O médico Mauro
Lúcio Jácome explica como más escolhas podem impactar negativamente a saúde do
corpo
A busca pela
perda de peso é uma constante guerra na vida de muitos brasileiros, mas, em vez
de seguir um caminho saudável e orientado, muitas pessoas acabam recorrendo a
soluções rápidas e, muitas vezes, perigosas. O uso indiscriminado de
substâncias para emagrecer, sem a devida orientação médica, é uma prática
crescente no Brasil, e pode trazer sérios riscos à saúde. A pressão por
resultados rápidos e a promessa de emagrecimento sem esforço tornam as
alternativas não regulamentadas, como chás famosos na internet, suplementos e
medicamentos, tentadoras, mas nem sempre eficazes e seguras.
Uma pesquisa
realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) em parceria com o Instituto
Datafolha revela que 24% dos brasileiros já usaram algum tipo de substância
para emagrecer. Dentre os métodos mais populares, os chás são os campeões,
utilizados por 19% dos entrevistados. Suplementos alimentares e fitoterápicos
aparecem com 9%, enquanto medicamentos alopáticos para emagrecimento foram escolhidos
por 6% dos participantes da pesquisa.
Embora
muitos recorram a essas substâncias na esperança de alcançar um corpo mais
magro, o uso de métodos sem a orientação de um profissional pode levar a
complicações graves. O médico especialista em endoscopia e cirurgia geral, Dr.
Mauro Lúcio Jácome, que atua na área de tratamentos para perda de peso, alerta
sobre os perigos de recorrer a soluções sem acompanhamento médico.
“A perda de
peso não deve ser tratada com soluções mágicas. Muitas dessas substâncias,
muitas vezes adquiridas sem a devida prescrição ou orientação, podem trazer
sérios danos à saúde, como desidratação, problemas cardíacos e até danos ao
fígado e rins. O melhor caminho sempre será procurar um especialista que possa
orientar de forma segura e eficaz”, indica o médico.
Outro ponto
alarmante da pesquisa é o comportamento dos consumidores ao adquirir produtos
para emagrecer. 15% das pessoas que utilizam medicamentos alopáticos para perder
peso afirmam tê-los obtido por meio de amigos, conhecidos ou de sites/blogs,
enquanto 10% adquiriram os produtos por meio de redes sociais. O dado mais
preocupante é que menos de 5% dos consumidores verificam se os produtos possuem
o devido registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão
responsável pela regulamentação desses itens.
Ainda de
acordo com a pesquisa, para a maioria dos consumidores, o fator decisivo na
compra desses produtos é a promessa de resultados rápidos (54%), o que é
proibido pela Anvisa em propagandas de produtos com propriedades terapêuticas.
“A publicidade de produtos para emagrecimento que prometem resultados rápidos é
um grande perigo, pois, em sua maioria, não são regulamentados e nem sequer têm
estudos clínicos que comprovem sua eficácia e segurança. A falta de fiscalização
e controle sobre esses produtos aumenta o risco de complicações para a saúde”,
alerta Dr. Mauro Jácome.
Embora as
alternativas milagrosas e sem controle médico sejam desaconselhadas, existem
tratamentos eficazes e seguros para quem busca perder peso de forma saudável. O
médico Dr. Mauro Jácome destaca que há várias opções que podem ser adequadas
para diferentes perfis de pacientes, sempre com o devido acompanhamento
profissional.
"Existem
tratamentos como a colocação do balão intragástrico, a cirurgia bariátrica e a
endosutura que podem ser muito eficazes para auxiliar na perda de peso de forma
segura. Cada um desses procedimentos tem indicações específicas e deve ser
indicado de acordo com o quadro clínico do paciente", afirma o
especialista.
O balão
intragástrico, por exemplo, é indicado para casos de sobrepeso e trata-se de um
dispositivo colocado no estômago por meio de endoscopia, que ajuda a reduzir a
ingestão de alimentos ao ocupar espaço no estômago, promovendo uma sensação de
saciedade precoce. Já a cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com
obesidade severa e envolve a alteração do sistema digestivo para reduzir a
capacidade do estômago, promovendo uma perda de peso significativa. A
endosutura, por sua vez, é um procedimento minimamente invasivo que envolve a
sutura do estômago para limitar o seu tamanho e auxiliar na sensação de
saciedade e é recomendado apenas para pacientes com grau de obesidade mais
brando. “Vale salientar que tais tratamentos só podem ser realizados sob
prescrição médica e também podem ocorrer contraindicações”, salienta o
médico.
No fim das
contas, para Dr. Mauro, a mensagem principal é clara: “busque sempre a
orientação de um especialista para tratar da perda de peso de maneira saudável
e segura. Não caia nas promessas de resultados rápidos e milagrosos. A
verdadeira transformação acontece quando o paciente se compromete com sua saúde
e bem-estar de forma responsável e com acompanhamento adequado”.
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