Inteligência artificial, sequenciamento genético, biópsia líquida e testes rápidos estão entre as inovações que devem ganhar destaque no setor, conforme aponta executivo da QIAGEN
À medida que a tecnologia avança, uma transformação
contínua é também vivenciada pela medicina diagnóstica. Abordagens cada vez
mais rápidas, precisas e personalizadas têm mudado radicalmente a maneira como
as doenças são detectadas e tratadas, com uma melhora significativa dos
desfechos clínicos, em escala global. De acordo com Paulo Gropp,
vice-presidente da QIAGEN na América Latina, o setor protagoniza essa evolução
em função de novos métodos e soluções, que devem seguir entre as tendências da
medicina diagnóstica para 2025.
“A inteligência artificial é uma realidade que deve
avançar cada vez mais e já traz grandes contribuições para a área da saúde.
Detecções precoces e preventivas do câncer, como as proporcionadas pelo
sequenciamento genético, abordagens menos invasivas, como as permitidas pela
biópsia líquida e testes rápidos, como os das soluções sindrômicas, são o
futuro e devem estar cada vez mais acessíveis. São tendências que já começaram
a ser adotadas e devem moldar os próximos passos da medicina personalizada e de
precisão”, aponta o executivo.
1 – Inteligência artificial (IA)
Entre os avanços mais recentes, mas com imenso
potencial de expansão em termos de otimização e aplicações, a inteligência
artificial (IA) tem sido um divisor de águas nos processos de análise dos dados
clínicos, desde exames de imagem até os laboratoriais mais complexos.
“A IA tem transformado profundamente a rotina
diagnóstica, principalmente por automatizar diversas etapas, reduzir a margem
de erros nas análises de padrões complexos e processar um grande volume de
dados. Soluções de bioinformática, por exemplo, baseadas em inteligência molecular
aumentada, podem ser consideradas padrão ouro ao fornecerem informações
confiáveis, completas e de alta qualidade para tomadas de decisão mais seguras.
As informações são identificadas de maneira rápida, e depois, são revisadas e
validadas a partir da expertise humana, unindo a IA com a curagem de dados
feita por especialistas”, explica Gropp.
Segundo ele, a tendência vai continuar com o apoio
crescente dessa inteligência e todos os insights preditivos que ajudam a evitar
complicações futuras aos pacientes.
2 – Sequenciamento genético
Ainda de acordo com o executivo da QIAGEN, diante
de tantas vantagens oferecidas pelos diagnósticos genômicos, principalmente no
que diz respeito à detecção precoce do câncer, a acessibilidade ao
sequenciamento genético pode se expandir a um número maior de pessoas.
Utilizando a técnica de NGS (sequenciamento de nova geração, em tradução ao
português), esses exames são capazes de analisar partes específicas do DNA e
identificar se existe alguma mutação genética, capaz de causar alguma doença
genética ou tumores.
“Esses exames mostram-se relevantes ao identificar
o potencial de surgimento da doença, antes mesmo que apareçam sintomas físicos
e nódulos malignos. Com acesso a esse diagnóstico precoce, é possível
administrar terapias-alvo e ainda, adotar medidas preventivas, quando se pensa
na oncologia de precisão. Alguns desses exames já têm cobertura nacional dos
planos de saúde, outros, tramitam em fase de implementação pelo Sistema Único
de Saúde. É uma tendência que deve se consolidar ao poupar a saúde dos
pacientes e gerar economia a todo o ecossistema”, explica Gropp.
3 – Biópsia líquida e PCR Digital
Em meio às tendências que devem ser destaque em
2025, o vice-presidente da QIAGEN explica que a biopsia líquida deve ganhar
mais espaço, oferecendo uma maneira não invasiva de detectar e monitorar
cânceres. A técnica apresenta a capacidade de identificar o DNA do tumor
circulante no sangue, fundamental para detectar e iniciar precocemente o
tratamento nos mais diversos casos da doença.
“Em muitos casos, não é mais necessária uma
abordagem invasiva aos pacientes direcionados aos procedimentos de biópsia.
Este é um dos avanços mais significativos na tratativa do câncer, baseado na
metodologia do PCR Digital, uma terceira geração da PCR que se sobressai em
virtude da sensibilidade e especificidade que consegue identificar até mesmo as
mutações mais raras, presentes nas amostras. Para a biópsia líquida, usa-se
principalmente o sangue como amostra no diagnóstico do câncer”, destaca o
executivo.
4 – Testes rápidos e sindrômicos
No decorrer da pandemia de COVID-19, os testes
rápidos se popularizaram. Era preciso agilidade e precisão nos tratamentos,
diante de uma doença grave e até então, desconhecida. Foi também neste período
que testes sindrômicos demonstraram sua contribuição para a assertividade dos
diagnósticos e tratamentos cada vez mais personalizados e eficazes para
diferentes doenças – desde os quadros de infecções respiratórias,
gastrointestinais e até mesmo de meningites.
“Os testes sindrômicos proporcionam resultados
precisos e de qualidade ao analisar, simultaneamente, diversos tipos de
patógenos causadores dos sintomas, entre vírus, fungos e bactérias. Em apenas
uma hora, essas soluções analisam o material coletado do paciente e apontam até
mesmo se a pessoa está contaminada com mais de um agente ao mesmo tempo. Eles
contribuem em grandes proporções para o bem-estar da população e do sistema de
saúde em geral ao evitar o uso indiscriminado de antibióticos, reduzir o tempo
de permanência do paciente no hospital e reduzir os casos de internação. Sem
dúvida, é uma tendência que deve se expandir cada vez mais”, conclui Paulo
Gropp.
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