordância com os pilares da transformação digital. Afinal, sabemos que muito já foi feito até aqui, mas é importante se preparar para o que há de vir.
Milton Ribeiro - Co-Ceo da SPS Group.
SPS Group
Nenhum comentário:
Postar um comentário